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Liga dos Campeões: Não foi na toca do lobo que o United caiu…

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O Manchester United está fora da Liga dos Campeões! Depois da eliminação na taça da liga inglesa, a turma de Van Gaal não conseguiu bater os alemães do Wolfsburgo e, dada a vitória caseira do PSV, foram relegados para o terceiro lugar do grupo B e estão, consequentemente, fora da próxima fase da liga milionária.

Era algo que já se adivinhava. O United ia decidir o apuramento em casa de um Wolsburgo em boa forma e a precisar de vencer. Os ingleses entraram com um onze bastante ofensivo (com Mata, Memphis, Martial e Lingard) e até marcaram primeiro, por intermédio de Anthony Martial, aos 10 minutos. Mas os “Lobos” responderam de forma quase imediata e bastaram 3 minutos para que Naldo (completamente sozinho na grande área), depois de um livre cobrado por Rodríguez, igualasse a partida. O Wolfsburgo continuou a carregar e, aos 29 minutos, numa brilhante jogada coletiva, finalizada pelo português Vieirinha, chegou à vantagem.

A partir daí o jogo abrandou, a equipa comandada pelo antigo selecionador holandês mostrava grandes dificuldades nas transições defensivas e o Wolfsburgo foi controlando a vantagem. Aos 82’, num canto apontado por Blind, Guilavogui tenta afastar e acaba por colocar o esférico dentro da própria baliza. No entanto, e ainda os adeptos do United estavam a festejar (o PSV estava empatado e este resultado permitia a qualificação ao United), já o Wolfsburgo restituía a vantagem. Novamente de bola parada, Naldo bisa na partida. Pouco tempo depois, o PSV marcou e selou a eliminação dos reds.

A realidade é que não foi na Volkswagen Arena que o United comprometeu o apuramento, mas sim nas duas partidas frente aos holandeses. A derrota em Eindhoven e o empate caseiro contra aquela que era, juntamente com o CSKA, a pior equipa do grupo, colocavam o United com apenas um ponto de vantagem sobre o terceiro classificado. O PSV, perante a possibilidade de passar (mediante um mau resultado dos ingleses no campo mais difícil do grupo) e a jogar em casa, não desperdiçou e bateu os russos que haviam eliminado o Sporting nos play-offs.

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O central do Wolfsbrugo, Naldo, bisou em dois lances de bola parada
Fonte: VFL Wolfsburg

Continua, assim, o mau momento de forma dos red devils, que nos últimos 13 encontros só venceram 4 e foram eliminados de duas competições. Esta série de maus resultados deve-se, essencialmente, à falta de capacidade ofensiva demonstrada pela equipa – só marcaram em 7 destes últimos 13 jogos –, muito por culpa do sistema de Van Gaal. O treinador holandês, em prol da segurança defensiva, tem comprometido no setor contrário. A equipa joga muito recuada e com os setores bastante afastados, o que dificulta as transições. A juntar a isso, Rooney, Depay e Schweinsteiger têm estado claramente em sub-rendimento, principalmente os dois primeiros. O extremo, que até começou bem a época, caiu a pique e neste momento nada lhe sai bem, parece um jogador a menos. Com Lingard, que já vai sendo bastante utilizado, Pereira e Young à espreita por um lugar no onze, o holandês está longe de ser um indiscutível.

Por outro lado, o avançado da seleção inglesa vem confirmando as críticas de que tem sido alvo – já desde o ano passado – em Inglaterra. Wayne Rooney está lento, sem ideias, sem brilhantismo, e longe do Rooney dos tempos de Ferguson, que tantas alegrias dava aos adeptos do United.

De facto, quem tem salvado este United tem sido a defesa, principalmente Chris Smalling, que tem estado em grande forma esta época. O central assumiu-se como patrão da defesa dos reds (embora muito longe de Ferdinand e Vidiç) e tem ajudado a equipa a manter um excelente registo defensivo (10 golos sofridos na liga) – o melhor do campeonato.

No entanto, este United joga muito pouco futebol e, assim, apesar de estar a apenas 3 pontos da liderança, dificilmente será campeão. Louis Van Gaal precisa de tomar as rédeas e colocar o imenso talento que tem à sua disposição a vencer, e a vencer bem, porque não se espera menos daquele que é, certamente, o maior clube inglês da atualidade.

Foto de Capa: Manchester United FC

SL Benfica 1-2 Atlético de Madrid: Vingança “a la Madrid” deixa Benfica no lago dos tubarões

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Benfica e Atlético de Madrid entraram em campo já apurados para os oitavos-de-final. Faltava definir quem ocupava o primeiro lugar e o colchoneros levaram a melhor, vingando, curiosamente pelo mesmo resultado, o desfecho do jogo no Calderón. Já lá vão mais de 30 anos sem ganhar na Luz a uma equipa do país vizinho e a tradição parece teimar em manter-se. Ao montar a equipa em 4-2-3-1, Rui Vitória queria sobretudo controlar o meu campo, arriscando o menos possível (afinal um empate bastava). Com Fejsa e Renato mais recuados, Gonçalo Guedes e Pizzi nas alas e Gaitán atrás de Jonas, estava montada uma estratégia cautelosa, com a certeza de que os espanhóis viriam a Lisboa para tentar vencer.

E a entrada do Benfica, controlador e a encostar o Atlético à sua área nos primeiros 10 minutos, fazia antever uma grande noite europeia, daquelas que costumam ser lembradas nos trinta anos seguintes. Os encarnados faziam circular a bola com velocidade (a única forma, viríamos a perceber durante o jogo, de fragilizar o bloco defensivo denso e quase indestrutível do Atlético) e recuperavam rapidamente a posse da bola quando a perdiam. Um início forte, como aconteceu em Braga, mas desta vez sem golos. Os madrilenos podem ter ficado surpreendidos mas foram equilibrando o jogo e o Benfica foi baixando o ritmo. Valeu Júlio César com um par de boas defesas. Por pouco tempo. O Atlético estava por cima e, à passagem da meia-hora, marca por Saúl. A jogada é simples e eficaz: com o Benfica desequilibrado, Vietto ganha a linha de fundo e cruza para Saúl que, vindo de trás e sem marcação, faz o golo.

O primeiro remate do Benfica apenas iria surgir aos 37 minutos (!), por Gonçalo Guedes, e na sequência de uma iniciativa individual. As duas linhas defensivas do Atlético formavam um bloco incrivelmente compacto por onde era muito difícil entrar. Jonas era obrigado a baixar para vir buscar jogo, ou seria totalmente bloqueado pelos centrais. E, assim, a equipa ficou muitas vezes sem referência ofensiva e sem presença na área, o que tornava os cruzamentos estéreis e obrigava os jogadores a forçarem o jogo interior, onde não havia espaço, ou a atrasarem a bola até Júlio César.

Mitroglou ainda reduziu mas o Benfica acabou em 2º lugar do grupo; Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
Mitroglou ainda reduziu mas o Benfica acabou em 2º lugar do grupo
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica 

Na segunda parte, com a entrada de Mitroglou, a equipa parecia ter reentrado em campo com outro ânimo. Mas foi sensação que durou pouco tempo. Os espanhóis, muito experientes a virar resultados adversos e ainda mais a conservar vantagens, mostraram bem a maturidade própria de uma equipa que joga quase de olhos fechados, recheada de jogadores internacionais de enorme qualidade técnica e comandada por um dos melhores treinadores do mundo. Sem acelerar muito e perante o adormecimento geral dos encarnados, o segundo golo surgiu com alguma naturalidade: André Almeida ficou parado enquanto Ferreira- Carrasco lhe ganhava todo o corredor. O belga teve tempo de parar, contemporizar a chegada de Vietto ao interior da área e oferecer o golo de bandeja. É fundamental reforçar a equipa com um defesa-esquerdo (Eliseu não mostra grandes avanços e Sílvio pode não ser uma aposta totalmente segura) e um defesa direito, já que André Almeida só jogo o quanto baste (e só basta a nível doméstico) e Nélson Semedo ainda está longe de estar recuperado.

Quando o treinador decidiu lançar Jimenéz o jogo mudou. As constantes correrias de Jonas tinham-no desgastado (não faz sentido colocar Jonas sozinho na frente) e era preciso poder de choque na frente. Aos 63 minutos, o mexicano deixou o primeiro aviso com um remate algo fraco e Carrasco respondeu logo a seguir, com um tiro de fora da área. Mas a reação do Benfica iria mesmo acontecer. A 15 minutos do fim, Jiménez conseguir vislumbrar um raro espaço entre linhas, avançou e, vendo Mitroglou na área, fez o passe rasteiro. O resto foi instinto de baliza do avançado grego. Receção e rotação perfeitas e a bola estava lá dentro.

Daí para a frente, a equipa portuguesa pediu ao coração o oxigénio que já não tinha e só não chegou ao empate por falta de sorte. Renato Sanches, o menino-maravilha que a cada jogo impressiona cada vez mais, quis repetir o golaço frente à Académica e andou lá perto. Jiménez esteve a centímetros de festejar num bom cabeceamento. Eliseu ainda tentou de longe mas sem sucesso. Um dos finalistas da final de 2014 da Champions esteve debaixo de uma pressão sufocante durante a etapa final do jogo mas conseguiu resistir. Já que é inevitável sermos atirados ao lago dos tubarões no sorteio de sexta-feira, que nos calhe o mais inofensivo. O Zenit traz boas memórias, vindas da eliminatória de 2012. Seria um bom déjà vu.

PS: Uma referência positiva para Fejsa. Não sei se retirou o lugar a Samaris ou não, mas fez um jogo bastante consistente, jogou a um ritmo bastante alto e foi muito importante em algumas recuperações de bola. Se não tiver o azar de se voltar a lesionar, pode muito bem atingir o momento de forma do ano passado. Uma coisa é certa: para a posição 6 não falta qualidade.

A Figura:
Renato Sanches – Incrível o sentido posicional, as acelerações, as recuperações de bola improváveis, o pulmão. Que jogador!

O Fora-de-Jogo
Gonçalo Guedes – É um bom jogador mas esta noite esteve muito desinspirado. Muito lento a soltar a bola, sem o seu habitual poder de explosão e com muitos passes errados. 

Foto de capa: Facebook Oficial do Sport Lisboa e Benfica

BnR Clínico: A lesão no joelho de Salvio

Como amantes de desporto, todos desesperamos quando as super-estrelas das equipas que apoiamos ficam “fora de combate” por lesão. E todos sem excepção fazemos sempre as mesmas perguntas: “E agora quanto tempo é que ele vai ficar sem jogar?! Isto é coisa para passar rápido ou vamos ter que ir ao mercado buscar alguém para o lugar dele? E vai voltar a jogar ao mesmo nível?”.

Ora, o Bola na Rede resolveu chegar-se à frente para responder a estas questões de uma forma simples e clara, para que os verdadeiros amantes do desporto não sustenham mais a respiração durante meses enquanto o jogador não joga, desconhecendo realmente o que o está a fazer ficar “no estaleiro”. E começamos imediatamente por um jogador determinante para os títulos dos últimos anos no Sport Lisboa e Benfica: Eduardo Salvio.

Começando por enquadrar a lesão, o Eduardo Salvio fez uma entorse no joelho direito da qual resultou uma rotura do ligamento cruzado anterior, que explicamos em seguida.

O joelho é uma estrutura com várias funções: de suporte, de mobilidade, de estabilidade e sensorial. Sendo assim, capta e transmite informações proprioceptivas relativas à locomoção, aos movimentos e às diferentes funções nas variadas posturas. É capaz de distribuir e suportar cargas externas e internas, de forma a garantir o equilíbrio biomecânico do alinhamento de todo o corpo, e tem sido considerada a mais complexa articulação do corpo humano, pois tem um binómio estabilidade/mobilidade inerente ao seu complexo articular como poucas articulações do corpo. Serve também por isso como “pivô” entre a anca e o tornozelo, distribuindo forças provocadas pelos dois.

Para isso o joelho tem diversos ligamentos, sendo os ligamentos cruzados os mais importantes. Tem origem na porção antero-interna do planalto tibial, dirigindo-se depois para o limite superior e posterior do côndilo femoral externo, ou, de uma forma simples, está por “dentro do joelho” e vem da parte anterior e interior do planalto tibial para a parte posterior e externa do côndilo do fémur. Constituído por dois feixes, é um ligamento extremamente complexo, que, além de garantir estabilidade mecânica ao longo de toda a amplitude de movimento, possui também um papel sensorial importantíssimo, contribuindo para a resposta muscular (regulação e reprogramação da activação muscular) à volta da articulação do joelho e regulando assim a estabilidade articular. Podemos por isso concluir que o ligamento cruzado anterior (LCA) forma então a primeira “barreira” de estabilidade e tem uma resposta proprioceptiva altamente eficaz, sendo essencial na estabilidade do mesmo.

Salvio caminha para a recuperação da lesão Fonte: Instagram de Eduardo Salvio
Salvio caminha para a recuperação da lesão
Fonte: Instagram Oficial de Eduardo Salvio

Aquando de uma lesão do LCA, além de toda a estabilidade mecânica se perder com a rotura das fibras do mesmo, existe também um distúrbio do feedback sensorial da articulação, levando a uma alteração do programa motor e consequente instabilidade. Esta lesão é também a lesão ligamentar mais comum na articulação do joelho, sendo que 70% destas ocorrem de forma não traumática e 70% em actividades desportivas. De uma forma simplista, a lesão do LCA ocorre quando o stress sobre o ligamento excede a sua capacidade de alongamento/tensão, sendo o movimento comum uma rotação do joelho com o pé fixo no solo (rotação interna do fémur com rotação externa da tíbia). Falando do Salvio, lembra-se da lesão na época de 2013/2014 no dérbi Sporting-Benfica em Alvalade? É exactamente esse tipo de movimento.

Em termos de tratamento, existem dois tipos de abordagem: tratamento conservador (mais comum em roturas parciais e raro em casos de rotura total, mas ponderados devido à idade, estado do paciente e etc.) e tratamento cirúrgico (usual em casos de rotura total). Dado o caso, falaremos do tratamento cirúrgico. Em termos cirúrgicos, a via cirúrgica mais utilizada actualmente pela medicina moderna é a via artroscópica, comummente vista como “os furinhos” ou canais que o cirurgião faz, realizando a maior parte da cirurgia preservando a articulação através de uma câmara que penetra num dos canais. Aqui, o cirurgião, para recriar o ligamento que sofreu a lesão, vai utilizar duas estruturas ligamentares: ou um excerto do tendão rotuliano (o tendão por baixo da rótula) ou um excerto do semitendinoso (um músculo dos tão conhecidos isquiotibiais) – por norma, e no caso do Salvio, no caso de desportistas, o tendão utilizado é o do rotuliano, pois até então é o que apresenta maior estabilidade e resultados.

A pergunta óbvia que lhe deve estar a passar pela cabeça é certamente: “Como é possível um tendão de um músculo substituir da mesma forma um ligamento tão importante?”. E a resposta a essa pergunta é que, realmente, não pode substituir, mas pode adquirir certas particularidades (como vascularização e filamentos nervosos) que o vão tornar similar ao ligamento original. Daí ser importante o tempo de reabilitação: só após os três meses de pós-cirúrgico é que o neo-ligamento vai começar a sua transformação, o que faz com que o joelho, apesar de já mais estável pela amplitude e pela massa muscular recuperadas durante a fisioterapia, não esteja totalmente seguro.

Quanto tempo demora então a reabilitação de tão complexa intervenção? A medicina está constantemente em evolução e, se há não tanto tempo atrás se julgava que a partir dos três/quatro meses se estava perante um timing óptimo para voltar à actividade desportiva, actualmente evolui-se dos cinco/seis meses para uns longos oito/nove meses. E há médicos, sendo um deles o “pai” deste género de intervenções, que apenas dão luz verde ao jogador para voltar à competição a partir dos 12 meses de pós-cirúrgicos. Estes timings devem-se sobretudo à capacidade de não só o músculo mas também o ligamento aguentarem de uma forma estável as cargas extremas que vão ser aplicadas aos mesmos durante a competição, pensando também que, quanto mais saudável estiver o ligamento, menos hipótese de artrose precoce e nova lesão tem o jogador.

Salvio está afastado dos relvados há vários meses Fonte: Instagram Oficial de Eduardo Salvio
Salvio está afastado dos relvados há vários meses
Fonte: Instagram Oficial de Eduardo Salvio

Retornando um bocadinho ao caso particular do jogador em questão, decerto se recorda de que referi há umas linhas atrás uma lesão que não foi a lesão que ocorreu na última época… A questão por detrás de tamanhos cuidados com a recuperação do Eduardo Salvio prende-se exactamente com a questão de ser uma recidiva, ou seja, uma nova rotura de um ligamento que já tinha sofrido uma intervenção anteriormente. Este facto pode ter sido provocado por diversas razões, a maior parte delas até biológica e fisiológica, mas requer automaticamente maiores cuidados pois é um joelho que já sofreu uma reconstrução ligamentar complexa anteriormente e está decerto “sensível”. Daí o jogador ter sofrido uma intervenção cirúrgica duas vezes desta vez, tendo a primeira cirurgia sido feita numa perspectiva de “limpar” a anterior inserção do ligamento reconstruído e desta forma tentar aumentar a aderência do novo ligamento e tendo a segunda cirurgia sido para realizar a nova ligamentoplastia.

Assim, é depois importantíssimo obviamente seguir com a fisioterapia, durante os timings citados em cima, com o objectivo de ganhar novamente as amplitudes e força, e com isso garantir que o nível físico volta ao máximo em que se encontrava anteriormente. Note-se, a título de curiosidade, que um dos maiores especialistas de joelhos a nível mundial (e português) realizou um estudo onde se afirma que, após a primeira intervenção, o nível técnico (diferente de nível físico) dos jogadores baixa para 97% devido a inúmeros factores, e que após novas intervenções vai descendo gradualmente e de forma mais acentuada.

Esperamos obviamente que não seja o que suceda com o Salvio e que ele volte rapidamente a espalhar magia nos relvados portugueses e traga ainda mais classe a um campeonato que por si só está cada vez mais competitivo e intenso.

Foto de Capa: Sport Lisboa e Benfica

Linces perdem jogos mas ganham experiência

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A primeira etapa do Sevens World Rugby Series decorreu no passado fim-de-semana, no Dubai. Portugal partiu para os Emirados Árabes Unidos com António Aguilar ao comando (substituiu Pedro Netto como seleccionador nacional) e com uma jovem selecção, repleta de caras novas. Manteve-se o capitão Pedro Leal e a ele juntaram-se Tiago Fernandes, David Wallis, Francisco Vieira, Vasco Baptista, João Bello, Carl Murray, Pedro Silvério, João Antunes, Vasco Ribeiro, António Vidinha e Michael Andrade na convocatória lusa, deixando nomes como Nuno Sousa Guedes, Adérito Esteves e Gonçalo Foro, habitualmente presentes, de fora das principais escolhas.

O grupo dos Linces não se afigurava fácil, para além de Portugal constavam Nova Zelândia, Estados Unidos e França no grupo C da competição.

Logo a abrir a fase-de-grupos, a selecção nacional defrontou os Estados Unidos, vindo a perder por 45-14, com os ensaios portugueses a serem marcados por Carl Murray e Pedro Silvério e convertidos por Pedro Leal. Seguiu-se a poderosa selecção dos All Blacks, à qual apenas João Antunes conseguiu marcar pontos, através de um solitário ensaio. Os nova-zelandeses levaram os Linces por vencidos com um pesado 47-5. No último jogo desta fase encarámos a França, o adversário teoricamente mais acessível do nosso grupo. Carl Murray marcou – e converteu – um ensaio, mas os franceses venceram facilmente a selecção das quinas, com o resultado final a fixar-se nos 35-7.

Com três derrotas nos três jogos da fase-de-grupos, os jogadores lusos viram-se relegados para os quartos-de-final da Bowl, onde enfrentaram a Escócia. Os escoceses tiveram que suar para vencer os portugueses, que marcaram dois ensaios por João Bello e João Antunes (ambos convertidos por Pedro Leal), conquistando a vitória apenas no minuto final. 21-14 para a selecção da Escócia e Portugal mostrava uma grande evolução em relação aos primeiros jogos no torneio.

O capitão Pedro Leal comandou uma renovada selecção no Dubai. Fonte: Sevens World Rugby Series
O capitão Pedro Leal comandou uma renovada selecção no Dubai
Fonte: Sevens World Rugby Series

Uma vez chegados às meias-finais da Shield, seguia-se o confronto com o Canadá. Após uma boa primeira parte, Portugal sairia para os balneários a vencer por 12-14, com o primeiro ensaio a ser marcado e convertido por Carl Murray e o segundo a ser alcançado por Pedro Silvério e transformado por João Bello, no entanto não houve pernas para estancar a boa reacção canadense após o intervalo, com a selecção nacional a deixar-se vencer por 31-14.

Cinco jogos, cinco derrotas, o saldo final da primeira etapa do Circuito Mundial de Sevens. Um resultado que não agrada a Portugal, que, desta forma, apenas conquistou um ponto, mas facilmente explicado com a grande renovação na convocatória lusa. Durante o torneio conseguimos assistir a boas jogadas de envolvimento entre os Linces, a uma notória capacidade de evolução e a performances bastante agradáveis de atletas menos habituados a este nível, como é o caso de Pedro Silvério e João Antunes. Os mais experientes Pedro Leal e Carl Murray foram, no entanto, os jogadores-chave da prestação nacional.

Em relação à Cup, a principal taça, as ilhas Fiji foram as grandes vencedoras da primeira etapa do circuito, depois de derrotarem a selecção inglesa na final, por convincentes 28-17. Os fijianos até entraram na partida a perder, mas rapidamente foram em busca da vitória e marcaram os 28 pontos ainda na primeira parte. Na etapa complementar apenas tiveram que gerir o resultado, com os ingleses a esbarrar, inevitavelmente, na muralha defensiva imposta pelos oceânicos.

Foto de Capa: Portugal Rugby Sevens

Só falta o “Impossível”

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Está próximo o dia que vai pôr todos os adeptos portistas agarrados ao grande ecrã. Esta quarta-feira, frente a frente na Liga dos Campeões, Chelsea e FC Porto disputam um lugar pela sobrevivência no mar dos milhões. Para muitos provavelmente será o jogo do ano de 2015, já que é um encontro que, para qualquer um dos clubes, pode pôr em causa a temporada. No lado dos azuis e brancos de Portugal, em caso de derrota em Inglaterra e com o Dínamo Kiev a vencer o Maccabi, o sentimento de dever não cumprido instala-se, pois os dragões podem tornar-se na primeira equipa da história da competição a chegar ao quarto jogo da fase de grupos com dez pontos e a não passar aos oitavos de final. O desaire no Dragão com os ucranianos faz com que a margem de erro com o Chelsea seja nula. Em caso de afastamento, os caminhos europeus dos portistas passarão pela Liga Europa, o que poderá ter influência no que resta da temporada. Sem os milhões da Champions, o FC Porto pode estar obrigado a vender algum dos seus jogadores mais valiosos, como Rúben Neves, Herrera ou Brahimi.

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FC Porto tem de se agigantar em Londres
Fonte: belfasttelegraph.co.uk

Nos Blues de José Mourinho, se a porta dos oitavos se fechar, a época fica simplesmente arruinada. A equipa londrina já conta com oito derrotas no campeonato e está numa posição embaraçosa. O mais recente desaire com o Bournemouth é apenas mais um capítulo a juntar a uma das séries mais negras de sempre do Chelsea. Mais uma derrota, desta vez com os dragões, atira borda fora todas as esperanças de remediar os danos já causados. As contas do grupo G não são favoráveis à equipa de Lopetegui. Em Londres, Chelsea e FC Porto entram em campo empatados pontualmente, com dez pontos. Em Kiev, o Dínamo é amplamente favorito perante um Maccabi Tel Aviv que ainda não somou qualquer ponto e apenas fez um golo em cinco jogos realizados. Os ucranianos são amplamente favoritos e, como têm vantagem no confronto direto com os azuis e brancos, o empate não serve (o FC Porto tem a pior diferença entre golos marcados e sofridos), pelo que, em Stamford Bridge, é obrigatório ganhar a José Mourinho.

Podemos falar em missão impossível para o FC Porto? Se nos basearmos nos últimos resultados no reduto do Chelsea, claramente chegamos à conclusão de que a tarefa não é fácil. Em três deslocações a Stamford Bridge, três derrotas para os dragões. A primeira, já com Mourinho no banco londrino, aconteceu em 2004, com os ingleses a vencerem 3-1. Na segunda, em 2007, novamente com Mourinho no banco do Chelsea, o FC Porto perdeu na capital inglesa na segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões por 3-1. Quaresma ainda pôs os dragões em vantagem mas, na segunda parte, Ballack e Robben fizeram o sonho cair por terra. Em 2009, na terceira tentativa, o Chelsea voltou a levar a melhor, vencendo os azuis e brancos, na altura liderados por Jesualdo Ferreira, por 1-0. Será que à quarta será de vez? Ou é caso para dizer que será a 17.ª? Sim, porque,  para além de nunca ter vencido no terreno dos Blues, o FC Porto nunca venceu nos dezasseis encontros já disputados em solo britânico.

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O FC Porto nunca venceu em casa do Chelsea
Fonte: soccerchampionsleague.com

Com estes cenários, quarta-feira tem de ser o dia de quebrar tendências. Apesar de a história não jogar a favor dos dragões, o futebol atual mostra que nada é impossível. Com Imbula de regresso aos convocados, Julen Lopetegui vai ter de contar com muita inspiração e determinação dos jogadores. Com Aboubakar numa fase menos eficaz, o camaronês tem neste jogo todas as possibilidades de voltar às grandes exibições, pois vai enfrentar uma defesa em estado muito frágil. Só resta desejar toda a sorte do mundo ao FC Porto, um clube que já tantas alegrias deu aos adeptos nesta competição e que é recordista em participações na liga milionária. Para Lopetegui, o desafio com o Chelsea é uma janela de oportunidade para responder às críticas que tem sofrido. Para isso, é necessário uma vitória frente ao poderoso Chelsea. Mourinho perdeu a primeira batalha no Estádio do Dragão e a única coisa que se pede aos “deuses do futebol” é que a história se repita. Força, Grande FC Porto, que quarta-feira é dia de fazer história.

Foto de capa: Reuters

Os caloiros

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Segundo a definição, fria e objectiva (como deve ser), de um dicionário, um caloiro é um estudante de primeiro ano de um curso superior ou um novato em outra coisa qualquer. Não deixa de ser verdade, mas deixa de fora todos os sonhos que ele traz consigo. As ambições de chegar longe, independemente do que tenha de enfrentar.

Um caloiro, normalmente, é assim. Respeitoso para com quem já existe no meio em que se insere, mas também cheio de sonhos, e com a coragem necessária para os manter, independentemente do tamanho dos obstáculos que lhe apareçam pela frente.

É encantador sentir, na voz, o entusiasmo de um caloiro falar do novo desafio. Mesmo que diga absolutos disparates, e que se contradiga em toda a sua dissertação sobre o assunto que julga saber. Não tem nada a perder, porque não nasceu ensinado, então arrisca, como muitas figuras ilustres de qualquer ramo o fizeram quando nele se iniciaram.

Nas praxes (as boas), testam-lhe o carácter, mas sem forçar a barra, sem se chegar à humilhação. A integração é a prioridade, o “doutor” sabe-o. Porque também ele beneficia disso, ao criar um laço com o caloiro, uma pessoa nova com quem interagir, mas acima de tudo alguém que ele está a ver e fazer crescer, social e tecnicamente.

Esse laço permite, também, fazer crescer o “doutor”, que se identifica com o brilho no olhar e as ambições desmedidas, relembrando-o do que ele fora no início dessa aventura. Dá-lhe alento para retomar os sonhos, e passa a ter alguém por quem possa torcer. A noção de responsabilidade vai ficando cada vez mais vincada e, caso esteja apaixonado pelo meio (curso, instituição, ramo) em que se insere, encarrega-se de certificar que as gerações tenham a capacidade de dar um futuro saudável aos mesmos. Cresce a noção de sustentabilidade e não é hipócrita quando lhe diz que deseja que tenha tanto ou mais sucesso que ele, ficando genuinamente feliz pelo facto de ele ter melhor nota que ele no cadeirão de primeiro ano, pela primeira venda do seu “protegido” ser significamente maior que a sua ou pelo primeiro golo que ele marcou ter sido mais bonito que qualquer um que este tenha marcado ao longo da carreira.  Assim se entendem e se explicam os sorrisos de Rui Costa e Pavel Nedved na passada sexta-feira.

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Dybala, a nova pérola “bianconera”
Fonte: Juventus FC

Em Roma, Paulo Dybala, depois de já ter conseguido furar entre a defensiva da Lazio e de ter originado um auto-golo, aproveitou uma bola perdida pela defensiva contrária para parar, receber a bola, ampará-la com o joelho e disparar, sem deixar cair no chão, o esférico para o 0-2 que sentenciaria o resultado.

Em Lisboa, Renato Sanches, depois de já ter somado várias intervenções de qualidade, trouxe a bola e a equipa (numa das muitas vezes que o fez) consigo, combinou com Eliseu, e, com espaço, a 20 e tal metros da baliza da Académica, deixou o resultado final em 3-0. Nos pés destes miúdos (Dybala tem 22, Sanches 18), naqueles momentos, esteve a força das ambições e a confiança que só um estreante consegue ter quando chega a um novo destino. Acreditam no seu potencial, como mais ninguém, e o limite ainda não existe.

Quem vê de dentro, fica feliz. Sorri, como Rui Costa e Pavel Nedved, por adivinharem um futuro brilhante aos miúdos que eles viram e fizeram crescer. Momentos de uma espécie de passagem de testemunho, que têm todo o potencial para ficar perpetuados na história como os acontecimentos que garantiram o futuro aos seus respectivos clubes ou, simplesmente, ao futebol.

Regressaram, por milésimos de segundo, ao tempo em que eles próprios começaram a fazer história enquanto “caloiros”… ou miúdos de ambição, paixão e coragem desmedidas.

Foto de Capa: SL Benfica

Que a Europa não trave Portugal

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A prestação do Sporting Clube de Portugal nas competições europeias, nesta época 2015-2016, já teve um pouco de tudo. Desde jogos de encher o olho – CSKA em Alvalade e Lokomotiv fora – até à humilhação na Albânia, sem nunca esquecer os erros de arbitragem na eliminatória de acesso à Liga de Campeões, tem sido uma participação recheada de surpresas e de altos e baixos.

Contudo, a verdade é que num grupo com algum nível de dificuldade, um Sporting regular e perto do potencial que exibiu na última jornada em Moscovo já poderia ter garantido a passagem à próxima fase da Liga Europa, não necessitando de vencer o Besiktas na última jornada. Esta falta de regularidade é compreensível na medida em que Jorge Jesus tem rodado o seu (curto) plantel, actuando em algumas partidas comum onze formado por segundas linhas, algo que a meu ver é a decisão mais correcta.

O Sporting está a realizar um campeonato dentro de portas acima de todas as expectativas, e que é nesta competição que o foco de Jesus e dos seus jogadores deve estar. Temos tido vitórias complicadas, frente a equipas que se fecham na defesa e que juntam muito as linhas, não permitindo que os jogadores leoninos criem tanto perigo e explorem os espaços como, por exemplo, fizeram na capital russa.

A chegada de Bruno César, Schelotto e provavelmente de Zeegelaar, vêm dar mais soluções ao treinador de 61 anos mas, ainda assim, não creio que devamos retirar o foco do campeonato nacional e da conquista do mesmo; ainda que, para que tal aconteça, tenhamos que deixar cair a Liga Europa.

Obviamente que aqui estamos no ramo das probabilidades e da futurologia, mas o grupo de trabalho de Jesus ainda está a tornar-se uma equipa, a adquirir conceitos e os vastos conhecimentos que o técnico tem para oferecer; desta forma a minha opinião é que este ano todas as baterias deveriam estar apontadas à conquista do campeonato, para que no ano seguir possamos competir onde merecemos – na Liga dos Campeões – , arrecadando alguns milhões no processo.

Matheus Pereira tem vindo a ser uma agradável surpresa nos jogos da Liga Europa. Fonte: Sporting CP
Matheus Pereira tem vindo a ser uma agradável surpresa nos jogos da Liga Europa.
Fonte: Sporting CP

Esta minha visão pode ser vista como falta de ambição e até de confiança em Jesus e no plantel do Sporting, algo que compreendo e respeito. Mas a questão é que realizar jogos a cada três dias, sem preparação e estudo dos adversários e numa fase decisiva da época, pode vir a revelar-se como um verdadeiro tiro nos pés nas ambições do clube e convenhamos, de todos os Sportinguistas.

Esta época seria, como Jesus já o admitiu, o ano zero deste novo Sporting, no entanto creio que os objectivos do departamento de Futebol já devem ter mudado, passando a ser o título nacional a estar no topo das prioridades, seguido pela Taça de Portugal.

Sobre a Taça CTT, que seja para jogar com a equipa B, dando minutos a Azbe Jug, Ryan Gauld, Daniel Podence, Francisco Geraldes e Domingos Duarte, entre muitos mais. Esta competição para nada conta, poucos rendimentos traz, e como já vimos no passado, atrasos nos jogos e peitos transformados em mão são o prato do dia.

Concluindo, espero que o Sporting vença o Besiktas na próxima quinta-feira, para que com o apuramento para a próxima fase consiga receber mais uns “trocos”; mas que não passe muito mais disso, pois o meu desejo é festejar o campeonato em Maio, não no Marquês – porque conspurcaram o local que era “nosso” – mas em Alvalade.

Real Madrid CF 4-1 Getafe FC: A Reconciliação

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Era uma incógnita a forma como o Real Madrid ia receber o seu primeiro adversário depois de se ver excluído da Copa do Rei por utilização de jogador irregular. Mas, verdade seja dita, este fantasma que assombrou Valdebebas nos últimos dias não impediu que os jogadores fossem aplaudidos na tarde de sábado. O público encarregou-se de responsabilizar Benítez e de entoar nas suas vozes o descontentamento para com Florentino Pérez.

Soava o apito inicial e os ânimos acalmavam para dar lugar ao futebol vertiginoso que tem feito do Real Madrid uma das equipas maiores da Europa. Para desgraça dos visitantes, o primeiro fim-de-semana de Dezembro marcava no seu calendário um encontro no colossal Passeio da Castelhana.

Desta vez os merengues não especularam, começaram desde cedo a perseguir a sua presa, e, tal como um leão, atacaram-na directamente no pescoço sem lhe dar tempo para um suspiro final. Quatro minutos foram suficientes para que a cumplicidade entre Pepe e Karim Benzema perfurasse as redes. O astro francês demonstrava, assim, que está mais que centrado mentalmente no Real Madrid e no futebol, apesar de ter sido alvo de várias polémicas ultimamente.

Os merengues começavam a dar esboços daquilo que tinham sido em épocas anteriores. Uma vez mais, foi o camisola 9 a assinar o golo, bis de Benzema, que se reconciliava com a casa branca e sacudia dos ombros as dúvidas que tinham caído sobre ele. Notava-se nas suas celebrações. Precisava de marcar e de voltar a pensar apenas na bola, mesmo que fosse apenas por 90 minutos.

Cristiano Ronaldo apontou um dos golos dos merengues
Cristiano Ronaldo apontou um dos golos dos merengues

Era impossível não olhar para o placard que anotava o resultado, tornava-se visível a alguns metros acima dos Ultra que, ao som do hino “Como no te voy a querer”, celebravam o 3-0 que nasceu da cabeça de Cristiano Ronaldo, com Bale a aproveitar para finalizar. E antes de terminarem os 45 minutos de filme de terror para o impotente Getafe, ainda chegou o quarto golo, este através de um passe longo de Kroos no meio campo em direcção à ala direita, deixando Cristiano Ronaldo frente-a-frente com o guardião.

Segundo acto. O jogou perdeu ritmo, fruto de um marcador tão amplo, o que permitiu aos visitantes celebrar o golo de honra. Apesar deste consentimento, os de Rafa Benítez continuavam a controlar as quatro linhas e o técnico local repartiu os minutos de jogo pelos vários jogadores do plantel.

Não se viram sinais do que se passou há uns dias na Ucrânia, o Real Madrid voltou e a melhor forma de o demonstrar foi como a de hoje, com grande futebol e com golos. Como um leão, foram reis da sua própria selva. E já soava em uníssono, num Santiago Bernabéu que era palco de um casamento que voltava aos seus dias de paixão intensa, “Como no te voy a querer si fuiste campeón de Europa por décima vez?”.

A Figura:

Karim Benzema – Fez 2 golos e foi o grande regresso depois de todas as polémicas extra-futebol que o afectaram nos últimos tempos.

O Fora-de-Jogo:

Getafe FC – Foi completamente impotente e em nenhum momento do jogo conseguiu pôr em causa a superioridade do Real Madrid.

SC Farense 1-2 SC Olhanense: Acorda, equipa!

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Este domingo jogou-se mais um dérbi a nível nacional. Não, não foi um Benfica – Sporting; foi um  Farense-Olhanense.

Num jogo onde as emoções de duas cidades algarvias estão à flor da pele, o estádio de São Luís, em Faro, foi o palco deste encontro.

Com uma primeira parte muito jogada a meio campo, onde ambas as equipas procuravam encaixar uma na outra, a qualidade de jogo foi algo fraca, presenteando assim os adeptos de ambas as equipas com um jogo de nervos, mal jogado na maior parte das vezes.

Quem assistiu ao jogo apenas pôde observar bolas bombeadas para as áreas, quer de lançamento, quer de livre.

O início da segunda parte em nada veio mudar o jogo. O estilo de jogo praticado pelas duas equipas em nada se alterou, chegando o Olhanense à vantagem no minuto  57 por intermédio de Said.

Após o golo da equipa de Olhão, o Farense procurou correr atrás do prejuízo e chegou ao empate através da cobrança de uma grande penalidade. Esta grande penalidade surgiu ao minuto 64 e foi cobrada pelo capitão do Farense, Ubay Luzuardo.

Apesar dos dois golos marcados, a qualidade do espectáculo não se alterou, continuando o futebol praticado pelas duas equipas algarvias de fraca qualidade.

Mesmo com o apoio dos seus adeptos, o Sporting Clube Farense acabou por sofrer o 2 a 1 ao minuto 89, numa falha defensiva. O golo do Olhanense foi marcado por José Coelho.

Os jogadores do Olhanense festejam a vitória Fonte: SC Olhanense
Os jogadores do Olhanense festejam a vitória
Fonte: SC Olhanense

Hoje pudemos assistir a um Farense “sem meio campo”, um Farense que tem Rambé sozinho na frente de ataque, sobre quem todas as responsabilidades recaem.

Com este jogo, deu para perceber que o emblema de Faro precisa, urgentemente, de um médio que jogue mais colado a Rambé. Precisa de alguém que segure o jogo e se vire para o ataque, e “pense” de que forma o ataque dos leões de Faro tem de trabalhar.

Não consigo perceber como é que Tiago Leonço não é uma aposta inicial. Com este jogador, Rambé conseguia ter mais liberdade na frente de ataque e criar mais desequilíbrios.

Neste momento os leões de Faro não atravessam a sua melhor fase neste campeonato, ocupando a 16.ª posição com 23 pontos.

Uma coisa é certa: apesar da derrota, o Farense ganhou nas bancadas, mostrando mais uma vez que a sua massa adepta, especialmente a sua claque, merece voltar à Primeira Liga. Que massa adepta incrível. É arrepiante sentir o ambiente do São Luís nestes dias.

A Figura:

12.º jogador – Completamente incansável, o público tentou de todas as maneiras empurrar o Farense para a vitória. Apoio foi o que não faltou no São Luís.

O Fora-de-Jogo:

As duas equipas – Ao contrário do que aconteceu nas bancadas, no relvado os dois conjuntos presentearam os adeptos com um futebol de fraca qualidade.

Columbus Crew 1-2 Portland Timbers: Não é com estrelas que se fazem campeões

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internacional cabeçalho

A final da MLS, que opôs a equipa de Columbus Crew, a jogar em casa, frente aos Portland Timbers, estreantes numa final, foi um grande espetáculo de futebol. Ganhou, na nossa opinião, aquela que foi, sem margem para dúvidas, a melhor equipa.

1ª parte: Afonso Pais
Começava a primeira parte no Mapfre Stadium e já o Portland marcava, através de Diego Valeri, o primeiro golo da partida. Erro enorme do guarda-redes do Columbus Crew, Steve Clarke. Os visitantes abriam assim o marcador com apenas 27 segundos decorridos, o golo mais rápido de sempre em playoffs da MLS Cup. O Columbus ficou atordoado e o Portland aproveitou. Ainda antes dos 7 minutos, Rodney Wallace alargou a vantagem e estabeleceu o 2-0. Surpresa em Columbus, Ohio, com os estreantes a entrarem na partida de relâmpago e a deixar a equipa caseira bem mais longe do seu segundo título da MLS.

Mas não foi preciso muito, passados 11 minutos, o habitual Kei Kamara reduz a desvantagem, num lance bastante atabalhoado em que a bola sobra para o internacional pela Serra Leoa que não perdoa. Fica a dúvida se há falta sobre o guarda-redes dos Timbers. Até final da primeira parte o resultado não se viria a alterar, havendo apenas algumas oportunidades, como o remate de Valeri, aos 24 minutos, à figura de Clarke, e um remate de Adi, aos 40 minutos para boa defesa de Larsen Kwarasei.

A equipa dos Portland Timbers demonstrou ser mais inteligente do que o seu adversário. Fonte: Facebook dos Portland Timbers
A equipa dos Portland Timbers demonstrou ser mais inteligente do que o seu adversário.
Fonte: Facebook dos Portland Timbers

 2ª parte: Duarte Pereira da Silva
Após uma primeira parte frenética, o ritmo acabou, naturalmente, por baixar. A equipa dos Portland Timbers, que mostrou ser bem mais organizada do que os Columbus Crew, pelo menos no jogo de hoje, foi fazendo a gestão da vantagem que tinha conseguido na primeira parte.

A equipa de Columbus, sempre muito dependente de Kei Kamara, teve que subir as suas linhas na procura pelo golo que levasse o jogo, na pior das situações, para prolongamento. No entanto, a equipa de Portland, demonstrando ser bem mais inteligente, soube aproveitar os espaços deixados pela equipa da casa e só não ampliou a sua vantagem porque o guarda-redes de Columbus realizou, na segunda parte, uma excelente exibição.

Pensamos, por isso, que venceu a melhor equipa. Num estilo, se preferirem, mais europeu, a equipa de Portland mostrou hoje frieza e tranquilidade durante os 90 minutos. A equipa de Portland, que ultrapassou a Knockout round apenas nas grandes penalidades (7-6 frente ao Kansas City), sagrou-se assim campeã da MLS pela primeira vez na sua história. De destacar ainda duas curiosidades: esta é apenas o quinto ano da equipa de Portland na MLS e foi ainda a primeira vez desde que este é o formato utilizado na Major League Soccer que a equipa visitante se sagrou campeã.

A figura: jogo coletivo dos Portland Timbers: Os Portland demonstraram, desde cedo, serem bem mais organizados do que a equipa de Columbus. Alternando as transições rápidas com a posse de bola, os Portland Timbers são um justo vencedor da edição de 2015 da MLS

Fora-de-jogo: Steve Clark: Apesar da excelente exibição que realizou na segunda parte, o erro que cometeu logo no início do encontro condicionou bastante a equipa. As finais não se jogam, ganham-se, e, neste caso, Steve Clark perdeu-a.