Ser sportinguista é maravilhoso. Proclamar-se um íntegro leão é motivo de regozijo e vanglória, em qualquer que seja a situação ou ocasião. Naturalmente esta condição é, ainda mais, reforçada quando o Sporting Clube de Portugal se encontra no 1º lugar da Liga Portuguesa. Desde Domingo que qualquer sportinguista pode afirmar, taxativamente, ser líder do campeonato. Hoje todos somos um pouco líderes, quer sejamos adeptos, dirigentes ou jogadores.
O Sporting nunca foi (nem é) candidato a nada. O propósito leonino restringe-se, apenas e só, a tentar alcançar a melhor classificação possível. Sem ambições quimeras. O plantel à disposição de Leonardo Jardim é espelho desta política. No seu aglomerado, a equipa leonina custou cerca de 16 milhões de euros, quantia bastante parca. Esta semana, um jornal desportivo de referência lançou uma peça onde abordava o preço dos plantéis dos três grandes. O Sporting detém, como era expectável, o montante mais baixo. A prova de como com pouco se pode fazer imenso está à vista.
O plantel do Sporting apresenta (quase) todas as opções necessárias. / Fonte: forumscp
Ao alcançar o topo da tabela classificativa é premente redobrar esforços. O plantel oferece (quase) todas as opções. Os quatro sectores da equipa estão (quase) completos. Uma equipa que figura em 1º lugar precisa de ter opções viáveis para todas as posições. Todavia, o Sporting, a meu ver, padece de uma pequena lacuna no plantel – o centro da defesa. Leonardo Jardim tem apostado na dupla Rojo-Maurício, que oferece algumas garantias. Contudo, foi percetível em jogos como o do Dragão, que Maurício, apesar de cumprir o seu papel, tem, por vezes, erros cruciais. Veja-se o jogo no Dragão.
No banco figura Eric Dier que, após um punhado de boas exibições na época passada, tem tido um rendimento aquém das expetativas. E as opções ficam-se por aqui. É, portanto, importante que se encontre uma outra opção para o centro da defesa, seja com a promoção, a tempo inteiro, de Rúben Semedo ou com a compra de um central no mercado de inverno.
Bem sei, e já o referi, que o Sporting não luta para ser campeão nacional mas, alcançado o lugar mais cimeiro da tabela, é legítimo lutar pela defesa deste. Por conseguinte, urge que se faça o possível para que lá para Maio possamos estar no estádio, no café ou em casa a festejar o título do nosso Sporting. Vamos acreditar!
Há cerca de três semanas, a Toyota anunciou o desenvolvimento do TMG GT86 CS, para a categoria de R3, que, em 2014, passará a chamar-se RC3. Uma notícia recebida com muito agrado por todos os amantes de ralis. Mas uma ainda melhor chegou ontem: a marca japonesa vai construir um Yaris WRC, o que indica que o regresso ao WRC pode estar para breve. Para já, apenas está confirmada a construção do carro e os respetivos testes para o próximo ano, o que garante que apenas em 2015, na melhor das hipóteses, a formação nipónica voltará à elite dos ralis mundiais.
Mas, afinal, qual o porquê de toda esta satisfação com o regresso da Toyota? Basicamente porque foi, muito provavelmente, a equipa mais marcante da década de 1990; os amantes da Subaru e Mitsubishi que me perdoem, pois foram também equipas muito marcantes.
A Toyota, quando, em 1988, apostou no Celica GT-Four, deu um passo que mudou para sempre a sua relação com os ralis. A primeira geração do carro, o ST165, estreou-se nesse mesmo ano no Tour de Corse. Foi preciso esperar mais de um ano para a primeira vitória, que aconteceu em 1989, no Rali da Austrália, por Juha Kankkunen. Depois deste triunfo, a Toyota conseguiu mais 29 vitórias com as três versões do Celica, até 1995. Além destas conquistas em ralis, conseguiu quatro títulos de pilotos por Carlos Sainz (1990 e 1992), Juha Kankkunen (1993) e Didier Auriol (1994), assim como o título de construtores de 1993 e 1994.
Carlos Sainz no Rally de Portugal 1992. A versão ST 185 “deu” três titulos de pilotos e dois de construtores à Toyota Fonte: rallyazores.blogspot.pt
Em 1996, a equipa nipónica foi impedida de correr, por ter sido apanhada com um restritor de ar não permitido no Rali da Catalunha de 1995. Na temporada de 1997, no Rali da Finlândia, a Toyota voltou ao Mundial, entretanto denominado WRC, com o Corolla WRC.
Este carro não teve tanto sucesso como os anteriores mas, ainda assim, venceu mais quatro ralis até à retirada e o título de construtores de 1999, o último ano em que a Toyota correu de forma oficial no WRC, pois abandonou a modalidade nessa altura para apostar na Fórmula 1.
Matos Chaves no Rali de Portugal de 1999 Fonte: ralifoto.blogspot.pt
Também em Portugal a Toyota esteve presente nos ralis. A marca nipónica foi campeã, e falando apenas nestes dois modelos, em 1992, com Joaquim Santos, e em 1999 e 2000, quando Pedro Matos Chaves venceu já com o Corolla WRC.
Também Rui Madeira correu pela Toyota, em 1996 e 1998, fazendo algumas rondas do WRC.
Que seja um regresso forte da Toyota, e que seja apenas mais uma das muitas equipas cujo regresso seria fantástico. É aquilo que todos os amantes dos ralis desejam.
Há três semanas, mais precisamente de 15 a 17 de Novembro, realizou-se a 11ª edição do torneio Coman Fruta Canarias (CFC), em Puerto Del Carmen, Lanzarote, Espanha. Trata-se de um torneio de Beach Ultimate do qual fizeram parte 24 equipas com 8 a 15 jogadores. Os jogos foram disputados até aos 13 pontos ou até aos 45 minutos, e em caso de empate jogava-se o universal point, ou seja, quem marcar ganha. Se o tempo acabasse e nenhuma equipa tivesse atingido os 13 pontos, o jogo acabaria um ponto acima da pontuação mais alta, havendo a possibilidade de prolongamento apenas na final.
Neste torneio participaram cerca de 10 jogadores portugueses, distribuídos por duas equipas portuguesas, a PEP – Portuguese Experience Project -, que é uma forma de jogadores portugueses aprovados pela Associação Portuguesa de Ultimate e Desportos de Disco jogarem em torneios. Isto é, se as equipas a que pertencem não puderem participar, os jogadores que ambicionam jogar no torneio podem juntar-se e participar sob o nome desta equipa – PEP. A outra equipa, que se revelou a grande vencedora deste torneio, é a equipa algarvia dos BUFA, da qual fizeram parte cinco jogadores portugueses e seis jogadores de outras nacionalidades. A equipa inglesa Finding William enfrentou os BUFA na final, tendo sido derrotada por nove pontos contra sete. O vídeo da final pode ser encontrado no Youtube sob o nome de Final Game CFC 2013 BUFA vs Finding William.
Neste torneio, para além das duas equipas portuguesas, participaram oito equipas espanholas, uma alemã, uma venezuelana, uma equipa francesa, uma irlandesa e uma equipa dinamarquesa; duas equipas italianas, duas suíças e duas holandesas, e, finalmente, três equipas do Reino Unido.
A equipa com maior Espírito de Jogo foi a inglesa Gert Lush, com 97 pontos, tendo ficado em último lugar as equipas Finding William e Aboriginal Ultimate, com 82 pontos. Os PEP conseguiram um 6º lugar com 88 pontos e os BUFA acabaram com 85 pontos, em 9º.
BUFA, equipa vencedora do torneio CFC 2013. Da esquerda para a direita, em cima: William Martin, Tim Morril, David Pimenta, Laura Malisse, Ricardo Marquez, Ricardo Patrão. Da esquerda para a direita em baixo: Pauline Rigollier, Elwira Piekart, Inês Bringel, Filipa Vargas, Pedro Vargas. Foto por Tim Morril
Esta é uma vitória excelente para o Ultimate em Portugal, pois é uma forma de aumentar a visibilidade das equipas portuguesas e de mostrar, dentro e fora do país, que há muito potencial. As participações de equipas portuguesas, bem como as suas vitórias, são ainda muito importantes para a evolução do Ultimate em Portugal, pois demonstram empenho e ambição, o que torna este desporto mais credível junto de várias audiências, como, por exemplo, potenciais jogadores e potenciais patrocinadores e parceiros.
Tropeção à Benfica! É isto, somente isto, que me apraz dizer depois daquilo que vi hoje, no Estádio da Luz. Ainda afectado com o resultado, vou tentar ser o mais coerente possível nesta minha análise ao jogo entre o Benfica e o Arouca. Desacertos, oportunidades desperdiçadas, uma imensidão de equívocos e, sobretudo, mais dois pontos que escaparam ao Benfica.
No relvado da Luz entraram duas equipas em condições anímicas completamente opostas. Se de um lado surgia um Arouca em lugar de despromoção, com apenas duas vitórias no campeonato, do outro estava um Benfica altamente motivado pela conquista do primeiro lugar da tabela e que chegava a este jogo com uma série de cinco vitórias no campeonato. São indicadores que assumem sempre a sua relevância e o Benfica, a jogar em casa, entrava em campo como claro favorito, num jogo em que nem o mais fanático adepto do adversário acreditava num bom resultado da sua equipa.
Numa noite que se adivinhava tranquila para o Benfica, os encarnados desde cedo começaram a criar perigo para a baliza de Cássio. Lima, Rodrigo, Gáitan e Markovic, os homens mais adiantados das águias, mostraram alguma mobilidade no início do jogo e com isso foram, aqui e ali, criando situações de relativo perigo para o Arouca. Ainda assim, este “sinal mais” do Benfica não foi suficiente para inaugurar o marcador. Aliás quem o fez foi mesmo o adversário, antes do intervalo. De bola parada, como era de esperar. Quem não esperava o desacerto de Artur eram os benfiquistas que ficaram incrédulos quando o guarda-redes brasileiro deixou passar aquela bola rematada por David Simão. Em desvantagem, o Benfica procurou reduzir o mais rápido possível e Rodrigo, após bela jogada colectiva, animou os adeptos e entusiasmou-os para os segundos quarenta e cinco minutos.
A segunda parte inicia-se com as equipas posicionadas da mesma forma e a adoptarem o mesmo estilo de jogo. O Arouca com o seu autocarro, daqueles com um bom motor, à frente da sua baliza e o Benfica a tentar encontrar espaços por entre aquele mar de gente vestida de amarelo. Mudanças de flanco, tentativa de explorar as laterais, cruzamentos atrás de cruzamentos e a mesma ineficácia dos avançados de encarnado. A falta de agressividade, velocidade e concentração dos atacantes benfiquistas era incompreensível e foi essa mesma apatia que fazia com que o empate perdurasse.
Benfica desperdiça dois pontos contra o Arouca Fonte: Maisfutebol
A confiança de Lima desvanecia-se com o passar do tempo e Funes Mori não teve propriamente a estreia mais auspiciosa no campeonato. Até Enzo Perez parecia murcho. De Markovic nem vale a pena falar. Simplesmente não esteve em campo. E de entre este marasmo ofensivo, eram os cruzamentos de Sulejmani e Gáitan que colocavam em sentido a defesa do Arouca. Eram esses lances que agarravam os adeptos e que os faziam acreditar que o golo da vitória acabaria por surgir. Só não contavam é que esse tento surgiria na sua própria baliza. Mais uma bola parada, outra desconcentração defensiva e o balde de água fria na Luz. O Arouca, umas das piores equipas do campeonato, vencia na Luz a quinze minutos do fim do jogo. Seguiu-se uma boa reacção encarnada e o golo do empate num penalty convertido por Lima. Até ao final, Ivan ainda acertou no poste e tudo poderia ter sido diferente se Luisão não se tivesse deixado dormir na área do Arouca desperdiçando o golo da vitória encarnada.
Soube a pouco. A muito pouco. Tudo foi escasso neste noite na Luz. Desde a dinâmica e velocidade impostas no jogo, até ao futebol de unidades com Lima ou Markovic…e ao resultado final. Na primeira dose pressão como primeiros vacilámos e mostrámos que continuamos vulneráveis. Voaram mais dois pontos. A ver vamos se não nos farão falta. Normalmente costumam fazer.
Este Porto não joga futebol, joga à bola. Futebol envolve decisões, ideias, liderança, mas, sobretudo, gosto pelo jogo! O que o Porto neste momento faz é mais parecido com uma cambada de miúdos a jogar ao “sai fora” depois das aulas, apenas mais disciplinados. Claro que é um exagero, mas, se virmos bem, tem uma certa verdade.
Jackson esqueceu-se de como marcar golos? Ou simplesmente a equipa está tão fraca a segurar a bola no meio-campo que é preciso o grandalhão da escola vir buscar jogo à linha central? O Mangala esqueceu-se de como ser um pilar de segurança e controlo? Ou simplesmente a defesa está tão desconcentrada nos momentos chave que só o miúdo que joga a trinco, sempre calmo no recreio, parece manter o controlo absoluto das emoções? E são apenas três jogadores que por acaso são dos mais importantes neste momento, mas todos os outros não deixam de ter a sua quota parte de perdas ao longo desta nova época desportiva.
O que é que aconteceu em Coimbra, afinal? O Quintero é extremo? Parece que não. E essa surpresa de Paulo Fonseca acabou por ser corrigida com uma evidência chamada Licá. No entanto, durante a primeira parte, a maioria dos ataques eram feitos pelo lado direito, exatamente por causa do grande craque com provas dadas, mas apenas no miolo do terreno! E de que serviu? De nada. E também não foi surpresa. O Jackson não anda pelas redondezas da área, como já se sabe, e isso é péssimo. De repente, fez-me lembrar o Pena… Não que a comparação seja a melhor, mas lembrem-se que o Pena vinha buscar muito jogo ao meio campo, e até ajudava na defesa, mas foram muitas as vezes em que as bolas caíam na área sem que o goleador estivesse presente para as empurrar para golo. E o Pena era mais rápido do que o Jackson. Pois… Os ataques pelo centro não funcionavam porque somos lentos e os passes não são precisos, mesmo com Lucho no terreno. E a Académica continuava a ameaçar… Marcou com toda a justiça, e o Porto, mais uma vez, sem saber o que fazer. Esta equipa está baralhada, confusa, tanto nas posições de alguns jogadores como nos titulares. É uma dança das cadeiras. A 10 minutos do fim nem um 3-5-2 nos safou, uma medida que refletiu bem o ponto de interrogação do treinador. E o que fazer quando há um espirro na área? Marca-se penalty e dá-se mais um caso de jogo para todos os adeptos rivais poderem fazer discussão sobre corrupção durante os próximos dias. Nunca desejei tanto falhar um penalty a nosso favor… Nem a Académica nem o Porto mereciam.O mau momento de forma do Porto manteve-se em Coimbra Fonte:http://www.porta19.com/
Mais uma derrota (para mim, os últimos empates foram derrotas), mais um péssimo jogo da nossa parte, o Fernando não joga contra o Braga e a Académica não ganhava ao Porto há 43 anos! Paulo Fonseca é ótimo a bater recordes, até para os outros! Vem aí o Quaresma para tentar salpicar alguma magia neste futebol, mas não façam confusões: magia não é milagre! O homem é cheio de ideias e não tem medo de ninguém. O Porto precisa disso. De ideias, de coragem, mas, sobretudo, de ter gosto pelo jogo!
Nascido em Langny-sur-Marne, nos arredores de Paris, há vinte anos, Paul Pogba vai vivendo dias de sonho com a sua consagração como vencedor do “European Golden Boy”, galardão atribuído pelo jornal Tuttosport ao melhor jogador jovem a actuar na Europa.
O troféu, que premeia jovens com menos de vinte e um anos de idade, é atribuído desde 2003. O jornal italiano faz uma pré-selecção de cerca de quarenta jogadores, que são depois votados por trinta jornalistas desportivos, que representam vinte diferentes países europeus.
Formado nas escolas do Le Havre, foi transferido para o colosso Manchester United com apenas dezasseis anos, clube onde viria a completar o seu processo de formação. Cedo deu nas vistas, o que o levou a ser chamado por Sir. Alex Ferguson à primeira equipa dos red devils. Quando se esperava que pudesse maturar e apurar as suas qualidades na equipa do norte de Inglaterra, o francês acabou por deixar o clube de Nani e seguir para a Juventus, numa transferência que se revela agora completamente acertada. Pogba começou por ganhar espaço no plantel de Antonio Conte, para depois merecer um lugar no onze, onde já é um dos jogadores mais preponderantes. Possante na forma como joga, faz uma leitura de jogo que impressiona, atendendo a tenra idade. Marca, dá a marcar e, em Turim, os tiffosi já o olham como uma das principais pérolas do balneário.
Pogba erguendo o troféu de melhor jogador jovem da Europa / Fonte: peru.com
O “Polvo”, como é conhecido Pogba, declarou-se “lisonjeado e orgulhoso por receber tão prestigiado troféu”. O jogador francês apontou como factores para a sua vitória as conquistas do campeonato com a Juve, a chegada aos quartos de final da Liga dos Campeões, a vitória no Mundial Sub-20 e a promoção à equipa principal da selecção gaulesa.
Para o futuro próximo, Pogba espera vir a conseguir conquistar mais um campeonato pela Juventus e não fecha a porta a uma eventual conquista da Liga dos Campeões, estando, ainda assim, consciente das dificuldades extremas que envolvem a conquista do mais prestigiado título europeu de clubes.
Antes de mais, as mais sinceras desculpas pela “balda” da última semana, já que passei metade do fim-de-semana passado enfiado em aviões entre Portugal e Inglaterra. Não que alguém tenha notado a falta das minhas brilhantes e fundadas opiniões, mas pelo simples facto de que, quando a vida corre bem, “sportinguisticamente” falando, todos nós gostamos de ler, ver e consumir mais do mesmo, quanto mais não seja para saborear o momento.
E que momento, camaradas. Que bom é ser sportinguista estes dias. Que bom aparecermos Segunda-feira de manhã na escola, faculdade ou trabalho, de queixo levantado e sorriso nos lábios. Que bom sentir que chegou a nossa vez de mandar a piadola aos gajos que têm mandado piadolas todas as Segundas-feiras de manhã nos últimos anos.
E de quem é a “culpa” disto? Não quero individualizar. Podia, mas não quero. Não quero individualizar porque seria injusto para todos aqueles que não individualizaria. O facto de o Sporting estar em primeiro lugar no campeonato (que bem que sabe dizer isto) não se deve ao instinto assassino do Montero, ou à mestria do miúdo William, à segurança do Maurício, à liderança de Patrício ou ao crescimento de Martins. Não se deve a um ou a outro, mas ao todo. Aos 11 jogadores dentro de campo; aos que se sentam no banco, prontos para contribuir; ao patrão Leo Jardim; ao inteligente Inácio; ao comandante Bruno de Carvalho; ao sempre leal Paulinho; e, por último, a todos os que continuam a pintar Alvalade e estádios por esse país fora de verde e branco às riscas horizontais (e de roxo, ocasionalmente, vá…).
O povo está feliz. E porque não haveria de estar?
Joga-se à bola. Muito. Joga-se com alegria. Com golos. Muitos golos. Com vontade de fazer mais e chegar mais longe.
O grupo unido / Fonte: Instagram
A única questão que eu pessoalmente gostava muito de ver respondida é: afinal somos candidatos ao título ou não?
Estou a brincar (eu sei, sou um palerma). Mas não. Não quero saber. Não quero. Não preciso de saber. Para quê? Para no final da época virem dizer que falhámos o objectivo estipulado? Que vantagem é que isso traz? Não entendo… E começa-me a irritar que todas as vezes que alguém do Sporting fala a um microfone, a perguntinha estúpida tenha invariavelmente de vir ao de cima. Epá, deixem os miúdos jogar à bola em paz.
Falando em jogar à bola, este Domingo à tardinha o Sporting invade Barcelos e defronta o Gil Vicente. Não vou perder tempo com meios elogios à equipa de João de Deus ou ao seu surpreendente 4o lugar esta época. Vamos lá ganhar, jogar bom futebol e voltar para casa a tempo do jantar. Com Benfica e Porto a receber Arouca e Braga, respectivamente, antes de nós jogarmos pode ser que tenhamos outra surpresazinha engraçada este fim-de-semana.
Eu sou bem capaz de passar no Sporting Clube de Londres, p’ró croquete e p´rá minizinha a fazer de lanche. Estão todos convidados.
Gostaria só de terminar com uma referência ao falecimento de Nelson Rolihlahla Mandela, sócio de mérito do Sporting Clube de Portugal.
Um enorme exemplo de esforço, dedicação, devoção e glória. Descansa em paz, Leão.
Mandela torna-se sócio de mérito so Sporting em 1997, com José Roquette / Fonte: Tasca do Cherba
Depois de, na semana passada, aqui neste mesmo espaço ter falado das transferências de treinadores entre tenistas do circuito ATP e WTA, esta semana vamos olhar para o território nacional e analisar o novo quadro de seleccionadores nacionais definidos pela Federação Portuguesa de Ténis.
De cima para baixo, já aqui falei também da composição da selecção da Taça Davis, liderada por Nuno Marques e co-adjuvada por Emanuel Couto. A Federação optou pelo método de transformar o seleccionador de Sub18 no treinador da equipa nacional de forma a ficar responsável pela transição dos júniores para os séniores. Não me parece má estratégia e com alguns atletas pode trazer frutos.
Em Femininos, André Lopes será o seleccionador nacional, com Miguel Sousa a ser o treinador da equipa e respectivamente o seleccionador de Sub18. Curiosamente são dois treinadores ligados ao CIT Leiria, um clube que conheço bem. O André não conheço pessoalmente, mas o trabalho que fez com o Rui Machado fala por si. Quanto ao Miguel Sousa, é um homem metódico e de trabalho. Tem feito um bom trabalho, juntamente com o Gilberto Valente no clube leiriense, com resultados visíveis na variante feminina.
Nos mais jovens, Joana Pangaio será a seleccionadora feminina e Vítor Ferreira o masculino. A Joana treina no CT Porto, foi nº1 nacional em Sub18 e Séniores e chegou a disputar o circuito profissional. Com conhecimento teórico mas também prático, é uma escolha acertada. O Vítor Ferreira está ligado à Escola de Ténis da Maia, com uma grande dinâmica.
Equipa de Sub18 com Emanuel Couto Fonte: tenis.pt
Em Sub14, Manuel Costa Matos e Gonçalo Neves assumem os destinos das equipas masculina e feminina deste escalão. Para não incorrer em erro e porque não sou um profundo conhecedor do trabalho de ambos, aqui vou-me abster de comentar. Em Sub12, Joana Roda, também ela leiriense, assumirá os destinos da equipa feminina. A Joana tem feito igualmente um bom trabalho no desenvolvimento de jovens atletas, estando ligada ao SmasTour e também à criação de um circuito para jovens tenistas na região de Leiria. O Paulo Santiago é o director de formação da Associação de Ténis de Lisboa e um dos novos fortes da construção de jovens atletas em Portugal.
Para finalizar é ainda importante referir que Nuno Mota será o coordenador de todas as selecções jovens. O Nuno Mota foi um dos impulsionadores do ténis nos Açores, em São Miguel, e agora está na academia de Pedro Felner, onde trouxe uma nova dinâmica à escola liderada pelo técnico de Frederico Silva.
Num plano mais pessoal, e com a ida de Nuno Marques para seleccionador nacional, Maria João Koehler será agora orientada por Pedro Magalhães, tendo como base o Centro de Alto Rendimento no Jamor. Já está na hora de alguém fazer bom uso daquilo…
Descontando as questões relacionadas com a equipa, o seu comportamento táctico, os erros individuais ou as falhas do treinador, este Porto 2013/2014 foi também consequência daquilo que muitas vezes é apontado como o principal factor de sucesso: a estrutura directiva.
Pinto da Costa, Antero Henrique e companhia projectaram a época e fizeram contas como um verdadeiro merceeiro (com todo o respeito que essa nobre e respeitável profissão me exige). Na preparação desta temporada, ainda em Maio, aquando das milionárias vendas de João Moutinho e James Rodriguez, cri que talvez pela primeira vez o FC Porto pudesse planear a época atempadamente e sem estar dependente de (mais) um encaixe financeiro considerável que, não raras vezes, apenas sucede quando o fecho do mercado está próximo, desequilibrando a equipa e frustrando as expectativas dos adeptos (vide os casos de Falcao ou Hulk). Ora, ainda antes do início do Verão, com as finanças do clube estáveis em face da saída dos dois tricampeões para o Principado, acreditei que havia tempo e condições para que a substituição de ambos se fizesse de forma mais ou menos tranquila – ainda que fazê-los esquecer fosse (e é) tremendamente difícil.
Pinto da Costa e Antero Henrique – os rostos da Estrutura, para o bem e para o mal http://www.record.xl.pt
O que não esperava era que a SAD do meu clube enveredasse por um pensamento tão simplista quanto o de julgar ser possível encontrar alternativas a Moutinho e James (e Atsu, não nos esqueçamos) no Estoril, em Paços ou, mais a norte, em Guimarães. Concretizando: não sendo despiciendo que Bernard era a opção nº 1, alguém julgou ser praticável que Josué, Licá e Ricardo, com pouca experiência e maturidade competitiva, ‘engatassem’ e fizessem esquecer um portento de classe e de capacidade de visão de jogo e de drible como o colombiano que agora pontua no Monaco. Sim, é certo que chegou também Juan Quintero, com tanto futebol nos pés que dói só de o ver no banco. Só que este, tal como o seu compatriota quando aterrou no Porto (James passou mais de meia época, com Villas-Boas, entre o banco e a bancada), ainda só tem olhos para a frente e em termos defensivos nada acrescenta, precisando de tempo para crescer num ambiente que lhe seja confortável e o potencie. Por outro lado, em relação ao ex-número 8 e dínamo da equipa do FC Porto, acreditou-se que Defour poderia ser o seu substituto natural. Acho o belga um jogador útil, ‘certinho’, mas que nunca poderia dar aos Dragões a intensidade e a inteligência táctica que o pequeno Moutinho sempre colocou em campo. Talvez por isso se tenha confiado que a solução se encontrava no México, em Herrera. Demasiado optimismo, diria; o mexicano tem muita qualidade técnica mas – não desprezando a competitividade que o campeonato azteca hoje apresenta – que provas dadas tem no futebol de alta competição que permitisse pensar que pudesse “fazer de” João Moutinho?
Do Dragão para o Principado, James Rodriguez e João Moutinho http://globoesporte.globo.com
Tal visão simplista desmultiplica-se em variados exemplos e redunda num plantel desequilibrado e com evidentes lacunas. Senão, vejamos: Fucile, apesar do seu histórico de incidentes disciplinares, foi o escolhido para ser alternativa a Danilo (e Alex Sandro); fez um par de exibições interessantes no início da época, foi inscrito na Champions e, pelo que consta, reincidiu. É hoje uma carta fora do baralho e está de saída do clube. Ainda na defesa, já havia Mangala, Maicon, Otamendi e Abdoulaye mas Reyes é um prodígio e gastar mais de 9 milhões de euros em 95% do passe do mexicano pareceu concebível, esquecendo, no entanto, que Alex Sandro não tem um concorrente na verdadeira acepção da palavra. Com as inúmeras fragilidades diagnosticadas ao meio-campo, entendeu-se, ainda assim, que a melhor solução para Castro seria mais um período de provação, desta vez na Turquia, e que, perante as debilidades evidentes dos actuais extremos, a irreverência de Iturbe não merecia uma real oportunidade.
Reduzir, neste ponto, as responsabilidades à estrutura directiva será, provavelmente, injusto. Paulo Fonseca teve, certamente, uma palavra a dizer na gestão destes dossiers e talvez seja a ele que incumbe responder por que o factor K(elvin) não mais foi considerado, por que Carlos Eduardo não foi inscrito na Champions e o que se passa, afinal, com Izmailov.
De todo em todo, e voltando aos mais altos dirigentes, importa invocar, de novo, a figura do merceeiro. O FC Porto, nas duas últimas temporadas, conquistou o Campeonato, é certo. Mas parece-me indesmentível que o mérito dos Dragões é equivalente em igual proporção ao demérito que o Benfica de Jorge Jesus evidenciou. E talvez tenha sido este o facto que o merceeiro, como alguém simples e pragmático, ignorou – “se conseguimos ser campeões com Vitor Pereira a treinar e com Kleber, Janko, Izmailov ou Liedson como soluções que se julgavam sérias (mas igualmente de emergência), talvez, mesmo com a fuga de Moutinho e James para o glamour monegasco, uns retoques com Josué, Licá ou Ricardo e mostrar a Europa a Herrera sejam suficientes” terá sido o pensamento que invadiu os escritórios do Dragão. Se anteriormente chegava para reinar internamente, agora nem isso. E o sonho da Champions… pura utopia.
Janko, Lucho, Hulk, Moutinho e James – soluções em diferentes momentos zerozero.pt
Chega Janeiro e os jornais tratam, então, de lançar nomes para a Praça, saciando o adepto esfomeado por novos nomes que tragam alguma cor ao jogo da equipa. Mais do que o show sempre protagonizado por alguma Comunicação Social, esta janela de transferências assume-se, pois, e mais uma vez, como momento – indispensável, diria – de fazer um upgrade à máquina. Há dois anos, Lucho e Janko foram fundamentais para a remontada e para a renovação do título; Izmailov e Liedson foram – sem o mesmo impacto – a tentativa de reedição de aplicação da fórmula: jogadores experientes, que possam entrar de imediato na equipa de forma a satisfazer as suas carências, sem necessidade de período de adaptação. Parecia ser esta a nova estratégia azul e branca para abordar o mercado de Inverno … até um Mustang estacionar junto à Torre das Antas. Não vejo Quaresma jogar futebol há um par de anos e a última imagem que tenho dele é de alguém loiro e pesado a treinar com as reservas do colosso Al Ahli, no Dubai. Todavia, tenho memória. E é essa (a) minha esperança que me leva a não qualificar como ‘acto de desespero’ esta actuação da SAD.
Talvez seja momento de deixar as contas à merceeiro segundo aquele princípio de que “se, no final de um dado período, o dinheiro que entra for mais do que o que sai, o negócio corre bem; se assim não for, temos problema”. Porque um dia a entrada de dinheiro (vulgo títulos) deixa de ocorrer de tão negligente que se assume o planeamento e gestão.
P.S.: Não sou supersticioso nem posso dizer que acredito no que está escrito nas estrelas. De qualquer forma, o último treinador do FC Porto a ser despedido a meio da época foi Víctor Fernandez. E foi depois de um jogo no Dragão, com o Braga… treinado por Jesualdo Ferreira (1-3, em 2004/2055).
Sim, estamos em primeiro à entrada para a 12ª jornada. Sim, isto não acontecia há anos. Sim, estamos a praticar um futebol que, finalmente, dá gosto ver. Mas não, ainda não ganhámos nada e, realisticamente, estamos muito longe de ganhar.
Ainda há muito campeonato pela frente e, ao contrário do que se diz, o calendário do Sporting até ao final da primeira volta não me parece assim tão favorável. O Sporting joga fora com o Gil Vicente e com o Estoril, quarto e quinto classificados, respectivamente, e em casa com Belenenses e Nacional da Madeira, décimo terceiro e sétimo classificados. Ora, jogar com quarto, quinto e sétimo classificados não é tarefa fácil. Ainda mais quando verificamos que o campeão nacional, Futebol Clube do Porto, perdeu pontos em três jogos até ao momento; nesses jogos, incluem-se a deslocação ao Estádio António Coimbra da Mota, campo do Estoril, e a recepção ao Nacional, em pleno Estádio do Dragão. O Sporting tem, portanto, pela frente dois jogos em circunstâncias idênticas às que fizeram o Porto perder pontos e ocupar, neste momento, o terceiro lugar do campeonato.
Não percebo também a importância que se dá ao facto de, supostamente, o calendário leonino até ao fim da primeira volta ser mais favorável. Mas o campeonato acaba em Janeiro? Quem for campeão em Janeiro ganha o quê? Muitas vezes, nada. E os últimos anos têm sido propícios a corroborar o que aqui escrevo. Quantos “campeões de Inverno” se tornaram campeões de nada em Maio? O campeonato tem 30 jornadas e a festa faz-se no fim. Mais triste do que ver a festa de outros durante todo o ano é fazer a festa durante grande parte do ano e, no final, assistir à festa dos rivais. Não vamos embandeirar em arco. Sem expectativas conseguimos atingir o primeiro lugar. Esperemos que, sem expectativas, o consigamos manter para, no final e só no final, fazermos nós a festa.