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FC Porto 1-1 Nacional: O pecado da finalização

Pronúncia do Norte

Depois do empate em Belém na jornada anterior, o FC Porto recebia hoje o Nacional da Madeira com a responsabilidade de voltar às vitórias. No entanto, poucas horas depois da vitória caseira do Benfica frente ao Braga, os dragões voltaram a ceder pontos: 1-1 foi o resultado final.
Com Maicon no lugar do castigado Mangala e Herrera a jogar em vez de Defour, o FC Porto entrou fortíssimo na partida, trocando a bola com segurança, velocidade e dinamismo. Nos primeiros minutos, criou inúmeras oportunidades – os 10 remates que já levava aos 20 minutos de jogo ilustram bem o intenso domínio azul e branco.

Entretanto, o Nacional conseguiu acertar as marcações e, a partir daí, o FC Porto, embora mantendo a posse de bola e impedindo o adversário de criar perigo, nunca mais foi capaz de ser tão acutilante. A primeira parte terminou com dois ou três míseros remates dos forasteiros e uma diferença abissal de futebol produzido, porém o placard insistia em ditar um teimoso 0-0.

Lucho vs Nacional
Lucho Gonzalez frente ao Nacional / Fonte: A Bola

Na segunda parte, os dragões voltaram a entrar com vigor e chegaram ao golo à passagem do minuto 52 – Jackson correspondeu da melhor maneira ao cruzamento de Danilo e, de cabeça, bateu Gottardi. Os adeptos aplaudiram, festejaram e respiraram de alívio. O Nacional, todavia, não baixou os braços. A Mateus, que havia entrado dois minutos antes do golo, juntaram-se Diego Barcellos e Lucas João, lançados por Manuel Machado para aumentar o poder de fogo dos madeirenses. Paulo Fonseca respondeu com Quintero e Licá mas o FC Porto já não apresentava o mesmo discernimento.

Aos 82 minutos, Otamendi (com uma exibição imaculada e uma série de cortes de altíssimo nível até então) dominou mal uma bola, permitiu o contra-ataque rápido do Nacional e, mesmo tendo conseguido tirar uma bola rematada por Mateus em cima da linha, foi incapaz de parar a recarga de Rondón: estava reposta a igualdade. O FC Porto ainda tentou chegar aos três pontos nos dez minutos finais mas viu Gottardi negar o golo a Jackson já nos descontos, na melhor ocasião do FC Porto na segunda parte.

Paulo Fonseca vs Nacional
Paulo Fonseca / Fonte: Record

O FC Porto fez um bom jogo e acabou por pecar, essencialmente, pela falta de finalização. As estatísticas não enganam e demonstram bem a diferença entre as duas equipas: 63-23 em ataques, 30-8 em remates, 77%-23% em posse de bola, 17-0 em cantos.

Pela positiva, destacaria a prestação de Herrera – muito vertical, muito forte fisicamente, assumindo o jogo e revelando alguns pormenores muito interessantes (os três passes de calcanhar que fez na primeira parte deixaram água na boca). Pela negativa, o mau desempenho de Varela – demasiados passes falhados, demasiadas decisões mal tomadas, capaz de levar o mais paciente dos tripeiros ao desespero! No cômputo geral, a equipa apresentou-se a um nível bastante aceitável.
No fim, o Nacional da Madeira voltou a ser a “besta negra” do FC Porto no Dragão – mais de nove meses depois, os azuis e brancos voltaram a perder pontos no seu estádio.

Matic resolve a Cardozo-Dependência

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O Benfica venceu o Sporting de Braga, em mais uma exibição que deixou muito a desejar. A grande surpresa do encontro foi o facto de Cardozo nem no banco de suplentes estar devido a lesão. E é ai que começa um dos grandes problemas deste jogo e da época em geral. O Benfica vive dependente de Cardozo. É alarmante a má forma que atravessam os avançados do Benfica. Lima, jogador que admiro muito, está a milhas do que fez a época passada, Rodrigo parece ter desaparecido, depois da lesão que sofreu às mãos de Bruno Alves, e Funes Moris apenas me faz questionar o porquê da sua contratação.

A primeira parte é a maior amostra disso mesmo. Poucas oportunidades, poucas ideias e a sensação de que com Cardozo em campo as coisas podiam ser resolvidas mais cedo. O Benfica vivia sobretudo de Markovic, que continua a jogar nas alas. Para quando a colocação do sérvio no meio, onde irá render muito mais? Markovic tem de jogar no meio! É aí a sua posição. Vamos esperar pelo regresso de Salvio para ver se Jesus deixa de ser teimoso. Quanto ao Djuricic, uma das surpresas para este 11, desperdiçou mais uma oportunidade para se mostrar. Começam a ser demasiadas já.

Matic e Éder, as duas figuras da noite Fonte: Mais Futebol
Matic e Éder, as duas figuras da noite
Fonte: Mais Futebol

Mas as culpas não podem cair apenas no ataque do Benfica. A equipa entrou mais uma vez apática, numa altura onde o Benfica parecia voltar às boas exibições. Será que a pausa fez mal ao Benfica? O que valeu foi o golo de Matic. Um bom golo, um bom roubo de bola e um Matic que parece voltar ao Matic do ano passado.

O resultado foi bem melhor do que uma exibição que ficou a condizer com o tempo: cinzenta e fria. Isto tudo frente a um Braga que assustou por várias vezes. Queria também destacar a exibição de Éder. Numa altura em que se fala da questão do ponta de lança na selecção, Éder voltou a mostrar que é uma opção válida e, na minha opinião, a opção mais forte.

A Traição de Götze

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Disputou-se esta tarde o Borussia Dortmund (3º, 28 pontos) – Bayern de Munique (1º, 32 pontos), maior clássico daquela que para mim é, desde há 3 ou 4 anos, a segunda melhor liga do Mundo. Num jogo em que Ribéry não participou por se ter lesionado recentemente, os primeiros 20 minutos não tiveram grande interesse, embora se tenha registado uma ligeira superioridade do Bayern. As equipas entraram algo retraídas e foi apenas aos 29 minutos que surgiu o primeiro remate perigoso, com uma defesa atenta de Neuer a remate de Reus numa altura em que o Borussia já tinha equilibrado a contenda.

Há uns tempos, antes de defrontar o Arsenal para a Champions, o treinador Jürgen Klopp tinha dito que os ingleses eram uma orquestra mas que ele preferia heavy metal, e percebe-se a metáfora: realmente o Borussia, apesar de não desprezar a qualidade de jogo, é uma equipa bastante atlética e objectiva, ainda que não tenha tido um dia feliz. Mkhitaryan apenas a espaços conseguiu fazer a ligação entre o meio-campo e o ataque, sector onde Lewandowski foi mais uma ameaça teórica do que efectiva. A primeira parte fica contada em poucas linhas, sendo apenas necessário mencionar ainda um lance espectacular ao minuto 35, em que Mandzukic fez um remate acrobático ao canto da baliza para grande defesa de Weidenfeller. No seguimento do lance o guardião do Borussia mostrou-se novamente, parando um tiro de Müller com segurança.

A segunda parte recomeçou com Lewandowski a falhar a emenda a um cruzamento da direita quando só tinha o guarda-redes pela frente. O Borussia parecia determinado a fazer valer o factor casa, mas o Bayern nunca se deixou superiorizar. E é aqui que me detenho para falar um pouco daquele que para mim foi o melhor jogador do encontro: Philip Lahm, esta época adaptado ao meio-campo. O alemão de 30 anos é um jogador com um futebol de processos simples mas de grande elegância, com enorme sentido táctico e uma capacidade de recuperação de bola e de leitura do jogo notáveis. Todas estas qualidades fizeram com que Guardiola tivesse visto nele um valor seguro não apenas para a faixa lateral, mas também para uma posição intermediária. Quem estiver atento a um jogo de Lahm verá que este jogador faz praticamente tudo bem, com uma serenidade e capacidade de liderança que impressionam. As suas características fazem-me lembrar Xavi, e este é o melhor elogio que se pode fazer a um jogador que está a jogar fora da sua posição natural. Lahm já se mostrou desagradado com esta sua mudança de posição em ano de Mundial, mas só posso louvar Guardiola por ter percebido o jogador que ali tem e ter realizado esta alteração tão arrojada quanto bem-sucedida. E estou seguro de que Lahm não terá problemas em conservar o seu lugar na mannschaft, porque a sua enorme qualidade terá sempre espaço no onze.

Götze marcou mas não festejou, num jogo em que Lahm foi o melhor em campo Fonte: http://www.bild.de/
Götze marcou mas não festejou, num jogo em que Lahm foi o melhor em campo
Fonte: http://www.bild.de/

Voltando ao jogo propriamente dito, o pouco perigo que o Bayern estava a criar aliado a algum receio de sofrer um golo, levou Guardiola a tirar Mandzukic para colocar Götze, prescindindo do seu único ponta-de-lança de raiz. E esta substituição revelar-se-ia um momento-chave: dez minutos depois de entrar em campo, o jovem que trocou o Borussia pelo Bayern no último Verão abriu o marcador. Grande passe de Lahm a solicitar Müller na direita, centro tenso e boa finalização de trivela à entrada da área. Apesar de ter sido muito assobiado quando entrou em campo, Götze não festejou.

A perder e com menos de 30 minutos para jogar, a equipa da casa tentou aventurar-se no ataque. Nessa altura valeu Neuer aos campeões: aos 70 minutos fez uma excelente mancha a Mkhitaryan e conseguiu defender, e dois minutos depois protagonizou uma defesa de grande nível, indo buscar a bola ao canto inferior após remate de Reus. Com Kroos algo desligado do jogo e com a lesão do central Boateng, foi apenas aos 85 minutos que o Bayern desfez todas as dúvidas no jogo: Robben, que tinha aparecido de forma intermitente, explorou bem o espaço nas costas da defesa e aproveitou um passe largo de Thiago para correr 20 metros com a bola e picá-la por cima do guarda-redes. No minuto seguinte Müller deu a machadada final no adversário, correspondendo a um cruzamento de Lahm depois de um bom trabalho de Robben.

Estava assim consumada a vitória do líder Bayern no terreno do seu maior adversário dos últimos três anos, perante 80 000 adeptos fervorosos. As mexidas de Guardiola (tirar o ponta-de-lança para meter Götze, colocar Thiago – que viria a fazer uma assistência – e recuar Javi Martínez para central depois da lesão de Boateng) foram decisivas e mostraram que o treinador catalão teve um dia feliz. Ainda que a diferença de golos tenha sido excessiva (ajustar-se-ia melhor um 0-0 ou, no máximo, 0-1 para o Bayern), os campeões alemães passaram um teste difícil e deixaram o Borussia a sete pontos de distância.

Luz ao fundo do túnel

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Topo Sul

Mais uma paragem no campeonato nacional (são seguidas!) e, como é do conhecimento dos meus leitores, altura ideal para actualizar o meu bloco de notas de ilações sobre a época do nosso Benfica. Desde os meus últimos rabiscos, muita coisa se passou no seio da nação benfiquista e a conclusão que retiro de todos esses acontecimentos é a da que há luz ao fundo do túnel.

No futebol não há nada como uma boa série de vitórias para se gerar uma onda de confiança. Ainda mais num clube com sede de conquistas, como é o SLB. Uma atrás da outra, elas vão-se sucedendo e são o íman perfeito para juntar equipa e adeptos. O bom futebol e espectacularidade também ajudam, e muito, mas os efeitos são diferentes, como é óbvio. Este ano ainda não conseguimos criar esse triângulo perfeito (vitórias, bom futebol e espectacularidade), mas estou convicto de que, e para continuar no ramo das figuras geométricas, será precisamente um triângulo (o do meio-campo) que trará essa fórmula triádica para os relvados. Quem sabe para atingir o triplete (Campeonato, Taça de Portugal, Liga dos Campeões… – desculpem, entusiasmei-me). Mas já lá vamos. Agora ainda estou em fase de actualização de dados benfiquistas.

Nesta fase da temporada ocupamos o segundo lugar do campeonato, a três pontos dos líderes, F.C.Porto, e ainda não os defrontámos. Com isto quero dizer que dependemos, única e exclusivamente, de nós para atingir o lugar no topo da tabela. Na taça de Portugal qualificámo-nos de forma justa e convincente para os quartos-de-final da prova, onde vamos enfrentar o Gil Vicente, na Luz. Por fim, e porque é a competição menos importante, na Taça da Liga estamos incluídos num grupo perfeitamente acessível para a qualificação para a próxima fase. Entre fronteiras, parece estar tudo sereno. No contexto internacional o cenário piora e é pouco provável que o Estádio da Luz presencie mais um jogo da Liga dos Campeões, tirando a partida final da prova. Este é, portanto, o desenho actual, simplista e pragmático, do quadro encarnado. Contudo, a tela ainda tem outra metade por preencher. O que aí vem pode ser ainda altamente triunfal e luminoso, por isso há que acreditar nesse desfecho.

Atrás neste texto referi um triângulo como possível chave para abrir as portas ao bom futebol encarnado. Fi-lo de forma consciente e sem hesitações, pleno de crença neste modelo com três unidades no meio-campo. Como acérrimo defensor do 4x3x3 ou 4x5x1 (acaba por ir dar ao mesmo), penso que é este o sistema táctico mais completo do futebol. Sendo as unidades centrocampistas que definem o ritmo do jogo e que controlam todas as acções e movimentações da equipa, parece-me importante que o meio terreno esteja bem preenchido e de preferência por jogadores com características diferentes, mas que se completam. Dada a riqueza de recursos no nosso plantel, temos jogadores que podem formar um triângulo compacto e dinâmico, ao mesmo tempo, e assim criar um estilo de jogo entusiasmante e digno de um grande clube.

Amorim volta a parar Fonte: visaodemercado.blogspot.com
Amorim volta a parar
Fonte: Visão de Mercado

Enzo e Matic têm lugar-cativo no onze pelas razões evidentes: têm qualidade de sobra e formam uma das duplas de médios mais categorizadas do futebol europeu. Porém, como não estamos a falar de duplas, falta aqui uma peça para completar este puzzle triangular. Com Rúben Amorim lesionado, surgem os nomes de Fejsa, André Gomes e Djuricic para ocupar o seu lugar. Todos eles têm características diferentes uns dos outros e, cada um à sua maneira, conferem ao onze potencial. Jesus tem ao seu dispor um leque de médios que lhe permite enfrentar qualquer adversário. Só tem de saber escolher o melhor parceiro para aquela dupla. Reconheço qualidades físicas e tácticas a Fejsa, admiro a classe de André Gomes, mas clamo a magia de Djuricic. O futebol do jovem sérvio caía na perfeição no nosso estilo de jogo, assumindo-se como verdadeiro e clássico número dez que não temos desde os tempos de Aimar e que tanta falta nos faz.

Pessoalmente, não consigo imaginar um onze sem um número dez. Sem um vagabundo que tenha total liberdade criativa para usar e abusar da sua qualidade de passe, criatividade e visão de jogo. O médio sérvio tem estas características e está na altura de aparecer e de as mostrar ao universo benfiquista. O nosso jogo precisa de ti, miúdo! Falta no Benfica qualidade no último passe e certeza no momento do passe e o surgimento deste talento certamente que irá colmatar essa deficiência.
Enfim, são estes os argumentos que sustentam a minha inabalável fé no triângulo de meio-campo para elevar o nosso futebol ao nível do passado recente.

Hoje, frente ao Sp. Braga, é o contexto ideal para testar esta nova abordagem. Por se tratar de um clássico. Porque vamos ter um estádio bem composto. Porque os adeptos já parecem dispostos a perdoar os fracassos da equipa ao nível dos títulos e porque estão prontos para ver o bom futebol que os jogadores lhe podem oferecer.

Provavelmente o melhor campeonato dos últimos tempos

cab desportos motorizados

Hoje escrevo sobre o Campeonato de Portugal de Ralis (CPR), que acabou a 9 de novembro com o Rally do Algarve. A competição foi ganha por Ricardo Moura, que conquistou assim o seu terceiro campeonato seguido. Um título justo, a meu ver, mas que teria sido igualmente justo caso tivesse ido para Bernardo Sousa.

O campeonato de 2013 prometia muito, com o regresso dos S2000, por parte de Pedro Meireles, e com o regresso de Bernardo Sousa.

Nada melhor do que começar pelo início. Em fevereiro, começou a edição deste ano do CPR, com o Rali Serras de Fafe. O vencedor foi Bernardo Sousa, com um Peugeot 207 S2000; em segundo lugar ficou Ricardo Moura, em Mitsubishi Evo IX, a 46,8 segundos; por fim, no último lugar do pódio ficou Pedro Meireles, em Skoda Fabia S2000, já a mais de um minuto. De destacar a presença de um grupo N no meio dos S2000.

Sousa em Fafe. http://autoandrive.com
Sousa em Fafe.
Fonte: autoandrive.com

O segundo rali foi o Rally de Portugal, a prova rainha do automobilismo em Portugal. Esta prova contava para a Taça de Ouro de ralis, uma competição que reúne as três provas internacionais portuguesas. Além da competição nacional, o rali contou para o WRC. Bernardo Sousa não participou nesta prova, e tanto Moura e Meireles desistiram. Bruno Magalhães, que regressou aos ralis para fazer as três provas da Taça de Ouro, também desistiu, mesmo ao volante do 207 S2000. O vencedor foi Miguel Barbosa, em Evo IX. O piloto de Famalicão foi, de resto, o único piloto a conseguir terminar a prova que se disputou no Algarve, além de Francisco Teixeira, mas não entrou no campeonato.

A prova seguinte foi nos Açores, no sempre belo SATA Rally Açores. Esta prova contava para o Europeu de ralis e, como tal, para a Taça de Ouro. Desta feita, foi Pedro Meireles quem não participou. Em contra partida, tivemos Ricardo Moura a estrear o seu novo carro, um Skoda Fabia S2000. Além disso, Bernardo Sousa veio aos Açores de Fiesta RRC, um carro muito próximo dos WRC. Ricardo Moura, a correr em casa, venceu a prova no que toca à parte portuguesa. Em segundo ficou Bruno Magalhães, a mais de minuto e meio, e em terceiro ficou Miguel Barbosa, a quase 20 minutos. Convém destacar ainda o terceiro lugar na geral de Moura e a desistência de Bernardo Sousa.

A quarta prova marcou o regresso ao continente, numa competição em estreia no CPR: falo do Rali Cidade de Guimarães. Esta prova ficou marcada pelo facto de Bernardo Sousa não ter podido correr com o Fiesta RRC por imposição da FPAK; desta forma, recorreu a um Fiesta S2000. Ficou ainda marcada pela estreia em asfalto de Moura, com o Fabia S2000, e o regresso do Porsche 997 GT3 conduzido por Carlos Oliveira. O vencedor da prova foi mesmo Bernardo Sousa, que ficou sem a concorrência de Moura e Meireles, que tiverem acidentes com os seus Fabia S2000. Em segundo lugar ficou o regressado Adruzilo Lopes, ao volante de um Subaru Impreza Sti R4, que ficou a 28s4, e em terceiro ficou João Barros, com um Renault Clio S1600.

Em junho, disputou-se o Rally Vidreiro, na zona da Marinha Grande. Bernardo Sousa foi de novo vencedor. Na segunda posição ficou Ricardo Moura e, a completar o top 3, ficou o outro S2000, conduzido por Meireles. Este foi um rali em que o primeiro e o terceiro classificados ficaram separados por somente 11s2.

Com a sexta prova regressámos às ilhas, desta vez à Madeira. Foi aqui que se disputou a última ronda da Taça de Ouro de ralis. A vitória foi para Bruno Magalhães, em 207 S2000, logo seguido por Meireles. Estes foram os únicos dois pilotos a disputar o campeonato que participaram nesta prova madeirense. Com este triunfo, o piloto de Lisboa garantiu a vitória na Taça de Ouro de ralis.

Bruno Magalhães na Madeira. http://www.ewrc.cz
Bruno Magalhães na Madeira.
Fonte: ewrc.cz

A Taça de Ouro deve ser repensada, pois conseguiu apenas juntar 13 pilotos nas suas três provas: no Rally de Portugal foram seis, nos Açores cinco e na Madeira apenas dois. Apesar de ir contra a grande maioria das pessoas, penso que as provas internacionais deveriam pertencer ao campeonato de forma plena, ao contrário do que acontece agora, em que apenas conta o melhor resultado.

O regresso ao continente foi feito com o Rali de Mortágua, no fim de setembro. Bernardo Sousa poderia sagrar-se campeão nacional, mas a prova começou a correr-lhe mal ainda antes do início. O madeirense teve de trocar de carro; o Fiesta com que iria correr não chegou a tempo a Portugal e usou antes um 207 S2000. Na segunda especial da prova, Sousa desistiu, completando assim uma má experiência em Mortágua. Com a desistência, Moura tinha de vencer obrigatoriamente para assumir a liderança do campeonato. Foi isso que aconteceu: venceu, com 25 segundos de avanço sobre Adruzilo Lopes, que ficou em segundo, e 28 segundos de Meireles, no terceiro posto.

O campeonato ficou então por decidir e rumou ao Algarve. Moura e Sousa eram os principais candidatos ao título – como se esperava desde o início da competição –, e Meireles esperava algum azar aos dois pilotos das ilhas para poder sagrar-se campeão. A luta prometia e começou com Moura a ganhar apenas por um segundo a Sousa. Contudo, na segunda especial, o madeirense – que estava de regresso ao Fiesta S2000 – ganhou oito segundos ao açoriano, passando assim para o comando da prova. Mas na terceira especial, Sousa teve um furo e entregou o título a Moura, sendo que acabaria por desistir na quinta especial. Moura apenas teria de chegar ao fim do rali para ser campeão e fê-lo. Em segundo ficou Pedro Meireles, que, com a desistência de Bernardo Sousa, ficou também em segundo no campeonato. No último lugar do pódio do rali ficou Adruzilo Lopes.

Moura a celebrar com a sua equipa. http://www.velocidades.pt
Moura a celebrar com a sua equipa.
Fonte: velocidades.pt

Os campeões de 2013 foram Ricardo Moura como absoluto, Pedro Meireles em Turismo, Miguel Barbosa na produção e João Barros no CPR2.

Para 2014 ainda não saíram os regulamentos, mas tudo aponta para um campeonato ainda mais emocionante. Mas isto fica para outro texto, que este já vai longo.

Análise ao primeiro terço da Serie A

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Concluído o primeiro terço do principal campeonato italiano, é possível, desde já, projectar aquilo que poderá acontecer no resto da competição.

Numa Liga constituída por vinte equipas, temos, para já, três clubes na luta pela liderança, outros três a disputar o quarto posto e depois as restantes formações espalhadas pela tabela sem se encontrarem muito espaçadas, à excepção do lanterna vermelha Chievo, que tem menos três pontos que o penúltimo, Catania.

O trio da frente é constituído por Roma, com 32 pontos, Juventus, com 31, e Nápoles, com 28. A Roma tem sido a grande surpresa deste início de campeonato, ao ter vencido 10 dos 12 jogos disputados, não perdendo nenhum e tendo só sofrido três golos. Orientada por Rudi Garcia, a formação romana tem-se mostrado muito sólida no plano defensivo, aliando a isso um meio-campo fortíssimo, com Pjanic, De Rossi e Strootman, não descurando o talento de Totti na frente. Afastada da luta pelo scudetto nos últimos anos, a equipa da capital volta a sonhar com o título.

A bicampeã Juventus parece ser a mais fiável candidata à vitória no campeonato. Sem exibir o futebol das últimas duas épocas, a formação de Antonio Conte continua, apesar de tudo, a mostrar uma fiabilidade absolutamente incrível. Cedeu pontos em apenas dois dos 12 jogos, e na última jornada mostrou todo o seu poder, ao bater o Nápoles por 3-0. Pirlo, à semelhança de Totti, continua a provar que o talento não tem prazo de validade, mas no meio-campo vai também brilhando a jovem estrela denominada Pogba. O francês tem enchido o campo com exibições memoráveis e é já um dos activos mais preciosos da equipa de Turim.

O Nápoles tenta reconquistar o título que lhe foge desde 1990, aquando da presença de Maradona no clube. Tendo crescido muito nas últimas temporadas em termos de competitividade, a formação orientada por Rafa Benitez está na luta pelo campeonato e pela qualificação para os oitavos de final da Liga dos Campeões. Equipa sólida, que, apesar da saída de Cavani, viu chegar Higuain e Callejon, que se juntaram a Hamsik, Insigne e companhia. Há que contar com eles.

Atrás deste trio, aparecem Inter, com 25 pontos, Fiorentina, com 24, e Hellas Verona, com 22. O Inter, apesar de perto das equipas da frente, parece ainda uma equipa vulnerável, com dificuldade em ser consistente e sem muito maior margem de evolução. Walter Mazzari tem feito um trabalho incrível no comando técnico da equipa de Milão, naquela que é a 19ª época de Javier Zanetti no clube.

A Fiorentina atacou forte o mercado depois da saída da estrela Jovetic. Com Gomez e Rossi a fazer estragos na frente e um Cuadrado a fixar-se cada vez mais como um homem preponderante na zona intermediária, a formação de Florença parece ser finalmente capaz de voltar à Liga Milionária.

Finalmente, o Hellas Verona vem com o andamento da boa temporada passada realizada na Serie B, e, com os contributos de Iturbe e Luca Toni, tem tudo para realizar uma época tranquila e, quem sabe, lutar por um lugar europeu.

Luca Toni tem sido decisivo em Verona / Fonte: sportsmole.co.uk
Luca Toni tem sido decisivo em Verona / Fonte: sportsmole.co.uk

A meio da tabela, aparece de forma surpreendente o Milan. Com mais derrotas do que vitórias ou empates, com mais golos sofridos do que marcados e a jogar um péssimo futebol, é de crer que a equipa só pode fazer melhor no futuro, já que pior é quase impossível. A grande decepção do campeonato tentará, assim, salvar a época com a Taça de Itália e a qualificação para a Liga Europa, já que chegar a um lugar de Champions parece utópico.

Na base da tabela é de destacar as equipas que estão abaixo da linha de água. A Sampdoria, que parece não conseguir viver épocas tranquilas, o Catania, que, com a sua armada de treze argentinos, não consegue lidar com o estatuto de única formação da Sicília (o Palermo desceu na última época), e o Chievo, que, só tendo vencido um jogo, está no último lugar e em risco de descer seis épocas depois.

Com a tabela a desenhar-se, falta ainda muito campeonato, que promete ser recheado com grandes jogos, muitos golos e muita emoção até ao fim.

The Good, the Bad and the Ugly

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relacionamentodistancia
Muito aconteceu desde o meu último rodeo por estas bandas. Não só por Portugal mas também por esta Europa fora, foram variadíssimos os eventos que marcaram os últimos dias do mundo da bola.
Não posso começar por não falar da Seleção. Que jogo, que espetáculo, que enormidade. Não quero individualizar demasiado o contributo do monstro Ronaldo, apesar de ser inegável o seu papel na estrutura da equipa de Paulo Bento. A equipa esteve bem, e realço o grande jogo de Rui Patrício, decisivo nos momentos chave, e a estreia oficial do William “Benjamin Button” Carvalho, que parece que já nasceu com 20 anos de futebol nas pernas. Para abrilhantar, os contributos da restante fornada de Alcochete (Veloso, Moutinho, Nani, e, mais uma vez, Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro).
Depois do jogo e do amuo infantil de Ibrahimovic, entrevista de Judite de Sousa ao seleccionador nacional:
Judite de Sousa: “Ambiciona treinar um grande clube no futuro?”
Paulo Bento (sem pestanejar): “Antes de chegar à selecção, treinei um grande clube!”
Judite de Sousa: “…”
(Vai buscar)

The Good"  Fonte: www.esportes.com
“The Good”
Fonte: www.esportes.com

Passando a assuntos menos democráticos mas com elevadíssimo potencial humorístico, ficou-se esta semana a saber que Jorge Fernando Pinheiro de Jesus, mais conhecido por Jorge Jesus, “JJ” ou simplesmente “analfabeto”, será suspenso por um período de 30 dias devido a agressões a agentes da autoridade.
Por bem da retórica, vamos considerar isto perfeitamente normal, visto que, se qualquer outro cidadão português decidisse incorrer na mesma prática, estaríamos a falar de sensivelmente quatro anos de prisão. Ignorando isto, vejamos então algumas outras decisões do Conselho de Disciplina da FPF:
– A 23 de julho de 2009, Paulo Bento foi suspenso por 30 dias (número maroto) por ter dito que o Sporting era demasiado simpático com os árbitros e que o problema não era a profissionalização dos mesmos, pois passariam apenas a ser profissionais incompetentes.
– A 18 de Abril de 2011, “JJ” era suspenso por 11 dias (calma…) por tentativa de agressão a um jogador. Jogador esse que, pela mesma acção (tentativa de agressão), apanhou 30 dias de suspensão (eu disse que o número era maroto, não disse?).
O messias viria convenientemente a cumprir castigo a meio de uma paragem para jogos da seleção, tendo ainda falhado 2 jogos. Curiosamente, os 11 dias de suspensão acabaram precisamente na véspera de um clássico com os andrades… (El’há coisas…)

Sem querer especular (mas para efeitos de comicidade), se calhar Jesus vai ter de gastar parte dos 800.000€ que vai receber do BPP em algumas prendinhas de Natal para os fregueses da CDFPF.

In other news, Joseph Blatter, ou Tio Sepp p’rós amigos, voltou a entornar o caldo. Teve a brilhante ideia de apresentar esta semana a proposta para, a partir de Fevereiro de 2015, desregulamentar o processo de licenciamento de agentes de jogadores. Lê-se na proposta que qualquer pessoa que se registe junto da FIFA como “intermediário” pode representar um jogador de futebol sem que para isso necessite de qualquer preparação, competência ou qualificações para tal.

Sobre este assunto, Gareth Bale, jogador do Real Madrid, disse que “é vital que qualquer jogador tenha um bom agente (…), alguém que defenda os seus interesses dentro e fora do campo.” Harry Redknapp, treinador do QPR, pronunciou-se esta semana defendendo que “a FIFA precisa de rever estes planos (…) Eu já fui abordado por pessoas que se diziam representantes de jogadores quando não eram; isto complica e pode vir a complicar ainda mais transferências e relações entre jogadores e clubes de forma altamente danosa.”
Se isto não for revisto e alterado, abram alas para toda uma manada de Catios Baldés e outros que tais a aproveitarem-se de miudagem talentosa… Vergonha, futebol negócio!

The Ugly Fonte: www.blabsta.com
“The Ugly”
Fonte: www.blabsta.com

Queria terminar esta semana com assuntos de contornos mais verde e brancos…
Este fim-de-semana há Vitória de Guimarães – Sporting. Domingo, 19h45. ‘Bora rapaziada!
Só uma última nota para os grandes leões do Futsal do Sporting que continuam a “desbravar” a UEFA Futsal Cup – rumo à final!

O Regresso da Liga

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cantoazulbranco

A 24 horas da recepção ao Nacional da Madeira no Dragão surgem cada vez mais notícias da possível ida de Ricardo Quaresma para o nosso grande Porto, mais uma vez. Pessoalmente é uma notícia que me agrada bastante sendo um grande fã do Mustang e tendo em conta que anteriormente já falei das possíveis fragilidades das alas azuis e brancas. Um jogador como o Quaresma marcaria diferença em qualquer equipa da liga portuguesa e por isso seria um grande reforço para esta a segunda metade da época corrente. Devido à sua experiência e capacidade técnica penso que Ricardo Quaresma poderia ajudar os dragões no que toca a criatividade e transições defesa ataque, algo que já referi anteriormente e do qual me queixo relativamente à lentidão da equipa portista na execução das mesmas. O Porto precisa de um extremo de qualidade no seu sentido literal da palavra e penso que Quaresma poderá cumprir todos os sectores em défice presentes nas respectivas alas.

Este sábado os azuis e brancos enfrentam a equipa madeirense num jogo que se prevê de grande dificuldade não só para os visitantes mas também para os visitados. O Nacional é uma equipa coesa que poderá criar sérias dificuldades à defesa do Porto caso a mesma não esteja concentrada, algo que tem ocorrido com regularidade esta época.

Finalmente o jovem Quintero está de volta à lista de convocados! Num jogo difícil como o que se aproxima penso que a jovem estrela colombiana poderá ser a “arma secreta” para futuros sucessos, criando mudanças de velocidade e fazendo uso da sua qualidade de passe de modo a originar desequilíbrios nas defesas adversárias. Estas descompensações poderão originar oportunidades-chave não só neste jogo mas como tantos outros que ainda estão para vir. Na minha mais humilde opinião Quintero poderá ser o factor chave que tanta falta sinto no Porto, a sua velocidade e técnica irão trazer uma maior dinâmica à equipa azul e branca, não dando margem de tempo e espaço para os adversários se recomporem levando os mesmos a ter que executar sob pressão e consequentemente cometer mais erros.

Voltará Quintero a jogar já no próximo jogo? Fonte:http://static.goal.com/
Voltará Quintero a jogar já no próximo jogo?
Fonte:http://static.goal.com/

Licá está igualmente de volta à lista de convocados depois de algumas ausências consideradas por muitos como decisões duvidosas da parte de Paulo Fonseca. Licá, que fez um início de época fulminante, tem vindo a perder fulgor ao longo das últimas semanas mas penso que ainda assim é um jogador de qualidade, onde a sua dedicação e empenho poderão marcar a diferença em campo.

Depois de uma semana de emoções fortes com a qualificação de Portugal para o mundial de 2014 no Brasil, consequência da vitória frente à Suécia, a primeira liga portuguesa está de volta para mais emoções, esperemos que Pinto da Costa não se exalte muito.

Baú Benfica

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nascidonafarmaciafranco

Quando nasci, em Maio de 1993, a casa já era vermelha. Nesse ano iria ter o primeiro cachecol do glorioso, em 1994 o primeiro equipamento, em 2000 iria ver o primeiro jogo ao vivo, no antigo Estádio da Luz, e em 2006 assinar-me-ia sócio nº154042 do Benfica. Hoje guardo tudo num baú.

9 de Novembro de 2013.

É dia de jogo. O Benfica vem de uma melhoria de forma, de rendimento, de qualidade e de equilíbrio colectivo. Tem vindo a apresentar um futebol mais caracterizado (facto que o resultado negativo que traz da Grécia, frente ao Olympiakos, não invalida) depois de alguns deslizes no início da temporada. Tudo bons indicadores, mas um dérbi é sempre um dérbi e um rival sempre um rival. Abro o “Baú Benfica” e tiro de lá o cachecol. Orgulhoso como sempre das cores que carrego, estou pronto a rumar ao inferno da luz.

À entrada, um forte dispositivo policial nas imediações do estádio não esconde o alto risco a que o jogo está associado. O cortejo das claques leoninas aproxima-se e a tensão aumenta – a rivalidade secular entre as equipas está viva como nunca deixou de estar. São tochas, são petardos, são milhares a uma só voz. Ali, onde Eusébio tem o seu forte pontapé imortalizado, a massa benfiquista escreve o preâmbulo daquilo que vai ser o jogo entre as duas facções da segunda circular. Dentro do estádio, um topo norte verde muito bem composto não intimida uma casa bem vermelha. Hino cantado, voo da “Vitória” bem-sucedido, Duarte Gomes apita, a bola começa a rolar. A história do jogo está escrita, não tenho que a reinventar. Um Tacuara inspirado, mortífero e completamente reconciliado com a família benfiquista encontrou um colectivo verde e branco decidido e cheio de vontade de vencer. Para o bem do adepto de futebol, imperou o espectáculo; para o meu bem, venceu o Benfica. Um resultado sempre justo, se quisermos evocar o utilitarismo de John Stuart Mill – a maximização do bem-estar foi respeitada, ganhou o clube capaz de proporcionar felicidade a mais pessoas.

Terminado o jogo, atravesso de novo o Tejo, rumo ao meu outro lar. Chego a casa e devolvo o cachecol ao sítio de onde o tirei. Chama-se “Baú Benfica” e não esconde a ligação fervorosa que tenho com o clube de coração. Lá dentro encontra-se tudo o que materializa uma espécie de Sport Lisboa e Alberto: cachecóis, camisolas, bandeiras. É até engraçado ver como “crescem” os equipamentos de ano para ano, respeitando o tempo em que eu próprio crescia com o Benfica sempre presente. Fecho o baú com a certeza de que vou voltar a abri-lo numa próxima ida à catedral.

Baú Benfica
Baú Benfica

O amor é isto. “Obrigado, Benfica”, disse vezes sem conta. Obrigado por momentos de alegria únicos, pelo que de mim exaltas, por cada golo, por cada salto no estádio, pela vivacidade que imprimes em mim. Obrigado por mais um regressar a casa feito de glória, de um sentimento inexplicável, de uma chama imensa. Obrigado, Benfica.

Obrigado, pai, por me teres mostrado o que é o Benfica. Obrigado por me teres mostrado o Estádio da Luz, por sofreres comigo em cada jogo do nosso glorioso. Obrigado pelo timing certo do “se não fores do Benfica, vais dormir na varanda”, o ensinamento será passado. Obrigado por este benfiquismo e desculpa-me se for já maior do que o teu.

Hoje guardo tudo num baú.

Federação “coloca as fichas” no Grupo Mundial

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cab ténis

Pedro Cordeiro foi “dispensado” do comando técnico da selecção e substituído por Nuno Marques, com o objectivo de a equipa portuguesa atacar a subida ao Grupo Mundial da Taça Davis.

Para contextualizar, o Grupo Mundial tem equipas como a Espanha, de Nadal; a Sérvia, de Djokovic; a França, de Richard Gasquet, entre outros. Com isto não excluo à partida a hipótese de Portugal conseguir um lugar na elite do ténis mundial, mas não será certamente um objectivo que se possa traçar de ânimo leve, correndo o risco de falhar em toda a escala.

Isto porque é importante relembrar dois factos. Um: Portugal nunca passou dos playoffs de acesso ao Grupo Mundial. Dois: É mais fácil sair do grupo I (onde a selecção se encontra) do que conseguir um lugar no Playoff.

Podemos no entanto discutir também se Portugal atravessa agora a melhor fase da sua vida tenística. Um “plantel” com João Sousa, Gastão Elias, Pedro Sousa, Rui Machado e Frederico Gil, sendo que este último continua ainda (esperemos que durante pouco tempo) a ser uma carta fora do baralho, tem qualidade para disputar um lugar no restrito grupo mundial. Eu quero e gosto de acreditar que, motivado e em boa forma, este lote de atletas consegue fazer-nos sonhar com isso.

Rui Machado, Leonardo Tavares, Emanuel Couto, Nuno Marques e João Cunha e Silva numa homenagem da Taça Davis  Fonte: http://www.daviscup.com/
Rui Machado, Leonardo Tavares, Emanuel Couto, Nuno Marques e João Cunha e Silva numa homenagem da Taça Davis
Fonte: daviscup.com/

João Sousa está num belissímo momento de forma e vai entrar na temporada em que tem de dar tudo o que tem; Pedro Sousa é um jogador de um talento fora do comum, podendo, em situações de motivação extra, encontrar o seu melhor jogo; Gastão Elias, sem os azares das lesões, é um jogador regular, não compromete e estava em franco crescimento; Rui Machado, apesar dos problemas físicos, é um tenista explosivo e que em grandes ambientes como o de Taça Davis cresce; e, por fim, Frederico Gil é uma verdadeira incógnita.

Temos sem dúvida uma boa armada, mas precisamos de um bom comandante, e de sorte. Sem esquecer a sorte, Nuno Marques foi na minha opinião uma boa escolha; já aqui o defendi e volto a frisar. Nuno Marques foi um dos símbolos do ténis português. Conheço muitos jogadores que pegaram pela primeira vez na raquete depois de ouvirem falar de Nuno Marques nas notícias.

A Federação Portuguesa de Ténis dotou agora a selecção nacional de um técnico, Emanuel Couto. Seleccionador nacional de júniores e ex-tenista internacional, adoptando o mesmo método para a equipa feminina com Miguel Sousa e André Lopes. É uma medida essencial – que Pedro Cordeiro vinha reclamando desde há muito tempo atrás – para garantir melhores condições de trabalho à selecção portuguesa.

A selecção nacional de ténis tem agora todos os ingredientes para que tudo corra bem. Um seleccionador que é uma das figuras do ténis nacional, um treinador que jogou ao mais alto nível e que pode estabelecer as pontes entre os júniores e a equipa principal, um lote de jogadores jovem, motivado e em forma, a que se acresce um conjunto de atletas experientes.

Só nos falta a sorte. Vamos a isto!