– Independentes! Independentes! Independentes até à morte!
Era o grito que ecoava no balneário antes de cada jogo; era rotina, mas eu esperava a semana toda para ouvir esse grito – não por me sentir motivado ou próximo dos meus companheiros, mas sim porque tinha oportunidade de ver a cabeça do meu treinador da cor da camisola principal do Benfica (depois de Paris quase que me custa falar no Benfica, mas o que tem de ser tem muita força).
Fonte: sines.pt
Era uma papoila saltitante o mestre da táctica Sineense, conhecido no mundo do futsal de formação como “Tomané”… Minto, ele não era propriamente uma papoila saltitante; porém, aquando desse grito, a cabeça dele bem que me enganava. Eu admirava de perto as veias salientes na testa do “mister” e os olhos, esbugalhados enquanto nos brindava com perdigotos e gritava “Independentes”. Era um momento único que me há-de ficar marcado para o resto da vida, até porque com tanto banho de perdigotos quase aposto que ainda encontram ADN Tomanense no meu cabelo.
Embora tenha tido um passado brilhante no futsal de formação (deixo ao critério do leitor a existência desse mesmo passado brilhante), vinha-vos mesmo falar do jogo do campeonato nacional de futsal entre o Sporting, campeão em título, e o Rio Ave, inteligentemente denominado assim porque em Vila do Conde passa um Rio… que se chama Ave.
Foi um jogo impróprio para cardíacos no reduto do Sporting (6-6) e fez com que me lembrasse dos “jogaços” na minha escola primária, em que eram uns 30 em cada equipa e acabava 22-23 porque alguém gritava “Quem marcar ganha!”, ou 22-22 porque o dono da bola amuava e levava a bola com ele quando lhe faziam uma falta e não a assinalavam (isto já era o Pinto da Costa com a mão nos árbitros).
Desta vez, quem amuou foi mesmo o Nuno Dias, treinador do Sporting, que depois de estar a ganhar por 6-3 vê a vitória a escapar a 30 segundos do fim, com um golo meio atabalhoado de um jogador chamado “Formiga”. Se isto não faz lembrar a primária e os jogos épicos no recreio, então não sei o que faz.
Começam hoje os jogos de pré-época 2013-14 da NBA, e, como tal, deixo-vos na minha estreia no Bola na Rede a minha opinião sobre cada equipa da National Basketball Association. Começo pela conferência Oeste e por uma das divisões mais difíceis de toda a liga, a Southwest Division, que conta com a presença dos Dallas Mavericks, Houston Rockets, Memphis Grizzlies, New Orleans Pelicans e San Antonio Spurs.
Na Southwest Division, os Spurs e os Grizzlies disputarão a conquista desta divisão, seguindo naturalmente para a decisão do título da liga. Penso que tanto os Mavs como os Rockets têm condições para disputar uma das últimas vagas da Conferência Oeste nos playoffs.
Dallas Mavericks: Depois de uma fraca prestação na época passada, onde falharam os playoffs, a equipa do excêntrico Mark Cuban procurou arrumar a casa e adquirir jogadores com vários anos de NBA, assegurando a estabilidade necessária a Dirk Nowitzki. As principais novidades passam por uma nova dupla de bases, com José Calderon e Devin Harris a controlarem o ritmo de jogo dos Mavs, libertando Monta Ellis para a posição de shooting guard. Prevejo que tenham uma época com mais vitórias em 2012-13 (41V-41D), mas nem por isso a luta pelos playoffs será mais fácil.
Principais Entradas: DeJuan Blair (San Antonio), Jose Calderon (Detroit), Samuel Dalembert (Milwaukee), Monta Ellis (Milwaukee) e Devin Harris (Atlanta)
Dallas Mavericks @NBA Photo Getty Images
Houston Rockets: Quem contrata Dwight Howard tem de se assumir como uma das principais potências da Conferência Oeste. Os Rockets – apesar de prometerem ser uma das equipas que mais show irá proporcionar aos seus fãs, com um 5 inicial fortíssimo (Jeremy Lin, James Harden, Chandler Parsons, Omer Asik e Dwight Howard) -, na minha opinião, não terão, este ano, grandes resultados, isto porque o processo de reestruturação do franchising é demorado e a pouca qualidade dos seus suplentes não garante a estabilidade necessária para sonharem com outros voos. Contudo, devem alcançar um lugar nos playoffs.
Principais Entradas: Dwight Howard (Lakers), Marcus Camby (New York), Isaiah Canaan (Rookie)
Houston Rockets @NBA Photo Getty Images
Memphis Grizzlies: A equipa de Tennessee não se reforçou muito, registando-se o regresso do veterano Mike Miller e do poste grego Kousta Koufos. Os Grizzlies são uma das “verdadeiras” equipas da NBA porque, sem grandes superstars e tendo em conta a estranha troca da última temporada com a perda de Rudy Gay para os Toronto Raptors, conquistam ano após ano um lugar no top 5 da Conferência Oeste, com Zach Randolph e Marc Gasol a formarem umas das duplas de jogo interior mais eficazes e temidas da liga. Prevejo que voltem a repetir o top 5 na regular season e que atinjam pelo menos a 2ªronda dos playoffs.
Principais Entradas: Kosta Koufos (Denver) e Mike Miller (Miami)
Memphis Grizzlies @NBA Photo Getty Images
New Orleans Pelicans: O franchising continua em profunda reestruturação, as mudanças continuam e nem o nome escapou! Deixaram de ser Hornets e passaram para Pelicans, mas o otimismo e a esperança devem reinar no Louisiana, pois, apesar de ambos serem muito jovens, a aquisição de Tyreke Evans e de Jrue Holiday vai trazer francas melhorias a New Orleans. Anthony Davis ainda não confirmou o seu estatuto de 1ªescolha do draft de 2012, e este deverá ser o seu ano de afirmação, com médias expectáveis de 10 pontos, 10 ressaltos e 4 desarmes por jogo. Apesar de terem jogadores interessantes, a forte luta por um lugar nos playoffs remete os Pelicans para mais uma época a assistirem as decisões da NBA pela TV.
Principais Entradas: Tyreke Evans (Sacramento), Jrue Holiday (Philadelphia), Anthony Morrow (Dallas), Greg Stiemsma (Minnesota) e Jeff Withey (Rookie)
New Orleans Pelicans @NBA Photo Getty Images
San Antonio Spurs: Confesso que é uma das minhas equipas preferidas, e promete lutar novamente pelo título da NBA. É verdade que Tim Duncan e Manu Ginobli já não têm o fulgor de outros tempos, mas a qualidade e profundidade da equipa texana permite que a gestão física de todos os seus atletas que é levada a cabo pelo seu treinador, Greg Popovich, seja executada de forma exemplar durante a longa e exigente regular season. A armada francesa dos Spurs, liderada por Tony Parker, volta a San Antonio, ainda mais motivada depois da surpreendente vitória gaulesa no Campeonato da Europa. As entradas de Pendergraph, Maggette, e principalmente do italiano Marco Belinelli trazem mais soluções e mais certezas de uma época repleta de vitórias.
Principais Entradas: Marco Belinelli (Chicago), Corey Maggette (FA) e Jeff Pendergraph (Indiana)
Foi durante o jogo de ontem, entre o Manchester United e o Sunderland, que me veio à cabeça toda a possível inspiração para o texto que vos apresento. Para quem não viu, adianto desde já que a exibição dos red devils voltou a ser desapontante. Percebe-se que David Moyes continua com grandes dificuldades para motivar os seus jogadores, que, obviamente, ainda sentem o peso da ausência de Alex Ferguson no banco de suplentes. E a história do jogo é muito simples: a incapacidade coletiva do Manchester acabou por ser compensada com o aparecimento de um menino, que revolucionou o encontro. Quando já todos pensavam que David Moyes ia sofrer um novo desaire, eis que apareceu Adnan Januzaj. Um rapaz de apenas 18 anos que anotou os 2 golos da reviravolta e consequente vitória do Manchester United.
Ao ter observado a qualidade mais do que evidente deste menino, a primeira reação que tive foi de querer saber mais sobre o seu percurso. E, coincidência ou não, poderemos estar perante mais um acrescento de qualidade para a seleção da Bélgica. Embora o jogador possa escolher representar 1 de 5 países (sim, é verdade), tudo leva a crer, segundo as últimas notícias, que deverá preferir a Bélgica à Turquia, Albânia, Sérvia ou Kosovo. E este cenário é propício para que a seleção belga se continue a afirmar como uma das maiores potências futebolísticas a nível mundial.
Para os mais desatentos, começo por relembrar que a Bélgica já está com um pé no próximo Mundial’2014, tendo registado, até ao momento, 7 vitórias e 1 empate, com 15 golos marcados e apenas 2 sofridos. E esta campanha só é surpreendente para quem ainda não se deu ao trabalho de olhar para os jogadores que representam a equipa belga. Logo na baliza, há Thibaut Courtois (titular) e Simon Mignolet (suplente), que são dois dos melhores da atualidade e que têm sido determinantes para as boas campanhas dos seus clubes, nesta temporada: falo de Atlético de Madrid e Liverpool, respetivamente.
Na defesa as opções para o centro são tantas que até é absurdo enumerar tantos jogadores. Desde Kompany, que é um dos melhores na sua posição, a Verthongen, passando por Vermaelen, Van Buyten ou Alderweireld, a oferta é tanta que dará para fazer diversas combinações diferentes. Nas laterais encontro a lacuna mais débil da Bélgica, já que não há tantos jogadores de craveira internacional para o posto. Ainda assim, vários dos centrais belgas sabem jogar (bem) nesse posto.
No meio-campo resume-se muita da força da Bélgica. Quem se dá ao luxo de ter Marouane Fellaini, que recentemente foi contratado pelo Manchester United por 32, 4 milhões de euros, Axel Witsel (sentem falta dele, adeptos do Benfica?), Steven Defour ou o jovem craque de José Mourinho, Kevin de Bruyne, tem argumentos para enfrentar qualquer equipa no mundo!
Por fim, a zona de ataque. E se já estão assustados com o potencial, não leiam mais. É que agora ainda posso falar no prodígio Eden Hazard, Nacer Chadli, Dries Mertens, Moussa Dembelé ou os pontas-de-lança Benteke, Jelle Vossen, Mirallas ou Romelu Lukaku. Todos jogadores de enorme qualidade e craveira internacional.
Isto tudo serve para dizer que acredito seriamente que a Bélgica é mesmo candidata ao próximo Mundial’2014. Se calhar ainda não chamou a atenção de todos os críticos. Até por que a qualidade da seleção não é, obviamente, equivalente à dos seus clubes nacionais que têm no Anderlecht (recentemente derrotado de forma clara pelo Benfica) o seu expoente máximo. Mas a Bélgica está viva. E tem uma verdadeira geração de ouro. A fazer lembrar… a famosa equipa de Portugal no Europeu de 2000. E se ainda não captou a vossa atenção, peço-vos que vejam um ou dois jogos. A qualidade é imensa.
Enquanto portista, e como é de esperar, o resultado na Champions foi algo que não me caiu bem, principalmente porque foi num dos estádios mais temidos da Europa. Pois bem, nesta última semana o dragão não voou muito alto… Questiono-me enquanto mero adepto. Será que é culpa de Paulo Fonseca? Será que é culpa dos jogadores? Perguntas de bancada (ou não) que muitas vezes não obtêm resposta. O que é sabido é que as exibições do Porto não têm sido muito felizes. Os azuis e brancos iniciam os jogos sempre com uma chama elevada que se vai desvanecendo ao longo do jogo, até não existir mais.
Esta situação é algo que tem vindo a ser constante neste início de temporada. A posse de bola astronómica parece ser, por vezes, fogo de vista. Este ano temos um Porto igualmente forte, em plantel, mas não finalizador. A posse de bola é imensa mas os golos tardam em aparecer, e, quando aparecem, são conseguidos com muita dificuldade. O meio campo azul e branco tem grande dificuldade em manter a eficácia de passe, algo que se tem vindo a notar desde o início da época. Será Defour que não cumpre ou é a ausência do talento de Moutinho? Penso que ambas. Moutinho dava segurança no meio campo portista, era o coração das transições atacantes, um talento que marcava a diferença. Defour tem vontade e tenta cumprir mas, pessoalmente, não é um Moutinho. A eficácia de passe é notada a olhos vistos. Defour é um bom jogador, mas não é o antigo número oito dos dragões. Penso que esta simples alteração explica grande parte da ineficácia azul e branca. O meio campo portista já não funciona como um relógio suíço, mas sim como um relógio suíço, algo quebrado.
Defour / Fonte: www.doyensports.com
No encontro ibérico vimos um início de encontro com um Porto coeso, que, mais uma vez, rapidamente se tornou numa monotonia futebolística. O golo madrugador deu vontade aos jogadores para mais, mas tal não conseguiram entregar. Foram inúmeros os erros de ambas as equipas, o que transformou um expectante jogo de noite de Champions num sonolento encontro. A equipa portista, novamente, mostrou uma qualidade de passe muito abaixo da média que está habituado a oferecer aos seus adeptos, e a desconcentração ataca sempre o 11 numa altura crucial do jogo. O dragão vivo passa a um dragão adormecido, que se sujeita a sofrer golos ou marca muito poucos. Já dizia o outro que quem não marca sofre; esta velha máxima pode-se aplicar a este Porto desanimado, outrora apaixonante. É de notar que este “novo” Porto se contenta com pouco. Por outras palavras, há qualidade mas não há vontade. Isto é tudo muito subjectivo quando se trata da opinião de um mero espectador de bancada, mas, no entanto, a verdade é que o Porto já não é o Porto a que nós, os portistas, estamos acostumados, e isso é visível. O papel de Paulo Fonseca neste contexto é questionável. Certas opções tácticas deste jovem treinador deixam muitos portistas desconfiados e desagradados. Será que é muita areia para a sua camioneta?
Neste fim-de-semana o Porto encontra o Arouca, fora: um teste supostamente muito fácil para um pós-Champions. Como irá o Porto reagir depois do último resultado? Penso que é uma pergunta que se coloca. Na minha humilde opinião, não tenho grandes dúvidas de que irá vencer, por lógica; pelo menos é isso que espero. O que anseio observar é a tal chama mencionada anteriormente, já que o Porto entra com qualidade e passados 45 minutos cansa-se e não lhe apetece mais. Basicamente é isto que sinto quando vejo o Porto a jogar, infelizmente. Arouca é um teste fácil, se calhar demasiado fácil para este Porto que talvez necessitasse de um encontro mais exigente para espevitar a sua paixão e sentido de responsabilidade enquanto a grande equipa que a considero, e que é. Enquanto adepto portista, espero que neste encontro se veja um Porto mais coeso, mais concentrado, de passe prático, objectivo e eficaz; um dragão apaixonado e apaixonante que pratica um futebol fantástico e elegante. Para este jogo espero um verdadeiro Porto!
Liverpool, 8 de Abril de 2010: Jorge Jesus coloca David Luiz a defesa-esquerdo, quando nada o fazia prever, e monta uma estratégia bastante temerosa para o Liverpool vs Benfica, em partida a contar para a 2ª mão dos quartos-de-final da Liga Europa. Resultado final? Liverpool 4-1 Benfica.
Aveiro, 7 de Agosto de 2010: FC Porto coloca o então campeão nacional Benfica de cócoras. Os comandados de Jorge Jesus são completamente dominados e subjugados perante o rival, e o resultado final até peca por escasso (Porto 2-0 Benfica).
Porto, 7 de Novembro de 2010: toda a nação benfiquista fica em choque com uma humilhante derrota por 5-0 no Estádio do Dragão. Exibição ridícula, estratégia anti-Hulk, resultado dramático.
Lisboa, 3 de Abril de 2011: FC Porto sagra-se campeão nacional no Estádio da Luz, após vencer o Benfica por 2-1. Completamente dominada pelos “dragões”, a equipa de Jorge Jesus arrasta-se em campo.
Lisboa, 20 de Abril de 2011: pouco mais de duas semanas depois, o FC Porto volta a fazer miséria na Luz. Em jogo respeitante à 2ª mão das meias-finais da Taça de Portugal, o Benfica desaproveita de uma forma inacreditável a vantagem que tinha trazido do jogo da 1ª mão, no Dragão.
Braga, 5 de Maio de 2011: com uma derrota por 1-0 em Braga, o Benfica é eliminado nas meias-finais da Liga Europa.
Lisboa, 2 de Março de 2012: Benfica perde em casa por 3-2, frente ao FC Porto. E, pior que isso, cede a primeira posição à equipa azul-e-branca, quando três jornadas antes tinha cinco pontos de avanço.
Lisboa, 9 de Abril de 2012: Benfica despede-se do título, depois de perder por 1-0 em Alvalade, frente ao Sporting. Equipa sem atitude, sem génio, desgarrada, desolada.
Porto, 11 de Maio de 2013: Kelvin coloca o mundo benfiquista num pranto. Jesus de joelhos, Benfica praticamente KO, campeonato que parecia decidido para os “encarnados” a esfumar-se com um golo à beira do apito final.
Amesterdão, 15 de Maio de 2013: final da Liga Europa, fantástico Benfica, derrota no último suspiro do jogo. Azar interminável, injustiça no resultado, mas vitória para os ingleses.
Jamor, 26 de Maio de 2013: final da Taça de Portugal, derrota por 2-1 frente ao Vitória de Guimarães, exibição miserável, com um pós-jogo marcado pelo incidente Jesus/Cardozo.
Jorge Jesus, Treinador do Benfica Fonte: football365.com
Não, isto não é o guião para a próxima telenovela da TVI, mas sim o enunciado de uma série de desaires do Benfica, desde 2010. Se o azar esteve presente em muitos destes momentos, a incompetência também foi uma nota dominante em variadas alturas. Mesmo assim, optei por não colocar, nesta listagem negra, momentos pertencentes a esta temporada 2013/2014, que tem sido, até agora, um tormento para a equipa do Benfica.
Na minha modesta opinião, Jorge Jesus deveria ter saído do Benfica no final da temporada passada. O desgaste é tremendo, é visível aos olhos de toda a gente o desencantamento do plantel em relação ao técnico amadorense; não existe uma ponta de alegria.
Luís Filipe Vieira colocou à disposição de Jorge Jesus um grupo de trabalho fantástico, recheado de jogadores de alto nível. Porém, os resultados têm sido aquilo que se vê: más exibições, uma falta de empenho tremenda por parte dos atletas, um Jesus completamente impotente para reverter a situação.
Estamos em Portugal e não em Inglaterra, e, como tal, um clube grande não pode estar muito tempo sem vencer nada, com o mesmo treinador.
Jorge Jesus aufere um salário de sonho para aquilo que é o futebol cá do nosso burgo, e por isso mesmo tem quase nas suas mãos o presidente do Benfica. Será que Vieira não quer indemnizar Jorge Jesus? Será que Vieira ainda acredita no treinador dos encarnados?
Pessoalmente, eu não acredito. Nunca gostei de ser um arauto da desgraça, ainda para mais em relação ao Benfica, mas não antevejo nada de bom. Penso que, mais tarde ou mais cedo, a saída de Jorge Jesus será inevitável. E assim sendo, respondendo ao título deste artigo, sim, será o final de um ciclo. E será o final de um ciclo apenas para Jesus? E para o presidente do Benfica – presidente esse cada vez mais contestado, e que se perde constantemente em declarações dúbias e desconexas?
Pois é, pois é. Já chega de perguntas, e, por isso mesmo, esperemos pelo Estoril vs Benfica desta jornada da Liga Zon Sagres. Uma coisa é certa: em qualquer área profissional, depois de tanto mau resultado e desempenho, um qualquer funcionário já teria sido despedido. Portanto, caro Jorge Jesus, arrepia caminho e orienta lá a coisa. Tens um plantel excelente, grandes instalações para fazeres o teu trabalho, um salário chorudo, milhões de adeptos sedentos de vitórias. Mete o Benfica a vencer, por favor!
Mas sim, penso que estás a gozar os teus últimos momentos como técnico do Sport Lisboa e Benfica.
Dentro do carro, saído de Alvalade há dez minutos, tento exprimir por palavras o que me vai no coração. Ainda com arrepios provocados pelo ambiente sentido dentro e fora do estádio, tento tirar da cabeça os cânticos entoados durante cerca de duas horas.
Mas porquê esquecer que “TU VAIS VENCER, PORQUE A NOSSA FORÇA É BRUTAL”, quando foi ao som deste inesquecível hino que chegámos ao terceiro golo? E que golo! Naquele minuto 71, assistiu-se a uma verdadeira competição de hinos. Dentro do campo, uma homenagem ao futebol. Nas bancadas, uma real demonstração de apoio e dedicação por parte de adeptos que há muito mereciam esta retribuição.
“Só eu sei porque não fico em casa” nunca fez tanto sentido. E é com todo o estádio a cantar a mais famosa lírica de apoio ao grande Sporting que Adrien faz o quarto golo.
Confesso ter tirado o olhar do campo durante um par de minutos. O verdadeiro espectáculo acontecia nas bancadas. Finalmente as claques organizadas e os outros 30 mil adeptos estavam em sintonia. Viveu-se uma harmonia de elevados decibéis entre a Curva Sul e as restantes bancadas. Dei por mim concentrado numa rapariga, na bancada central, erguendo o seu cachecol e entoando todos os cânticos de frente para as claques. Alvalade virou finalmente casa de família. Da família sportinguista que há tanto ansiava por este momento.
Juventude Leonina / Fonte: panoramio.com
Hoje não deve ter havido um único adepto que não se tenha sentido em casa no covil do leão. Leão esse que acabou o jogo cuspindo fogo pela boca, empurrado pelos rugidos impossíveis de ignorar a seu redor.
O Sporting está de volta, a massa associativa está mais fiel do que nunca e apetece-me sorrir. Recomendo a todo e qualquer sportinguista assistir a um jogo no estádio. Vencendo, ou não, sairão de lá contentes. Orgulhosos de pertencerem a esta família, radiantes por possuírem algo que nos distingue dos demais adeptos.
“Isto é o Sporting” e “nós acreditamos em vocês”. Finalmente sente-se verdade nas palavras ecoadas em nossa casa. Com os pés assentes na terra mas uma vontade e esperança sem limites, os últimos dez minutos foram jogados já no Dragão. Sabemos que não será fácil e que a deslocação ao norte não é barata. Ainda assim gritou-se “E vamos todos ao Dragão” a uma só voz. E eu vou. Porque ser do Sporting é superar desafio atrás de desafio e continuar a sonhar. E o sonho não tem preço, é impagável. É a nossa força brutal!
Fora de terras lusitanas também se joga futebol. E que futebol! Quem segue de perto os principais campeonatos internacionais tem assistido a alguns fenómenos que prometem tornar esta época aliciante até à última jornada. Desde a surpresa e o contentamento pelo regresso de alguns gigantes adormecidos nos últimos anos até à desilusão que tem sido observar o decrescer da qualidade de outros, todas as emoções são permitidas e legítimas.
Na Liga BBVA, disputada em território espanhol, Barcelona e Atlético de Madrid partilham a liderança com 21 pontos. Este facto só será uma surpresa para quem não tem acompanhado a época protagonizada pelos “colchoneros”, que contam por vitórias os sete jogos disputados até agora. Lutando contra a bipolarização do futebol espanhol, o Atlético parece querer intrometer-se numa luta pelo título erradamente anunciada a dois. Até ao momento vai sendo bem sucedido, tendo alcançado uma vantagem de cinco pontos sobre o eterno rival, Real Madrid, e conquistando um preciosa vitória no mais difícil estádio da capital castelhana, Santiago Bernabéu, casa do… Real Madrid. Curiosamente, à passagem da sétima jornada da última época, Barcelona e Atlético de Madrid dividiam também a liderança do campeonato espanhol. No final, o Atlético acabou a discutir o segundo lugar com o rival da capital, enquanto o Barcelona se sagrou campeão com mais 15 pontos que o Real Madrid.
Em Inglaterra, o Manchester United está a protagonizar um dos piores arranques de época de que os seus adeptos têm memória. Duas vitórias, um empate e três derrotas traduzem-se num 12ª lugar vergonhoso para o potencial da equipa e para o historial conquistado pelo clube. David Moyes parece não estar a conseguir lidar com a pressão de substituir o lendário Alex Ferguson e a urgência na conquista de pontos em Old Trafford aumenta a cada jornada que passa.
Por outro lado, Arsenal e, principalmente, o Liverpool parecem querer voltar a ocupar um lugar classificativo condizente com o seu estatuto de “grandes” do futebol inglês. Ambos estão a protagonizar um arranque de época notável, conseguindo conciliar resultados satisfatórios com uma qualidade de jogo apreciável para qualquer adepto do bom futebol.
Mais um histórico do futebol europeu que dá sinais claros de ter renascido é a A.S. Roma. Seis jogos, seis vitórias, primeiro lugar isolado da Serie A. Num campeonato onde o A.C. Milan vai desiludindo, este clube da capital italiana mostra vontade de dar continuidade a um início de época imaculado e lutar pelo título, assumindo-se como principal concorrente de Nápoles e Juventus.
Em França e na Alemanha, a luta pela primeira posição é neste momento disputada por três equipas, com tendência a tornar-se numa disputa a dois com o decorrer do campeonato. Dortmund, Bayern de Munique e Bayer Leverkusen ocupam o pódio da Bundesliga, enquanto em França este é preenchido por Monaco, PSG e Marselha.
A época 2013/2014 promete nos principais campeonatos europeus. Estamos apenas em Outubro. Ainda há muitos campeonatos pela frente e nós estaremos cá para os acompanhar.
Os desportos motorizados incluem várias modalidades, todas elas com os seus encantos. Hoje vamos falar sobre ralis, já que o título mundial foi entregue na passada quinta-feira.
O espaço desta semana vai ser mais em jeito de biografia do que de opinião, pois a ocasião assim o exige.
Loeb e o discipulo Fonte: autosport.pt
Sébastien Ogier sucede ao super-campeão Sébastien Loeb, o que equivale a dizer que o aluno sucede ao professor. Ambos os pilotos contaram, desde novos, com o apoio da Federação Francesa de Automobilismo (FFSA), que, ao patrocinar a participação em provas dos jovens valores do país, lhes dá visibilidade e experiência.
Ogier nasceu em Gap, no sul de França, a 17 de dezembro de 1983. Após vencer o Troféu 206 de França, em 2007, foi convidado para representar a equipa da FFSA no campeonato júnior do mundial (J-WRC), na temporada seguinte, aos comandos de um Citröen C2 S1600. A primeira época do francês nesta competição não podia ter corrido melhor: obteve três vitórias e um segundo lugar, o que lhe garantiu o título mundial. Para comemorar a conquista, a FFSA proporcionou a Ogier a estreia aos comandos de um WRC – o Citröen C4 WRC. Esta estreia deu-se no Rally da Grã-Bretanha, o qual, apesar de ter terminado em 26º, liderou durante as primeiras cinco especiais.
O ano de 2009 marca a estreia do francês a tempo inteiro no campeonato do mundo (WRC), ao serviço da Citröen Junior Team. O melhor resultado da época é o segundo lugar obtido no Rally da Grécia, considerado um dos mais duros do mundo. A classificação final do campeonato foi o oitavo posto, o melhor entre os pilotos da equipa. Nesse mesmo ano, participa ainda, aos comandos de um Pegeuot 207 S2000, no mítico Rally de Monte Carlo, prova que acaba por vencer.
Fonte: gotcone.com/
A temporada de 2010 é considerada a época de afirmação do piloto. Neste ano, Ogier consegue as primeiras vitórias no WRC e acaba a temporada a fazer os ralis de terra na equipa oficial da Citröen, em vez da equipa júnior. A sua primeira vitória é no Rally de Portugal, sendo que ganhou ainda o Rally do Japão, mas já ao serviço da equipa principal. O francês termina o ano de 2010 no quarto posto da classificação.
Em 2011, passa em definitivo para a equipa principal da Citröen, que estreia neste ano o novo DS3 WRC. Ao obter cinco vitórias (Portugal, Jordânia, Grécia, Alemanha e França), acaba a temporada em terceiro. Os resultados obtidos abrem a discussão sobre quem a equipa francesa deve escolher para líder: se o campeão Loeb, ou se a estrela em ascensão Ogier. A escolha caiu no primeiro, e Ogier decide mudar de equipa, entrando para a Volkswagem, que se encontrava a preparar a sua entrada no WRC. Foi, no fundo, um passo atrás para conseguir dar dois em frente.
A temporada de 2012 é passada em testes ao Polo WRC e em prova, ao volante do Skoda Fabia S2000. Num carro mais fraco que os WRC, Ogier consegue mesmo assim acabar em 10º no campeonato.
Fonte: The Guardian
A temporada de 2013 está a ser totalmente brilhante. A estreia do Polo WRC não podia estar a ser melhor e Ogier já venceu seis provas (Suécia, México, Portugal, Itália, Finlândia e Austrália), além de dois segundos lugares (Monte Carlo e Argentina), que já lhe valeram o título mundial, apesar de ainda faltar disputar duas provas e acabar o Rally de França, cujo desfecho é amanhã. Foi precisamente no seu país natal que Ogier se sagrou campeão mundial, pois a Power Stage foi a primeira especial disputada do rali, em vez da última, como habitualmente acontece.
Ogier chega assim, aos 29 anos, ao seu primeiro título mundial, na categoria principal de ralis. Tendo em conta a situação atual da modalidade, a qualidade do piloto e a qualidade do carro, não é de estranhar que este seja o primeiro de muitos títulos. Mas atenção: o próximo Sébastien já vem aí. Falo de Sébastien Chardonnet, de 24 anos (faz 25 no dia 17 deste mês), que, com o apoio da FFSA, está prestes a vencer o WRC3, competição que se destina aos carros da categoria “R3”.
No início desta época, alguém me perguntou como seria o desempenho do meu clube durante este campeonato. Ao contrário de todas as outras (em que a resposta era sempre “Vamos ser campeões!”), este ano, por alguma razão, a resposta foi diferente. Mais contida e mais realista. Não porque não haja motivo para expectativas – finalmente este ano parece que o caminho a seguir é outro – mas porque aprendi a saber esperar. Embora com algum atraso, sei que o nosso dia vai chegar. Caminhamos para lá, definitivamente.
Em relação aos nossos jogadores e a quem nos dirige, só podemos pedir que se esforcem em todos os jogos e todos os dias para nos devolverem a glória que um dia foi nossa e que alguém se encarregou de tirar.
Respira-se um ambiente diferente, isso é certo. Atrever-me-ia a dizer que assusta algumas pessoas o facto de que esta onda verde tenha acordado e esteja para ficar. É algo novo, a que nem os sportinguistas estavam habituados. Resta-nos esperar que este ano esteja guardada alguma surpresa para os lados de Alvalade que catapulte o clube para patamares de outra dimensão.
Nós, sócios e adeptos, cá continuamos como sempre. Unidos, esperançados e dotados de uma paciência inabalável. Isso ninguém nos tira e já não conseguimos viver de outra forma. Chamem-nos malucos ou digam-nos que a Champions League só se joga na Playstation.
Mas no final, e como sempre, veremos. Jogo a jogo.
Na estrutura do Porto há sempre um manda chuva. Uma pessoa que, nos momentos difíceis, se mostra presente e nos momentos prósperos sabe gozar o seu sucesso. No Porto é fácil identificar o manda-chuva. É fácil identificar o seu homem do leme: Pinto da Costa.
Um presidente não deve, em cada derrota, fazer uma visita ao balneário ou ao treino da equipa. Uma situação como essa pode colocar mais pressão tanto na equipa técnica como nos próprios jogadores. No entanto, existem certas situações em que é necessário a intervenção do presidente.
Após a derrota, em casa, perante o Atlético de Madrid, Pinto da Costa fez questão de se dirigir ao campo do Olival para conversar com os membros do plantel do Porto e em especial com Paulo Fonseca. A visita do homem do leme azul e branco mostra o engenho que Pinto da Costa tem mostrado ao longo do seu reinado no FC Porto. Numa situação que podia, devido à forma como o Porto perde o jogo com o Atlético, deixar marcas, Pinto da Costa fecha todas as portas e janelas à possível desconcentração.
No Porto, mais do que em qualquer outro clube em Portugal, a personagem do presidente é a mais forte. É em situações como estas que um presidente pode fazer pender a balança para o positivo e tentar tirar bons indícios de uma derrota. Após a primeira derrota da era Paulo Fonseca, quem faz a equipa levantar não é o treinador. Quem diz “presente” é o homem do leme. No próximo Domingo, contra o Arouca, não vai haver, em nenhum jogador do Porto qualquer tipo de memória do jogo da Champions. O Porto será Porto!
Um aparte…
Não posso deixar passar em branco o aniversário de cha cha cha Martinez. O goleador colombiano completa hoje 27 anos. Sendo um dos grandes obreiros da conquista do campeonato do ano passado é-me muito complicado deixar passar esta marca. Jackson Martinez faz 27 anos. Esperemos que, este ano, sejam 27 os golos que irá marcar ao serviço do Porto.