Hoje, para fugir à rotina habitual da minha escrita e diversificá-la, vou falar sobre uma equipa que admiro muito e que me surpreendeu de forma muito positiva este ano: os Leões de Porto Salvo.
Os Leões de Porto Salvo apresentam-se como uma equipa amadora, obviamente, mas com uma entrega e atitude de profissionais. Se olharmos para os recentes resultados e os compararmos com o passado desta equipa, apercebemo-nos de que há uma tremenda evolução.
Nos últimos anos, o clube tem efetuado boas temporadas, estando regularmente entre os oito melhores clubes de Portugal. Na época de 2011/2012, os Leões de Porto Salvo ficaram em quinto lugar, tendo atingido as meias-finais do play-off de campeão. Em 2012/2013, alcançaram a sexta posição na competição e os quartos-de-final no play-off de campeão.
Este ano, a equipa está a realizar uma excelente temporada, estando isolada no quarto lugar e ainda a lutar pelo terceiro. Está a quatro pontos do Braga e, faltando apenas três jornadas para o final da Fase Regular, necessita de não perder pontos e de esperar que a equipa bracarense perca pontos, o que, na minha opinião, não será nada fácil.
Para a equipa de Oeiras, faltam três jogos para terminar a fase regular. Para a finalizar, terá ainda de defrontar o Rio Ave em casa, o Póvoa Futsal fora e o Dramático de Cascais, em Cascais.
Classificação da fase regular do Campeonato Nacional de Futsal Fonte: Zerozero.pt
O jogo frente ao Rio Ave será certamente muito complicado, devido ao facto de os vila-condenses estarem a apenas um ponto do Fundão e de esta equipa receber o Braga, ou seja, uma perda de pontos do Fundão e uma vitória do Rio Ave leva-os ao quinto lugar da classificação. Relativamente ao jogo contra o 12º classificado, Póvoa Futsal, prevejo uma partida intensa e complicada, onde o adversário tudo fará para conquistar os respetivos três pontos.
Quanto ao jogo com o Cascais, este será igualmente difícil, porque a equipa tem a manutenção quase assegurada e ainda luta pelo último lugar que dá acesso ao play-off, dependendo de outros resultados, obviamente.
Para mim, esta equipa é uma enorme revelação, e o seu treinador, Ricardo Lobão, de 44 anos, está a fazer um belíssimo trabalho e merece todo o crédito pelas exibições da sua formação.
É treinador desta equipa desde 2010, sendo esta uma aposta de continuidade que está a dar frutos bem visíveis, contribuindo em grande medida para a melhoria do futsal português.
Este ano, ao longo de todas as jornadas já disputadas, esta equipa alcançou resultados excecionais.Em seguida, enumero alguns resultados que, na minha ótica, são muito positivos e espantosos.
Jornada 2: Leões de Porto Salvo 7-5 Braga
Jornada 3: Belenenses 4-9 Leões de Porto Salvo
Jornada 5: Benfica 2-2 Leões de Porto Salvo
Jornada 7: Académica 5-10 Leões de Porto Salvo
Jornada 8: Leões de Porto Salvo 12-5 Modicus
Jornada 9: Fundão 3-9 Leões de Porto Salvo
Jornada 10: Leões de Porto Salvo 8-3 Boavista
Jornada 11: Rio Ave 1-4 Leões de Porto Salvo
Jornada 16: Leões de Porto Salvo 8-3 Belenenses
Jornada 17: Sporting 6-5 Leões de Porto Salvo
Jornada 18: Leões de Porto Salvo 3-2 Benfica
Jornada 21: Modicus 1-5 Leões de Porto Salvo
Jornada 23: Boavista 2-3 Leões de Porto Salvo
O resultado obtido logo na segunda jornada, diante do Braga, mostrou que esta equipa iria fazer uma temporada destemida – grande vitória! O empate no Pavilhão da Luz, na quinta jornada, deixou muitos adeptos chocados, mas o resultado foi claramente justo, mostrando mais uma vez que esta equipa jogava de igual para igual em qualquer campo. A derrota na jornada 17, diante do Sporting, por 6-5, foi claramente injusta. A equipa visitante foi superior ao campeão nacional e não merecia ter perdido daquela forma. Recordo que o Sporting esteve a perder até ao final da partida, mas num minuto acabou vencedor, com um golo em cima do toque da buzina de jogo. Uma partida controversa e um resultado claramente injusto para a equipa visitante!
Coincidência ou não, depois desta derrota, a equipa dos Leões de Porto Salvo venceu o Benfica, por 3-2, voltando a realizar uma excelente exibição.
Faltam quatro jogos para esta equipa terminar a época (em seguida, seguem-se os play-offs) e antevêem-se quatro partidas difíceis, em que o espírito lutador e o espírito de grupo estarão mais uma vez à prova. A equipa viajará até Maia, para defrontar o Arsenal Parada, equipa de escalões inferiores, num jogo que será certamente complicado. Contudo, antecipo uma passagem às meias-finais da competição por parte dos Leões de Porto Salvo.
Caso a passagem se suceda, será mais um grande feito para esta equipa e respetiva equipa técnica.
Era uma vez um menino chamado Jorge Jesus, bastante mexido, que para adormecer tinha sempre de ouvir uma história. E, normalmente, essa história girava sempre em volta de um bicho papão, chamado Futebol Clube do Porto, que fazia muito mal a um clube chamado… Sport Lisboa e Benfica.
Em quase todas as versões da história, contada ao menino que já naquela tenra idade mascava pastilha elástica, o local do enredo era o Estádio do Dragão, no Porto. E a primeira versão desta apaixonante trama passou-se em Maio de 2010, quando o Benfica tinha tudo para ser campeão. Se a equipa de Lisboa vencesse, sagrar-se-ia logo na altura campeã nacional. Contudo, o bicho papão não deixou que isso acontecesse! Criando um ambiente de terror, com grande animosidade nas bancadas, e dando tudo em campo, o bicho papão deu cabo do Benfica, marcando três golos sem dó nem piedade, numa partida em que a equipa da casa jogou com uma raiva tremenda, bloqueando por completo o adversário, que assim não pôde festejar logo naquela altura o título nacional. Esta história tocou bem lá no fundo do petiz Jorge Jesus, que não se aguentou… e chorou.
Alguns dias depois, e lá estava Jorge Jesus irrequieto, sem sono, vociferando em alta voz. Para ele acalmar, lá lhe foi contada mais uma história. E que história! No princípio de Novembro de 2010, no Estádio do Dragão, o bicho papão voltou a dar cabo do Benfica, mas desta feita com muitos mais requintes de malvadez! Com um futebol arrasador e a encher todo o campo, o bicho papão goleou o Benfica por 5-0, aproveitando, e de que maneira, uma noite em que o treinador da formação lisboeta parecia estar sob o efeito de substâncias duvidosas, tais foram os disparates tácticos que cometeu ao longo do desafio.
Mais dias volvidos, e o menino Jorge Jesus voltava a fazer das suas. E, para ele sossegar na sua caminha, mais uma historinha. Esta menos intensa, não tão dramática, mas em que ficou vincada a influência do bicho papão. Em Setembro de 2011, mesmo com um bicho papão mais calmo e com pouca chama, o treinador do Benfica decidiu, em especial na primeira parte, jogar com as linhas recuadas e não sair do meio-campo. Resultado final: empate a dois golos, num jogo em que o Benfica deveria ter arriscado mais.
FC Porto, o eterno monstro para o Benfica Fonte: ZeroZero
Depois… uma história de autêntico terror. Uma história de choque, mesmo para perturbar o pequeno Jorge Jesus, que se havia comportado de uma forma terrível ao longo do dia. Em Maio de 2013, o Benfica tinha o título nacional na mão, mas, no Estádio do Dragão, voltou a ser derrubado pelo bicho papão do FC Porto, sem dó nem piedade. No último suspirar do jogo, do nada, um tal de Kelvin, com um remate de fora da área, acabou por colocar em depressão seis milhões de pessoas em Portugal. Que drama, que enredo, que coisa feia! O imparável Jorge Jesus, criança complicada, ajoelhou-se, ficando perplexo com aquilo que acabara de ver.
Nesta terça-feira à noite, novamente uma história impactante, para fazer o jovem Jorge Jesus fechar os olhos. Estádio do Dragão, primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, Bicho Papão vs Benfica. O desfecho, mais uma vez, não foi o melhor para o Benfica, e, para não variar, o treinador dos encarnados voltou a mexer, e de que maneira, na equipa, descaracterizando-a bastante. E isso deu em quê? Pois bem, num grande banho de bola do bicho papão, que trucidou as águias. Mas pronto, com mais este enredo, lá o menino Jorge entrou em descanso.
E agora, voltando um pouco à realidade, eu peço-te, crescido e graúdo Jorge Jesus: pára de bloquear mentalmente em jogos no Dragão e mete-me a equipa a jogar com toda a desenvoltura no terreno do FC Porto. Estás a treinar o clube da minha vida desde 2009, sendo que a única vitória que obtiveste no Dragão não nos valeu de nada, porque na segunda mão da Taça de Portugal 2010/2011 fomos humilhados na Luz.
Eu continuo com total confiança na nossa equipa, temos grandes jogadores, temos tudo para ganhar o campeonato. Mas olha, caro treinador do maior clube português, tens de perceber, de uma vez por todas, que nos dá gozo, a nós benfiquistas, jogar bem e se possível ganhar no Porto. Chega de jogos em que chego aos 20 minutos com espasmos, chega de jogos em que nos arriscamos a levar cinco como em 2010, chega de jogos em que somos engolidos naquele vulcão azul-e-branco. Nós somos o Sport Lisboa e Benfica, um clube que não pode temer ninguém em Portugal! De resto, só peço os três pontos na partida do próximo domingo, em Braga.
Ah, e por último: pais de todo este lindo Portugal, não contem aos vossos filhos este tipo de histórias, porque até eu fiquei a chorar depois de ter escrito este artigo…
Sendo este o meu primeiro texto para o Bola na Rede, decidi explicar como é que a minha paixão pelo Sporting Clube de Portugal começou e, consequentemente, como é que foi crescendo. Sei que por muita coisa que escrevesse aqui nunca faria jus àquilo que realmente sinto, pois há muita coisa que não se explica, por isso decidi escrever a minha história, já que a do clube já é conhecida. Tudo começou da mesma forma que começam muitos dos clubismos, se não mesmo a maioria: a minha família é sportinguista. Não tem grandes segredos. Mas há algo – uma figura – que unirá para sempre a minha família à grande instituição que é o Sporting Clube de Portugal: Anselmo Fernández (mas esta história merece mais do que uma pequena menção, daí que reserve este tema para uma futura crónica).
Com apenas cinco anos vi o Sporting ser campeão (1999/2000). A euforia sportinguista que a conquista desse título criou era mais do que justificada, dado que significava o fim de um jejum de dezoito anos sem pôr as mãos no título de campeão nacional. Foi essa mesma euforia, sentida de mais perto em minha casa, que me chamou a atenção para o fenómeno do futebol. Nessa época cheguei a ir ao Estádio de Alvalade meia dúzia de vezes assistir a grandes exibições do Sporting. Pensarão que um miúdo de cinco anos pode não perceber muito bem aquilo que significa “ser campeão nacional de futebol”, mas com certeza que percebe que é algo que dá muitas alegrias a muita gente. Provavelmente, terei pensado que “era giro” poder fazer parte da festa; ou então terei pensado que gritar e bater palmas por o Sporting ter ganhado era algo que parecia simples de mais para trazer tanta alegria. Aquilo em que terei pensado não será relevante, o importante é que foi graças a esse título que percebi a magia que é ser campeão – ainda hoje guardo com carinho a camisola de Peter Schmeichel, que vestia orgulhosamente sempre que ia ao estádio. No ano seguinte assisti ao vivo à maioria dos jogos em casa – coisa que agradeço muito ao meu pai -, mas infelizmente a época não correu tão bem como a anterior.
“Primeira camisola que vesti. Desde então levei sempre o Sporting comigo, para onde quer que fosse”
Dois anos depois – desta vez tinha eu sete anos e compreendia muito melhor aquilo que era o futebol -, voltámos a conquistar o título de Campeão Nacional de Futebol (2001/2002). Lembro-me muito bem dessa época e, em concreto, do dia em que saí de casa para ir festejar na rua um título do Sporting, rodeado de buzinadelas provenientes de carros repletos de sportinguistas eufóricos que festejavam a conquista de mais um troféu. Foi até hoje o único título de campeão nacional que festejei dessa forma, é verdade, mas não tenho vergonha de que assim seja. Já lá vão doze anos, mas o Sporting contou sempre com o meu apoio, mesmo que não concordasse com a maneira como as coisas estavam a ser feitas no clube do meu coração. E é nestas alturas que se vê não só a grandeza dum clube mas também a dos seus adeptos e da sua massa associativa. Apoiar quando as coisas correm bem é fácil, mas fazê-lo quando correm mal é algo muito mais difícil. Ao longo destes doze anos, perdemos uma final europeia a jogar em casa; chegámos às meias-finais da Liga Europa, merecendo chegar à final; lutámos pelo título até ao final por quatro vezes, merecendo ganhá-lo por duas delas; conquistámos duas Taças de Portugal e duas Supertaças Cândido de Oliveira; e fizemos a pior época da nossa História. É certo que não é suficiente para o Sporting, mas a verdade é que durante estes doze anos nunca chegámos a ser verdadeiramente o Sporting que eu conheci e pelo qual me apaixonei. Mas esse há-de voltar, não tenho dúvidas.
Sempre acreditei no Sporting, ainda hoje acredito e com mais convicção. Os sportinguistas passaram por momentos difíceis mas isso serviu para unir mais os adeptos, que nunca retiraram o apoio ao seu clube. E assim aconteceu comigo; não fugi à regra e, depois destes doze anos, solidifiquei a paixão que nutro por este meu clube. O apoio da minha parte foi incondicional, assim como o de grande parte dos sportinguistas. E é por isso que merecemos ser recompensados – e sê-lo-emos em breve. Foi juntos que passámos por esta má fase, será também juntos que a iremos superar. Estamos a crescer e em breve chegaremos ao topo. A diferença é que desta vez será muito difícil tirar-nos de lá. Tenho muita esperança neste novo Sporting, que se assemelha muito mais àquele que conheci e pelo qual me apaixonei. E acredito que será este novo Sporting quem justificará todas as dificuldades pelas que passámos (os sportinguistas) durante estes doze anos. E quando assim for lá estarei eu, como sempre, a apoiar.
Para o adepto portista, num exercício doloroso, já começa a ser impossível não pensar no que foi desperdiçado ao longo de meses e meses com Paulo Fonseca ao leme. Na verdade, agora que olhamos para este FC Porto, surge até o ensejo de, numa perspectiva jurídica bastante redutora, requerer uma indemnização por lucros cessantes. Tornando apreensível, significaria responsabilizar Paulo Fonseca pelo rendimento que a vítima (FC Porto) deixou de auferir (ganhar) devido à ocorrência de dano (a sua gestão).
Esta doutrina espalha-se por cada vez mais adeptos portistas e tem uma razão de ser: o FC Porto dos últimos jogos. Mesmo que a equipa não seja ainda brilhante (e isso, com franqueza, seria pedir demais), ela revela-se hoje muito mais organizada, compacta e coesa; mais, Luís Castro devolveu-lhe algum daquele poder de fogo e rasgo tão associados ao Dragão, e ressuscitou alguns jogadores, que surgem hoje muito mais confortáveis nos tapetes relvados das mais diversas competições.
Todas estas pequenas conclusões são (também) fruto do confronto diante do Benfica, mas muito para além disso… Com uma mensagem forte e impositiva, para dentro e para fora, Luís Castro arrumou a casa e cerrou fileiras. Devolveu o conjunto azul-e-branco à sua matriz histórica (um 4-3-3 com um único pivot defensivo) e, com isso, devolveu também alguns jogadores às suas posições originárias, com tarefas perfeitamente definidas e inteligíveis para os mesmos. À cabeça, Fernando e Defour – o primeiro voltou ser dono e senhor do espaço entre a defesa e o meio-campo, com à-vontade para soltar os seus tentáculos e dar equilibro à equipa; o segundo foi o maior beneficiado com a mudança no comando técnico, captando aquilo que Luís Castro queria de si, qual dínamo, principalmente quando a equipa não tem bola e necessita de um elemento que pressione em todo o terreno.
Depois – estendendo a análise até ao jogo de ontem – percebemos que Fabiano nada a fica a dever a Helton (ânimo, Capitão!), e que Diego Reyes será um caso sério (como há muito já o digo) assim que ganhe dimensão física e os níveis de maturidade atinjam outros patamares. Mesmo elementos como Herrera (bom jogo na noite de ontem, dando uma profundidade ao meio-campo de que este continua a carecer), Ghilas (muito trapalhão diante do Benfica, mas com uma enorme capacidade de combate e faro de golo) e Quintero (compensa em magia e a qualidade técnica a falta de consistência e intensidade que ainda denota) têm de aproveitar o momento para, conhecendo os maiores palcos e desafios, crescerem e maturarem, tornando-se verdadeiros reforços para o que virá na próxima temporada. E quão injusto seria se não deixasse ainda uma palavra a Mangala (um verdadeiro capitão, enquanto isso signifique alguém que assume, comanda e sofre por uma causa), Quaresma (o melhor tratador da bola do futebol português) e Jackson Martínez (um golo e variados pormenores de classe mundial).
Uma noite ao ritmo de cha cha cha Fonte: talentspy.tumblr.com
Entrando no relvado do maior clássico do futebol português, o que fez, realmente, a diferença foi a crença e a vontade. O FC Porto, desafiando-se a si mesmo, entrou com todas as ganas e encostou, desde cedo e por muito tempo, o Benfica às cordas. Marcou, desperdiçou, dominou e, quando tal não foi possível, controlou as operações, impondo uma derrota por 1-0 que, fossem outros os níveis de eficácia (e também de sorte), poderia ter chegado a outros números. Em suma, bateu o Benfica de Jorge Jesus pela oitava vez – e isto é um facto.
Não deixa de merecer alguma reflexão, creio eu, o facto de Jesus ter modificado 5/6 peças na sua estrutura-base para vir jogar… ao Dragão – ainda que, somando os minutos de todos os 28 jogadores utilizados no Clássico, os atletas do Benfica apresentem muito mais tempo de jogo na equipa ‘A’ do que os seus adversários (mais um facto). No entanto, as tais alterações promovidas por Jesus reflectem o pensamento actual do Benfica: o campeonato não é uma prioridade, é mesmo uma obsessão, e vencê-lo tornará, desde logo, a temporada em vitoriosa, independentemente do que aconteça em todas as outras competições em que está envolvido. Não deixa de ser um status quo interessante e que reflecte, de certa forma, os níveis de ambição que a Luz emana face ao “melhor plantel dos últimos 30 anos”.
É impossível não traçar um paralelo com a fantástica época do FC Porto de André Villas-Boas ao comando. Fantástica, porque repleta de vitórias (esmagadoras também) e de conquistas. Quando a poucos dias da 18ª jornada da Liga, e com 8 pontos de vantagem sobre o 2º classificado, o FC Porto recebeu o Benfica para, tal como agora, disputar a 1ª mão da meia-final da Taça de Portugal, Villas-Boas não mudou meia equipa. Apostou nos melhores e até correu mal – Coentrão e Javi estabeleceram o 0-2 que o FC Porto haveria de reverter na 2ª mão. Mas a mensagem era clara: o campeonato estava encaminhado, a Liga Europa também era um objectivo mas a Taça era para ganhar! Mais do que rotação, naquele plantel soube fazer-se rotatividade e uma plena gestão de expectativas. Com os resultados (fantásticos) que a História perpetuou e perpetuará.
O Benfica, com mérito, tem o título na mão – 7 pontos sobre o Sporting (que são 8) e 12 sobre o FC Porto são números ‘irrecuperáveis’ na meia-dúzia de jornadas que faltam para o término do campeonato. Por isso, não deixa de ser estranho que o treinador da equipa encarnada tenha decidido correr o risco que correu no Dragão. Pouco calculado, diria eu; abençoado pela sorte, acrescentaria. De qualquer forma, e a meio da eliminatória, tudo está em aberto. Como todas as competições, à excepção do campeonato. Ainda que Jesus e o Benfica se fechem nele.
Cores são boas. É bom quando podemos distinguir todo um esquema cromático no quotidiano. O Clube do qual vos quero falar tem como bandeira três tons principais: o verde, o branco e o vermelho. Estamos a falar do Fluminense Football Club e os apaixonados pelo tricolor bem podem dizer:
– O meu coração tem três cores e todas elas batem intensamente!
Fundado em 1902, pela aristocracia carioca, cedo o Fluminense foi conquistando as bases populares. Foi o primeiro clube carioca, pelo menos a grande nível, que foi criado com o intuito da prática do futebol. Os outros gigantes cariocas – caso do Flamengo, do Vasco da Gama e do Botafogo – tinham a presença muito forte do remo e das regatas olímpicas.
Torcida tricolor ao rubro no Maracanã Fonte: globoesporte.globo.com
Costuma dizer-se que a torcida do Fluminense é mais elitizada que as restantes. Chico Buarque e Gilberto Gil, entre outros, são adeptos confessos do Fluzão. Mas também de gente humilde é formada a base forte do Flu. Ninguém se pode esquecer dos charmosos Fla-Flu, ou da presença de grandes jogadores nos quadros cariocas. Rivelino, Ricardo Gomes, Thiago Silva ou até Fred formam um variado leque de grandes intérpretes… e com títulos palpáveis.
O Tricolor das Laranjeiras – bairro carioca onde nasceu – é tetracampeão brasileiro: 1970 (o último título antes do modelo atual), 1984, 2010 e 2012. Reparemos nas duas últimas datas. Vemos que o Fluminense conseguiu vencer dois títulos nos últimos três anos. Isto significa uma mudança. Porém, no campeonato passado, o Fluminense quase descia de divisão. O que também já acontecera em 2009, para no ano seguinte, ser campeão com o famoso “Time de Guerreiros”. Ainda em termos nacionais, o Fluminense venceu ainda uma Copa do Brasil. E foi o clube mais vezes campeão estadual carioca do século XX. Há apenas uma pecha neste rico palmarés: uma final perdida da Taça dos Libertadores da América com o Liga de Quito. Mas o sonho americano chegará… um dia.
Por cá, o Fluminense inspirou o equipamento do simpático Estrela da Amadora. As listras verticais verdes, brancas e encarnadas conseguiram uma saborosa vitória na final da Taça de 1990. Um título importantíssimo do futebol português.
Os apaixonados pelo Fluzão decerto marcarão presença nas partidas sempre que possam. Isto é, sempre. O amor pelo clube tudo supera. O sonho tricolor ainda não terminou. Ele está aí já ao virar da esquina. Um coração vermelho é bonito. Mas um coração de três cores é um espetáculo que não deixa ninguém indiferente.
Ora, caro leitor, cá nos encontramos outra vez não é? Quando comecei a escrever este texto a minha disposição era outra, digamos que é a segunda vez que escrevo o mesmo artigo e provavelmente o meu tom amável e bem-disposto é capaz de se ter desvanecido aquando da paragem cerebral (artificial) do meu word que deitou o artigo às… urtigas. Afinal ainda estou cheio de piadas, cuidado.
A minha ausência dos textos de opinião do Bola na Rede deve-se, em parte, à minha recente visita à capital inglesa. Londres é uma cidade diferente, se há cidade em que uma pessoa se pode perder, em mais do que um sentido, é esta. Na minha viagem, que a espaços se assemelhou a uma epopeia, tive a sorte de me encontrar na cidade no dia do jogo entre o Chelsea e o Tottenham. E um derby londrino era algo que me despertava mais atenção do que visitar um museu, como devem imaginar. Talvez porque sou estúpido, ou talvez porque o futebol me faz ser assim. O jogo começava às 17 se não me engano, e nós ainda andavamos meio perdidos no centro da cidade quando se deu o apito inicial. Não tínhamos tempo para ver o jogo todo, até porque a nossa vida era outra e em Londres a noite começa e acaba mais cedo. Contudo, conseguimos passar por um pub perto do local onde nos encontravamos e ainda tivemos a oportunidade de assistir ao 2º golo, marcado de penalti pelo Hazard. Explosão de alegria no pub, sorrisos, abraços e muita, muita cerveja a circular, cerveja essa que fez com que eu tivesse que reprimir a vontade de me juntar à festa e alegar a minha eterna paixão à equipa de Mourinho. Algo que até seria mentira, mas para a festa vale quase tudo. Não aconteceu, e a nossa noite acabou por ter outro rumo, um bem engraçado até, mas isso fica para outro dia.
Hazard marcou o segundo golo do Chelsea frente ao Tottenham Fonte: zimbio.com
O Chelsea acabou por vencer por 4-0 esse derby, o que foi positivo em dois sentidos; por um lado foi bom porque afundou, ainda mais, um Tottenham em espiral descendente que ainda ia receber o Benfica, por outro lado foi positivo para a equipa do Benfica mas a de Londres que veste de azul. Matic, David Luiz, Ramires e companhia ganharam moral para os jogos que se seguiram, e que moral foi. Apenas em Birmingham frente ao Aston Villa a equipa de Mourinho vacilou, depois disso, uma vitória fácil e expressiva frente ao Galatasaray a contar para a liga dos campeões e no passado fim de semana um massacre digno de bolinha vermelha no canto superior direito frente ao Arsenal. Dois derbys no mesmo mês e a contagem foi até aos 10-0 para o Chelsea. Se o jogo frente ao Tottenham foi impressionante em termos de demonstração de caudal ofensivo o jogo contra o Arsenal nem merece comentários. Extra-futebol, o final da troca de comentários entre Mourinho e Wenger teve a sua piada visto que o resultado veio dar razão ao português. Pode ser que o Mourinho fique um bocadinho mais arrogante que ele está a precisar e eu gosto dele é assim.
PS: Achei piada à diferença de mentalidades entre os Ingleses e os “tugas”, talvez pela maior diversidade, mais depressa se ouvia falar espanhol que inglês, num dia de derby a vida continuava como se nada se passasse. Cá Lisboa pára para ver um Benfica – Sporting, lá parecia que se estavam a borrifar. Só nos pubs, cafés e afins se viam adeptos.
Passou-se, no passado fim de semana, na Costa da Caparica, a primeira etapa da Liga Moche, que contou com a presença dos melhores atletas masculinos de todo o país. Com ondas a rondar um metro de altura, o round 1 ficou marcado pela passagem de Vasco Ribeiro, Frederico Morais, Francisco Alves, Nicolau Von Rupp, Marlon Lipke, José Ferreira, Filipe Jervis, Justin Mujica, Gony Zubizarreta, Ruben Gonzalez e dos irmãos Guichard à fase seguinte. Uma vez que a Liga Moche não conta com repescagens, os atletas que foram eliminados logo no primeiro round saíram automaticamente da competição.
Com a subida do vento no início do round 2, as condições tornaram-se um pouco mais complicadas para os atletas, mas ainda assim houve muito surf ao mais alto nível, destacando-se nesta fase os surfistas Vasco Ribeiro e Gony Zubizarreta, uma vez que fizeram os scores mais altos da ronda, 16.50 e 15.25, respetivamente.
O round 3 foi o último a ser realizado no sábado. Com condições bem mais difíceis devido ao forte vento e à maré cheia, Gony Zubizarreta voltou a ser o protagonista. Depois de um excelente score no round 2, agora era a vez de totalizar a sua bateria com um score de 18 pontos, em 20 possíveis. Deste modo, Gony passou em primeiro lugar, ficando em seguida Frederico “Kikas” Morais. Esta ronda ficou marcada também pela eliminação precoce de Felipe Jervis e Francisco Alves, atleta local da Costa da Caparica.
Gony Zibizarreta em acção Fonte: Surftotal.com
No domingo, o sol acordou com preguiça de espreitar. Era, então, o tão desejado dia das finais. Começavam os quartos de final, e agora uma grande mudança acontecia: os heats já não eram constituídos por quatro atletas mas sim por dois, de modo a tornar a prova ainda mais competitiva e renhida.
Primeiro heat na água, e o público já estava completamente excitado por ver uma final antecipada, uma vez que Vasco Ribeiro encontrava pela frente o seu grande amigo Frederico Morais. Kikas acabou por vencer por um triz, visto vez que a diferença pontual foi de 0,55. Deste modo, o surfista da Billabong passou às meias finais com um score de 13.80, e Vasco Ribeiro saiu eliminado com 13.25. A segunda bateria do dia era entre Gony Zubizarreta e David Gonzalez. Gony acabou por levar a melhor, vencendo Ruben com um score total de 14.35. Era agora a vez de José Ferreira defrontar Tomás Fernandes. Com condições mais complicadas, devido ao crescimento das ondas, José Ferreira (12.50) venceu Tomas (8.00), usando o seu surf explosivo. Por fim, tínhamos dois luso-germânicos no mesmo heat. Num lado, encontrava-se o vencedor do Moche capítulo Perfeito, Nicolau Von Rupp, e, do outro lado, o experiente Marlon Likpke, que acabou mesmo por vencer facilmente Nic. Deste modo, Marlon acabou o heat com um score de 16 pontos e Nicolau com 11.50. A derradeira final estava cada vez mais perto, mas primeiro ainda faltava as meias finais. Na primeira, Frederico Morais encontrou pela frente o vencedor do segundo heat dos quartos de final, Gony Zubizarreta. Como já tinha acontecido no round 3, os dois altetas voltaram a encontrar-se, mas, desta vez, Fredericos Morais não entrou com cerimónias, acabando por vencer com um score 14.25. Ainda assim, Gony acabou com um score de 13.75, e saiu da prova satisfeito pelo seu alto rendimento em toda a competição. Na segunda meia final, tínhamos José Ferreira e Marlon Likpe. Numa bateria com pouca ação, o luso-germânico acabou por sair vencedor com um score total de 12.40. José Ferreira acabou com um total de 11 pontos.
Finalmente chegava a grande final, que reunia dois grandes surfistas, Frederico Morais e Marlon Lipke. Numa final bastante disputada e cheia de ação, grandes manobras saíram das pranchas dos dois atletas, e ninguém conseguia escolher um vencedor. Contudo, como apenas um pode vencer, Kikas acabou por se sagrar campeão da primeira etapa da da Liga Moche, com um excelente score de 15.75 pontos. Marlon, apesar da derrota, teve também uma excelente prestação, acabando com um score 15.30 pontos.
Esta noite o FC Porto derrotou o Benfica no Dragão por 1-0, na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal. Os azuis e brancos dominaram a primeira parte e acabaram por chegar ao golo por intermédio do cafetero Jackson Martínez. No segundo tempo a partida foi mais equilibrada, mas nenhuma equipa conseguiu marcar. O FC Porto leva, assim, uma vantagem importante mas que deixa tudo em aberto para o jogo da Luz.
Futebol Clube do Porto
Enganei-me. Enganei-me ao pensar que ia entrar um Porto com medo e um Benfica demolidor! Desde cedo se percebeu que o Porto entrou no Dragão para ganhar e para jogar futebol! Mas tudo poderia ter outro começo, caso a “invenção” de Diego Reyes, logo aos 33 segundos, culminasse com o tento do Benfica. Depois… Foi Porto! De salientar que Defour jogou sobre a meia direita do centro do terreno, e a surpresa táctica de Luís Castro, Herrera, sobre a meia esquerda. Mas não nos enganemos: o meio-campo portista foi extremamente móvel e voluntarioso (daí a inclusão de Herrera, jogador com grande capacidade de combate). O Porto tinha mais bola, apesar da tentativa de pressão benfiquista. Só foi preciso esperar três minutos para ver o primeiro sinal de perigo: grande iniciativa de Quaresma, que cruzou para a área, onde Artur “roubou” a bola a Varela, que se preparava para cabecear para o golo. Passados dois minutos, grande passe de Defour para Herrera, com Luisão a fazer grande corte para canto. Na sequência do canto de Quaresma, tirado com conta, peso e medida, enorme cabeceamento de Jackson – o Cha Cha Cha inaugurou o marcador, logo aos cinco minutos!
Por volta do minuto sete, Herrera cruzou de pé esquerdo para Varela, mas sai muito alto. Poderia e deveria ter feito melhor (era uma bolinha mesmo “à Quaresma”!…). Aos 11 minutos, Jackson “sentou” literalmente Luisão, com Maxi a vir fazer a “dobra”. Aos 15 minutos, quase outro golo no Dragão! Jogada fantástica de Jackson, a aguentar sucessivas cargas (faltosas) de Luisão e a deixar para Danilo, que cruzou e, in extremis, permitiu ao mesmo Luisão cortar e evitar o golo. Quinze minutos passados, e claramente mais Porto! Foi preciso decorrerem 21 minutos de jogo para ver perigo na área portista, com Reyes a “oferecer” o corpo à bola e a ceder canto.
Aos 23 minutos, mais um cruzamento perfeito de Quaresma, e Reyes por pouco não desviou a bola, que “morreu” nas mãos de Artur. O Porto continuava com o pé no acelerador e, numa grande jogada colectiva, Jackson tabelou com Herrera e por pouco não foi o segundo golo dos Dragões. Aos 26, Fabiano quase dá o golo ao Benfica, ao largar uma bola no ar mas, por sorte, ninguém estava por perto para fazer o golo. Estavam decorridos 30 minutos de jogo, e o Benfica tentava assumir o jogo, mas sem consequências. Mais Porto até ao momento. A superioridade dos azuis-e-brancos voltou a notar-se quando, aos 35 minutos, houve nova grande defesa de Artur: Fernando recuperou a bola, conduziu o contra-ataque e fez uma excelente assistência para Varela, que, na cara do guardião encarnado, permitiu uma grande intervenção. A terminar o primeiro tempo, remate sem nexo de Varela, com a bola a sair junto à… bandeirola de canto! Estava terminada a primeira parte, claramente com muito mais Porto.
O retorno aos balneários fez mal ao espetáculo, pois dos 45 aos 60 minutos o mais emocionante que se viu no Dragão foi uma (péssima) actuação teatral de Sílvio, que viu o respectivo cartão amarelo. Após esse lance, Benfica começou a apertar o cerco ao Porto e conseguiu dois cantos seguidos, mas sem perigos de maior para o guardião azul-e-branco. Com a subida no terreno do Benfica, Luís Castro fez entrar Ghilas para o lugar de Varela, aos 62 minutos. Aos 69 voltou o perigo na baliza encarnada: Mangala ganhou de cabeça, fez um grande passe para Alex Sandro sobre a esquerda, e este, com todo o tempo do mundo, lançou um passe totalmente disparatado para… ninguém (seria para Jackson). Num contra-ataque rapidíssimo, aos 72 minutos, do Porto, numa situação de 3 para 2, Ghilas definiu mal e permitiu o corte à defesa do Benfica! Um minuto depois, Herrera quase faz um golo de bandeja: remate em arco à entrada da área, com a bola a raspar o ângulo superior esquerdo de Artur. Depois da jogada, Carlos Eduardo entra para o lugar de Herrera. Estavam decorridos 75 minutos e, neste momento, mais Benfica! Aos 76 minutos, bola no poste de Jackson Martinez! Grande trabalho do colombiano, que merecia golo. Na recarga, Quaresma não conseguiu chegar à bola primeiro do que o defesa benfiquista. Aos 79, Fabiano salvou por duas vezes o Porto! Primeiro, na sequência de um “canto de laboratório”, o guardião fez uma brilhante defesa e, depois, num cruzamento, saiu em voo e com uma “sapatada” tirou o golo certo a Garay. Estávamos na presença de um “São Fabiano”. No meio destes dois lances, tempo ainda para Ghilas rematar frouxo à figura de Artur, quando tinha tudo para fazer melhor.
Decorria o minuto 85 quando Luís Castro promoveu a sua última alteração, trocando Defour pelo “miúdo maravilha” Quintero. Mais um lance inacreditável: Quintero, isolado e com Jackson ao lado, tentou deixar a bola no companheiro mas tropeçou no solo… Lance algo caricato, de pura infelicidade e até de distracção por parte do jovem colombiano. Minuto 94: final do jogo! Vitória justa dos Dragões, num jogo em que procuraram sempre estar por cima do adversário. Grande espectáculo no Dragão, com duas grandes equipas, uma excelente arbitragem e adeptos incansáveis.
Quaresma foi dos melhores em campo Fonte: Zerozero.pt
Fabiano (8): Apenas com uma falha num cruzamento, o guardião assinou uma exibição de gala com várias defesas de grande qualidade, só ao alcance dos melhores.
Danilo (7): Voltou aos grandes jogos, com uma exibição de grande consistência e sem os erros infantis que volta e meia o caracterizam.
Diego Reyes (7): O jovem mexicano fez a sua primeira grande exibição no Porto, anulando Cardozo e justificando em pleno a aposta de Luís Castro na sua utilização.
Alex Sandro (7): Este menino não sabe jogar mal! Defendeu e atacou na sua habitual bitola, ou seja, muito bem e sem comprometer.
Fernando (8): O “polvo” deu conta de todos os jogadores que na sua zona passaram e ainda lançou vários contra-ataques nas suas muitas recuperações.
Defour (7): Foi novamente o maior operário dos azuis-e-brancos, fez o “trabalho invisível” de que todas as equipas necessitam: fechava muito os espaços quando os alas subiam, caía na ala quando Quaresma ou Varela vinham para o meio. Mais um bom jogo do renascido Defour.
Herrera (6): Uma boa primeira parte do Mexicano, mas que caiu a pique a partir dos 75 minutos, muito por fruto do pouco ritmo de jogo que tem. O que fez, fez bem. Não inventou.
Varela (6): Continua um paradoxo daquilo que foi em anos anteriores… Começou bem (a espaços) e, na parte final do jogo (onde sempre se demonstrou decisivo), desapareceu totalmente até ser substituído.
Quaresma (8): Diziam, na Luz, aquando a sua estreia, que estava “gordo”, “velho” e “sem velocidade”. Ora aí está a resposta a todos: fez o que quis de quem lhe apareceu pela frente e só era travado em falta. Os defesas benfiquistas ficaram com os rins torcidos.
Jackson Martinez (7): Lutou muito, marcou o golo da vitória e ainda atirou uma bola ao ferro. Exibição sem brilhantismo, mas eficaz.
Ghilas (7): Faz da força a sua arma e usou-a bem! Ajudou muito a defender e a segurar a bola nos minutos finais. Poderia ter feito melhor num remate à figura de Artur.
Carlos Eduardo (5): Não conseguiu pegar no jogo e, por isso, não foi útil à equipa.
A Figura
Mangala (10): Sofreu uma lesão muscular no início do jogo, Abdoulaye esteve a aquecer mais de 45 minutos e chegou a pensar-se que entraria no início da segunda parte. Mangala quis jogar e demonstrou-se um verdadeiro capitão! GRANDE!
O Fora-de-Jogo
Quintero (4): Pouco tempo em campo e, ainda assim, desperdiçou de forma caricata o segundo tento dos Dragões.
José Maria Monteiro
Sport Lisboa e Benfica
Há coisas que nunca mudam.
Em mais um grande clássico do futebol português, o F.C.Porto levou a melhor sobre o S.L.Benfica e parte em vantagem para o jogo da segunda mão das meias finais da Taça de Portugal. A equipa de Luís Castro mostrou-se mais determinada e confiante na partida e a vitória azul-e-branca pecou apenas pela escassez no resultado.
Num jogo em que Jorge Jesus aproveitou para rodar algumas unidades mais utilizadas durante a temporada, o Benfica entrou em campo com uma equipa renovada. Regressado após lesão, Artur ocupou a baliza encarnada e Sulejmani, Salvio e Cardozo foram os homens mais avançados da equipa, deixando Lima, Gaitán e Markovic num banco de suplentes de luxo. Apesar de o adversário ser de reconhecida valia, o técnico do Benfica optou por manter-se fiel à sua linha de poupanças em jogos das taças e isso prejudicou a exibição do Benfica.
Os primeiros vinte minutos de jogo (para não dizer toda a primeira parte) foram claramente dominados pelo F.C. Porto que mostrou, mais uma vez, ser uma equipa bem preparada para este tipo de jogos. Pressionantes e destemidos, os dragões entraram no jogo a impor um ritmo diabólico e o Benfica não soube reagir a esse ímpeto ofensivo. Para além de não terem conseguido anular a acutilância dos dragões, os encarnados mostraram-se pouco esclarecidos nas saídas para o ataque e sucediam-se as perdas de bola dos homens mais avançados do Benfica. No outro lado estava um F.C. Porto extremamente motivado e a praticar o melhor futebol da época, produzindo jogadas colectivas de grande nível. Quaresma e Jackson – mas sobretudo os três homens do meio-campo portista -, iam criando perigo para a baliza de Artur através de combinações bem desenhadas e o golo azul-e-branco parecia iminente. Sem surpresas, depois do aviso de Ricardo Quaresma, num lance em que Artur desvia o cruzamento-remate do extremo, o colombiano Jackson Martinez colocou o Porto em vantagem numa cabeçada fantástica, ao seu estilo.
Na frente, os dragões não tiraram o pé do acelerador e o Benfica não activou o seu motor. O jogo manteve a mesma toada e só a equipa da casa praticava futebol no relvado do Dragão. Foi assim, com os dragões sempre a jogar no meio-campo encarnado e a aproveitar as costas da defesa do Benfica, que acabou a primeira parte. Por esta altura, os encarnados não tinham criado qualquer oportunidade de golo e foram raras as vezes em que a bola circulava pelos jogadores de um Benfica irreconhecível.
O segundo tempo foi mais morno e disputado a meio-campo. Esperava-se um Benfica mais crente na vitória e com maior dinamismo ofensivo, mas isso não se verificou. Os encarnados arrumaram-se tacticamente e subiram um pouco as linhas, mas essa mudança revelou-se ineficaz. Nos bancos, Jesus tardou em mexer na equipa, parecendo descredibilizar o maior clássico do futebol português e Luís Castro mostrou querer resolver a eliminatória no seu estádio e por pouco não foi totalmente feliz. Quintero e Ghilas entraram excelentemente no jogo e ajudaram os dragões a estender-se no campo e a assustar o Benfica. O jovem mágico colombiano teve mesmo o golo nos pés, mas deslumbrou-se à frente de Artur. Antes, o seu compatriota Jackson Martinez foi traído pelo poste que lhe negou o bis. Apesar do resultado favorável, era a formação azul-e-branca que se aproximava do segundo golo do jogo.
Do lado encarnado, os minutos passavam e a bola continuava a queimar nos pés dos homens do Benfica. É, de facto, irrisório que a equipa não tenha construído uma jogada digna de registo. A falta de ideias e de atitude de alguns jogadores são também factores incompreensíveis numa equipa que tem vindo a rubricar exibições de grande qualidade nos últimos meses. Não fosse o lance em que Rúben Amorim, perto do fim, quase empatava o jogo e o Benfica saía do Dragão sem ameaçar a baliza do eterno rival – a tal equipa que tem menos doze pontos do que as águias no campeonato.
Olhando para o que passou nas quatros linhas é justo dizer que a eliminatória poderia ter ficado decidida a favor do F.C.Porto. A forma mais séria e empenhada com que os dragões encararam este jogo poderia ter sido coroada com um resultado mais dilatado a seu favor. Por outro lado, este Benfica de Jesus mostrou que continua amedrontado e tímido sempre que pisa o relvado do Dragão, enquanto o F.C.Porto, independentemente da fase da época em que se esteja, faz sempre das tripas coração para levar a melhor sobre o clube encarnado. Há coisas que nunca mudam.
Benfica esteve sempre atrás do Porto na partida Fonte: Reuters
Artur (7): Sem hipótese no golo que sofreu, o guardião brasileiro não acusou a pressão do clássico e esteve irrepreensível sempre que foi chamado a intervir. Negou o golo a Jackson com uma excelente defesa e não comprometeu com os pés. Dos melhores do Benfica.
Maxi (5): Nos primeiros minutos foi assombrado pela talento de Quaresma, mas depois reapareceu no jogo e foi ganhando confiança no ataque. Continua a cometer faltas desnecessárias e a deixar demasiado espaço nas suas costas. A raça e o crer também são importantes no futebol.
Garay (6): O argentino não consegue jogar mal, mas esta não foi, de todo, uma boa exibição do central encarnado. Batido nas alturas por Jackson no lance do golo do Porto, arriscou vários passes perigosos e não se mostrou tão seguro como o habitual.
Fejsa (6): Tal como toda a equipa, o sérvio entrou apático na partida. Porém, na segunda parte foi importante no melhor período do Benfica no jogo e as suas recuperações de bola poderiam ter sido melhor aproveitadas pelos companheiros.
Rúben Amorim (6): Foi dele a melhor oportunidade de golo dos encarnados em todo o jogo. Para além disso, andou um pouco perdido por entre o triângulo ofensivo do F.C.Porto e só na segunda parte, a espaços, conseguiu demonstrar a sua técnica apurada e cultura táctica.
Salvio (5): Este não é o Salvio que o mundo do futebol conhece. Preso e desligado do jogo, o argentino está longe do seu melhor momento de forma e não conseguiu imprimir a velocidade de que o flanco do Benfica precisava. Alex Sandro meteu-o no bolso.
Sulejmani (5): Na primeira parte era dos poucos que tentava sair para a frente com a bola controlada, mas foi sempre inconsequente.
Rodrigo (6): A par de Luisão, foi o melhor do Benfica na primeira parte. É um jogador que respira confiança e isso notou-se sempre que tinha a bola no pés. O problema é que a teve poucas vezes em seu poder e Jesus não o deixou ter mais influência no jogo, já que foi substituído a meio da segunda parte.
Lima (5): Entrou com vinte e cinco minutos de atraso. Com Cardozo perdido em campo, impunha-se a mobilidade e capacidade de pressão do avançado brasileiro.
Gaitán (6): Mostrou a magia e a classe habituais, mas não teve tempo para mais.
Markovic (6): Dez minutos com relativa intensidade. Também para ele, soube a pouco.
A(s) Figura(s) Luisão e Sílvio (7): Foram os melhores do Benfica no jogo de hoje. O central provou, com vários cortes cruciais, que está num excelente momento de forma e a sua segurança evitou males maiores para os encarnados. Sílvio, por sua vez, voltou a mostrar que merece lugar no onze do Benfica seja em que lateral for. Seguro defensivamente, procurou sempre estender-se para o ataque e as suas cavalgadas permitiram à equipa subir no terreno. Quaresma, o craque do Porto, não o ultrapassou nenhuma vez.
O Fora-de-Jogo Cardozo (4): Simplesmente não esteve no relvado do Dragão. O paraguaio perdeu praticamente todos os lances disputados e comprovou o seu péssimo momento de forma. Neste momento, com Tacuara em campo, o Benfica perde mais do que ganha. Muito mais.
Era uma vez o futebol português. Um espectáculo de alta qualidade, sem guerras nem casos, onde tudo corria às mil maravilhas. Não havia presidentes que geriam um império mafioso ao longo de mais de três décadas, nem clubes apanhados em flagrante em escutas com o objectivo de comprar árbitros, e muito menos uma promiscuidade evidente entre o Presidente do clube hegemónico e os seus homólogos da Liga e do Conselho de Arbitragem. Nunca houve registo de clubes a pagarem viagens a árbitros, nem de casos de perseguição a juízes dentro de campo ou de intimidações tais que os obrigaram a equiparem-se no corredor. Nunca houve mortes nos estádios que tenham sido ignoradas por quem tinha o dever de adiar o jogo, nem árbitros com dentes partidos e tão-pouco fiscais de linha a fazerem gestos obscenos para as bancadas. Os presidentes dos clubes nunca protestaram contra as arbitragens, e é isso que lhes dá toda a legitimidade para falarem caso um dia apareça alguém que, sem dúvida motivado por pérfidas intenções, tenha a ousadia de o fazer. O futebol português é sinónimo de grandes jogos, estádios cheios, concórdia, harmonia e respeito total entre todos os intervenientes. Tudo está no bom caminho desde há largas décadas. Certo? Claro que não, e não é preciso estar-se muito atento ao que se passa para o perceber.
É por isso que não entendo as críticas que têm sido feitas a Bruno de Carvalho. Especialmente porque ele é actualmente, quer se queira quer não, o grande impulsionador da mudança no futebol português, tentando fazer com que os vergonhosos episódios descritos no parágrafo acima acabem de uma vez por todas. Ainda ontem Jaime Pacheco disse que o presidente do Sporting está a “arrastar o futebol para a lama”, como se a realidade deste desporto em Portugal fosse um mar de rosas antes de Bruno de Carvalho. O Apito Dourado foi um dos maiores escândalos do futebol mundial, mas não me lembro de Jaime Pacheco vir falar de lama nessa altura. O ex-treinador, contudo, é um conhecido adepto portista, pelo que percebo que, à semelhança de outros apoiantes do F.C. Porto, sinta a necessidade de apertar o cerco ao Sporting – o processo movido contra o nosso clube por uma “campanha de condicionamento da arbitragem” mostra uma lata e uma falta de noção do ridículo gritantes. Mas, se entendo o incómodo dos portistas com Bruno de Carvalho, já tenho mais dificuldade em compreender que muitos adeptos benfiquistas adoptem a mesma postura. Se calhar sou eu que tenho uma visão algo ingénua do futebol português e dos seus intervenientes, mas, se o Benfica se sente lesado destas três décadas de Pinto da Costa, não seria mais óbvio os seus adeptos juntarem as suas vozes às críticas de Bruno de Carvalho? Há uns anos, estranhei que a denúncia que Dias da Cunha, numa atitude inédita em Portugal, fez do chamado “sistema” tenha sido ridicularizada por grande parte dos adeptos benfiquistas. Hoje, depois de tantos anos a apelidarem os Sportinguistas de “dragartos”, não deixa de ser curioso que muitos deles adoptem os comportamentos que diziam criticar. Porém, já não é a primeira vez, como este vídeo tão bem demonstra:
Vem isto a propósito do primeiro aniversário do mandato de Bruno de Carvalho enquanto presidente do Sporting Clube de Portugal, que se assinala esta semana. Já poderia ser o terceiro, não tivessem os improváveis acontecimentos de Março de 2011 mostrado até onde pode ir a sede de poder dos bancos e de uma casta de dirigentes que, em muitos casos, ou não eram Sportinguistas ou relegavam essa sua condição para segundo plano. Passado todo este tempo, que balanço se pode fazer? Desde logo, que o presidente do Sporting tem cumprido com o que prometeu e, em certos casos, até tem superado as expectativas: não cedeu a pressões e renegociou acordos com a banca, impulsionou uma auditoria externa que permitirá apurar quais foram os responsáveis pelos péssimos resultados desportivos e financeiros dos últimos anos do clube, vendeu os jogadores com vencimentos excessivos, limitou e planeou os investimentos na equipa de futebol e fez o mesmo nas modalidades (sem, no entanto, retirar poder de fogo às equipas), etc. Tão ou mais importante do que isso, deu o passo que há tanto tempo se exigia a um presidente do Sporting: manteve-se imperturbável perante as pressões do F.C. Porto e cortou com Pinto da Costa, denunciando as práticas corruptas do clube em questão e promovendo o início do isolamento azul-e-branco no panorama desportivo nacional. As relações cordiais com o Benfica são a prova de que Bruno de Carvalho tem pensado em tudo ao pormenor e não começou, ao contrário do que se podia temer no início do seu mandato, a “disparar em todas as direcções”.
A prudência e algumas convicções pessoais impedem-me de pôr as mãos no fogo por Bruno de Carvalho ou por qualquer dirigente desportivo. No entanto, não hesito em dizer que o seu primeiro ano de mandato foi praticamente irrepreensível. Também não caio na tentação de afirmar que os problemas do Sporting já fazem todos parte do passado. Um ano de novas ideias não apaga quase duas décadas de dirigismo trágico, e certamente haverá ainda muitos “notáveis” à espera do primeiro deslize da nova direcção para tentar tomar novamente o Sporting de assalto. No entanto, é inegável que o nosso clube está mais forte – e tudo isto depois da nossa pior época de sempre, no que ao futebol diz respeito. Muitos foram os méritos da direcção de Bruno de Carvalho neste primeiro ano de mandato, e todos apontam num único sentido: o de unir os adeptos em torno de uma só causa, devolvendo-lhes o orgulho e a alegria de serem Sportinguistas. Só assim será possível devolver a glória ao clube e recuperar as quase duas décadas de tempo perdido.
À passagem da 27ª jornada da Bundesliga, e já com um Bayern campeão, resta ainda saber quem desce e quem vai à Europa.
Com o pódio bem definido – Bayern München, Borussia Dortmund e Shalke 04 – há ainda mais um lugar que garante um play-off para a Champions League e dois lugares que dão acesso à Liga Europa.
Actualmente, e com menos uma partida disputada, Bayer Leverkusen é a equipa que ocupa a quarta posição, com 44 pontos. É, portanto, a principal candidata ao lugar. Depois de ter sido eliminada da Liga Milionária pelo PSG, a equipa comandada pelo ex-jogador Sami Hyypiä tem tudo para garantir mais uma presença na elite do futebol europeu.
Tem à sua disposição um plantel com bons nomes para todas as posições do campo, a começar na baliza, com o internacional alemão Bernd Leno e ainda com o veteraníssimo Andrés Palop (ex-Sevilla). A defesa é o ponto mais fraco desta equipa, mas ainda assim Philipp Wollscheid, Emir Spahić, Sebastian Boenisch, Ömer Toprak e Giulio Donati chegaram para a realização de um bom campeonato. O meio campo é composto por nomes consagrados do futebol alemão e já presentes na equipa há vários anos, como Simon Rolfes (2005), Lars Bender (2009), Gonzalo Castro (2004) e ainda outros bons jogadores, como é o caso de Sidney Sam (que já tem contrato com o Schalke 04 para a temporada 2014/2015), Andrés Guardado, que chegou do Valencia por empréstimo a meio da temporada, e ainda Emre Can, uma das maiores promessas do futebol alemão, que passou esta época em Leverkusen por empréstimo do Bayern Leverkusen. No ataque, Stefan Kiessling é o jogador mais perigoso, tendo marcado 16 golos em 37 jogos, mas há ainda Son Heung-Min, um jovem sul-coreano de apenas 21 anos que também já fez o gosto ao pé por 10 vezes esta época. Eren Derdiyok, emprestado pelo Hoffenheim, não sendo um exímio goleador, é um jogador importantíssimo na equipa, por aquilo que batalha na frente e pelas suas assistências fatais para Kiessling.
O calendário do Bayer, ainda assim, não é nada fácil, deslocando-se ao terreno do Augsburg, que ainda está na luta por um lugar na Liga Europa, e ainda ao do Hamburgo e do Nürnberg, duas equipas que lutam pela manutenção. No BayArena, em Leverkusen, ainda vai também disputar-se um sempre interessante encontro entre o Bayer 04 e o Borussia Dortmund.
O Bayer Leverkusen parte em vantagem na corrida ao ultimo lugar de acesso à Champions Fonte: Kicker.de
Com os mesmos 44 pontos, mas com mais um jogo disputado, o Wolfsburg é a equipa que mais se aproxima do Bayer. O excelente plantel de Dieter Hecking é talvez um dos mais jovens e equilibrados da Bundesliga. O ex-Nacional Diego Benaglio atravessa um grande momento de forma, que, aliado à maturidade do alto dos seus 30 anos, fazem do capitão dos ‘wolfs’ um dos melhores guarda-redes da Liga. A segurança não está só na linha de golo, já que a defesa é bastante sólida. O experiente Naldo (ex-Werder Bremen), Patrick Ochs, Marcel Schäfer, Robin Knoche, e o suíço Ricardo Rodriguez são os membros de uma das defesas mais seguras do campeonato. O meio campo, mesmo com a partida da sua maior estrela (Diego) para o Atletico Madrid, recebeu uma das maiores promessas mundiais – Kevin de Bruyne chegou do Chelsea, em Janeiro, por cerca de 25 milhões de euros. Jogadores como o experiente Jan Polák, Luiz Gustavo, Christian Träsch, Slobodan Medojevic, Daniel Caligiuri e Max Arnold compõem um meio campo equilibradíssimo, e, no ataque, o experiente Ivica Olić e Bas Dost são os homens encarregues de fazer golo. Vieirinha pertence a esta equipa, mas sofreu uma grave lesão no início da temporada, que o impede de jogar até esta mesma semana, data em que voltou aos relvados.
Até ao fim da Bundesliga, o Wolfsburg tem deslocações sempre difíceis aos estádios de equipas que se tentam manter no campeonato, como a Hamburgo, Stüttgart, e ainda uma deslocação difícil ao Signal Iduna Park, para defrontar o Borussia Dortmund.
Com menos dois pontos, o Borussia Mönchengladbach aparece na sexta posição. Lucien Favre é um bom treinador, e tem à sua disposição um jovem e bom plantel. Com uma média de idades de 24 anos, o Borussia Mönchengladbach não apresenta grandes vedetas no seu plantel, mas aposta claramente no colectivo.
O guarda-redes Marc-André ter Stegen está já vendido ao Barcelona e irá abandonar a Alemanha no fim da presente época, mas, ainda assim, é talvez o segredo do sucesso desta equipa. Se olharmos para os nomes da defesa, Filip Daems, Roel Brouwers, Álvaro Domínguez, Håvard Nordtveit, Oscar Wendt, Tony Jantschke e Martin Stranzl não parecem transmitir a segurança que transmitem. É um case-study, algo de que só nos apercebemos se assistirmos à partida, e nota-se que são já jogadores experientes e que jogam juntos há vários anos; alguns deles nunca chegaram a sair de lá.
No meio, Raffael apresenta uma média fantástica de golos, com 14 marcados em 27 disputados, mas partilha o estatuto de ‘vedeta da equipa’ com o suíço Xhaka e o venezuelano especialista em bolas paradas Juan Arango.
Luuk de Jong nunca chegou a confirmar as promessas que trouxe do Twente e foi emprestado ao Newcastle, a meio da época. Mas a verdade é que os alemães não estão nada mal servidos no ataque, tendo para a posição de goleador Patrick Herrmann, Max Kruse e Branimir Hrgota.
Até ao fim da Bundesliga, o Borussia M’gladbach não tem jogos com um elevado grau de dificuldade, apesar de uma difícil deslocação a Gelsenkirchen para defrontar o Schalke 04 e ainda uma outra a Wolfsburg na última jornada.
Em sétimo lugar aparece o Mainz 05, com menos um ponto do que o Mönchengladbach. A equipa orientada por Thomas Tuchel é uma das surpresas do campeonato e, apesar de entregar as redes ao jovem Christian Mathenia, de apenas 21 anos, aposta claramente na experiência e solidez defensiva de jogadores veteranos, como Bo Svensson (34 anos), Zdeněk Pospěch (35 anos), Nikolče Noveski (34 anos) e Júnior Díaz (30 anos).
No meio campo, aposta também no colectivo, em detrimento das individualidades. Joga com o meio muito cá atrás, e não apresenta jogadores virtuosos e bons tecnicamente, mas sim jogadores equilibrados e de muita raça, como Benedikt Saller, Niki Zimling e Christoph Moritz. O melhor da equipa, na minha opinião, é Johannes Geis, um jovem de 20 anos apenas. No ataque, os avançados Maxim Choupo-Moting, com 10 golos, Shinji Okazaki, com 11, e Nicolai Müller, com 10, fizeram 31 dos 38 golos marcados esta época. São a prova viva de que ainda há típicas equipas da Europa central que privilegiam o contacto, a força física e o ‘bola para a frente’, em vez de tentar jogar um futebol agradável com a bola no chão a ser trocada de pé para pé.
Ainda assim, e mesmo tendo mais golos sofridos do que marcados, é com este tipo de jogo que o Mainz está na luta por um lugar nas competições europeias.
Terá ainda de disputar um jogo importantíssimo em casa contra o Augsburg, e deslocações difíceis a Dortmund e a Mönchengladbach. Não vai ser nada fácil.
O Augsburg é, com o Mainz, uma das equipas sensação desta edição da Bundesliga Fonte: Bundesliga.com
Com 39 pontos, mas com um jogo a menos, aparece o Augsburg na oitava posição da tabela classificativa alemã. Markus Weinzierl é mais um técnico que aposta no futebol longo, com jogadores bem constituídos fisicamente e, à semelhança de Thomas Tuchel, tem obtido resultados excelentes. Na baliza, Marwin Hitz e Alex Manninger dividem o estatuto de titulares e concederam, até agora, 37 golos. Paul Verhaegh, Ragnar Klavan, Jan-Ingwer Callsen-Bracker e Matthias Ostrzolek compõem uma defesa suficientemente segura para garantir uma diferença de golos positiva, e, no meio campo, Holzhauser, Vogt, Baier, Werner e Morávek constituem um bloco sólido, que não gosta de entregar a bola ao adversário, tentando gerir sempre o encontro com a sua posse de bola. A grande estrela está mesmo no ataque: Halil Altıntop voltou à Bundesliga, e marcou nove golos em 29 jogos. Ao Augsburg falta ainda disputar alguns jogos difíceis com o Bayer Leverkusen, com o 1. FSV Mainz 05 e com o Bayern München.