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Parecem bandos de pardais à solta, os putos

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lanternavermelha

Benfica, Benfica, Benfica. Por onde começar? Não é  fácil, dada a tua dimensão, a panóplia de desportos que ofereces e a quantidade de títulos que tens no teu palmarés (ninguém quer saber se tem mais do que este e menos do que aquele, tem e acabou – não me comecem já a chatear). Tens muitas coisas boas para abordar mas, infelizmente, más também.

Podia cair no facilitismo de falar de algo como o ‘momento actual do Benfica’, mas deixo isso para os intervenientes dos programas televisivos de desporto, profissionais do levantamento do copo, doutores de profissão e peixeiros amadores, cada um defendendo a sua cor, e cujo objectivo parece ser ver quem fala mais alto e consegue esbracejar com mais veemência. E deve mesmo ser esse o objectivo, porque muda-se de canal e a situação repete-se, mudando apenas os intervenientes. É assim que se fala de desporto em Portugal? Enfim. Mas voltando ao meu Benfica, e sem mais rodeios… A formação, pá?

Sim, a formação. A formação do Sporting é fortíssima e é-lhe reconhecida uma qualidade e competência a uma escala global; a do Porto, pronto, já está falada; e as restantes lá vão mostrando ao mundo um jogador num período temporal semelhante a algo como ‘de dez em dez anos’. Para mim, é triste. Portugal é um país que tem sofrido muito com a conjuntura actual mundial e isso tem repercussões em todos os mercados, incluindo no futebolístico. Não podemos, enquanto país, rivalizar com Espanha, Inglaterra, Alemanha e Itália, por exemplo. Não temos fundos para contratações que fazem mexer o mercado, e as transferências portuguesas que fazem, de facto, mexer o mercado são sempre vendas e nunca compras. Já sabemos isso, é um dado adquirido, estamos todos cientes da situação. Então vamos perceber qual é o problema e vamos atacá-lo. Vamos resolvê-lo.

Peço desculpa por trazer a minha formação para aqui, mas, de facto, o Marketing está em todo o lado. Já te ocorreu, Jesus (levas por tabela por seres o meu treinador, tendo eu obviamente a noção de que isto não passa por ti, ou pelo menos só por ti), fazer uma SWOT só para teres uma maior percepção da coisa? Desculpa tratar-te assim, por tu, mas no meu Benfica não há caganças.

Geração Benfica / Fonte: http://benficasempre.blogspot.pt/
Geração Benfica
Fonte: benficasempre.blogspot.pt

Pois bem, SWOT, ou em Português, FOFA – adoro esta designação e tinha de utilizá-la um dia – é uma análise que nos permite perceber quais as nossas forças e fraquezas, analisar as ameaças existentes no mercado e também as oportunidades que podemos eventualmente explorar. Posto isto, diz-me, Jesus, se uma das nossas grandes  ameaças não é a crise geral que se vive no mundo e em particular no futebol (sim, o Porto também)? É! Diz-me também se uma enorme oportunidade não seria a aposta séria e competente na formação? Seria! Diz-me ainda se uma fraqueza nossa não é ter na pessoa do André Almeida apenas o vigésimo terceiro benfiquista a representar a selecção nacional A este século? Sim, é uma fraqueza. Sobre os pontos fortes não vou falar porque, de facto, são muitos, enquanto clube e estrutura que o Benfica é e tem.

Analisando isto de forma rudimentar e salientando apenas um ponto básico em cada quadrante, podemos perceber que, de facto, a aposta na formação seria uma enorme mais-valia.

Eu acho que é frustrante ser jogador do Benfica nas camadas jovens, hoje em dia. Um jogador, para chegar a sê-lo, tem de ter motivação para estar bem, confiança, atitude, irreverência… Como podemos exigir confiança aos nossos miúdos quando eles estão anos a lutar para chegar ao último ano de júniores e serem emprestados? Melhor, para fazerem a pré-época com o plantel principal e depois, quando é ‘a sério’, serem emprestados. É simplesmente frustrante. E basta olhar para jogadores formados no Benfica e ver por onde andam para concluir que são um bando de pardais à solta, os putos.

E depois é óbvio e legítimo que adeptos de clubes alheios digam que aqui (leia-se Benfica) não se fazem jogadores, que aqui só se contratam estrangeiros, que aqui não se fala português, que aqui não sabemos o que é ter jogadores na selecção. E nós argumentamos, quais papagaios, tentando arranjar desculpas para o indesculpável.

O Benfica é um grande clube – neste momento não é o melhor em Portugal, mas é o maior. O Benfica faz-me vibrar, faz-me gritar, sorrir e, por vezes, chorar. O Benfica pode até ser campeão este ano, pode até ganhar tudo, mas, a manter-se assim, continuará a ser campeão nos anos de intervalo dos filhos do dragão. Continuaremos a ser campeões com mérito, mas sem sustentação. Com presente, mas sem futuro. Não pode ser.

Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-8q6bxXBGwho/UXQr3w0yKJI/AAAAAAAABlc/fwpO4QX2nrw/s1600/148835_476318202408283_495844392_n.jpg
As nossas crianças, o nosso futuro
Fonte: Site oficial do Sport Lisboa e Benfica

O meu Benfica é um clube com óptimas condições para os seus atletas, com excelentes adeptos e com excelentes condições para uma aposta séria e estruturada na formação, e é honestamente isso que espero que aconteça. O caminho para responder à crise é a formação. O caminho para termos mais portugueses no plantel (para jogar e não para dizer apenas que é português)  é a formação. O caminho para termos, no futuro, uma selecção com vários jogadores encarnados é a formação.

A minha questão é simples. Já tentámos muita coisa, muitas mudanças de técnicos, de jogadores, de políticas de contratações (este ano é na ‘Sérviolandia’)… Tudo bem. Eu estive sempre cá. Não está a resultar.

Vamos apostar na formação?  É que já estou farto de ver os jogadores formados no Benfica como um bando de pardais a solta, qual canção do Carlos do Carmo. São putos, sim. Mas são putos com valor.

A carta que nunca te escreveram

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Escolhi díficil. O fácil é de todos

“Como português, do Paulo espero independência, capacidade de decisão (…) e, naturalmente, coerência na construção de um modelo de equipa adaptada às características dos portugueses ”. Quem o disse, através de uma carta, foi José Mourinho, aquando da entrada de Paulo Bento para o comando da Selecção Nacional.

Neste espaço não vou discutir todas as variáveis necessárias para avaliar o desempenho do ex-treinador do Sporting e actual Seleccionador Português – porque não é o suposto –, mas antes centrar-me nas causas e efeitos das decisões de Paulo Bento em relação aos jogadores do clube de que falo, ou seja, o Sporting. O treinador Português tem sido, como esperava José Mourinho, independente, coerente e capaz de decidir o melhor para o Futebol Nacional?

Na minha opinião, a resposta não se pode cingir a sim ou não. Paulo Bento, das duas uma: ou é independente mas não tem a capacidade de decisão que se exige, ou não é independente, e, assim, admito que possa ter capacidade de decisão, embora sem a estar a colocar ao dispor do país, como é suposto.

Paulo Bento ao serviço do Sporting / Fonte: leaodaestrela.blogspot.com
Paulo Bento ao serviço do Sporting / Fonte: leaodaestrela.blogspot.com

Quem, num jogo com a necessidade de vencer, em casa e com Israel, justifica a presença de um lateral direito com a capacidade no jogo aéreo em detrimento de um maior envolvimento em todo o flanco direito, de uma maior competência no cruzamento e no remate, não pode ter a capacidade de decisão ajustada às necessidades que o cargo em questão exige. Alguém me diz quantas bolas André Almeida precisou de ganhar no ar no último jogo da Selecção, e o quão relevantes foram? Cédric, do Sporting, deveria ter sido titular.

Quem, durante toda uma época, vê jogadores como Licá e Josué exibirem-se ao mais alto nível em clubes “pequenos”, e mesmo assim não os convoca, mas assim que os vê fazerem meia dúzia de jogos pelo FC Porto os convoca de imediato, não pode ter a coerência necessária para unir os portugueses – adeptos, dirigentes, mas também os próprios jogadores –, tal como é preciso em alturas difíceis. Adrien, Wilson Eduardo e André Martins também precisarão de se transferir para o Porto ou Benfica de forma a serem convocados e utilizados, tal qual aconteceu com João Moutinho no Mundial de 2010?

Mas pior ainda do que não ter coerência ou não ter capacidade de decisão será não ter independência. José Mourinho, na acima citada carta que endereçou aos portugueses, colocou a independência antes de qualquer outra característica; não ao acaso, mas porque é a virtude essencial de qualquer homem que se comprometa a assumir o poder de tentar melhorar um grupo de trabalho. Paulo Bento, que tão bons sinais me tinha deixado quanto à sua personalidade durante a passagem pelo Sporting, parece esquecido dos ideais pelos quais dizia reger-se quando criticava aqueles que hoje o apoiam e o escolheram para assumir o cargo máximo do Futebol Nacional. E desta forma saímos todos prejudicados. Todos, claro, excepto as entidades responsáveis pela tal falta de independência, já típica do nosso Futebol. Esta foi a carta que nunca te escreveram, Paulo, mas deviam.

 

Jogadores que Admiro #1 – Fabio Cannavaro

jogadoresqueadmiro

No futebol, tal como na maioria das modalidades, existem figuras que nos inspiram e com as quais nos procuramos identificar. Eu confesso que sempre tive uma particular apetência para idolatrar certo tipo de jogadores que passam despercebidos para a maioria das pessoas. Uma espécie de hipster do desporto. Se entrasse por aí e começasse a enumerar alguns dos jogadores pelos quais desenvolvi alguma admiração, provavelmente deixariam de me levar a sério e paravam de ler o texto neste preciso momento.

Com o passar do tempo, fui começando a olhar de outra forma para o desporto e para os seus intervenientes. As minhas referências foram-se alterando, a admiração por alguns jogadores aumentou e por outros, claro, diminuiu. No entanto, desde criança, sempre houve um jogador que me encheu as medidas. Talvez pelo facto de ser a posição onde gosto de jogar e por saber, precisamente, as responsabilidades dela para todo o futebol coletivo da equipa. Não sei bem ao certo. Mas o facto é que Fabio Cannavaro é o defesa-central que melhor vi jogar futebol.

Perdoem-me os grandes centrais do último século como Nesta, Ricardo Carvalho, Thuram, Laurent Blanc ou Jaap Stam, mas este era mesmo O fora de série. O especial. Vencedor da Bola de Ouro em 2006, Cannavaro conseguiu a proeza de ter sido considerado o melhor do mundo para a FIFA num ano em que havia Zidane e Ronaldinho em grande momento de forma. Questione-se ou não a justiça do prémio, é quase unânime que Cannavaro merecia um prémio assim.

Numa altura em que tanto se questiona a importância dos defesas-centrais mais altos no futebol moderno, Fabio Cannavaro é o exemplo máximo de que essa teoria é uma das maiores parvoíces (desculpem-me a expressão) alguma vez criada. Sabe-se que, por exemplo, Jorge Jesus, treinador do Benfica, é um forte defensor desta ideia. Já o disse por diversas ocasiões e não perde uma oportunidade para reforçar essa ideia. Talvez por aí se justifiquem muitas das suas opções. Mas isso são outras conversas.

Cannavaro é um dos melhores centrais da história do futebol Fonte: Muhammad Ghafari (Flickr)
Cannavaro é um dos melhores centrais da história do futebol
Fonte: Muhammad Ghafari (Flickr)

Facto concreto é que os 176 centímetros de Cannavaro nunca foram impeditivos de se ter afirmado como um dos melhores de sempre na sua posição. A enorme capacidade posicional e também de impulsão conseguiam facilmente anular todas as desvantagens que poderia ter com oponentes de maior envergadura física. Isto tudo aliado a uma tremenda capacidade de liderança, que lhe valeu uma série de conquistas importantes ao longo da sua carreira, das quais se destaca o Mundial de 2006, ao serviço da Itália.

Para os portugueses que não têm tão presente algumas das exibições deste jogador italiano, deixo aqui a minha sugestão: temporada 2003/2004. Benfica-Inter de Milão. O encontro ficou 0-0. E uma das primeiras vezes em que digo que foi o defesa-central, e não o guarda-redes, o principal responsável pelo nulo no marcador. Uma exibição notável a todos os níveis. E, provavelmente, foi nesse jogo que a minha admiração por Cannavaro cresceu ainda mais. Para o leitor que acaba agora de ler este meu artigo, deixo apenas o meu apelo: se tiver uma camisola dele em casa e não lhe estiver a dar uso, contacte-me. Eu agradeço e disponibilizo-me a ficar com ela.

NBA Preview – Conferência Oeste | Pacific Division

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cab nba

A Pacific Division é a divisão que mais alterações sofreu na época passada, mas nem por isso deixa de ser uma das principais divisões da National Basketball Association. A tradicional potência da Pacific Division, os LA Lakers, está em profunda reestruturação e as incógnitas são maiores que as vitórias. Já os Golden State Warriors e os Los Angeles Clippers obtiveram em 2012 o maior número de vitórias das suas histórias, e este ano a tendência será para melhorarem e lutarem até ao final pelo título desta divisão. A Pacific Division é ainda constituída pelos Sacramento Kings e pelos Phoenix Suns, que não devem conseguir muito mais do que cumprir calendário e continuar a reconstrução das suas equipas.

Golden State Warriors: A equipa de San Francisco parece destinada a repetir a boa prestação do ano passado, onde alcançaram a final de Conferência. Stephen Curry promete continuar os seus fantásticos desempenhos, conquistando o seu lugar na história da NBA como um dos melhores lançadores de sempre. A jovem equipa dos Warriors soube aproveitar bem a off-season e reforçou-se com o all-star e internacional norte-americano Andre Iguodala, e ainda fortaleceu as opções de jogo interiores com as aquisições do veterano Jermaine O’Neal e de Marreese Speights. Uma equipa a acompanhar que irá com certeza conseguir um lugar no top 5 dos playoffs na Conferência Oeste, causando muitas dificuldades a todos os que visitem a Oracle Arena.

Principais Entradas: Toney Douglas (Sacramento), Andre Iguodala (Denver), Jermaine O’Neal (Phoenix) e Marreese Speights (Cleveland).

Golden State Warriors
@NBA Photos Getty Images

Los Angeles Clippers: Novo treinador, ambições renovadas! Doc Rivers deixou Boston para viajar para LA e colocar os Clippers na rota do título. Após a eliminação na 2ºronda dos playoffs, os Clippers procuraram reforçar o seu banco e acertaram em cheio! Collison parece ser um bom apoio para Chris Paul, enquanto Jared Dudley e JJ Redick prometem tornar letal o lançamento triplo desta equipa. Na minha opinião, são um dos favoritos ao título deste ano, garantindo um lugar no top 3 da Conferência Oeste e ganhando a Pacific Division. O Stapples Center parece, pela primeira vez, ter-se tornado a casa dos Clippers e não dos Lakers, como era anteriormente; o espetáculo para os fãs desta equipa está garantido, com os afundanços espetaculares de Blake Griffin, os crossovers irreverentes de Jamal Crawford – que prometem “partir” muitos tornozelos dos adversários – e as fantásticas assistências do base all-star e capitão de equipa, Chris Paul. A entrada de Doc Rivers deve trazer mais disciplina tática e maior agressividade a esta equipa, sem dúvida um dos franchisings favoritos ao título da NBA.

Principais Entradas: Darren Collison (Dallas), Jared Dudley (Phoenix), Byron Mullens (Charlotte), J.J. Redick (Milwaukee), Antawn Jamison (LA Lakers).

LA Clippers
@NBA Photos Getty Images

Los Angeles Lakers: Depois de um ano desastroso para as hostes dos Lakers, este ano parece não ser muito melhor… Dwight Howard saiu para os Rockets; o desmedido Kobe Bryant continua a recuperar da grave lesão no seu joelho direito e não sabemos em que estado irá regressar. Paul Gasol e Steve Nash serão os líderes da equipa no início da época e a fraca profundidade do banco dos LA Lakers poderá ditar algumas derrotas inesperadas. São, sem dúvida, uma das grandes dúvidas desta época, pois todas as suas esperanças estão depositadas no veterano Kobe Bryant. Prevejo que tenham um desempenho semelhante ao do ano passado, lutando até aos últimos jogos pela última vaga de acesso aos playoffs. Contudo, já são muitos os rumores que dão certo este ano como um ano de transição para o franchising, pois o mercado de transferências de 2014-2015 promete ser o mais agitado dos últimos anos e os Lakers não querem perder a oportunidade de revitalizar a sua equipa, adquirindo novas superstars.

Principais Entradas: Jordan Farmar (Anadolu Efes – Turquia), Wesley Johnson (Phoenix), Chris Kaman (Dallas), Ryan Kelly (Rookie), Nick Young (Philadelphia).

LA Lakers
@NBA Photos Getty Images

Phoenix Suns: Prometem ser uma das equipas que mais irão evoluir este ano. Os Suns atacaram em força o draft deste ano com o extremo de Kentucky, Archie Goodwin, e com o poste de Maryland, Alex Len. Mas a grande novidade em Phoenix é a contratação do irreverente base Eric Bledsoe, oriundo dos Clippers, que promete formar uma possante dupla com o esloveno Goran Dragic. É um ano de transição, mas é um ano em que prometem melhorar o resultado da época passada (25V-57D), embora não seja expectável que atinjam os playoffs. Desde que sigam este rumo e continuem a trabalhar para amadurecer a equipa, dentro de um a dois anos têm tudo para ser novamente uma das melhores equipas do Oeste, onde sempre estiveram habituados a estar com as míticas equipas dos anos 90, comandadas por Charles Barkley e mais recentemente com Steve Nash e Amare Stoudamire.

Principais Entradas: Eric Bledsoe (Clippers), Archie Goodwin (Rookie), Gerald Green (Indiana), Alex Len (Rookie), Miles Plumlee (Indiana), Viacheslav Kravtsov (Milwaukee).

Phoenix Suns
@NBA Photos Getty Images

Sacramento Kings: Comandados pelo irreverente e instável poste norte-americano DeMarcus Cousin, os Kings, que, por enquanto, continuam na cidade californiana de Sacramento, reforçaram-se bem com as entradas de Landry, Mbah a Moute, Greivis Vasquez e do rookie de Kansas McLemore. Infelizmente, parecem confinados a ficar uma vez mais pelos últimos lugares da Conferência Oeste e da Liga, e sinceramente vejo muita instabilidade, tanto dos jogadores como dos proprietários, que destabiliza este franchising e que afasta as pessoas de Sacramento da Sleep Train Arena.

Principais Entradas: Carl Landry (Golden State), Luc Mbah a Moute (Milwaukee), Ben McLemore (Rookie) e Greivis Vasquez (New Orleans)

Sacramento Kings
@NBA Photos Getty Images

Um Fim de Semana de Milhões

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cantoazulbranco

Fim de semana de selecções onde os dragões ganham milhões. Uma rima básica para uma introdução milionária. Esta sexta-feira passada, os azuis e brancos receberam uma “pequena” grande boa nova: a SAD do Futebol Clube do Porto registou um lucro de 20,356 milhões de euros referentes à época passada, 2012/2013.

Pois é, parece que as vendas de jogadores, ou melhor, de estrelas como João Moutinho e James Rodriguez ao Mónaco renderam ao Porto mais de 76 milhões de euros. 29 milhões a mais do que na época anterior. Apesar de ser um período em que registou um prejuízo de mais de 35 milhões de euros, a SAD azul e branca voltou a lucrar em 2012/13, em que o seu passivo baixou mais de 3 milhões. O Porto tem a “fama”, boa fama na minha opinião, de comprar promessas a um preço muito acessível e conseguir lucrar imenso com as suas vendas e a época passada não foi diferente. As vendas destes dois talentos possibilitaram ao Porto um ano de lucro que poderá marcar a diferença entre momentos mais difíceis ao longo deste campeonato ou até mesmo de outros no futuro. Este tipo de negócios é algo a que o Porto está habituado, sabendo sempre em quem investir e por quanto investir de modo a conseguir sempre lucro quando os jogadores ou o próprio clube decidem pôr fim ao seu acordo mútuo.

João Moutinho e James Rodríguez / Fonte: http://imgs.cmjornal.xl.pt/
João Moutinho e James Rodríguez / Fonte: http://imgs.cmjornal.xl.pt/

Uma questão que fica é a utilidade que se irá dar a esta notícia: será que Paulo Fonseca lhe irá dar uso já no mercado de inverno para fortificar o meio-campo portista, uma questão que tem sido alvo de várias críticas dos adeptos azuis e brancos tendo em conta o futebol praticado pelos dragões e os consequentes resultados sofríveis neste início de época. No entanto, num fim de semana em que só as selecções brilham, esta é uma óptima notícia para um Porto desapaixonado, sendo que estes milhões poderão servir como um novo balão de oxigénio para a época que se avizinha.

No princípio era Sport Lisboa e Benfica

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benficaabenfica

Às vezes, a meio de algum dos 3489 jogos que já vi na Luz, enquanto os jogadores suam (Maxi e Enzo, esta é para vocês) e os colegas de bancada vociferam sobre a mãe do árbitro, sou traído pela (in)consciência e vou em busca do Sport Lisboa e Benfica. Não reconheço este Benfica naquele que me foi explicado e ensinado.

Nasci e cresci Benfica na pior fase da história do clube, é verdade. Mas muito para lá do Damásio, do Pembridge, do Bossio e do Uribe, havia militância, indignação, ambição de algo mais e melhor. Não tínhamos o Matic, o Salvio, a Benfica TV e as cadeiras almofadadas, mas orgulhosamente tínhamos o Estádio da Luz com cento e vinte mil cadeiras vermelhas com tantos outros golos e goleadas para contar. Havia arraial, havia cumplicidade, havia camisas pintadas a vinho, havia odor a Benfica que proliferava de todo aquele calor humano em redor de uma panela com sobras do almoço. O pré-jogo era feito ali mesmo, ensinando e bebendo e comendo Benfica. Não havia “especial antevisão”, comentadores com o cabelo perfeitamente aprumado para o directo. O fora-de-jogo milimétrico, a chuva de dados estatísticos e a previsão dos 22 jogadores que dali por algumas horas dariam cor ao relvado da Luz (os 11 do adepto-treinador-árbitro-dirigente-quase jogador e os 11 do treinador), davam lugar aos fumos e charutos e às cervejas e à Orangina (para tortos, chegavam os pais).

Antigo Estádio da Luz Fonte: vivaobenfica.wordpress.com
Antigo Estádio da Luz
Fonte: vivaobenfica.wordpress.com

Isto desapareceu, emigrou, morreu. Deve estar no quarto anel à espera de acolher o Coluna e o Eusébio e o Águas e o Chalana. Foi-se a aura emuita da mística. Não deixámos de festejar os golos nem sequer o honroso feito das Taças da Liga, claro que não. Muito menos de chorar copiosas derrotas no país vizinho ou facadas aos 92 minutos. Mas não sabe ao mesmo. Hoje, 2013, onde está o benfiquista bêbado e labrego, que deixava o galhardete no espelho do carro e o cachecol na traseira? Só passaram (quase) duas décadas mas parece que foi uma vida. O cabelo arranjado e brilhante dos comentadores passou a embelezar o piso 1 e 2 do Estádio, repleto de humanos que ali vão ficando e bocejando durante os 90 minutos. Quase mortos-vivos sem que ninguém os tenha avisado, dão tanta importância ao jogo como a uma ida à mercearia comprar o açúcar que falta. Apertam-se mãos, dão-se abraços (não, não foi golo do Cardozo) e fecha-se aquele negócio. Os corredores da Luz ostentam douradas placas, gloriosa obra da empresa do cunhado do filho do director X e Y, “Benfica Corporate” e “Benfica Business” e outros que tais. O Sport Lisboa e Benfica virou negócio, interesse e palmadinhas nas costas. Ao que chegámos.

Tragam-me de volta o bêbado, o taxista, a filinha pirilau para a espécie de casa-de-banho e o Gullit pendurado nas grades, de megafone com mil vidas para contar na mão. Quando é que vais voltar a ser Sport Lisboa e Benfica, Benfica?

Playoffs? Isso é para meninos

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cab futsal

Hoje tenho a minha cadela como musa inspiradora, o que não está propriamente a resultar, porque eu olho para ela com carinho e ela olha para mim como se eu fosse atrasado mental;
no meio desta troca de olhares intensa, ainda rebola para eu lhe fazer festinhas na barriga.
Cadelas… há vários sentidos para a palavra cadela; caso não saibam, há pessoas que empregam a expressão “cadela” quando alguém está fortemente embriagado. “Eía ganda cadela” é uma expressão taberneira relativamente usual. O que é que se passa é que, depois de ver o jogo da selecção de ontem e a paragem cerebral do Rui Patrício, eu só posso acreditar que ele estava com “uma ganda cadela” quando se trocou todo e pensou que estava a jogar com os de branco.

http://www.zimbio.com/photos/Rui+Patr+cio/Portugal+v+Spain+UEFA+EURO+2012+Semi+Final/D5MQInNU1Mf
Fonte: zimbio.com

Podia ficar aqui o dia inteiro a falar do passe preciso do Rui Patrício ou das fintas fabulosas do Nani – se o deixassem, o homem fintava a grande muralha da china, isto sem passar a bola, porque o futebol para o Nani é um jogo de equipa: ele e a bola são uma equipa, os outros que se orientem.

Mas nem tudo é mau no panorama futebolístico nacional: enquanto jogadores como o Rui Patrício confundem o Pepe com o Ben Basat (o que é natural: agora que o Pepe tem cabelo, atrofia toda a gente) e a Selecção Nacional de Futebol vai de mal a pior, a Selecção Nacional de Futsal descobre quem vai defrontar no Europeu de Futsal 2014, que se vai realizar na Bélgica. E surpresa das surpresas, qualificaram-se… SEM PLAYOFFS! Sem espinhas, em primeiro do grupo, só com vitórias. Assim dá gosto!

http://pt.uefa.com
Quadro de Playoffs
Fonte: UEFA.com

Esperemos que se portem bem e que tragam o caneco para casa, tarefa nada fácil com selecções como a Espanha, o Azerbaijão ou mesmo a Itália a competir. Desde que não se lembrem de começar a jogar com os adversários em vez de contra eles, pode ser que consigam uma gracinha; equipa para isso temos, falta-nos, se calhar, um discurso motivacional do Ben Basat: “Acreditem até ao fim, pode ser que eles confundam as camisolas”.

Deixem-nos ser felizes

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milnovezeroseis

Numa primeira percepção, leiga e mesquinha, juntar as palavras Sporting e felicidade numa frase comum é algo irrisório. Inconcebível. Ao longo dos últimos quatro anos, os amantes do desporto-rei, e não só, habituaram-se a ouvir um relato repetido até à exaustão que aclamava o Sporting Clube de Portugal, instituição centenária, como um clube morto. Um “não-grande”, no dizer de bastantes notaveisinhos. Enfim, um sem número de argumentos de quem desconhece a verdadeira idiossincrasia das gentes de Alvalade e do clube que nos pinta os corações de verde e branco.

Neste sentido, a actual temporada tem representado um verdadeiro volte face. O Sporting é, novamente, uma equipa com rotinas de jogo, disciplinada tacticamente, com brio exibicional, e superiormente liderada, não apenas por Bruno de Carvalho, como também por Leonardo Jardim, que merece ter os louros do enorme trabalho feito até ao momento. Acrescente-se um coletivo repleto de qualidade (Montero, Wilson Eduardo, Jefferson, Adrien, e fico por aqui porque caso contrário teria de citar o plantel todo) e eis o Sporting.

Ou melhor, um “quase-Sporting”. O Sporting, no seu todo, só coexiste graças à massa adepta fanática que acompanha religiosamente o clube. Não apenas fisicamente porque, por vezes, a vida tal não permite mas igualmente por intermédio de textos, mensagens, ou simplesmente através do mero facto de envergar um cachecol ao pescoço sempre que a turma de Alvalade entra em campo.

Chamo-me Pedro Lemos e enquadro-me nesta última descrição. Tenho 17 anos de sportinguismo e aceitei ser mais um escriba no novíssimo formato do Bola Na Rede. Como leão que sou, ambiciono defender o meu clube com garras (de leão) e dentes. A hora para o fazer é das mais favoráveis de que tenho memória. O Sporting encanta. Confesso, sou um platónico. Entusiasmo-me quando o meu clube joga bom futebol e ganha jogos por mérito próprio. Instintivamente o meu intelecto idealiza voos altíssimos. Marquês em Maio. Champions League em Setembro. E por aí fora.

Aos iluminados que referenciei no princípio do texto dedico esta primeira e curta crónica, a quem julgava que o Sporting, que é de Portugal, estava num estado de profunda latência. A resposta está à vista. O leão está vivo e ruge bastante alto.

O sumo vermelho

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Topo Sul

Quando se processa a habitual paragem dos campeonatos, para se cumprirem os jogos de qualificação das selecções, é a altura em que se fazem as primeiras reflexões (ou mais ponderadas) sobre o início de época das equipas, o que de melhor e pior se fez e aquilo em que se deve melhorar. Estou certo de que todos os treinadores, dirigentes, jogadores e muitos adeptos de futebol praticam este exercício e tiram as suas próprias conclusões, e eu incluo-me nesse lote.
Com tanta coisa que tem acontecido a este Benfica era normal e lógico que as minhas conclusões girassem em torno de abordagens tácticas mal conseguidas pelo treinador ou pelo sub-rendimento de alguns jogadores. No entanto, as minhas atenções recaíram especialmente num ponto que merece total reflexão: a formação do nosso clube. Aquilo a que chamo o “sumo vermelho-e-branco”.

Os compromissos internacionais que se disputam por esta altura não têm que ver somente com a qualificação para o Mundial no Brasil. Aliás, por todo o mundo se compete por vagas em torneios jovens de nomeada no futebol internacional, como os campeonatos europeus de Sub-17, Sub-19 e Sub-21. Ao mesmo tempo que a nossa Selecção A vai sofrendo para chegar ao Mundial 2014, jovens selecções lusas vão brilhando em palcos menores, onde despontam extraordinários talentos, muitos deles com carimbo e selo benfiquista.

Se olharmos para as convocatórias das selecções jovens portuguesas, facilmente nos salta à vista a quantidades de pupilos encarnados que as completam. Só nesta geração de sub-17, que caminha a passos largos para o Europeu de 2014, são dez os jogadores benfiquistas que entram nas contas do seleccionador nacional. No escalão acima – os sub-19 – também é o Benfica que normalmente conta mais representantes nas escolhas do seleccionador Hélio Sousa. Na selecção que serve (ou deve servir) de rampa de lançamento para a selecção principal – os sub-21 – figuram nomes como André Gomes ou Ivan Cavaleiro. No topo da pirâmide, na selecção A, Nélson Oliveira, aquele que não tem espaço no nosso plantel, tem lugar cativo nos planos de Paulo Bento.

André Gomes na Seleção / Fonte: www.abola.pt
André Gomes na Selecção
Fonte: A Bola

Este preâmbulo serviu para nos apercebermos do potencial que paira pelo Caixa Futebol Campus e para dar conta que estes meninos serão o futuro do futebol português e a próxima linha geracional da selecção principal. Os seleccionadores jovens, como mostram as convocatórias, estão a contar com eles para isso e agora é esperar que os altos responsáveis do Benfica não interrompam o processo e desperdicem a benesse, como tão bem o sabem fazer.

Todos estes indicadores parecem ser mais do que suficientes para se perceber que a cantera encarnada está bem e recomenda-se e que, mais cedo ou mais tarde, estes jovens acabarão por cumprir o sonho que os guia e envergar a camisola principal do Sport Lisboa e Benfica. No entanto, parece que esse processo não é assim tão simples como aparenta e (vá se lá saber porquê) há quem pense que o futebol destes pequenos craques não chega para entrar nas contas do treinador que, por isso, tende em apostar no jogador estrangeiro. Como diz o ditado, “o que de fora é que tem valor”, e num clube como o Benfica essa premissa é imperativa. Assim sendo, valores seguros e portugueses perdem espaço de manobra e voam para outras paragens, mesmo que essas paragens sejam clubes como o Manchester City, candidato ao título em Inglaterra, ou clubes de primeira água em Espanha ou Itália.

Marcos Lopes é o maior exemplo do desperdício benfiquista no que à formação diz respeito. Apesar de ter descendência brasileira, “Rony”, como é conhecido na esfera futebolística, é internacional pelas selecções portuguesas e um dos maiores talentos do futebol nacional. Há dois anos atrás transferiu-se do Benfica para o Manchester City a troco da módica quantia de um milhão de euros. Hoje, com apenas dezoito anos, é capitão dos juniores da formação inglesa e até já se estreou na equipa principal, ao lado de craques como Agüero ou David Silva. Histórias como esta são um habitué no universo encarnado e um dos factores para que hoje tenhamos apenas seis portugueses num plantel principal composto por vinte e cinco jogadores.

O sumo vermelho-e-branco parece ser mesmo ácido para os responsáveis do Sport Lisboa e Benfica e nem com os melhores ingredientes à disposição se produz a receita de qualidade nacional.

Só porque é cedo não significa que estejamos a dormir!

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opinioesnaomarcamgolos

Eu acho que é cedo para falar de resultados num campeonato que todos sabemos funcionar a longo prazo. Estamos no início, ainda! Mas mesmo no início já há certas coisas que se podem dizer, pois só porque é cedo não significa que estejamos a dormir…

Simpatizo com o Sporting mas acho que está com passadas cada vez maiores, onde algumas parecem exceder a própria perna, tanto pela equipa como pelo seu presidente. Têm jogado bem, sim, mas há erros que simplesmente não dá para entender. Se o Montero marcar 3 golos por cada erro do género “Markovic passa pela defesa toda sem qualquer problema” acho que mesmo assim o Sporting fica a perder. Quem é sportinguista percebe isso bem. Eu não sou e percebo! Leonardo Jardim pode ser o treinador certo para esta equipa desde que não falhe nas pequenas coisas. Apesar de tudo acho que dos três grandes é a equipa que deixa mais pontos de interrogação no ar. Veremos o que acontece…

O Benfica é um caso de má liderança, ponto final. Foram erros atrás de erros e vão continuar a ser enquanto a gerência se mantiver. Enquanto portista espero que se mantenham. Enquanto adepto de futebol espero que não. O maior clube português, aquele que tanto gosta de enaltecer a sua história e massa associativa, não pode cair em erros que todos percebem ser estúpidos. Todos menos a tal gerência. Foi o caso do “empurrão” do Luisão ao árbitro, o caso Cardozo, a entrevista ridícula ao mesmo na Benfica TV, as agressões de Jesus em Guimarães, e mais que não me lembro agora. Em nenhum caso houve um reconhecimento da asneira e um consequente pedido de desculpas. Mas desculpas pedem-se quando é sentido, e quem não sente está-se nas tintas para a gente, mas ao menos que resolvam as coisas como deve ser. Também não foi o caso… Antes do campeonato começar já se ouvia dizer que o Benfica ia fazer uma das piores épocas de sempre. Eu concordo. Para o Benfica começar a remediar a situação é preciso mandar o treinador embora. O que até tem piada pois o manager tem mais talento do que a própria gerência, apesar de ser o primeiro a ter que sair.

Hector Herrera / Fonte: O Jogo
Hector Herrera / Fonte: O Jogo

E o meu Porto também não convence. Fez uma boa pré-época onde o único problema que aparentava ter era a gestão dos muitos e bons jogadores ao seu dispor. Aqueles jogos que ia fazendo, onde o jogo jogado era pouco atraente e discreto, continuam nos campos portugueses. Mantém-se o 4x3x3 e muito se gosta de falar do triângulo invertido. Jornalistas e treinadores, todos a falarem da porcaria da inversão insinuando e questionando a alteração da equipa no sentido ofensivo para o defensivo, mas ninguém se lembrou de perguntar como é que esse triângulo ia funcionar sem um médio de nível para “substituir” o Moutinho e, tão importante como esse enorme jogador do Mónaco, sem extremos que consigam rasgar as linhas e meter bolas no Jackson! Será que ninguém vê o que se passa? O único jogador que pode fazer alguma coisa no meio campo é o Herrera! Sempre foi! Desde o primeiro jogo que se percebeu como aquele miúdo joga. De cabeça levantada, sem medo da pressão, consciente do jogo e, sempre que fica encurralado com dois ou três defesas à sua volta, não inventa. E adivinhem lá? A posse de bola é mantida. Se calhar é hora de começar a apostar nele… O Quintero é craque? É, mas ainda tem de correr uns bons quilómetros para sentar o Lucho. E quanto aos extremos…aquele abraço! Temos o Varela, que não consegue fazer dois bons jogos seguidos, o Josué, que não é bem um extremo, o Licá, que é o único que parece ser bom no pouco que a equipa vai fazendo, e o Ricardo, que ainda mal se mostrou. E importa referir que não ter bons extremos a jogar é o mesmo que tirar rendimento ao melhor defesa esquerdo a jogar em Portugal. Alex Sandro é um verdadeiro craque, e com um bom extremo à sua frente pode fazer uma “equipa” de sucesso!