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Nápoles: do Sul até ao topo

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A semana que passou foi marcada, indiscutivelmente, pelas palavras de Joseph Blatter, em Oxford. Perante uma plateia composta por jovens daquela prestigiada faculdade, o Presidente da FIFA não se coibiu de dizer que preferia Messi a Cristiano Ronaldo, chegando mesmo a satirizar o internacional português. A Federação Portuguesa de Futebol exigiu de imediato um pedido de desculpas, enquanto Ronaldo respondeu à “provocação” dizendo que não era respeitado, desejando, ainda assim, longos anos de vida a Blatter.

Tanta polémica em torno deste incidente fez com que o futebol dentro das quatro linhas tenha passado para segundo plano. Quarta-feira, dia 30 de Outubro, um dos melhores jogadores da história, Diego Armando Maradona, comemorou o seu 53º aniversário, mas grande parte da comunicação social preferiu continuar a falar nas tricas de uma modalidade cada vez mais desgastada pelas polémicas.

Felizmente, há excepções e locais onde o futebol jogado ainda marca a actualidade e pinta as primeiras páginas dos desportivos. Em Nápoles, o aniversário de D10S foi festejado ao ritmo de mais uma vitória da equipa napolitana para a Serie A. O Sul de Itália luta há décadas por maior igualdade, perante o poderoso Norte, e o Nápoles tem sido, através do futebol, uma das bandeiras desta luta.

Maradona envergando a camisola do Nápoles em 1990 / Fonte: imortaisdofutebol.com
Maradona envergando a camisola do Nápoles em 1990 / Fonte: imortaisdofutebol.com

Em crescendo nas últimas temporadas, a formação treinada este ano por Rafa Benitez assume-se indiscutivelmente como candidata a um título de campeã nacional, que foge desde 1990. Nesse ano, Maradona era a figura principal do mítico Estádio San Paolo. Hoje, sem nenhuma figura de proa, a formação azul-celeste é sobretudo uma equipa sólida, forte e muito competitiva.

A jogar a Liga dos Campeões, onde luta pela passagem aos oitavos de final com Borussia Dortmund e Juventus, o Nápoles tem como grande objectivo a reconquista do scudetto, 24 anos depois. Neste momento, a formação do Sul de Itália divide, com a Juventus, o segundo lugar do campeonato com 25 pontos, menos cinco que a líder e invicta Roma.

As vendas de Cavani e Lavezzi nos dois últimos defesos permitiram o encaixe de 95 Milhões de Euros ao Nápoles, que, com os bolsos cheios, foi capaz de contratar jogadores como Higuain, Albiol, Callejon, entre outros.

Jogando preferencialmente num esquema de 4-2-3-1, o Nápoles tem a segunda melhor defesa do campeonato italiano com apenas sete golos sofridos em dez partidas. Os grandes responsáveis deste bom desempenho defensivo têm sido o guarda-redes Reina, mas também a dupla de centrais hispano-argentina formada por Albiol e Fernandez. Fundamentais são também os suíços Behrami, Inler e Dzemaili, que têm jogado nas duas posições mais recuadas do meio campo. Na passada quarta-feira, foi Dzemaili o preterido, mas a rotação destes três homens tem sido uma constante e é de crer que se vá mantendo até ao final da época.

Mais à frente, Benitez tem colocado Callejon, Hamsik e Insigne no apoio ao ponta-de-lança Higuain. Pandev é o quinto homem a poder entrar num dos lugares mais adiantados do onze e, diga-se, tem sabido aproveitar bem as oportunidades. O Nápoles conta com 22 golos marcados na Serie A, sendo que Hamsik, Higuain e Callejon são os mais concretizadores com cinco golos cada.

Os tiffosi napolitanos vão alimentando o sonho da conquista do campeonato, ao ritmo do bom futebol da equipa. A emoção e apoio são de tal forma grandes, que o centro de sismologia napolitano já registou pequena actividade sísmica aquando dos golos da equipa no seu Estádio. Enquanto for a cidade a abanar e não a equipa, está tudo bem no seio de uma das mais fantásticas cidades do Sul do Velho Continente.

Panorâmica do San Paolo / Fonte: panoramio.com
Panorâmica do San Paolo / Fonte: panoramio.com

Eu, que me assumo como um adepto do Nápoles, espero poder ver pela primeira vez o scudetto tricolor (símbolo de campeão) nas camisolas mais bonitas de Itália. Cá estarei a torcer.

Açores “vence” Madeira

cab desportos motorizados

Nos últimos dias, a imprensa das duas regiões autónomas portuguesas tinha vindo a falar na possibilidade da Madeira roubar o lugar dos Açores no Campeonato Europeu de Ralis (ERC). Tal não vai acontecer até 2015, quem o diz é François Ribeiro – responsável da Eurosport Events – pois o calendário aprovado a 31 de outubro para esta competição é para as próximas duas temporadas.

Jan Kopécky, vencedor do SATA 2013, na imagem troço Sete Cidades 2010 http://www.satarallyeacores.com
Jan Kopécky, vencedor do SATA 2013, na imagem troço Sete Cidades 2010
Fonte: satarallyeacores.com

Desta forma, o SATA Rally Açores vai estar por mais dois anos no segundo campeonato mais importante do mundo no que toca a ralis, depois de quatro anos no IRC, enquanto que o Rally Vinho Madeira terá de esperar até 2016 para poder voltar aos grandes palcos internacionais. Para mim, como açoriano, é uma grande notícia, pois esta prova é muito importante para a economia da região, além de que se trata de um dos melhores ralis de terra do Mundo. De resto, as paisagens em volta dos troços são um dos principais motivos para que a Eurosport não “deixe” que esta prova saia do seu calendário, pois é a que dá mais audiência ao canal. De qualquer forma, penso que se devia fazer como acontece no WRC, com o Rally da Austrália e Nova Zelândia, ou seja, as duas provas vão-se alternando no calendário, sendo que neste caso é de três em três temporadas. Fica a ideia para os dois grupos organizadores destas duas grandes provas portuguesas pensarem e verem os benefícios que podia trazer a cada.

Entretanto, nos próximos dias 8 e 9 de novembro vai decorrer a última prova do Campeonato Nacional de Ralis (CPR) no Algarve. O Rally Casinos do Algarve é uma prova muito aguardada pois vai decidir quem é o novo campeão nacional. De um lado temos o atual bi-campeão nacional, o açoriano Ricardo Moura, e do outro lado o campeão de 2010, o madeirense Bernardo Sousa.

Ricardo Moura http://www.acorianooriental.pt
Ricardo Moura
Fonte: acorianooriental.pt

O açoriano está na frente da classificação com 91 pontos enquanto que o madeirense tem 83. Para Sousa ser campeão precisa de vencer o rali e ficar em primeiro na Power Stage, pressupondo que Moura fica em segundo em ambas as classificações. Assim, ambos os pilotos acabam com 111 pontos. O critério de desempate é o número de vitórias na temporada e, como Sousa venceu até ao momento três provas e Moura apenas duas seria o madeirense o campeão de 2013.

Bernardo Sousa http://www.lemansportugal.com
Bernardo Sousa
Fonte: lemansportugal.com

Ainda com hipóteses está também Pedro Meireles. O vimaranense, no entanto, precisava que os dois insulares tivessem grandes percalços para poder obter o seu primeiro título.

Só me resta desejar que seja uma grande prova e que as pessoas compareçam na estrada. E, já agora, se me permitem, FORÇA, MOURA!

O Submarino Amarelo

Muito se tem falado do espetacular início de campeonato que o Atlético de Madrid tem realizado este ano e com toda a razão. Mas parece-me injusto não evidenciar, nos mesmos moldes, as prestações e os resultados obtidos pelo Villarreal, clube que subiu de divisão precisamente este ano.

No entanto, vamos recuar um pouco na cronologia. O Submarino Amarelo, como é internacionalmente conhecido, foi fundado em 1923 e conta apenas com três títulos no seu currículo: duas Taças Intertoto, em 2003 e 2004 e um título de campeão da Terceira Divisão espanhola em 1970. O clube desceu para a Liga Adelante em 2011-2012 depois de uma época com apenas 9 vitórias em 38 jogos. Na temporada seguinte, em 2012-2013, o Villarreal apostou tudo na subida e conseguiu, com alguma naturalidade, atingir o objetivo de voltar ao grande palco do futebol espanhol, face ao excelente plantel que dispôs nesse ano. O técnico Marcelino Toral, que teve o mérito de devolver o clube da província da Comunidade Valenciana à primeira divisão, manteve-se no cargo e tem sido uma das grandes figuras deste renascido Villarreal que faz sonhar os sócios e adeptos do clube.

O Villarreal, que foi o último vice-campeão espanhol diferente de Barcelona ou Real Madrid (2007-2008), efetuou algumas contratações sonantes para um clube que transitou de uma divisão secundária. Sergio Asenjo (Atlético Madrid), Bojan Jokić (Chievo) e Tomás Pina (Mallorca) foram excelentes adições ao plantel, bem como Giovani dos Santos (Mallorca) que é a principal figura do Submarino Amarelo com 6 golos em 11 jogos.

Giovani dos Santos, a grande figura do Submarino Amarelo / Fonte: foxsportsasia.com
Giovani dos Santos, a grande figura do Submarino Amarelo / Fonte: foxsportsasia.com

O Villarreal tem como grande característica praticar um futebol muito sólido e intenso, capaz de criar desequilíbrios em qualquer relvado, independentemente do adversário. Com uma média de idades de 25 anos, o plantel de 23 jogadores concilia experiência e irreverência numa harmonia perfeita, juntando-se uma excelente disciplina tática, o que torna o Villarreal uma equipa com grande segurança e resistência.

No que toca aos resultados práticos, encontra-se na quinta posição da tabela classificativa, com seis vitórias, três derrotas e dois empates, perfazendo um total de 20 pontos, somente a 5 do Real Madrid. Nos onze jogos realizados, o Villarreal abanou as redes adversárias por 19 ocasiões e sofreu 12 golos. Todos estes factores têm resultado numa enorme surpresa por parte imprensa desportiva em Espanha, onde Marcelino Toral tem recebido alguns elogios pela forma como devolveu o orgulho e dignidade ao Submarino Amarelo.

O 11 base do Villarreal é disposto da seguinte forma:

11 base do Villarreal / Fonte: startingeleven.co.uk
11 base do Villarreal / Fonte: startingeleven.co.uk

Com todos os estes elementos em evidência, não é de estranhar que os objetivos iniciais – que passavam essencialmente pela manutenção – sejam revistos e alterados. O treinador do Villarreal disse recentemente que “a Europa deve ser mais uma ilusão do que um objetivo”, apresentando assim um discurso de prudência que devemos não só entender mas também respeitar. Contudo, com base nos resultados obtidos até ao momento, prevê-se que as competições europeias não sejam uma utopia tão distante. Veremos se o Submarino Amarelo é capaz de emergir das agitadas águas espanholas e conquistar um lugar Europeu.

Derrota indigesta

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relacionamentodistancia

Foi no restaurante do Sporting Clube de Londres que vi o clássico, no passado Domingo. Casa cheia. Os pratos do dia eram cozido à portuguesa e espetada à madeirense. Fiquei-me pelo bitoque. Bem servido.

Na tela gigante, assistia-se a uma primeira parte tensa e mal jogada de ambas as partes. O Porto marca cedo. Penálti bem marcado. Nada a dizer. O bitoque começa a cair mal.

No arranque da segunda parte, a minha esperança de que o Leonardo Jardim tivesse puxado as orelhas aos seus pupilos verificou-se. Entrámos melhor, mais alegres, mais Sporting. Disse cá para mim: “temos de empatar no primeiro quarto de hora ou isto descamba…”. Bem dito, bem feito: 60 minutos de jogo, canto, ressalto, golo! ‘Bora William, ‘bora Sporting, p’ra cima deles!

Um minuto e meio depois, o balde de água fria. Danilo passeia pela defesa apática do Sporting – boa simulação, bom remate, bom golo. Ainda bem que não pedi o cozido.

Wake-up call / Fonte: http://i.telegraph.co.uk/
Wake-up call / Fonte: http://i.telegraph.co.uk/

Foi pena o remate de Piris de muito longe não ter entrado, ou a cabeçada de Montero. Foi pena…

Aos 74′, Lucho mata o jogo. Já não peço sobremesa.

Embora tenha voltado para casa à chuva e triste com o resultado, lembrei-me das palavras de William e de Jardim no fim do jogo. “Levantar a cabeça, continuar a trabalhar, que há muito campeonato pela frente…”.

E forcei-me a mim mesmo a não pensar mais sobre o clássico. Prefiro pensar que serviu como ‘lembrete’ daquilo que o presidente, treinador e jogadores têm vindo a afirmar semana após semana… O nosso objectivo não e sermos campeões (ainda), mas sim unir a equipa, ganhar e apresentar bom futebol jogo a jogo. Como diz o sábio povo, não vamos dar um passo maior do que a perna. Esta derrota com o Porto aborrece, é verdade, mas não é o fim do mundo.

Este fim-de-semana recebemos o Marítimo de Pedro Martins em casa. Os madeirenses visitam Alvalade depois de quatro derrotas numas tantas jornadas. Exige-se aos pupilos de Jardim o regresso às vitórias, uma boa exibição, futebol bem jogado, domínio absoluto do primeiro ao último minuto e, acima de tudo, golos. Não há melhor remédio para a indigestão do bitoque da semana passada.

E o Sr. Bruno de Carvalho pede casa cheia. Porque não?

Só uma nota, para terminar, em relação ao que se passou nas horas anteriores ao último jogo, contra o FC Porto. Só tive pena de não ter assistido a uma merecida carga policial à antiga a tempo e horas, daquelas em que não há nada que mexa que não seja varrido à bastonada. Era o que mereciam a cerca de uma centena de animais que provocou os desacatos nas Antas, seja qual for a cor, verde ou azul, que tinham por baixo das camisolas negras. Foi pena…

Modo quanto baste

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Topo Sul

Num jogo que era tido como o primeiro de cinco grandes obstáculos para a equipa do Benfica dentro de poucas semanas – a este jogo com a Académica somam-se jogos com Olympiakos, Sporting, Sporting Braga e Anderlecht – era fundamental vencer esta partida em Coimbra para pressionar os rivais e a vitória não escapou ao Benfica. Dois anos depois o clube da Luz voltou a vencer em casa da Académica e o resultado de 0-3 não deixa margem para dúvidas. Pelo menos no que ao marcador diz respeito.

Com um onze praticamente idêntico ao que defrontou o Nacional, na Luz, na jornada passada, (entraram Cortez e Lima para os lugares de Siqueira e Rodrigo) a equipa encarnada tentou sempre pautar o ritmo de jogo e impedir as investidas ofensivas da turma briosa. Nos primeiros trinta minutos viu-se um Benfica demasiado lento e previsível, sendo até a Académica a chegar mais vezes à área encarnada, apesar desse ímpeto não se traduzir em situações de real perigo para a baliza de Artur. Depois, e sem que nada o fizesse prever, chegaram os golos do Benfica, um atrás do outro. Primeiro foi o inevitável Óscar Cardozo, com um remate fora da área, a inaugurar o marcador, seguindo-se o segundo golo, mais uma vez com o paraguaio na jogada, apontado pelo lateral Marcelo na própria baliza, num lance de claro azar para o jogador brasileiro. Esta bagagem de dois golos foi decisiva para o comportamento do Benfica no resto do jogo e demasiado cruel para a formação conimbricense, sobretudo porque se aproximava o intervalo.

Cardozo e Ivan Cavaleiro Fonte: Site Oficial do Sport Lisboa e Benfica
Cardozo e Ivan Cavaleiro
Fonte: Site Oficial do Sport Lisboa e Benfica

A segunda parte foi então claramente dominada pela turma encarnada, que geriu a vantagem congelando a bola em seu poder e tentando, embora de forma pouco clarividente, chegar ao terceiro golo. A dupla Mátic-Enzo foi sempre carregando a equipa e eram estes dois homens que comandavam todas as operações da equipa. As acelerações do argentino, sobretudo, traduziram-se nos lances mais perigosos do Benfica em todo o jogo, pois desequilibravam sempre a defensiva adversária e libertavam os jogadores dos corredores laterais. O problema é que tanto Gaitán, como Iván Cavaleiro não estavam propriamente inspirados e nunca conseguiram servir da melhor forma os avançados Lima e Cardozo. De quando em vez o brasileiro recuava para até ao meio campo para entrar em jogo, mas também ele não foi particularmente feliz no capítulo do passe e revelou muita falta de confiança para rematar ou criar jogadas individuais. Nem ele, nem ninguém. Salve-se Enzo Pérez.

Como disse, o jogo ia-se desenrolado num ritmo pausado e enfadonho, até que a entrada de Markovic veio agitar um pouco (não muito) o encontro. As corridas desenfreadas e as constantes mudanças de direcção do jovem sérvio entusiasmaram o seus colegas e os (pouquíssimos) sete mil adeptos que estavam nas bancadas. O golo de belo efeito que apontou é exemplo da irreverência e qualidade deste jovem prodígio. Após excelente passe de Rúben Amorim- completou 200 jogos na Liga Portuguesa- Markovic fez um belíssimo chapéu ao guardião da Briosa e fixou o resultado final em 0-3, numa partida em que a Académica não incomodou a baliza de Artur, limitando-se a jogar fechada no seu meio-campo e tentado, através de jogadas de individuais de Djavan e Cleyton (bons jogadores) chegar à área encarnada.

Notas finais : Benfica mais uma vez a jogar quanto baste para chegar à vitória; Clara falta de confiança na maioria dos jogadores, o que se traduz num futebol muito, mas muito pobre praticado pela equipa, nesta fase da época; Enzo Pérez é o elemento mais valioso no plantel, sendo o único que se exibe de acordo com as suas faculdades técnico-tácticas; Cardozo volta a ser decisivo no triunfo encarnado e já leva seis golos na liga, apesar de ter entrado de forma tardia nas contas de Jesus; Maxi e Cortez continuam a revelar debilidades que poderão ser altamente prejudiciais para a equipa em jogos de maior exigência.

Supertaça de Corfebol

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cab reportagens bola na rede

NCB vence Supertaça Mário Godinho

No Pavilhão 1 do Estádio Universitário de Lisboa decorreu a Supertaça Mário Godinho, que opôs o campeão nacional de Corfebol, o Núcleo de Corfebol de Benfica (NCB), frente ao finalista vencido da Taça, Club Internacional de Foot-Ball (CIF). Mas antes de passarmos às peripécias do jogo, explicamos ao leitor o que é o corfebol, uma modalidade que tem crescido em Portugal.

O Corfebol é um desporto misto com equipas de 8 jogadores, 4 raparigas e 4 rapazes. A defesa é individual e rapazes só podem defender rapazes e raparigas só podem defender raparigas. O objectivo é introduzir a bola de cima para baixo, no cesto do adversário. A modalidade surgiu em Portugal em 1985 e a selecção tem tido boas prestações com um 3º lugar no Campeonato de Mundo de 1995 na Índia, um 3º lugar no Campeonato da Europa de 1998 em Portugal e um 4ºlugar nos Jogos Mundias de 2013 na Colômbia.

Voltando ao pavilhão, o Núcleo de Corfebol de Benfica(NCB) defrontava o Club Internacional de Foot-Ball(CIF) numa reedição da Taça de Portugal do ano passado. O NCB é uma das forças dominantes do Corfebol português, sendo o tri-campeão nacional. O CIF é uma força emergente no panorama nacional, tendo acabado o campeonato no 3ºlugar.

NCB vs CIF a disputar a Supertaça Mário Godinho
NCB vs CIF a disputar a Supertaça Mário Godinho

O jogo começou bastante disputado, de parada e resposta, sem nenhuma equipa a estar em vantagem por mais de um ponto. Só a partir dos últimos 7 minutos da primeira metade a partida começou a ficar desequilibrada. Associado a esse desequilíbrio esteve o facto de o CIF ter visto um dos seus jogadores sair lesionado. A partir desse momento, o NCB tomou conta do jogo e chegou ao intervalo a vencer por 12-6.

A segunda parte foi de controlo do jogo por parte do NCB. Os campeões nacionais iam controlando a vantagem, fazendo pontos e aproveitando os lançamentos e defesas falhadas do CIF. Só na recta final, o CIF tentou tudo para dar a volta ao resultado, mas sem efeito. No final, o NCB venceu por 24-17, num jogo onde soube aproveitar a lesão que afectou a equipa do CIF e superiorizar-se. O CIF mostrou bons argumentos para a época que ai se aproxima, tendo conseguido equilibrar o jogo a certas alturas.

NCB a celebrar a vitória
NCB a celebrar a vitória

Em declarações ao “Bola na Rede”, o treinador dos vencedores, Nuno Ferro, ficou satisfeito com a vitória, apesar do jogo típico de início de temporada. Quanto à temporada espera revalidar os títulos e conseguir um TOP 3 na Taça dos Campeões Europeus ( vai-se disputar em janeiro na Holanda). Revela ainda ao nosso site que o segredo para se manterem no topo é o profissionalismo dos jogadores, ainda amadores. Por sua vez a capitã do NCB, Joana Faria, entende que a vitória foi justa e por bons números, apesar de uma segunda parte mais fraca, quanto a objetivos estabelece os mesmos que o seu treinador.

Nos vencidos Catarina Miranda, treinadora do CIF, defende que a lesão de Raúl desconcentrou os seus jogadores, e que nunca mais conseguiram alcançar o NCB pela sua qualidade e experiência. Quanto a objetivos traça a luta pelos dois primeiros lugares do campeonato e afirma que um dia “seremos campeões”. A capitã do CIF por sua vez considera que foi um jogo interessante e que o NCB foi um justo vencedor. Acreditando ainda que a sua equipa vai conseguir ficar no TOP 3 do campeonato.

Para Mário Almeida, Presidente da Federação Portuguesa de Corfebol, foi uma final com vencedor antecipado, mas que prova que o CIF pode, nos próximos anos, começar a discutir de mais perto o primeiro lugar, uma vez que tem jogadores com um e dois anos de experiência na modalidade. Adianta ainda ao “Bola na Rede” que o jogo podia ter sido muito diferente caso o NCB tivesse tido duas ou três lesões, porque os atletas do banco são do mesmo valor que os do CIF, já que se encontram ainda em formação.

O Campeonato Nacional de Corfebol tem início marcado para o próximo dia 16 de novembro.

Reportagem de André Conde, Cátia Borrego e Rodrigo Fernandes

Balanço Inicial

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milnovezeroseis

Caro leitor,

À passagem da oitava jornada começa a ser exequível realizar as primeiras análises do que foi a temporada até este ponto. Com, praticamente, três meses de campeonato jogados, já foi possível assistir a golos memoráveis, jogos electrizantes e arbitragens gritantes. Mas é igualmente factível fazer um balanço da perfomance de cada equipa, apontando quais poderão figurar no lote de possíveis vencedores.

No rescaldo da derrota no Dragão, o discurso tido face ao Sporting mudou de rumo. Os leões abandonaram o estado de graça e colocaram os pés na terra, no dizer da maior parte da imprensa especializada. Demagogias de quem não parou um momento que fosse para fazer uma análise justa da época leonina até ao momento.

O Sporting tem vindo a surpreender pela positiva nestes meses de competição iniciais. Com oito jornadas jogadas, o Sporting ocupa o terceiro lugar da tabela – em igualdade pontual com o Benfica. Com oito jornadas jogadas, o Sporting já jogou contra Porto, Benfica e Braga, tendo feito 5 pontos em 10 possíveis. Com oito jornadas jogadas, o Sporting já se deslocou aos redutos de Braga e Porto. Com oito jornadas, o Sporting tem nas suas fileiras o melhor marcador da Liga Portuguesa, com 9 golos apontados.

No que toca à Taça de Portugal, a posição leonina é, igualmente, prometedora. No único jogo realizado até ao momento, os leões cilindraram o modesto Alba, fixando o placard em 8-1. Na próxima ronda teremos um escaldante Benfica-Sporting que deixará pelo caminho um “mítico” da prova rainha do futebol português.

Com efeito, o Sporting está a realizar, até ao momento, uma época dentro das expectativas que gerou. No campeonato nacional, o objectivo passa por garantir a presença na Liga dos Campeões do próximo ano e está numa posição que garante a qualificação. Já na Taça de Portugal, apesar da imprevisibilidade da competição, erguer a Taça é a palavra de honra.

Uma coisa é certa, se o Sporting mantiver os níveis de qualidade até agora apresentados, os propósitos leoninos iniciais podem ser largamente ultrapassados! Oxalá.

Seleccionador nacional “despedido” dá lugar a Nuno Marques

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cab ténis

Nuno Marques substituiu Pedro Cordeiro no comando da selecção nacional de ténis. Pedro Cordeiro era o seleccionador masculino e feminino desde há nove atrás, tendo sido afastado de forma polémica e pouco clara por parte da Federação.

Para os que estão fora do ténis, a escolha de Nuno Marques é aplaudida por ser um dos embaixadores do ténis português e um dos tenistas mais talentosos do mundo. Para mim, também é sem dúvida uma boa escolha. No entanto, é importante analisarmos a forma como esta troca foi feita.

Maria João Koehler anuncia o fim da sua parceria com Nuno Marques a 25 de Outubro. Dia 28, Vasco Costa anuncia então o fim do contrato de Pedro Cordeiro, e dia 29 apresenta Nuno Marques como o novo seleccionador português.

As trocas de acusações de parte a parte fazem-se a partir do anúncio da Federação Portuguesa de Ténis. Vasco Costa, presidente da FPT, afirma então que “a federação decidiu mudar o ciclo nos selecionadores nacionais, nomeadamente nos seniores”, garantindo que a mudança não está “relacionada com questões desportivas”. Pedro Cordeiro reagiu assim: “[recebi a notícia] de uma forma inesperada. O Vasco [Costa, presidente da federação] veio falar comigo e disse-me que a direcção tinha decidido que o meu ciclo com as selecções tinha acabado”. Pedro Cordeiro rejeitou assim completamente este argumento e acrescentou que foi “despedido”.

Pedro Cordeiro http://www.agentedesportivo.com
Pedro Cordeiro
Fonte: agentedesportivo.com

Pedro Cordeiro esteve nove anos à frente da selecção masculina e feminina, tornando-se o seleccionador com mais vitórias, e de todos os quadrantes surgem mensagens de apoio ao treinador. Rui Machado diz que Pedro Cordeiro será sempre o seu capitão, e até Frederico Gil, que está concentrado no seu regresso, veio a público deixar um agradecimento ao agora ex-seleccionador.

Nuno Marques foi o melhor tenista da geração anterior e como treinador já deu provas também, ao “criar” Maria João Koehler. O seu legado será pesado, como afirmou Hugo Ribeiro (Eurosport) no seu Facebook; no entanto, Nuno Marques tem o carisma e a tranquilidade necessários para levar a cabo esta missão. É um ícone do ténis português e sem dúvida a melhor escolha para assumir este cargo.

Nuno Marques www.expresso.sapo.pt
Nuno Marques
Fonte: Expresso

Pessoalmente, “cresci” no ténis a ver Pedro Cordeiro como seleccionador português. Sou defensor em toda a linha de que nove anos é tempo a mais em qualquer lugar que seja, e acredito que na parte técnica um ciclo superior a cinco anos acaba por se tornar naquilo a que vulgarmente se chama “chover no molhado”. No entanto, Pedro Cordeiro merece o nosso respeito e merecia o respeito da Federação Portuguesa de Ténis, por aquilo que deu ao ténis. Pena é que os que muito deram à modalidade saiam e os que não fazem lá falta por lá continuem…

Do Pedro guardo a imagem de alguém leal, afável, criador de consensos e acessível. Do Nuno espero uma dinâmica diferente, de alguém que esteve ao mais alto nível, aguardando assim ver na equipa portuguesa uma motivação especial.

Entretanto, no plano internacional, Serena Williams venceu o Masters de final de ano em Istambul, sem grande surpresa, e Roger Federer garantiu a qualificação para o Masters masculino, garantindo assim a sua 12ª presença em doze anos consecutivos. Um recorde apenas ao alcance de “senhores” como King Roger.

Como do dia para a noite

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Terceiro Anel

Luís Filipe Vieira, 64 anos de idade, o líder da nau encarnada. Desde 2003 como Presidente do Sport Lisboa e Benfica, LFV tem reestruturado o clube de uma forma notável e indiscutível. Há dez anos atrás, o Benfica ainda se encontrava nos cuidados intensivos. Fruto de uma gestão danosa e irresponsável do auxiliar do padre da prisão da Carregueira, o clube quase se foi abaixo. Eu sei bem aquilo por que passei, na escola, na rua, no clube de futebol onde jogava. Os adeptos não-benfiquistas não perdiam uma oportunidade para gozar comigo, para troçar, ainda para mais vendo o meu desânimo perante uma equipa que eu amava, mas que se arriscava sempre a levar cinco batatas de um Farense ou de um Salgueiros.

Luís Filipe Vieira / Fonte: www.record.pt
Luís Filipe Vieira
Fonte: Record

Porém, e felizmente, as coisas foram mudando! Ok, o Benfica não ganhou assim tantos títulos desde 2003, mas é impressionante a forma como o clube se reergueu. Temos um estádio de sonho, que irá receber a final da Liga dos Campeões desta temporada, construído em tempo recorde; temos um centro de estágios formidável, elogiado por todos; temos dois pavilhões de primeira categoria; somos o clube com mais sócios no mundo inteiro (eu não me esqueço da forma como foi gozado LFV, quando anunciou que queria chegar aos 300 mil sócios, quando realisticamente estamos a caminho de atingir essa marca); tivemos, e ainda temos, jogadores de altíssimo nível naquilo que ao futebol diz respeito (ainda me lembro de pontapear o sofá da minha sala, nesses idos anos de 1998 ou 1999, quando tínhamos como centrais esses portentosos Paulo Madeira e Ronaldo Guiaro); temos um museu arrepiante; temos um canal televisivo próprio.

E podia estar aqui muito mais tempo a enumerar grandes feitos de LFV, nos aspectos que se reportam a toda a logística e estrutura do Benfica. Por vezes sou um crítico feroz das atitudes ou não-atitudes tomadas pelo nosso presidente, sobretudo em relação ao futebol, e mais especificamente em relação aos treinadores, mas não posso ter uma visão curta demais.
Com passivo gigante ou sem gigante passivo, a verdade é que o Benfica voltou a ser um clube temido, que arrasta milhares, que enche estádios em França e na Alemanha, que é uma marca comercial fortíssima, que é falado constantemente por tudo e por todos, que me coloca doido e fora de mim sempre que joga.

Não sei quanto tempo mais estarás no poder, Luís Filipe Vieira, e eu próprio, como já anteriormente escrevi neste site, acho que estás numa posição delicada, mas, independentemente daquilo que acontecer no futuro, já entraste na história do Sport Lisboa e Benfica. Resgataste uma das coisas que mais amo na vida, e isso…não tem preço.
Portanto, boa sorte para ti, porque a tua sorte…é a sorte de milhões e milhões espalhados por aí.

David e o Super-Golias

cab futebol feminino

Não sei se já repararam, mas, à vontade, para aí 70% dos filmes de acção têm um argumento muito semelhante. Especialmente aqueles filmes mais manhosos, que passam geralmente domingo à tarde e que praticamente toda a gente já viu pelo menos uma vez. É claro que as histórias divergem bastante, mas, no fim-de-contas, todos estes filmes vão eventualmente desaguar ao mesmo tipo de situação. O herói encontra-se numa desvantagem esmagadora, e logo quando está prestes a ser aniquilado pelo terrível vilão, eis que a surpresa acontece – um golpe de génio à mistura com uma “caga” descomunal e bang, o mundo foi salvo, a princesa resgatada e podemos todos assistir ao telejornal muito mais descansados da vida.

Não sei se já repararam, mas quase sempre que vemos um filme de acção, assistimos ao velho conto bíblico “David e Golias”. Excepção feita aos filmes do Chuck Norris, é claro. Quando o Chuck Norris entra em cena, já se sabe que vai ser sopa de porrada para todos aqueles que tenham a infeliz ideia de se meter no seu caminho, seja enquanto Ranger do Texas ou mesmo na sua versão indiana (obrigatório fazer uma pesquisa no YouTube para ver a pinta do homem e a completa inexistência de leis da física). Nunca gostei muito destes filmes de domingo à tarde, mas consigo perceber o entusiasmo em torno da demanda do pequeno David. É uma estória sobre ultrapassar as adversidades, o triunfo do underdog, o superar de todas as expectativas. É bonito, convenhamos, quase poético. E quando a estória se passa na vida real – sim, porque filmes de acção e Bíblia estão mais no patamar da ficção – então aí é mel.

A estória do campeonato feminino de futebol português do ano passado dava um filme. E bem melhor que esses rascas de acção que por aí andam, visto que aconteceu mesmo na realidade. De um lado, o grande Golias – o 1º de Dezembro, vencedor do campeonato por 11 épocas consecutivas, não perdia um jogo para esta competição desde Maio de 2006! Não sei quanto ao caro leitor, mas eu não conheço nenhuma equipa em nenhuma modalidade que tenha atingido semelhante feito. Apelidado de “eterno campeão”, o 1º de Dezembro era de longe a maior força do futebol feminino português, e nada fazia prever que na temporada passada isso fosse mudar. Mas mudou, e de que forma.

1º de Dezembro, o “campeão eterno” do futebol feminino nacional www.maisfutebol.iol.pt
1º de Dezembro, o “campeão eterno” do futebol feminino nacional
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Do outro lado, um pequeno David – o Atlético Ouriense, equipa recém-promovida ao campeonato nacional feminino, um estreante absoluto no escalão máximo da modalidade. Primeiro jogo para o campeonato de 2012/2013? 1º de Dezembro vs. Atlético Ouriense. Há coisas que estão destinadas a acontecer. Vitória do eterno campeão contra o recém-promovido por duas bolas a uma. Nove jornadas depois voltam a encontrar-se, agora em Ourém, e o impensável acontece. Flávia Fartaria marca o único golo do jogo para as atletas do Ourém, e põe termo a um “reinado” de 140 (!!) jogos sem perder para o campeonato. Depois do desaire o 1º Dezembro ainda permaneceu como líder da tabela, mas em segundo lugar, a apenas 3 pontos, estava a equipa que viria a sagrar-se campeã nacional e quebrar a hegemonia do eterno campeão … o Atlético Ouriense.

Atlético Ouriense ditou o fim da hegemonia do 1º de Dezembro http://visaodemercado.blogspot.pt/
Atlético Ouriense ditou o fim da hegemonia do 1º de Dezembro
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Pena que nem todos têm a noção daquilo que aconteceu a época passada no escalão máximo do futebol feminino português. A nível pessoal, acho que o Atlético Ouriense fez algo simplesmente extraordinário. Imaginem como seria se, na Primeira Liga Portuguesa, o Arouca desatasse a jogar futebol e ganhasse o campeonato. Era bonito, não era? Aposto que a imprensa desportiva não descansava enquanto não fizesse mil entrevistas a todos os jogadores e equipa técnica do Arouca. Só que no campeonato masculino português não há nenhuma equipa que tenha sido campeã por 11 épocas seguidas, nem que tenha atingido um recorde de 140 jogos sem perder. Isto é, o eterno campeão era um gigante, um Super-Golias, e o feito do Ouriense, esse pequeno David, ainda foi maior.

Não sei se já repararam, mas aquilo que aconteceu no campeonato feminino nacional do ano passado foi algo inédito no futebol nacional, e desconfio também que em todo o desporto português.

Depois perguntem-me porque é que acompanho futebol feminino.