Os que correm por fora
Numa distância em que os europeus parecem estar longe de ambicionar medalhas em eventos globais (Hudson-Smith até prevemos que possa se aproximar de baixar dos 44 segundos, mas dificilmente entrará num pódio), existe um conjunto de outros atletas com potencial para entrar em zona de medalhas ou, pelo menos, atingir a final de Doha.
O atleta da casa Abdalelah Haroun (QAT) terá, à época dos Mundiais, apenas 22 anos e, obviamente, com uma prata em Mundiais Indoor e um Bronze nos Mundiais ao ar livre de Londres, espera também chegar ao pódio em Doha. Tem um recorde pessoal de 44.07 segundos que deverá ser melhorado em 2019 de forma a que possa entrar nessas disputas. Foi campeão mundial júnior em 2016 e tem sucessivamente mostrado ser talhado para grandes momentos, tendo já importantes presenças e experiência no circuito internacional.
O “substituto” de Isaac Makwala nos 400 metros, o compatriota Baboloki Thebe (BOT) ficou à beira do pódio em Londres (4º), mas quando chegar a Doha, com 22 anos, já estará mais maduro e certamente melhor preparado. O seu recorde pessoal ainda são os 44.02 de Lausanne na temporada passada e o 2018 de Thebe não foi particularmente fácil, não tendo vencido uma única prova de 400 metros durante todo o ano. Tendo em conta a idade e maturidade já demonstrada deverá, ainda assim, explodir a qualquer momento e provavelmente entrar na “guerra” dos 43 segundos.
Bralon Taplin (GRN) foi um dos destaques da temporada de pista coberta neste ano e os 44.88 que fez debaixo do teto (7º mais rápido de sempre) provam que vale mais do que os 44.38 que tem de recorde pessoal ao ar livre. Não é uma aposta fácil de fazer, uma vez que Taplin não parece especialmente confortável em grandes eventos. Ainda assim, atingiu a final dos Jogos do Rio, sendo 7º nessa final. Quando chegar a Doha terá 27 anos e mais uma oportunidade para mostrar o seu potencial.
Machel Cedenio (TTO) alcançou as suas melhores marcas no ano de 2016, tendo sido 4º classificado na final do Rio (em 44.01) apenas atrás dos “gigantes” van Niekerk, James e Merritt. Teve um 2017 com prestações abaixo do esperado a nível individual e em 2018 apenas correu até Abril, não tendo realizado nenhuma prova após essa data devido a algumas lesões. Com apenas 24 anos em Doha, e já depois de ter sido campeão mundial como júnior, quererá desta vez chegar a um pódio em eventos individuais como sénior, depois da Prata na Estafeta 4×400 nos Mundiais de Pequim e do Ouro nos 4×400 de Londres.
Foto de Capa: USC
Artigo revisto por: Rita Asseiceiro