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King of the jungle

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relacionamentodistancia

Antes de mais, as mais sinceras desculpas pela “balda” da última semana, já que passei metade do fim-de-semana passado enfiado em aviões entre Portugal e Inglaterra. Não que alguém tenha notado a falta das minhas brilhantes e fundadas opiniões, mas pelo simples facto de que, quando a vida corre bem, “sportinguisticamente” falando, todos nós gostamos de ler, ver e consumir mais do mesmo, quanto mais não seja para saborear o momento.

E que momento, camaradas. Que bom é ser sportinguista estes dias. Que bom aparecermos Segunda-feira de manhã na escola, faculdade ou trabalho, de queixo levantado e sorriso nos lábios. Que bom sentir que chegou a nossa vez de mandar a piadola aos gajos que têm mandado piadolas todas as Segundas-feiras de manhã nos últimos anos.

E de quem é a “culpa” disto? Não quero individualizar. Podia, mas não quero. Não quero individualizar porque seria injusto para todos aqueles que não individualizaria. O facto de o Sporting estar em primeiro lugar no campeonato (que bem que sabe dizer isto) não se deve ao instinto assassino do Montero, ou à mestria do miúdo William, à segurança do Maurício, à liderança de Patrício ou ao crescimento de Martins. Não se deve a um ou a outro, mas ao todo. Aos 11 jogadores dentro de campo; aos que se sentam no banco, prontos para contribuir; ao patrão Leo Jardim; ao inteligente Inácio; ao comandante Bruno de Carvalho; ao sempre leal Paulinho; e, por último, a todos os que continuam a pintar Alvalade e estádios por esse país fora de verde e branco às riscas horizontais (e de roxo, ocasionalmente, vá…).

O povo está feliz. E porque não haveria de estar?

Joga-se à bola. Muito. Joga-se com alegria. Com golos. Muitos golos. Com vontade de fazer mais e chegar mais longe.

O grupo unido / Fonte: Instagram
O grupo unido / Fonte: Instagram

A única questão que eu pessoalmente gostava muito de ver respondida é: afinal somos candidatos ao título ou não?

Estou a brincar (eu sei, sou um palerma). Mas não. Não quero saber. Não quero. Não preciso de saber. Para quê? Para no final da época virem dizer que falhámos o objectivo estipulado? Que vantagem é que isso traz? Não entendo… E começa-me a irritar que todas as vezes que alguém do Sporting fala a um microfone, a perguntinha estúpida tenha invariavelmente de vir ao de cima. Epá, deixem os miúdos jogar à bola em paz.

Falando em jogar à bola, este Domingo à tardinha o Sporting invade Barcelos e defronta o Gil Vicente. Não vou perder tempo com meios elogios à equipa de João de Deus ou ao seu surpreendente 4o lugar esta época. Vamos lá ganhar, jogar bom futebol e voltar para casa a tempo do jantar. Com Benfica e Porto a receber Arouca e Braga, respectivamente, antes de nós jogarmos pode ser que tenhamos outra surpresazinha engraçada este fim-de-semana.

Eu sou bem capaz de passar no Sporting Clube de Londres, p’ró croquete e p´rá minizinha a fazer de lanche. Estão todos convidados.

Gostaria só de terminar com uma referência ao falecimento de Nelson Rolihlahla Mandela, sócio de mérito do Sporting Clube de Portugal.

Um enorme exemplo de esforço, dedicação, devoção e glória. Descansa em paz, Leão.

Mandela torna-se sócio de mérito so Sporting em 1997, com José Roquette / Fonte: Tasca do Cherba
Mandela torna-se sócio de mérito so Sporting em 1997, com José Roquette / Fonte: Tasca do Cherba

 

Federação define novos seleccionadores nacionais de ténis

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cab ténis

Depois de, na semana passada, aqui neste mesmo espaço ter falado das transferências de treinadores entre tenistas do circuito ATP e WTA, esta semana vamos olhar para o território nacional e analisar o novo quadro de seleccionadores nacionais definidos pela Federação Portuguesa de Ténis.

De cima para baixo, já aqui falei também da composição da selecção da Taça Davis, liderada por Nuno Marques e co-adjuvada por Emanuel Couto. A Federação optou pelo método de transformar o seleccionador de Sub18 no treinador da equipa nacional de forma a ficar responsável pela transição dos júniores para os séniores. Não me parece má estratégia e com alguns atletas pode trazer frutos.

Em Femininos, André Lopes será o seleccionador nacional, com Miguel Sousa a ser o treinador da equipa e respectivamente o seleccionador de Sub18. Curiosamente são dois treinadores ligados ao CIT Leiria, um clube que conheço bem. O André não conheço pessoalmente, mas o trabalho que fez com o Rui Machado fala por si. Quanto ao Miguel Sousa, é um homem metódico e de trabalho. Tem feito um bom trabalho, juntamente com o Gilberto Valente no clube leiriense, com resultados visíveis na variante feminina.

Nos mais jovens, Joana Pangaio será a seleccionadora feminina e Vítor Ferreira o masculino. A Joana treina no CT Porto, foi nº1 nacional em Sub18 e Séniores e chegou a disputar o circuito profissional. Com conhecimento teórico mas também prático, é uma escolha acertada. O Vítor Ferreira está ligado à Escola de Ténis da Maia, com uma grande dinâmica.

Equipa de Sub18 com Emanuel Couto www.tenis.pt
Equipa de Sub18 com Emanuel Couto
Fonte: tenis.pt

Em Sub14, Manuel Costa Matos e Gonçalo Neves assumem os destinos das equipas masculina e feminina deste escalão. Para não incorrer em erro e porque não sou um profundo conhecedor do trabalho de ambos, aqui vou-me abster de comentar. Em Sub12, Joana Roda, também ela leiriense, assumirá os destinos da equipa feminina. A Joana tem feito igualmente um bom trabalho no desenvolvimento de jovens atletas, estando ligada ao SmasTour e também à criação de um circuito para jovens tenistas na região de Leiria. O Paulo Santiago é o director de formação da Associação de Ténis de Lisboa e um dos novos fortes da construção de jovens atletas em Portugal.

Para finalizar é ainda importante referir que Nuno Mota será o coordenador de todas as selecções jovens. O Nuno Mota foi um dos impulsionadores do ténis nos Açores, em São Miguel, e agora está na academia de Pedro Felner, onde trouxe uma nova dinâmica à escola liderada pelo técnico de Frederico Silva.

Num plano mais pessoal, e com a ida de Nuno Marques para seleccionador nacional, Maria João Koehler será agora orientada por Pedro Magalhães, tendo como base o Centro de Alto Rendimento no Jamor. Já está na hora de alguém fazer bom uso daquilo…

O Merceeiro e o Mustang

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dosaliadosaodragao

Descontando as questões relacionadas com a equipa, o seu comportamento táctico, os erros individuais ou as falhas do treinador, este Porto 2013/2014 foi também consequência daquilo que muitas vezes é apontado como o principal factor de sucesso: a estrutura directiva.

Pinto da Costa, Antero Henrique e companhia projectaram a época e fizeram contas como um verdadeiro merceeiro (com todo o respeito que essa nobre e respeitável profissão me exige). Na preparação desta temporada, ainda em Maio, aquando das milionárias vendas de João Moutinho e James Rodriguez, cri que talvez pela primeira vez o FC Porto pudesse planear a época atempadamente e sem estar dependente de (mais) um encaixe financeiro considerável que, não raras vezes, apenas sucede quando o fecho do mercado está próximo, desequilibrando a equipa e frustrando as expectativas dos adeptos (vide os casos de Falcao ou Hulk). Ora, ainda antes do início do Verão, com as finanças do clube estáveis em face da saída dos dois tricampeões para o Principado, acreditei que havia tempo e condições para que a substituição de ambos se fizesse de forma mais ou menos tranquila – ainda que fazê-los esquecer fosse (e é) tremendamente difícil.

 

Pinto da Costa e Antero Henrique – os rostos da Estrutura, para o bem e para o mal http://www.record.xl.pt
Pinto da Costa e Antero Henrique – os rostos da Estrutura, para o bem e para o mal
http://www.record.xl.pt

O que não esperava era que a SAD do meu clube enveredasse por um pensamento tão simplista quanto o de julgar ser possível encontrar alternativas a Moutinho e James (e Atsu, não nos esqueçamos) no Estoril, em Paços ou, mais a norte, em Guimarães. Concretizando: não sendo despiciendo que Bernard era a opção nº 1, alguém julgou ser praticável que Josué, Licá e Ricardo, com pouca experiência e maturidade competitiva, ‘engatassem’ e fizessem esquecer um portento de classe e de capacidade de visão de jogo e de drible como o colombiano que agora pontua no Monaco. Sim, é certo que chegou também Juan Quintero, com tanto futebol nos pés que dói só de o ver no banco. Só que este, tal como o seu compatriota quando aterrou no Porto (James passou mais de meia época, com Villas-Boas, entre o banco e a bancada), ainda só tem olhos para a frente e em termos defensivos nada acrescenta, precisando de tempo para crescer num ambiente que lhe seja confortável e o potencie. Por outro lado, em relação ao ex-número 8 e dínamo da equipa do FC Porto, acreditou-se que Defour poderia ser o seu substituto natural. Acho o belga um jogador útil, ‘certinho’, mas que nunca poderia dar aos Dragões a intensidade e a inteligência táctica que o pequeno Moutinho sempre colocou em campo. Talvez por isso se tenha confiado que a solução se encontrava no México, em Herrera. Demasiado optimismo, diria; o mexicano tem muita qualidade técnica mas – não desprezando a competitividade que o campeonato azteca hoje apresenta – que provas dadas tem no futebol de alta competição que permitisse pensar que pudesse “fazer de” João Moutinho?

Do Dragão para o Principado, James Rodriguez e João Moutinho http://globoesporte.globo.com
Do Dragão para o Principado, James Rodriguez e João Moutinho
http://globoesporte.globo.com

Tal visão simplista desmultiplica-se em variados exemplos e redunda num plantel desequilibrado e com evidentes lacunas. Senão, vejamos: Fucile, apesar do seu histórico de incidentes disciplinares, foi o escolhido para ser alternativa a Danilo (e Alex Sandro); fez um par de exibições interessantes no início da época, foi inscrito na Champions e, pelo que consta, reincidiu. É hoje uma carta fora do baralho e está de saída do clube. Ainda na defesa, já havia Mangala, Maicon, Otamendi e Abdoulaye mas Reyes é um prodígio e gastar mais de 9 milhões de euros em 95% do passe do mexicano pareceu concebível, esquecendo, no entanto, que Alex Sandro não tem um concorrente na verdadeira acepção da palavra. Com as inúmeras fragilidades diagnosticadas ao meio-campo, entendeu-se, ainda assim, que a melhor solução para Castro seria mais um período de provação, desta vez na Turquia, e que, perante as debilidades evidentes dos actuais extremos, a irreverência de Iturbe não merecia uma real oportunidade.

Reduzir, neste ponto, as responsabilidades à estrutura directiva será, provavelmente, injusto. Paulo Fonseca teve, certamente, uma palavra a dizer na gestão destes dossiers e talvez seja a ele que incumbe responder por que o factor K(elvin) não mais foi considerado, por que Carlos Eduardo não foi inscrito na Champions e o que se passa, afinal, com Izmailov.

De todo em todo, e voltando aos mais altos dirigentes, importa invocar, de novo, a figura do merceeiro. O FC Porto, nas duas últimas temporadas, conquistou o Campeonato, é certo. Mas parece-me indesmentível que o mérito dos Dragões é equivalente em igual proporção ao demérito que o Benfica de Jorge Jesus evidenciou. E talvez tenha sido este o facto que o merceeiro, como alguém simples e pragmático, ignorou – “se conseguimos ser campeões com Vitor Pereira a treinar e com Kleber, Janko, Izmailov ou Liedson como soluções que se julgavam sérias (mas igualmente de emergência), talvez, mesmo com a fuga de Moutinho e James para o glamour monegasco, uns retoques com Josué, Licá ou Ricardo e mostrar a Europa a Herrera sejam suficientes” terá sido o pensamento que invadiu os escritórios do Dragão. Se anteriormente chegava para reinar internamente, agora nem isso. E o sonho da Champions… pura utopia.

Janko, Lucho, Hulk, Moutinho e James – soluções em diferentes momentos zerozero.pt
Janko, Lucho, Hulk, Moutinho e James – soluções em diferentes momentos
zerozero.pt

Chega Janeiro e os jornais tratam, então, de lançar nomes para a Praça, saciando o adepto esfomeado por novos nomes que tragam alguma cor ao jogo da equipa. Mais do que o show sempre protagonizado por alguma Comunicação Social, esta janela de transferências assume-se, pois, e mais uma vez, como momento – indispensável, diria – de fazer um upgrade à máquina. Há dois anos, Lucho e Janko foram fundamentais para a remontada e para a renovação do título; Izmailov e Liedson foram – sem o mesmo impacto – a tentativa de reedição de aplicação da fórmula: jogadores experientes, que possam entrar de imediato na equipa de forma a satisfazer as suas carências, sem necessidade de período de adaptação. Parecia ser esta a nova estratégia azul e branca para abordar o mercado de Inverno … até um Mustang estacionar junto à Torre das Antas. Não vejo Quaresma jogar futebol há um par de anos e a última imagem que tenho dele é de alguém loiro e pesado a treinar com as reservas do colosso Al Ahli, no Dubai. Todavia, tenho memória. E é essa (a) minha esperança que me leva a não qualificar como ‘acto de desespero’ esta actuação da SAD.

Talvez seja momento de deixar as contas à merceeiro segundo aquele princípio de que “se, no final de um dado período, o dinheiro que entra for mais do que o que sai, o negócio corre bem; se assim não for, temos problema”. Porque um dia a entrada de dinheiro (vulgo títulos) deixa de ocorrer de tão negligente que se assume o planeamento e gestão.

P.S.: Não sou supersticioso nem posso dizer que acredito no que está escrito nas estrelas. De qualquer forma, o último treinador do FC Porto a ser despedido a meio da época foi Víctor Fernandez. E foi depois de um jogo no Dragão, com o Braga… treinado por Jesualdo Ferreira (1-3, em 2004/2055).

Campeões, só no fim

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A12

Sim, estamos em primeiro à entrada para a 12ª jornada. Sim, isto não acontecia há anos. Sim, estamos a praticar um futebol que, finalmente, dá gosto ver. Mas não, ainda não ganhámos nada e, realisticamente, estamos muito longe de ganhar.

Ainda há muito campeonato pela frente e, ao contrário do que se diz, o calendário do Sporting até ao final da primeira volta não me parece assim tão favorável. O Sporting joga fora com o Gil Vicente e com o Estoril, quarto e quinto classificados, respectivamente, e em casa com Belenenses e Nacional da Madeira, décimo terceiro e sétimo classificados. Ora, jogar com quarto, quinto e sétimo classificados não é tarefa fácil. Ainda mais quando verificamos que o campeão nacional, Futebol Clube do Porto, perdeu pontos em três jogos até ao momento; nesses jogos, incluem-se a deslocação ao Estádio António Coimbra da Mota, campo do Estoril, e a recepção ao Nacional, em pleno Estádio do Dragão. O Sporting tem, portanto, pela frente dois jogos em circunstâncias idênticas às que fizeram o Porto perder pontos e ocupar, neste momento, o terceiro lugar do campeonato.

Não percebo também a importância que se dá ao facto de, supostamente, o calendário leonino até ao fim da primeira volta ser mais favorável. Mas o campeonato acaba em Janeiro? Quem for campeão em Janeiro ganha o quê? Muitas vezes, nada. E os últimos anos têm sido propícios a corroborar o que aqui escrevo. Quantos “campeões de Inverno” se tornaram campeões de nada em Maio? O campeonato tem 30 jornadas e a festa faz-se no fim. Mais triste do que ver a festa de outros durante todo o ano é fazer a festa durante grande parte do ano e, no final, assistir à festa dos rivais. Não vamos embandeirar em arco. Sem expectativas conseguimos atingir o primeiro lugar. Esperemos que, sem expectativas, o consigamos manter para, no final e só no final, fazermos nós a festa.

Lima, vai uma caipirinha?

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Terceiro Anel

Conhecem um tal de Rodrigo José Lima dos Santos? Não, não é nenhum tio meu, mas sim Lima, o avançado que o Benfica foi recrutar ao Sporting de Braga em finais de Agosto de 2012. Avançado esse que realizou uma primeira temporada de sonho ao serviço do Sport Lisboa e Benfica, não acusando minimamente a pressão por representar pela primeira vez na sua carreira um dos colossos do futebol mundial.

Sempre fui um apreciador das qualidades deste dianteiro brasileiro desde os seus primeiros tempos no Belenenses. Dotado de um fortíssimo pontapé, de boa técnica, de um bom sentido posicional, sempre se furtando à marcação, Lima logo deu a entender  que não andaria por muito tempo no Restelo e,  posteriormente, em Braga. E, felizmente, ele veio parar ao Benfica, para meu gáudio, vendo logo ali naquele instante que tinha chegado ao meu clube um excelente reforço.

Mal entrou em Coimbra, num Académica vs Benfica da 4ª jornada da Liga 2012/2013, empatou a partida com tremendo petardo de fora da área, animando aquela minha noite de domingo, marcada pela chuva torrencial. Tudo parecia perfeito: Lima parecia entender-se as mil maravilhas com Cardozo e Rodrigo, o Benfica jogava muito, ninguém nos parava.

Por volta de Janeiro de 2013, quando eu pensava que se tratava de um devaneio pós-passagem de ano acidentada, eis que me apercebo de que Lima já era mesmo o homem que mais golos marcava no Benfica. Ele era remates colocados, ele era balázios do meio da rua, ele era grandes penalidades (irra, aquele penalty no último minuto no Benfica vs Académica, em que me puseste sem voz durante uma semana!), ele era todo sorrisos, ele era venerado por todo um Estádio da Luz, ele era o homem do momento.

No dia 21 de Abril de 2013, o momento supremo: após jogada de sonho de Gaitán, o nosso fantástico avançado com apelido de fruto utilizado na caipirinha desfere um remate acrobático e “arruma” com o Sporting (ok, caros sportinguistas, venham lá com o Capela, até porque ele beneficiou o Benfica no último sábado…). Nós, benfiquistas, estávamos no céu! O Benfica estava prestes a ganhar tudo, e o nosso amigo Lima não parava de provocar estragos nas defensivas contrárias.

Hino ao futebol, 21 de Abril de 2013 / Fonte: tvi24.iol.pt
Hino ao futebol, 21 de Abril de 2013
Fonte: TVI 24

Depois, bem…depois aconteceu aquilo que todos sabemos, mas que eu não vou repisar, porque não quero entrar de imediato em estado depressivo. Fomos todos abatidos para o Verão 2013, desolados com o negro mês de Maio. Pronto, com o calor e com a praia lá o pessoal ganhou forças para mais uma época, e lá depositámos esperanças num novo Benfica, mas sempre confiando em que o velho Lima iria permanecer, ou seja, que iria continuar a ser uma das nossas muletas.

Porém, não foi isso que se passou. Quiçá atordoado pelos cânticos vindos da bancada em favor de Cardozo, outrora mal-amado na Luz, Lima deixou-se ir abaixo, entrando numa série de exibições pouco conseguidas. Na 2 ª jornada da presente edição do campeonato até evitou com um golo no último segundo, frente ao Gil Vicente, que cerca de 6 milhões de pessoas fugissem de Portugal, mas depois disso…foi uma agonia.

Não sei se por efeito das caipirinhas, o homem não estava a render. O cúmulo para mim deu-se na semana passada, quando, em pleno Anderlecht vs Benfica, dei por mim a gritar e a vociferar contra Lima que nem um louco, em frente ao televisor, quando há poucos meses atrás apenas não o perseguia à saída de casa por mera questão de vergonha.

No domingo passado, o homem lá nos deu um cheirinho daquilo que vale. Sim, eu acho que ele até nem fez um jogo do outro mundo, mas voltou a decidir, voltou a sorrir, voltou a sentir que é uma peça chave no nosso Benfica. E ainda bem que isso aconteceu! Nós, nação benfiquista, queremos o nosso Lima de regresso! Para bem do nosso clube, para o teu bem, caro Lima, queremos-te de volta ao estrelato!

E por isso mesmo, e até para te animares, e até porque me ajudaste (e de que maneira!) a ter uma fantástica tarde de domingo, convido-te aqui para irmos beber uma caipirinha, “cara Lima” que já foi muito doce para um dos amores da minha vida.

A Península Ibérica divida por três

Há muito tempo que o campeonato português de futebol não tinha três candidatos tão empenhados em conquistar o título nacional. Na verdade, a bipolarização da Liga Zon Sagres foi um termo deveras ouvido nos últimos anos, onde reinavam um F.C. Porto e um Benfica com uma colossal disparidade em relação às restantes equipas do nosso campeonato. Este ano, o Sporting finalmente fez jus à sua grandeza e promete mesclar com tons esverdeados a bandeira azul e vermelha.

Ora o campeonato espanhol padecia do mesmo “aborrecimento” – o Barcelona e o Real Madrid dominaram a seu bel-prazer toda a última década; os espanhóis não se fizeram rogados e “decidiram” que, à imagem de Portugal, também o futebol espanhol merecia algum entusiasmo. Este ano temos então um espantoso – e fico-me por aqui nos adjetivos – Atlético Madrid, que, jogo após jogo, realça o estatuto de candidato.

Partindo para os números, à 15ª jornada os três primeiros classificados estão separados por apenas três pontos: Barcelona e Atlético de Madrid com 40 pontos, e, logo de seguida, o Real Madrid com 37 pontos.

Nestas primeiras 15 jornadas encontramos um Barcelona mais frágil do que o habitual (com uma clara Messi-dependência), um Atlético de Madrid surpreendentemente consistente (é, a par do Barcelona, a equipa com menos golos sofridos) e, por fim, um Real Madrid que, fruto de um extenso e magnífico plantel, é capaz de suprimir qualquer contratempo.

Os jogadores do Atlético de Madrid têm razões para sorrir / Fonte: estaticos-atleticodemadrid.com
Os jogadores do Atlético de Madrid têm razões para sorrir / Fonte: estaticos-atleticodemadrid.com

Utilizando mais uma vez a comparação, também no futebol português os três grandes utilizam díspares formas de gestão e sofrem de males distintos:
Começando pelo campeão, da mesma forma que o F.C. Porto percorre uma aguda crise de resultados negativos, também o Barcelona atravessa um ciclo cinzento e vê, igualmente, a liderança do campeonato ser ameaçada.

Quanto ao Benfica, os encarnados demonstram um futebol menos dinâmico do que no ano passado, apesar de gozarem, à semelhança do Real Madrid, de um plantel de enorme qualidade. Para além disso, os merengues também tiveram um início de época atribulado, com a perda de pontos nas primeiras jornadas – sem falar da entrada e saída de alguns jogadores nucleares nos últimos dias de transferências, como foi o caso de Ozil.

Por último, o Sporting é a grande surpresa do campeonato português – tal como o Atlético de Madrid em Espanha. Ambas as equipas praticam um futebol ágil e confiante que empolga qualquer estádio. Vivem muito do coletivo, alicerçando todos os setores numa “corda de solidariedade” que abrange todo o plantel e que lhe concede uma solidez tremenda. De facto, o Sporting e o Atlético Madrid têm o mérito, ainda que atuando em realidades diferentes, de conseguirem estorvar os habituais aspirantes ao trono sem grandes superestrelas.

Tanto os portugueses como os espanhóis podem rejubilar com a promessa de que os principais campeonatos de futebol dos respetivos países serão apaixonantes, confirmando-se assim um corte com a já referida bipolarização – leia-se tédio – do futebol. O nosso campeonato merece… e o deles também. É oportuno dizer que a Península Ibérica se encontra ao rubro, pelo menos no que toca ao futebol.

P.S.: A comparação que utilizei entre os clubes portugueses e os clubes espanhóis foge a qualquer tipo de paralelo de grandeza ou correspondência de prestígio. Baseei-me exclusivamente em argumentos que achei pertinentes e que auferem ao texto a devida credibilidade.

Jornada 14 – Dia de emoções fortes

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Estamos a meio da semana e a Premier League continua a dar que falar. Esta terça e quarta-feira tivemos a jornada 14 da Liga Inglesa e engane-se quem pensa que o cansaço acumulado ou a gestão das equipas levou a menos emoção. Trago-vos desde já uma breve análise minha aos encontros desta semana.

Crystal Palace 1 – 0 West Ham

Na terça-feira, o único jogo do dia opôs o Crystal Palace, o lanterna vermelha no início da jornada, ao West Ham. Estava longe de ser um dos jogos mais emocionantes da jornada e isso mesmo foi confirmado em campo. Não só se resumiu a um jogo muito físico, como demonstraram ser duas equipas com muito medo de errar. O Crystal Palace tem melhorado nos resultados mas não tem encantado dentro de campo. Conseguiu inclusive sair vitorioso com um golo de Chamakh que surgiu de um canto. Num jogo que acabou 1-0, as figuras do encontro no qual o West Ham merecia talvez um pouco mais do resultado foram mesmo os guarda-redes.

Arsenal 2 – 0 Hull City

Já na quarta-feira começaram os jogos a doer. O líder Arsenal recebia o Hull City nos Emirates e era um jogo em que o Arsenal não podia perder pontos. Ainda assim, Wenger decidiu poupar Giroud e pôs mesmo Bendtner a titular. Outra surpresa no onze foi mesmo Jenkinson, que acabaria por assistir Bendtner para o primeiro golo do Arsenal. Os Gunners entraram praticamente a ganhar, e, comandados por Özil, tiveram o comando de todo o jogo. O alemão acabou mesmo por marcar golo com uma assistência magistral de Ramsey, jogador que está numa forma impressionante. A máquina bem oleada comandada por Wenger continua a não desapontar os adeptos e demonstra uma regularidade tremenda. Tirar este Arsenal do primeiro lugar será para os candidatos ao título um verdadeiro osso duro de roer.

Luis Suárez vs Norwich City / Fonte: Dailymail
Luis Suárez vs Norwich City / Fonte: Dailymail

Liverpool 5 – 1 Norwich City (Melhor da Jornada – Luis Suárez)

O Liverpool não desarma no topo da tabela. Depois de uma derrota no terreno do Hull City, os Reds quiseram deixar claro que estão na luta até ao fim. A qualidade de jogo que demonstraram, frente ao Norwich, foi um verdadeiro hino ao futebol. Logo aos 15 minutos, Luis Suárez marcou um golaço do meio da “rua”, abrindo o marcador, que tão depressa não iria fechar. O uruguaio voltaria a facturar, com um golo a surgir de canto, e à meia hora elevava o marcador para 3-0, em mais um grande golo. Fazia assim o seu 3º hattrick frente aos Canaries, mas a conta não acabava por aqui, marcando a meio da segunda parte mais um golo de livre para a sua conta. Stevie Gerrard ainda tentou entrar para as contas do marcador, mas acabou por ver o Norwich a reduzir, por Bradley Johnson. No final ainda deu para Suárez fazer mais uma assistência para Sterling. Diria mesmo: Suárez 5-1 Norwich City. Grande jogo do Liverpool, para demonstrar que o passado fim-de-semana não passou deu um percalço.

Manchester United 0 – 1 Everton (Pior da Jornada – David Moyes)

O Manchester United, a precisar de uma vitória, recebia o Everton, que demonstrou que não está para brincadeiras e foi mesmo a Old Trafford causar um dissabor ao United, que se vê cada vez mais afastado do título. Rooney não chega e Van Persie faz muita falta em campo. Lukaku pôs De Gea constantemente à prova, mas o golo coube a Oviedo, com assistência do belga. Acabou por ser um jogo com muitos lances e bolas à trave, com Tim Howard em grande plano a garantir aos Toffees o 5º lugar em igualdade pontual com o Liverpool.

Southampton 2 – 3 Aston Villa

A grande surpresa do campeonato, Southampton, não esteve à altura da campanha que tem feito defensivamente contra o Aston Villa, que logo aos 15 minutos aproveitou um contra-ataque para fazer o primeiro golo por Agbonlahor. Contudo, na segunda parte, por duas vezes os Saints ainda chegaram ao empate, primeiro por Jay Rodriguez, um dos suspeitos do costume, e depois por Osvaldo, que equilibrou as contas depois do golo de Kozak. Ainda assim, os Villains, com mais um contra-ataque, gelaram o St. Mary’s Stadium, com um grande golo de Delph a finalizar as contas. O Southampton ocupa já um 8º lugar, com uma quebra de forma assinalável. Será que chegam ao Natal na metade superior da tabela?

Stoke City 0 – 0 Cardiff City

No Stoke – Cardiff verificou-se o expectável de duas das equipas com menos golos marcados na Premier League. Um jogo sem golos e sem grande história, no qual as figuras foram as defesas de cada equipa, porém sem grande trabalho por fazer.

Sunderland 2 – 3 Chelsea

O Chelsea tinha uma deslocação que no papel seria fácil, visto que se tratava do lanterna vermelha, Sunderland. Porém, desde que Poyet entrou para manager dos Black Cats a equipa tem estado noutro nível completamente diferente. O Sunderland começou mesmo a ganhar por Altidore. Contudo, do lado do Chelsea existe Hazard, que não só deu um golo feito a Lampard como ainda marcou mais dois, dando vantagem ao Chelsea por duas vezes. Os restantes golos da partida vieram por antigos jogadores do United, primeiro O’Shea e depois Bardsley, a compensar um auto-golo completamente infantil com um golo a surgir de canto, apenas dois minutos depois do seu auto-golo. Hazard a valer pontos ao Chelsea, que mais uma vez viu Torres a cometer um falhanço inimaginável.

Swansea 3 – 0 Newcastle United

Uma das surpresas da jornada foi mesmo o Swansea, que recebeu e bateu o Newcastle United por 3-0. Num jogo sem Michu e Bony por lesão, foi Nathan Dyer a colocar os Swans em vantagem a terminar a primeira parte. Já na segunda parte, o Swansea aproveitou um penálti por assinalar a favor dos Magpies para aumentar a vantagem, com um auto-golo de Debuchy e depois por Shelvey, com um grande golo (mais um nesta jornada). Os toons viram assim a sua boa forma acabar neste jogo, e Remy e Gouffran não conseguiram ameaçar um Swansea City em crescendo.

Yaya Toure vs West Brom / Fonte: Yahoo News UK
Yaya Toure vs West Brom / Fonte: Yahoo News UK

West Bromwich Albion 2 – 3 Manchester City

Um dos principais candidatos ao título, o Manchester City, deslocava-se ao terreno do West Brom, uma deslocação de extrema dificuldade; não só os Baggies são uma das equipas mais difíceis em casa, como os Citizens têm alguma dificuldade em jogar fora de portas. Ainda assim, o City entrou praticamente a ganhar, com golo de Agüero – e pouco tempo depois foi a vez de Touré faturar. O costa-marfinense viria a bisar de grande penalidade, o que praticamente assegurou a vitória da equipa de Manchester. Contudo, o facto de tirarem o pé do acelerador provocou um grande susto, pois o West Brom ainda fez dois golos, com um auto-golo de Pantillimon e por Anichebe, tento esse que viria tarde demais.

Fulham 1 – 2 Tottenham Hotspurs

Finalmente, no último jogo da jornada o Tottenham em crise deslocava-se a Londres para defrontar o Fulham, uma equipa a precisar de pontos para sair da linha de água. O primeiro golo foi mesmo para a equipa da casa, que até despediu Martin Jol no passado fim-de-semana – um golo da autoria de Dejagah. A pressão estava toda do lado dos Spurs, que reagiram bem e foram para cima do adversário, acabando por dar a volta ao marcador. O primeiro foi de Chiricheş, com um belo golo do meio da rua mas que deixa algumas dúvidas na atuação de Stekelemburg, que deveria ter feito claramente mais. Holtby saltou do banco para fazer o segundo golo, mais um golo de belo efeito para embelezar esta jornada. André Villas-Boas pode assim respirar mais um pouco, com a ascensão ao 6º lugar, deixando ainda alguma apreensão o facto de este Tottenham viver em demasia de rasgos individuais, como foi este segundo golo.

Foi uma jornada muito intensa, com 33 golos marcados e muita magia. Na minha opinião, o jogador da jornada é sem dúvida Luis Suárez, em contra-ponto com David Moyes, que tem de estar na mó de baixo. O United ocupa o 9º lugar, com 12 pontos de desvantagem para o Arsenal. São demasiados candidatos ao título para se perder pontos em casa, ainda para mais com equipas de menores aspirações, como é o caso do Everton.

Nós acreditamos em vocês

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Núcleo Semanal
Exaustos. Não há outra palavra para descrever o estado em que estávamos. Dores nas pernas tentavam impedir-nos de continuar a saltar; a rouquidão, criada por um misto de esforço vocal e gargantas desprotegidas por cachecóis que se queriam soltos, tentava calar-nos a voz; os braços pesavam toneladas e davam-nos sinais de que tínhamos de parar de os levantar; o frio apertava e lembrava-nos que, mesmo suados, não devíamos estar a usar apenas uma t-shirt.

Ignorámos todos os sinais do nosso corpo. De braços no ar, punhos cerrados e músculos contraídos, continuámos a forçar a voz. Gritámos o mais alto que pudemos, a puxar por colegas de Curva. “Vamos! Se nós não cantarmos, eles não ganham!” Cada posse de bola era um novo incentivo que nos fazia exceder a nós próprios, mostrando forças que julgámos já não ter.

Crescemos a ouvir elogios na televisão à “mentalidade diferente” dos ingleses de Liverpool, do fair-play dos Leões de Glasgow, da força vocal dos homens de Dortmund, da festa coletiva das bancadas do Flamengo. Só tínhamos de fazer o mesmo. E fizemos. Um último esforço transmitia uma vontade e um sentimento de milhões: NÓS ACREDITAMOS EM VOCÊS!

Acreditámos. Acreditámos em Alvalade, Coimbra, Loulé, Braga, Porto, Luz e Guimarães. Eles fazem-nos acreditar. O seu esforço, a sua dedicação e devoção leva-nos a sonhar com a glória. E seja ela atingida ou não, nós cantamos. O sentimento é sempre o mesmo. Porque continuamos acreditar, no fim de cada vitória e no fim de cada derrota.

Fomos para casa ainda mais exaustos. Com mais dores nas pernas, mais roucos, os braços mais pesados e com ainda mais frio. Mas acreditámos. Acreditámos no golo tardio em Braga, na reviravolta com o Marítimo, no empate com o Benfica, na vitória em Guimarães. Lutámos por isso. Ajudámos a colocar o Sporting a liderar o campeonato. E todos os vossos pontos também são nossos, porque nós acreditamos em vocês.

Kikas é o rookie do ano no Hawai

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cab Surf

Kikas, Kikas, Kikas…

Esta deve ser a a terceira ou a quarta vez que falo de Frederico Morais nesta rubrica semanal. E porquê? Simples. Está no topo do mundo.

Frederico Morais começou a sua caminhada no Vans Triple Crown com uma derrota na primeira etapa desta jornada havaiana. Visto que a derrota foi prematura, Kikas teve tempo para se preparar física e psicologicamente para a segunda etapa,Vans world cup of surfing, uma vez que ia voltar a encontrar grandes nomes do surf mundial.

O jovem surfista estreou-se na prova com uma vitória frente ao havaiano Sunny Garcia, uma lenda mundial. Conseguindo assim passar ao heat seguinte, Kikas eliminou Yadin Nicol, um dos surfistas do World Championishp Tour, passando assim a bateria em segundo lugar com um score total de 14 pontos em 20 possíveis, logo atrás do vencedor, Caio Ibelli, com um total de 14.90. Já lá iam duas fases e o jovem português já era um orgulho nacional.

No terceiro round Kikas deparou-se com Jonh Jonh Florence, um dos surfistas locais em competição e considerado por muitos um dos melhores do mundo. Kikas não se deixou atormentar e passou a bateria em primeiro lugar com um total de 14.73. Jonh Jonh ficou em segundo, com um score de 14.67. E era assim a vida de Kikas: enquanto os melhores do mundo, como Kelly Slater, Mick Fanning e Jeremy Flores, iam sendo eliminados, o surfista luso continuava a passar heats e a conquistar a confiança do público. Mais um round – Raoni Menteiro, Wiggolly Dantas, Kalani Chapman e Frederico Morais. E, sem qualquer novidade, Kikas volta a passar, mas desta vez com um score bem mais baixo, 9.62. À frente passou Raoni Monteiro, com 15.73 em 20 possíveis.

Quartos-de-final e o surfista da Praia Grande voltava a encontrar o “gigante” Jonh Jonh Florence. Com ondas agora a rondar o metro e meio, Kikas somou um 6.53 e um 8.67, passando assim em primeiro lugar, com um total de 15.20. Deste modo, o surfista português deixava Jonh Jonh Florence em segundo lugar, mais uma vez.

Portugal estava ao rubro e mesmo com heats a serem transmitidos de madrugada em Portugal, devido à diferença horária, eram pouco aqueles que não estavam atentos e comentavam nas redes sociais.
Já só faltavam as meias-finais para Kikas alcançar a final havaina, mas para isso ainda tinha uma bateria bem difícil. Era um heat de top, pois todos os adversários de Frederico Morais eram atletas do WCT. Enfrentando Jonh Jonh Florence pela terceira vez na prova, Kikas não acusou qualquer pressão e eliminou o jovem havaiano, garantindo assim acesso à final, juntamente com Raoni Monteiro, que passará em primeiro lugar.

E aí estava a tão esperada finalíssima que reunia Raoni Monteiro, Damien Hobgood, Ezekiel Lau e Frederico Morais. Com o mar a rondar os dois metros, muitos eram os surfistas que invejavam estar no lugar destes quatro atletas. Infelizmente, Kikas apenas apanhou duas ondas, acabando a bateria em 4º lugar, com um total de 7.16 pontos em 20 possíveis. Em 3º lugar ficou o surfista brasileiro Raoni Monteiro, também do WCT, com um total de 12.33 pontos. Damien Hobgood conseguiu um excelente 2º lugar, com uma pontuação total de 14.30 pontos. Ezekiel Lau foi o surfista que mais se destacou no heat, conseguindo somar um 8.67 e um 6.83, dando assim um total de 15.50 pontos em 20 possíveis.

É de louvar a grande prestação por parte do nosso “novo” menino de ouro, que trouxe para o país lusitano um excelente 4º lugar. Deste modo, Kikas tornou-se rookie do ano da triple crown, feito que já tinha sido alcançado por Tiago “Saca” Pires no ano de 2000.

Com duas competições já acabadas, a primeira ganha por Michel Bourez e agora a segunda ganha por Ezekiel Lau, só falta mesmo o Billabong Pipe Masters. É só assim a última e mais esperada etapa do ano.

É nesta prova que se vai descobrir o novo campeão do mundo e, como não poderia faltar, o povo português também quer que Frederico Morais lá esteja devido ao seu enorme feito em águas havaianas. Sendo assim, a revista portuguesa de surf, ONFIRE, criou uma petição online para tentar levar o menino de ouro à “Prova das provas”. Aqui fica o link:
http://www.communityrun.org/petitions/frederico-morais-wildcard-for-billabong-pipemasters

UEFA rendida a Matic

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Topo Sul

Matic, o nosso, está nomeado para o melhor onze da UEFA em 2013. Não se pode dizer que se trata de uma notícia surpreendente, pelo menos para quem acompanha o futebol europeu, mas é agora um dado adquirido. Reconhecimento justo e indiscutível para um jogador que cresceu muito no Benfica e que por cá se tornou um “senhor jogador”.

Os primeiros tempos de Matic ao serviço no Benfica foram passados na sombra da classe de Javi García. A consistência que o espanhol conferia ao nosso jogo era algo que o tornava intocável no onze e um dos mais adorados pelos adeptos. Era um contexto de afirmação naturalmente difícil para um jogador que chegava com poucas rotinas de jogo e a necessitar de melhorar em alguns aspectos do seu jogo. Sobretudo tácticos. Ainda assim, na sua primeira época na Luz, 2011/2012, o jogador sérvio fez trinta jogos pelas águias, somando todas as competições. Com o decorrer da temporada foi-se assumindo como uma peça segura e eficaz no puzzle de Jorge Jesus. Ora a fazer o lugar de Javi García, ora a jogar ao lado do espanhol, as qualidades técnicas do sérvio, aliadas à sua notável compleição física, começaram a evidenciar-se e já era tido como alternativa natural para colmatar a quase certa saída de Garcia no final dessa temporada.

Matic esteve entre a "polpa" de 2013 Fonte: sjpf.pt
Matic esteve entre a “polpa” de 2013
Fonte: sjpf.pt

É então no Benfica versão 2012/13 que surge o verdadeiro Matic. Esta aparição foi motivada por duas razões: pela saída de Javi García, mas sobretudo pela aposta de Jorge Jesus. O próprio jogador não tem dúvidas ao afirmar que o técnico português teve um papel preponderante na sua impressionante ascensão futebolística. De facto, depois de repentinamente ter perdido dois jogadores-chave na sua equipa, JJ reiterou a confiança em Matic e entregou-lhe o comando do meio-campo encarnado. E este não desiludiu. O testemunho que lhe havia sido passado era pesado, mas a facilidade com que o médio se afirmou como titular indiscutível mostra que os benfiquistas não ficaram reféns de um médio centro de alta qualidade, como era Javi García. As comparações ao médio espanhol são inevitáveis, não ocupassem ambos a mesma posição no terreno. Porém, encontrar pontos semelhantes no estilo de jogo de cada um não é nada fácil. No que num é sentido posicional, no outro é qualidade técnica. No que num é eficácia e simplicidade, no outro é capacidade para transportar a bola. As capacidades individuais têm naturalmente efeitos no estilo de jogo da equipa e o Benfica de Matic nada tem a ver com o Benfica de Javi García. Assim sendo, JJ foi obrigado a redefinir a disposição da sua equipa em campo, alterando inclusivamente o sistema táctico. O losango no meio-campo deu lugar a um duplo pivot no centro do terreno, onde Matic, ao lado de Enzo Pérez, se tornou o motor encarnardo.

Este preâmbulo serviu para chegarmos ao momento em que Matic se torna um dos melhores médios da Europa. E isso aconteceu ao serviço do Benfica, o que é sempre um motivo de orgulho. Aconteceu numa altura em que o próprio jogador pega no Benfica e o carrega às costas até a uma época quase-perfeita. Foi o super Matic que se assumiu como o elemento que equilibrava a equipa e a desbloqueava em termos ofensivos. Eram as suas mudanças de velocidade, a sua passada larga, que criavam os desequilíbrios na defesa adversária. Foram tantos os jogos em que saíram do seu pé esquerdo passes a rasgar a defesa e remates indefensáveis. O jogador que se aprontava a iniciar as jogadas ofensivas (e a terminá-las também) era o mesmo que travava o contra-ataque adversário. Um jogador sem posição, que estava em todo o lado, sempre com a sua incansável atitude e incessante qualidade técnica. Se para muitos é raro haver um jogador de qualidade mundial a actuar em Portugal, Matic veio pôr termo a tal ideia, assumindo-se como um médio de eleição com capacidade para encaixar em qualquer plantel do mundo. Nemanja Matic não será jogador do Benfica por muitos anos, mas já o foi tempo suficiente para o recordarmos como um dos melhores médios da nossa rica História.

Para terminar, dizer que é com enorme satisfação que vejo a UEFA escolher dois jogadores a actuar em Portugal para o seu onze do ano (Jackson Martinez, enorme ponta-de-lança do FCP também está nomeado). É algo que acontece esporadicamente, o que prova que Matic fez uma temporada de altíssimo nível e merece ver o seu nome ao lado de ícones como Yaya Touré ou Schweinsteiger. É também a prova de que, quando quer, a UEFA sabe justar e distinguir os melhores.