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Desportivo das Aves: Haverá asas para voar?

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Na pacata Vila das Aves, em Santo Tirso, mora uma equipa com história no futebol nacional: o Desportivo das Aves. Com quase 90 anos de história e estórias, o Desportivo das Aves pretende chegar à primeira divisão pela quarta vez, mas falta saber se a equipa das Aves terá asas para voar.

O Desportivo das Aves, segundo classificado da Ledman Liga Pro, quer, finalmente quebrar a maldição de Neca, nesta temporada. Para quem não sabe, o Desportivo das Aves conta com três presenças na primeira divisão do campeonato português: em 1985, pelas mãos do mítico Professor Neca, em 2000 de novo com Neca e em 2005, novamente com Neca. A verdade é que a equipa só conseguiu subir à primeira divisão pelas mãos do professor, e até teve uma oportunidade de quebrar esta maldição, em 2014, quando teve a oportunidade de disputar um play-off contra o Paços de Ferreira, mas a equipa não conseguiu.

Esta temporada, com Ivo Vieira, técnico que passou pelo Nacional e pelo Marítimo, o objetivo definido no início da época foi bem claro: chegar à primeira divisão. A temporada até começou de forma algo intermitente, com a equipa das Aves a somar alguns empates, mas depois a equipa conseguiu dar a volta à situação e acumulou vitórias consecutivas que lhe permitiram atingir o segundo lugar da tabela classificativa. Os avenses conseguiram, em 13 jogos, 11 vitórias e apenas dois empates, fazendo valer o fator casa para garantir a vitória em diversos jogos.  A equipa estava bem e recomendava-se, conseguindo cavar um fosso assinalável em relação às equipas que disputavam o segundo lugar. Só que, depois de quatro jogos, onde a vitória não surgiu, os responsáveis do Desportivo das Aves perderam a paciência com Ivo Vieira e despediram-no, justificando o despedimento devido aos maus resultados, mesmo depois deste ter guiado a equipa até ao segundo lugar da prova.

De forma surpreendente, o escolhido para treinar a equipa das Aves, foi José Mota. O experiente técnico que falhou esta temporada no Feirense, volta a ser solução de recurso para uma equipa da segunda,  tentando alcançar a subida, depois de já o ter feito pelo Feirense, na temporada passada. Apesar de José Mota não ser uma opção consensual no seio dos adeptos do Desportivo das Aves,  o técnico terá todas as condições para alcançar a tão almejada subida. Desde o forte apoio dos adeptos, à boa classificação no campeonato, que permite ter algum desafogo, e ao próprio plantel, muito bem preparado e feito a pensar na subida.

José Mota tem tarefa árdua
José Mota tem tarefa árdua
Fonte: Desportivo das Aves

A equipa da Vila das Aves conta com um plantel constituído com um misto de juventude e com jogadores já batidos na segunda liga, um plantel recheado de qualidade. Na defesa, com Quim, experiente guarda-redes que passou pelo Benfica e pelo Braga, a liderar o quarteto defensivo constituído por: Hackman, a defesa direito, jogador que passou pelo Boavista na temporada passada, Nélson Pedroso, a defesa esquerdo, homem formado na casa e que conta com várias passagens na primeira liga, Tiago Valente e João Pedro, ambos com experiências na primeira liga, a atuarem como centrais.

Mais à frente, no seu experiente meio-campo, a equipa conta com elementos como: Luís Alberto, que já passou por diversos clubes na primeira liga, Pedró, que tem sido o patrão do meio-campo da equipa,  Tarcísio, médio centro com alguma rodagem nesta segunda liga, Zé Tiago que tem tido uma carreira em clara ascensão. Na frente de ataque é onde se vê maior rotação. Ora joga Théo Mendy, jogador que já está no seu segundo ano no clube, e Femi Balogun, nigeriano que esteve na Olhanense aquando da última participação na primeira liga, ora joga Alexandre Guedes, jovem avançado forma no Sporting e Luís Barry, experiente avançado que passou alguns anos pelo Desportivo de Chaves.

Mas não é só o plantel experiente e bem planeado do Aves que pode ajudar José Mota, a alcançar a subida. O Desportivo das Aves, em casa, tem um registo quase imaculado, sendo que é dos clubes mais fortes a jogar no seu reduto, da segunda liga. Vejamos: a equipa das Aves, em 14 jogos, perdeu dois, empatou três e venceu por nove vezes. Sendo que, o forte apoio do público tem sido também fundamental para o bom desempenho da equipa.

Agora, resta saber se com José Mota a equipa terá asas para alcançar a subida de divisão. Ainda há muito campeonato pela frente mas a equipa das Aves tem tudo para chegar à primeira divisão e quebrar mais uma “maldição” do futebol português.

Foto de capa: Desportivo das Aves

Artigo revisto por: Diana Martins

O sonho tornado realidade

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A grandeza do Benfica vai além dos seus numerosos apoiantes e troféus conquistados no futebol e nas várias modalidades: é uma marca sólida e que aposta forte em mercados distintos.

Alguns projetos estão intrinsecamente ligados à área de atividade do clube, mas outros nem por isso, demonstrando assim que é uma instituição que está em constante evolução e metamorfose.

O conhecido Caixa Futebol Campos, no Seixal, é um desses projetos de consumo próprio, em que o elevado investimento, agora na sua expansão, tem em mente uma visão de continuidade: mais condições e campos de treino, maior a capacidade para formar e captar jogadores para o futuro. Aliás, o Benfica Lab é muito elogiado em toda a Europa pela avançada tecnologia de que dispõe para continuar a produzir diamantes para o futuro.

Mas o investimento não é só no futebol; para as modalidades também estão a ser celebradas parcerias com entidades como a Junta de Freguesia de Benfica, por forma a estar mais perto dos jovens promissores, e está também em trânsito a aquisição de um espaço para alocar as infraestruturas do que se perspetiva como um inovador Centro de Alto Rendimento com vista, uma vez mais, à preparação do futuro do Benfica nos vários setores.

Vieira continua a fazer o Benfica crescer Fonte: SL Benfica
Vieira continua a fazer o Benfica crescer
Fonte: SL Benfica

De cariz mais social e até educativo, a Fundação do Benfica abre-se à comunidade, promovendo o Museu Cosme Damião junto das escolas, através de visitas, e dá também cartas na esfera cultural, criando sinergias com instituições e personalidades de relevância da nossa cultura.

Está também alinhavado o próximo passo para alargamento da atividade médica- Benfica Saúde -, em que os sócios poderão ter acesso aos cuidados de saúde da equipa técnica do Benfica.

E as casas do Benfica de todo o Mundo não são esquecidas: pretende-se dotá-las de todas as condições para serem responsáveis pela extensão de todos os serviços do clube além-fronteiras.

Estas são as iniciativas de maior relevância, mas o destaque é para a construção do hotel e criação da estação de rádio dedicada ao clube. O primeiro, porque um hotel temático de um clube de futebol é pioneiro no nosso país. Para além de que o turismo não para de aumentar na cidade de Lisboa, onde se irá localizar, e isso é, de facto, muito bem visto. E a estação de rádio, porque é um meio de comunicação que muito se tem adaptado para conseguir manter o seu estatuto e acaba por surgir como um complemento à BenficaTV, outra aposta muito bem conseguida e que veio revolucionar a realidade dos direitos de transmissão televisivos dos clubes.

É sabido que todos estes motivos de orgulho para os benfiquistas partem de um presidente com objetivos expansionistas claros, muito focado, e que vive o Benfica de uma forma apaixonada, demonstrando a cada ano que a maior das suas preocupações são os próprios e quem faz do Benfica uma verdadeira família. “Estamos juntos!”

Ò sócio, és tu mais Sportinguista que eu?

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De há uns tempos para cá alguns supostos sócios do Sporting andam a colocar em causa o número de sócios do clube devido à lista dos que estão aptos para exercer o voto.

Uma das razões pode ser, e se o for só mostra a força do clube, o facto de uma grande fatia estar numa faixa etária inferior à permitida para votar. Muitos outros poderão já não estar entre nós e essa informação não estar atualizada. E muitos outros poderão ter deixado de pagar por vários motivos, como: não se rever na actual direcção, ou não gostar do futebol praticado, ou, simplesmente, porque se deparam agora com uma situação financeira que não permite gastar mais do que o essencial. E é quanto a esta última que me quero debruçar mais a fundo.

Li vários comentários que me incomodaram e mostraram que muitos sócios ou adeptos do nosso clube não são diferentes dos de outros clubes a quem apontam o dedo com piadas e críticas jocosas. Vi que justificaram a falta de pagamentos com a crise financeira que vivemos hoje em dia, e desde há alguns anos. Em resposta a essa ideia muitos brincaram, criticaram, gozaram, dizendo que uma despensa de vinte cêntimos por dia não pode fazer a diferença no final do mês no orçamento de uma família. Fico feliz por a nossa massa adepta e associados estarem tão folgados e tão bem na vida. No entanto, isso mostra também uma visão tão fora da realidade que me assusta. Vinte cêntimos, para muita gente, pode ser a diferença entre ter o que comer ou passar fome durante um dia ou semana. Vinte cêntimos é o mínimo que tu dás a quem pede na rua, e para quem pode ser a salvação ou contributo para a melhor refeição da semana. Bem sei que a estes pouco importa o Sporting ou outro clube porque têm necessidades bem mais prementes a satisfazer, mas serve isto para demonstrar que os “irrisórios” cêntimos de que alguns falam com desdém, podem ser uma grande ajuda para outros.

Os dez melhores reforços de inverno do FC Porto deste século

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A assertividade no mercado de Janeiro não tem sido a imagem de marca do FC Porto nos últimos anos. Para isso em muito contribuíram jogadores como Renteria, Cajú ou Lucas Mareque, mas também há alguns casos de sucesso. É precisamente estes últimos que iremos recordar no Top 10 de hoje.

Foto de Capa: FC Porto

É possível jogar sem o base?

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Cabeçalho modalidadesAo discutirmos o papel do base, entramos numa das áreas mais complexas de basquetebol, já que este tem de desempenhar uma grande variedade de papéis. Nenhuma das outras posições em campo tem que fazer tantos ajustes e mudanças, de jogo para jogo e no próprio jogo. Esta é provavelmente a posição mais difícil de desempenhar em campo.

O que se pede aos bases é que sejam capazes de comandar os seus companheiros de equipa, tanto ofensiva como defensivamente. Os bases devem fazer os seus companheiros melhores jogadores, passando-lhes a bola no momento e no lugar certo.

O base (PG), também conhecido como 1 e que no passado era referido como dribbler ou play-maker, é normalmente o melhor manipulador, driblador e passador da equipa. Os bons bases são ainda rápidos e capazes de marcar cestos de três pontos ou “na pintura”, aumentando a eficiência da equipa.

O base é visto como o “Comandante das Tropas” ou o “Treinador em Campo“. O seu papel é tão importante que ele é na realidade uma extensão do treinador, por isso têm de estar na “mesma página” e ter os mesmos objectivos para a equipa.

Deve ter múltiplas qualidades, mas acima de tudo não pode ter um ego tão insuflado que interfira com o seu julgamento do jogo. O base ideal deve ter um elevado QI de basquetebol e um conjunto completo de habilidades. A rapidez mental, a capacidade de pensar e reagir a situações de jogo em mutação constante com frieza, completam as capacidades . Desejo de vitória, determinação, agressividade e competitividade são ainda características comuns aos bons bases.

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Fonte: FIBA

Devem ser líderes com habilidades de comunicação excepcionais, de forma a manter os companheiros envolvidos, ao mesmo tempo que são altruístas, pensando sempre primeiro na equipa. A pass-first point guard é a melhor opção para comandar uma equipa.

Conhecem bem o jogo e são capazes de rapidamente reconhecer as fraquezas e os pontos fortes, procurando jogar nas vantagens e tomar boas decisões. Além disso, devem estar alerta para a pontuação, tempo, situação de faltas na equipa e tempo limite restante. São também responsáveis pelo equilíbrio defensivo após lançamento ou perda de bola.

É esperado também que consigam controlar o ritmo do jogo, cuidando bem da posse de bola (especialmente quando sob pressão). Devem ser mental e fisicamente fortes para suportarem e entenderem as críticas a que são sujeitos. Devem condicionar os bases contrários, pressionando o drible e entrando nas linhas de passe para roubar bolas. O base executa o ataque e controla a defesa.

No passado, os bases eram os jogadores mais baixos das equipas; hoje a realidade é diferente e são muitos os bases de elevada estatura. Magic Johnson foi o primeiro jogador alto a dominar na posição, no College e na NBA, e o esloveno do Real Madrid, Luka Dončić, é, na actualidade, um bom exemplo.

SL Benfica 27-30 Sporting CP: Um senhor Derby!

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Cabeçalho modalidadesNo jogo referente à penúltima jornada da primeira fase do Andebol 1, nenhuma das equipas queria perder para não alargar a grande desvantagem pontual para o FC Porto, mantendo as esperanças para um possível milagre. Hugo Canela continua como treinador interino dos leões e começou a partida com a equipa mais forte e habitual. Já Mariano Ortega continuou a apostar em Alexandre Cavalcanti, como lateral esquerdo titular, tal como nos últimos dois jogos, onde o jovem português marcou seis golos em cada.

Inicialmente e durante a maioria da primeira parte, o Sporting CP aproveitou os erros defensivos da defesa benfiquista, principalmente na troca de posição do defensor do pivot e uma oscilação deficiente no lado direito da defesa. Após a correção desses erros, os visitantes demonstraram mais dificuldades a finalizar as suas jogadas. A equipa da casa demonstrou, como habitual (os dirigentes não conseguiram ainda resolver este crónico problema), dificuldades na primeira linha, procurando resolver as jogadas ofensivas nas pontas, principalmente na direita.

Ambas as equipas tiveram um grande apoio nas bancadas. O Sporting CP conseguiu ganhar uma vantagem de três golos, recuperando o SL Benfica quando faltavam cinco minutos para o final da primeira parte (12-12). No entanto, de nada valeu esta recuperação, já que nos dois ataques seguintes a equipa da casa cometeu falhas técnicas, fazendo com que os forasteiros voltassem à vantagem, vencendo ao intervalo por três golos (13-16).

Só um milagre trará o título para a Luz. Os objetivos do Benfica neste momento será a EHF Cup e a Taça de Portugal Fonte: SL Benfica
Só um milagre trará o título para a Luz. Os objetivos do Benfica neste momento será a EHF Cup e a Taça de Portugal
Fonte: SL Benfica

O SL Benfica voltou do intervalo motivado e teve boas oportunidades para empatar a partida, mas Cudic impediu que tal acontecesse, não conseguindo o Sporting CP também ampliar a vantagem. O empate chegou aos seis minutos da segunda parte, e no ataque seguinte a equipa da casa chega-se à frente. Hugo Figueira entrou muito bem na segunda parte, tanto que o Sporting CP só conseguiu marcar o primeiro golo aos 37 minutos. Os visitantes voltaram à vantagem alguns minutos depois, fazendo com que Mariano Ortega pedisse pausa técnica.

Pouco depois, mais uma mudança na frente do marcador, com o SL Benfica a chegar-se à frente. Tivemos uma segunda parte eletrizante, com um grande espetáculo por parte de alguns jogadores como Belone. O Benfica conseguiu manter a vantagem, acelerando o jogo nas alturas certas. No entanto, o Sporting colocou-se em vantagem, quando faltava três minutos para o jogo terminar, e Cudic impediu o golo do SL Benfica por duas vezes, sendo o resultado final 27-30.

Belone Moreira marcou oito golos e foi o melhor marcador. O Sporting CP mantém-se no segundo lugar, alargando a vantagem relativamente ao SL Benfica. No outro jogo do dia, o FC Porto conseguiu uma importantíssima vitória tangencial na Madeira (28-29).

Foto de capa: Sporting CP

Artigo revisto por: Francisca Carvalho

Horácio Franco, a morte de uma referência

Cabeçalho modalidadesHoje de manhã, andava pelo Facebook quando uma notícia me chamou a atenção. Primeiro não acreditei, mas era mesmo verdade: tinha morrido o Horácio Franco.

Para os mais distraídos, Horácio Franco foi um piloto de ralis de São Miguel, nos Açores, local onde foi campeão regional por oito vezes, e ainda uma vez campeão nacional de produção, em 2002. Talvez uma das grandes referências dos ralis portugueses.

Lembro-me de muito novo ir ver ralis em São Miguel, onde ele era um dos grande animadores. Se a prova fazia parte do regional, as suas lutas com Gustavo Louro eram fantásticas; se se tratava do Rali dos Açores – ou a Volta à Ilha, como chamava – o seu sonho e objetivo de a vencer enquanto piloto (ganhou por duas vezes como co-piloto) duraram até à sua última participação, era um sonho difícil mas que por várias vezes ficou perto de acontecer.

Franco durante a sua participação na Alemanha em 2013 Fonte: TAC
Franco durante a sua participação na Alemanha em 2013
Fonte: TAC

Não era um ídolo, nem perto disto, mas era uma das referências que tinha e uma das pessoas que me fez gostar de ralis, e quem diz a mim diz a muitas outras pessoas, numa região em que se os ralis não são o desporto rei, andam muito perto. Como micaelense, claro que preferia que ganhasse ao Gustavo Louro – piloto da Terceira que não deu tudo o que podia ao desporto automóvel, infelizmente -, mas apenas por dois anos o conseguiu (2000 e 2001). A sua temporada de 2003 foi uma das mais desafiantes, visto ter feito três provas do WRC, três provas em que levou longe o nome de Portugal e dos Açores, com boas presenças para quem se estreava naquelas andanças.

Competiu até 2008, mas foi em 2006 que fez o seu último regional de ralis. Foi um exemplo e uma referência para todos os pilotos açorianos e gosto de pensar que não só.

Foto de capa: Eduardo Resendes/Açoriano Oriental

Artigo revisto por: Francisca Carvalho

Olheiro BnR – Paulinho

olheiro bnr

Não há outra cidade onde pudesse ter nascido. Tem nele a alma e as gentes de uma cidade que o viu crescer. Em cada toque de bola, sente-se a alegria dos grupos folclóricos e Zés Pereiras, em cada passe, a honra de dignificar lendas como a do Galo, e em cada grito de revolta, a perseverança e a liderança herdada de antepassados como Nun’Álvares Pereira.

Tal como o General, fundamental na luta pela independência nacional face a Castela, João Paulo Dias Fernandes, ou, simplesmente, Paulinho, entrega-se de corpo e alma a todo e qualquer situação de jogo do emblema que, certamente, desde miúdo imberbe, a crescer nas escolas de formação do Santa Maria, quis representar: o Gil.

Essa vontade, essa honra em representar a camisola que veste, não está dissociada da braçadeira de capitão que, orgulhosamente, tem ao braço e usa muito além do estatuto que vem com ela.

Todos os clubes precisam de alguém que os sinta desta forma. Alguém que encare a luta pelos pontos como uma necessidade básica, sem a qual não conseguiriam dormir bem. Com pessoas assim, aumenta-se a probabilidade de se sair de situações complicadas.

O Gil conseguiu fazê-lo, e o seu capitão, claro, teve um contributo importantíssimo nesta viragem de rumo. O ciclo infernal de seis jogos com cinco derrotas terminou em casa, diante do Porto B. Depois de alguma oscilação, sempre que o capitão jogou, o Gil não perdeu. Já lá vão 9 jogos e 15 pontos somados. Paulinho marcou seis golos durante este período, “responsabilizando-se” por mais de metade (8) dos pontos conquistados.

Paulinho marcou 6 dos últimos 12 golos do Gil nos últimos 8 jogos. (VSports)
Paulinho marcou 6 dos últimos 12 golos do Gil nos últimos 8 jogos. Fonte: VSports

Quem não o conhecer, e olhar apenas aos dados, pode cofundi-lo com um jogador trintão, cheio de quilómetros nas pernas. Mas não, Paulinho tem apenas 24 anos de idade, com frescura física a condizer. Ganha bolas no seu meio-campo (fazendo uso do seu 1,88 m), ou no do adversário (exímio na pressão ofensiva), iniciando, muitas vezes, um processo ofensivo que também conclui.

É o jogador mais adiantado do 4x3x3 de Álvaro Magalhães mas, muitas das vezes, serve como quarto médio, baixando para dar liberdade a diagonais dos extremos. Quando o mister quer arriscar, não se coíbe de o arrastar para um dos flancos, de onde parte com a mesma competência, fazendo uso da capacidade técnica patrocinada pelo seu pé esquerdo.

No fundo, é uma espécie de pivô ofensivo que assenta que nem uma luva neste Gil Vicente, com a garra de quem defende a camisola. Caso consiga fazer o transfer motivacional para outro contexto competitivo, pode vir a ser um interessante jogador de Primeira Liga.

Artigo revisto por: Diana Martins

Golden State Warriors: Do apuramento para os Playoffs à perda de Durant

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Cabeçalho modalidadesCom dez derrotas, 50 vitórias e ainda 24 jogos pela frente, os Golden State Warriors, numa vitória caseira contra os Brooklyn Nets, no passado dia 26, garantiram a presença nos playoffs. Assim, a equipa de Oakland voltou a quebrar um recorde e tornou-se na equipa mais rápida a garantir um lugar nos playoffs.

Depois de, na época passada, se tornarem numa das equipas mais recordistas e de, no início da presente temporada, garantirem que apenas iam jogar para ganhar até à final, sem pensar em recordes, os Warriors fazem o inevitável. Numa equipa recheada de estrelas, estranho seria não entrarem para a história da NBA.

E, por falar em recordes, o bi-MVP, Stephen Curry, igualou um, no jogo contra os Philadelphia 76ers: em 11 lançamentos triplos, o camisola 30 não converteu nenhum. Assim, no topo da tabela de mais lançamentos triplos falhados estão Anthony Walker, Trey Bruke e Steph Curry.

Stephen Curry
Stephen Curry não converteu nenhum dos onze lançamentos triplos durante o jogo contra os Philadelphia 76ers
Fonte: Getty Images

Ontem, dia 28, os Golden State somaram a sua 10ª derrota no jogo contra os Washington Wizards. No entanto, apesar do resultado negativo, a preocupação é outra: Kevin Durant. Na passada noite, o número 35 saiu lesionado, ainda durante o primeiro quarto, após Zaza Pachuilia cair sobre o seu joelho.

Sabe-se que o ala contraiu uma hiperextensão no joelho esquerdo, mas ainda é desconhecido o tempo exato que Durant ficará de fora. Na pior das hipóteses, nem os playoffs poderá jogar.

A lesão de uma das maiores estrelas da equipa é alarmante e já existem rumores que os Warriors já preparam a contratação de um jogador. O nome mais falado é Matt Barnes que já tinha jogado pela equipa de Oakland, em 2007. Recentemente dispensado pelos Sacramento Kings, parece o nome mais provável para se juntar ao elenco de Steve Kerr.

Confira aqui o vídeo do momento em que Kevin Durant se lesionou:

Foto de Capa: Getty Images

Artigo revisto por: Francisca Carvalho

 

A Defesa de Vitória

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Já lá vão uns aninhos desde que a velha máxima de que “a defesa é o melhor ataque” era levada à letra. Por anos, entendo os guerreiros que tinham de fazer a formação quadrado para se defenderem das tropas romanas e dos atacantes gauleses. Bom, o Benfica não vai jogar com italianos ou franceses, pelo menos para já, mas para o caso da história se repetir, vamos analisar bem as coisas.

O raiar da época… Esqueçam este começo de texto à conto da Disney. No início da temporada, o Benfica de Vitória parecia ter um quarteto defensivo bem definido. Nélson Semedo à direita, Jardel e Lindelof no eixo e Grimaldo à esquerda.

Não havia nenhum benfiquista que reclamasse face a esta ideia. Nas laterais tínhamos dois miúdos rápidos, bons de bola, de pés, com potencial de crescimento e que, daqui a uns tempos, entenda-se dois a três na melhor das hipóteses, trariam lucro ao clube.

Na zona mais central da defesa, tínhamos a experiência de Jardel, não só aquela que ele já acumulou do Benfica, como aquela que já trouxe do Olhanense, e o melhor defesa central do campeonato português, que o ano passado fez uma época fantástica e é natural da terra do Ibrahimovic, logo, bónus.

Tudo parecia bem, mas acabou mal. A defesa do Benfica faz lembrar uma sitcom que, inicialmente, tinha imenso sucesso e todos gostavam de ver, mas que depois teve problemas na produção e viu alguns dos atores principais irem embora, sem se saber bem se ou quando voltam.

Nélson e Lindelof vão mantendo os papéis principais e vão lembrando as pessoas de que as coisas podem correr bem e de que os outros dois ainda podem voltar e reunir o gang para o final da season. Já Eliseu e Luisão fazem-nos lembrar tempos de glória, mas também de alguma insegurança e desconfiança.

O Luisão é, sem sombra de dúvidas, um dos tipos mais rijos do plantel do Benfica! Já são mais de 500 jogos de águia ao peito e isso é sinal de respeito. Sim, mas já vai sendo tempo de pensar num substituto. Verdade que era Jardel e uma lesão comprometeu a passagem de testemunho e que, à falta de melhor, ele é perfeito, mas se Jardel já vai ao banco combinar jantares com o Júlio César, então já pode começar a ir ao campo de braçadeira envergada, como no Estoril para a taça.

Eliseu ocupou o lugar do Grimaldo Fonte: SL Benfica
Eliseu ocupou o lugar do Grimaldo
Fonte: SL Benfica

E, por fim, o caso Grimaldo. Lesionou-se na altura em que estava a render mais, a afirmar-se cada vez mais como o lateral-esquerdo de referência no Benfica, uma das grandes surpresas do campeonato português, que já tinha dado nas vistas no final da época passada e até tinha marcado no Restelo ao Belenenses. A vida corria-lhe na perfeição, a ele e ao Benfica, que o tinha, mas algo tinha de estragar este momento.

Uma lesão afastou-o dos relvados e começaram os testes. Iria Vitória pôr o titular do ano passado, Eliseu, no lugar de Grimaldo, como sendo a alternativa mais óbvia? Ou o INEM que é o André Almeida ia para a esquerda?

Inicialmente, foi Eliseu. Escolha bem clara. O objectivo era a equipa não perder equilíbrio e ter ali uma entidade que lhe é familiar e que conhece os mecanismos dos companheiros. Depois, o Almeida teve a sua chance. As coisas não lhe correram mal, mas Rui Vitória é um homem que não gosta de correr riscos, por isso, Eliseu voltou logo para o lugar.

Nesta altura, a base defensiva do Benfica é esta: Nélson, Luisão, Lindelof e Eliseu. O boletim clínico de Grimaldo é meio desconhecido, o que levanta algumas questões, e Jardel está a voltar aos poucos. Tem corrido mal? Nem por isso. Apesar de Lindelof demonstrar alguma inconsistência, sobretudo comparado com o rendimento anterior, Luisão, lá do alto da sua experiência e careca, tem posto alguma ordem nas coisas. Ainda é preciso ter em conta que Eliseu, mesmo não sendo o favorito dos adeptos, e sendo um jogador com algumas dificuldades, é um retrato fiel do seu treinador, um tipo que pouco inventa e que procura jogar simples, às vezes, até de mais.

A juntar ao Capitão vai valendo o moleque. Nélson tem sido incansável e é por estes dias o melhor lateral-direito do campeonato português. Só não calça na seleção porque diz que um tal de João Cancelo, também formado no Benfica btw, vai tomar conta do lugar, mas vamos ver.

O texto começou em tom de crítica negativa ao trabalho defensivo deste Benfica, mas na realidade é uma review positiva. Os rapazes têm-se portado bem e acima de tudo têm demonstrado nervos de aço em alturas mais complicadas transmitindo uma certa confiança ao resto da equipa, que só é abalada por outras coisas, mas isso vamos deixar para outras núpcias.

 

Artigo revisto por: Diana Martins