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Os milhões ali tão perto

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milnovezeroseis

Caro leitor,

No passado Sábado, em Alvalade, o Sporting levou de vencida a equipa do Vitória de Guimarães. Apesar de a exibição ter ficado um pouco aquém das expectativas, o que importa, realmente, é mencionar que o embate da 25ª jornada foi uma das batalhas mais difíceis que o Sporting tem de enfrentar até atingir o objectivo primordial desta época desportiva: conseguir o apuramento directo para a Liga dos Campeões.

Com quatro partidas a disputar até ao término do Campeonato Nacional, a presença na Liga Milionária é um objectivo cada vez mais exequível. O Porto, que perdeu na Madeira contra um Nacional bem organizado, na passada jornada, deu ainda mais alento a esta realidade. Os comandados de Luís Castro ocupam, presentemente, a terceira posição, estando a oito pontos do Sporting.  É preciso contenção, é certo, mas estes são números que fazem, no mínimo, sonhar.

Os leões estão a um passo de alcançar a tão desejada Liga dos Campeões  Fonte: abancadanascente.blogspot.com
Os leões estão a um passo de alcançar a tão desejada Liga dos Campeões
Fonte: abancadanascente.blogspot.com

Analisando o que falta jogar às hostes leoninas, as maiores contrariedades que podem vir a existir advêm dos jogos com Nacional, na Madeira, a acontecer na 29ª jornada, e com a partida com o Estoril, na derradeira jornada, no Estádio José Alvalade.  Contudo, caso o Sporting vença os dois jogos até lá, com o Paços da Ferreira e Gil Vicente, um empate na Choupana garante automaticamente a presença, sem necessidade de um play-off, na Liga dos Campeões.

A verdade é que o objectivo e ambição do Sporting para a presente temporada sempre foi este – atingir a Liga Milionária. Sem outros propósitos quimeros. Recorde-se que a entrada directa na fase de grupos garante, por si só, 8,6 milhões de euros aos cofres leoninos. A este valor acrescem os prémios de jogo, que variam entre os 500 mil euros e o milhão de euros. Números assombrosos e que mostram bem a importância da competição.

Num momento em que o Sporting ainda não atingiu a sanidade financeira desejada, a vertente monetária é (mais) um factor importante, que comprova a relevância com que se reveste a entrada na Liga dos Campeões. A juntar a isso, surge a natural, e evidente, valorização, quer do onze, quer do clube em si, tão necessária após um bom par de anos em que o Sporting foi ficando arredado das grandes montras do futebol europeu. Mas os milhões estão já ali. Tão perto.

Athletic Club de Bilbao: um clube, uma filosofia

Em 1898 foi fundado aquele que é, a par de Real Madrid e Barcelona, um dos únicos totalistas de presenças na Liga Espanhola. É o terceiro clube mais titulado em Espanha, com 8 campeonatos, 24 Taças do Rei e uma Supertaça Espanhola. Na verdade, comparado com os dois colossos que dominam de fio a pavio a Liga Espanhola, nem é um palmarés muito rico nem extremamente apelativo. Mas o que é facto é que esse palmarés é conseguido através de uma filosofia própria, uma maneira de estar no futebol diferente. O Athletic adopta uma política desportiva que só admite jogadores nascidos ou formados no País Basco, uma política conhecida pelo seu famoso lema “Con cantera e afición, no hace falta importación”, que é o mesmo que dizer “com uma boa formação e com os adeptos não é preciso importação”.

É nesta realidade futebolística que actualmente encontramos este Athletic Club, um clube ímpar, que é dos poucos que pode dizer que não é uma SAD (e são apenas quatro na Liga Espanhola), sendo o seu património dos sócios. Além disso, é um clube que, fiel a uma filosofia de anos e anos, trabalha a formação como poucos, que investe nela e que a aproveita de real maneira. No panorama desportivo actual só o Barcelona dos últimos 10/15 anos terá dado tanta qualidade ao futebol espanhol no desenvolvimento de novos talentos, aproveitando-os de maneira eficaz.

Iker Muniain é uma das figuras do actual Athletic  Fonte: squawka.com
Iker Muniain é uma das figuras do actual Athletic
Fonte: squawka.com

Com esta política, a história do Athletic transporta alguns jogadores que foram, nos seus diversos tempos, baluartes das várias seleções espanholas, como são os casos de Manu Sarabia, Joseba Exteberria, Julen Guerrero, Izmael Urzaiz, Andoni Goikoetxea, Andoni Zubizarreta, Ernesto Valverde, Javier Clemente, Rafael Alkorta, Julio Salinas ou Javier Irureta. Mais recentemente, fez despontar uma nova panóplia de jogadores de enormissima qualidade como Fernando Llorente, Iker Muniain, Ander Herrera, Javi Martinez, Oscar de Marcos, Ibai Gomez, Susaeta, Iraola ou Gurpegui, sendo que alguns deles são ainda autênticas promessas que poderão ter uma palavra a dizer numa futura Espanha que aposta cada vez mais na formação.

Deste modo, e procurando respostas num fenómeno cada vez mais dependente dos mihões, pode estar aqui, neste modelo adpotado por um clube centenário e icónico no país vizinho, uma das respostas para um futuro economicamente mais viável para clubes que não tenham o poderio dos dois grandes colossos espanhóis. Afinal de contas, foi com esta política que, ainda há dois anos, disputaram uma final europeia com um futebol que chegou a encantar a Europa.

Basta do “Movimento Basta”

Ze Pedro Mozos - Sob o Signo do Leao

Sei que esta opinião que aqui vou expressar não vai reunir consenso. Em primeiro lugar, porque se trata precisamente de uma opinião e não de algo factual. Em segundo lugar, porque tenho uma visão algo diferente da maioria dos sportinguistas com quem falei sobre este assunto.

Foram entregues, na passada Terça-Feira, na sede da FPF, as cerca de três mil assinaturas referentes ao movimento “Basta!”. Para quem não sabe, o movimento “Basta!” foi criado por adeptos do Sporting que pretendem fazer com que a arbitragem em Portugal pare de prejudicar o clube leonino, que tem visto os adversários a serem recorrentemente beneficiados.

A notícia podia (e devia) ficar por aqui. Mas aquilo que marcou a entrega destas assinaturas foi tudo menos as próprias assinaturas: à chegada, no hall de entrada, lançaram-se notas com a cara de Pinto da Costa estampada; alguns indivíduos que faziam parte da organização do movimento e que iam entregar as assinaturas entraram encapuçados, de cara tapada; à saída, depois de efectuada a entrega, houve o rebentamento de um petardo. Era esta a intenção inicial deste movimento ou as suas consequências tomaram proporções desmedidas? Com que credibilidade será levado daqui em diante? Deveria a direcção do clube tê-lo apoiado?

Não consigo responder directa nem objectivamente a estas perguntas, mas tentarei oferecer o meu ponto de vista. Concordo com o fundamento deste movimento na medida em que também sou da opinião de que o Sporting tem sido uma das equipas que tem sido mais prejudicadas pela arbitragem e de que está na altura de tomar medidas (só nesta época já anularam – e mal – cinco golos ao Sporting, um recorde a nível nacional). No entanto, acho que este movimento excedeu os limites daquilo que devem ser manifestações de indignação. Qualquer credibilidade que este movimento pudesse ter ficou minada logo à partida, quando, no primeiro protesto público, se lançaram notas com a cara de Pinto da Costa estampada e se exibiram cartazes com árbitros vestidos com o equipamento do Benfica. Graças a isso, esse movimento nunca foi levado a sério, dando a ideia de se tratar mas de uma birra do que de um protesto contra a arbitragem. Se é verdade que devia haver uma reflexão sobre aquilo que tem sido a arbitragem portuguesa nos últimos anos, também é certo que estes movimentos em nada contribuem para isso. O problema não está no conteúdo, com o qual – repito – concordo, mas sim na forma. Se deve haver uma discussão pública sobre o assunto não deve começar por movimentos com estes moldes, pois logo à partida criam um clima de crispação que em nada contribui para a realização de um debate equilibrado e inteligente sobre o assunto.

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A direcção apoiou este movimento, tornando-se assim cúmplice
Fonte: ZeroZero

Por essa mesma razão, creio que a direcção do Sporting Clube de Portugal não devia ter apoiado este movimento, dado que agora está associada ao jogo sujo de lançar notas de presidentes de outros clubes ou de fixar cartazes de árbitros equipados “à Benfica”. A direcção foi cúmplice destes actos, e isso não dignifica em nada a estrutura do clube leonino. Poderão dizer que o movimento não tinha estas intenções inicialmente e que a direcção não conseguia prever as proporções que este ia tomar. Se for verdade, então é só mais uma razão para não se dar apoio “às cegas” a este movimento, pelo menos sem se exigir um mínimo de civismo nas manifestações, para não manchar a imagem do clube.

Os actos de vandalismo a que se assistiu na passada terça-feira na sede da FPF foram só mais um exemplo daquilo que não se devia fazer se a intenção é levar a sério este movimento. Como sportinguista que sou, repudio estes actos. Não me revejo neles. Isto não é o Sporting. O Sporting é aquilo que se sente no Estádio José Alvalade XXI. O Sporting é aquele ambiente espetacular que a Curva Sul do estádio cria em cada jogo. O Sporting é a raça de vencer, a vontade de mudar. O Sporting é nunca desistir.

Não sou menos sportinguista por não apoiar este movimento; não sinto menos o clube por não apoiar este movimento; não deixo de achar que o Sporting tem sido prejudicado; não deixo de vibrar com as boas exibições; não sou um mau adepto por repudiar os actos de vandalismo que este movimento tem provocado; não deixo de viver o clube todos os dias; o Sporting não deixa de ser uma das minhas maiores paixões; não deixo de achar que, de facto, já basta de sermos prejudicados.

A única diferença é que eu acredito que pode haver medidas concretas que mudem o panorama da arbitragem portuguesa e que se pode discutir isto de uma forma civilizada. Confio em que, se nos fizermos ouvir, iremos contribuir para melhorar as actuações dos árbitros portugueses. Mais tarde ou mais cedo, as entidades responsáveis vão ter de deixar de ignorar as medidas que Bruno de Carvalho tem apresentado. Até lá, temos continuar a jogar um bom futebol e a apoiar o Sporting. A única diferença é que eu não acho que este seja o caminho certo.

Margaret River: O previsível e o improvável

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cab Surf

Margaret River ja está a bombar. A segunda etapa do World Championship Tour teve início ontem na Austrália. Com condições agradáveis e vento off shore, os surfistas do WCT mostraram mais uma vez porque é que são os melhores surfistas do mundo.

Vamos começar com o melhor surfista de todos os tempos. Kelly Slater acabou o contrato com a marca Quiksilver. Depois de ter ganho 54 provas e 11 títulos mundiais, o surfista norte-americano surfa agora sem patrocínio. Será que foi por isso que o surfista de 42 anos perdeu no primeiro round do Drug Aware Margaret River Pro?!

Gabriel Medina, pelo contrário, foi uma das sensações do round 1. O seu surf pelos ares não deu hipótese aos seus grandes rivais, John John Florence e Kolohe Andino. Num dos heats mais esperados do dia, por estar composto apenas por atletas da nova geração, Gabriel Medina acabou a bateria em primeiro lugar com 15.40 pontos, seguido de John John Florence com 14.67 e por fim Kolohe Andino com 12.96.

Jordy Smith foi outro dos sucessos do dia ao passar a sua bateria em primeiro com um total de 15.33 pontos em 20 possíveis. Deste modo, segue directamente para o round

Gabriel Medina a voar na onda australiana. Fonte: Torcedores.com
Gabriel Medina a voar na onda australiana.
Fonte: Torcedores.com

Taj Burrow e o campeão mundial Mick Fanning, ambos australianos, terminaram as respetivas baterias tambem na primeira posição. Julian Wilson, também australiano, teve o melhor score do dia com 16 pontos.

Jadson André foi protagonista de um momento não tão provável ao vencer uma bateria bastante complicada contra Owen Wright e Adriano de Sousa. Ainda assim, Jadson, que tem andado um pouco apagado nas últimas etapas, venceu devido ao seu espantoso surf. Surf esse que é feito também pelos ares. Owen Wright, que esteve mais de 6 meses lesionado, voltou este ano à competição mas parece que ainda não está a 100%. Recordo que Owen é um surfista com um potencial tremendo e com capacidade de chegar ao título mundial.

Fica agora com os vencedores do primeiro round do Drug Aware Margaret River Pro: Filipe Toledo, Jordy Smith, Taj Burrow, Adam Melling, Yadin Nicol, Mick Fanning, Julian Wilson, Miguel Pupo, Josh Kerr, Jadson Andre, Kai Otton e Gabriel Medina.

 

Aqui fica o vídeo dos melhores momentos desta primeira ronda da 2ª etapa do Circuito Mundial:

http://www.aspworldtour.com/posts/36407/drug-aware-margaret-river-pro-day-1-mens-highlights-round-1

AZ Alkmaar 0-1 SL Benfica : Reinou a lei do mais forte

Topo Sul

Esqueçam o brilhantismo. Este Benfica joga para ganhar, não para encantar. Hoje, em Alkmaar, os encarnados voltaram a vencer mais uma batalha rumo à conquista da Liga Europa. O triunfo por 0-1 na Holanda, frente ao AZ, é um resultado excelente para as contas de uma eliminatória em que as águias, com este resultado, se encontram numa óptima posição para alcançar as meias-finais da competição. A confirmar o favoritismo e a melhor capacidade face ao adversário holandês, a águia que se apresentou em Alkmaar foi, no cômputo geral, personalizada e organizada. A segunda parte dominante da equipa encarnada foi decisiva para o desfecho de uma partida em que o Benfica passou por momentos de aperto, sobretudo no primeiro tempo.

Jorge Jesus seguiu o princípio de rotatividade do plantel e fez seis alterações em relação ao jogo com o Sporting de Braga: Oblak, Sílvio, Fejsa, Enzo Pérez, Markovic e Lima saíram dos titulares para dar lugar a Artur, Maxi Pereira, Rúben Amorim, André Gomes, Salvio e Cardozo. Feitas as contas, era um onze inédito aquele que os encarnados apresentavam em Alkmaar.

Nos primeiros minutos de jogo, os jogadores do Benfica pareceram algo ansiosos e o jogo da equipa tardou em fluir. Aproveitando esses momentos de nervosismo dos encarnados, o AZ Alkmaar, sétimo classificado do campeonato holandês, desdobrava-se para o ataque com alguma facilidade e a velocidade dos três homens da frente da equipa holandesa causava, a espaços, problemas aos defesas do Benfica. Assim, as oportunidades de golo mais visíveis aconteciam na baliza de Artur. Em duas ocasiões, os holandeses poderiam ter inaugurado o marcador – primeiro por Beerens, depois por intermédio de Jóhanasson.

Por seu turno, o Benfica não encontrava um fio de jogo e a equipa tardava em encontrar-se em campo. Gaitán juntava-se com frequência a Amorim e André Gomes, mas era Rodrigo quem mais procurava vir ao meio-campo para se alimentar de bola. Cardozo, por sua vez, mostrava-se desligado do jogo e sem espaço para amedrontar a defesa adversária. Na verdade, apenas por uma vez a equipa do Benfica conseguiu criar uma jogada à sua imagem, num belo lance colectivo que culminou com o remate André Gomes, que esbateu num defesa do AZ. O cenário cinzento da primeira parte ainda pioraria perto do intervalo, quando Ruben Amorim se lesionou, aparentemente de forma grave, cedendo o lugar ao jovem André Almeida.

Depois de uma primeira parte adormecida, a equipa do Benfica voltou para a segunda metade do encontro com uma nova face e a mostrar vontade de resolver a eliminatória. A superioridade encarnada face ao adversário holandês era evidente e o Benfica tratou de a manifestar em campo nos segundos quarenta e cinco minutos. Logo após o intervalo, Rodrigo recuperou uma bola perto da área holandesa e iniciou o lance do golo do Benfica marcado por Salvio, na sequência de uma defesa incompleta do guardião do AZ.

O golo do Benfica revelou-se um tónico decisivo para aumentar a confiança da equipa e consolidar o domínio de jogo das águias. A partir do minuto 47, o Benfica apoderou-se do controlo da partida e passou a implantar o futebol seguro e dinâmico que o caracteriza. Mesmo sem entusiasmar, os encarnados começaram a aparecer mais vezes perto da baliza do AZ, enquanto que a equipa holandesa não conseguia sair do seu meio campo, demonstrando alguma falta de criatividade e qualidade dos seus jogadores.

O conforto que o Benfica conseguiu no decorrer da segunda parte permitiu a Jorge Jesus gerir da melhor maneira o timing das substituições e, pouco a pouco, o treinador lançou jogadores que vieram agitar a partida. Lima entrou para o Cardozo, após nova exibição apagadíssima do paraguaio, que atravessa um péssimo momento de forma, e poderia ter dilatado a vantagem num lance em que o guarda-redes do AZ lhe negou o golo de cabeça. Markovic, que também entrou na segunda parte, criou igualmente uma boa oportunidade para o fazer o segundo, mas o guarda-redes da equipa holandesa não deixou. E foi assim, com o Benfica a dominar a seu bel-prazer a partida, que terminou a batalha holandesa, num jogo que os encarnados acabaram com um jejum de 40 anos sem vencer na Holanda.

Salvio apontou o único golo do jogo e está a voltar à sua forma habitual  Fonte: ASF
Salvio apontou o único golo do jogo e está a voltar à sua forma habitual
Fonte: ASF

A vitória fora de casa abre as portas das meias-finais à equipa da Luz, que em casa só terá de garantir que o AZ não provoca nenhuma surpresa. A julgar pelo registo dos holandeses fora de casa (ainda sem perder nesta prova, mas com dez derrotas em 15 jogos para o campeonato), um Benfica razoável chegará para confirmar a terceira meia-final em quatro épocas.

A Figura
Rodrigo – O avançado hispano-brasileiro está a atravessar um fantástico momento de forma e comprovou-o nesta partida. Foi o elemento mais dinâmico do Benfica na primeira parte e as suas mudanças de velocidade foram importantes para a equipa avançar no terreno. Teve ainda um papel fundamental no golo dos encarnados, quando recuperou uma bola em zona avançada do terreno e iniciou a jogada concluída com sucesso por Salvio.

O Fora-de-Jogo
Óscar Cardozo – O Tacuara continua com falta de confiança e está constantemente escondido do jogo. A lesão que contraiu no final do ano passado ainda condiciona as suas prestações, inclusivamente o faro de matador. Com apenas 20 minutos em campo, Lima foi bem mais eficiente do que o paraguaio em 70.

FC Porto 1-0 Sevilha: Justo mas curto!

dosaliadosaodragao

Para a recepção ao Sevilha, na 1ª mão dos quartos-de-final da Liga Europa, Luís Castro fez três alterações na equipa titular do FC Porto em relação ao conjunto que foi derrotado na Choupana: saíram Adboulaye (impossibilitado de jogar), Licá e Herrera e entraram os recuperados Mangala e Varela, além de Carlos Eduardo. A estrutura táctica manteve-se (4-3-3 com Fernando como único pivot) e o objectivo estava definido: vencer sem sofrer golos.

O FC Porto entrou a mandar no jogo, com um Alex Sandro muito dinâmico e a carrilar jogo pela esquerda e um meio-campo muito móvel, com rotação e à procura de espaços, aqueles que o Sevilha – alternando entre um 4-2-3-1 e um 4-4-2 em função do posicionamento, a cada momento, de Rakitic – queria retirar ao Dragão: para isso, Unai Emery montou um conjunto muito recuado e expectante, com linhas baixas, à procura de sair a jogar em eventuais transições rápidas, com o perigoso Bacca como jogador-alvo.

O primeiro sinal de perigo foi dado por Jackson Martinez, com um remate de pé esquerdo de fora da área para defesa de Beto (3’). Depois disso vários cantos consecutivos e um FC Porto que, com muita posse de bola e sendo paciente, precisava de outra acutilância no último terço do terreno, por forma a assustar verdadeiramente a baliza sevilhana. Quaresma alternava com Varela, tal como Defour e Carlos Eduardo se revezavam na ocupação dos espaços do miolo do terreno mas as oportunidades tardavam em aparecer.

À passagem do minuto 31, na sequência do sexto canto favorável ao FC Porto, Alex Sandro sofreu uma falta, Fernando cobrou o livre de forma supersónica, endossando a bola a Quaresma, com o ‘Harry Potter’ a aplicar a sua famosa trivela, servindo Mangala, que, com um voo brutal, fez o 1-0. Nem por isso o Sevilha alterou o seu estilo de jogo; pelo contrário, foi o FC Porto que esteve perto de ampliar a vantagem por duas vezes no mesmo minuto: de novo por intermédio de Mangala, após mais um canto, com o lance a prosseguir para Jackson, que, abrindo longo para o lado direito, serviu Quaresma para este encher o seu pé direito, de primeira e sem deixar a bola tocar no solo, armando um espectacular remate, correspondido com uma boa intervenção por parte de Beto (36’).

O capitão Mangala fez o único golo da partida  Fonte: Zero Zero
O capitão Mangala fez o único golo da partida
Fonte: Zero Zero

Até final da primeira parte, mais três notas: primeiro um remate de Iborra, que, sofrendo dois desvios, acaba por criar relativo perigo para a baliza de Fabiano (42’); depois Jackson, numa disputa de bola normal, a ver um cartão amarelo das mãos de Wolfgang Stark que o deixa de fora do jogo da 2ª mão (42’); por último, um grande remate de Defour, à entrada da área e sobre a meia direita, para uma grande dupla defesa, primeiro de Beto e de seguida do poste (45’). Chegava o intervalo, com a afirmação de um FC Porto a fazer um jogo paciente, competente e sem conceder facilidades à equipa do Sevilha.

Com o inicio da 2ª parte, surgiu também uma equipa sevilhana com outra atitude perante o jogo, tentando ganhar a bola mais à frente, com as linhas mais avançadas e, finalmente, com algum critério na posse de bola. Num dos lances inaugurais dos segundos 45 minutos, Mangala acabou por facilitar, surgindo prontamente Reyes a salvar um remate de Coke. O FC Porto já não dominava o meio-campo da mesma forma, já não tinha tanto controlo sobre os ritmos de jogo e Luís Castro, percebendo-o, tentou alterar algo: lançou Quintero e retirou um Carlos Eduardo que apenas apareceu nos primeiros 20/30 minutos de jogo (57’).

A equipa ressentiu-se dessa mudança e melhorou um pouco; todavia, faltava-lhe ainda ser mais incisiva e objectiva, com níveis de tomada de decisão mais próximos daquilo que devem ser os de uma equipa de topo. Exemplo disso foram três lances consecutivos em que Defour, surgindo bem pelo lado direito, dando profundidade ao jogo da equipa, não soube concluí-los da melhor forma, o mesmo valendo para uma jogada em que Quaresma, depois de ‘entortar’ o adversário em plena grande área, rematou para… lançamento lateral.

Quem também não podia estar satisfeito era Unai Emery. O técnico do Sevilha operou uma dupla substituição (trocou Iborra e Marín por Diogo Figueiras e Kevin Gameiro), recuando Rakitic para o croata assumir as rédeas da organização de jogo (63’). À nova estratégia sevilhana, o FC Portou respondeu por dois dos seus melhores intérpretes: trivela de Quaresma, do lado esquerdo, e remate acrobático de Jackson um pouco por cima (67’). No lance seguinte, foi o Sevilha, por intermédio do português Diogo Figueiras, a criar algum perigo para a baliza portista. Entre as substituições (Herrera por Defour aos 70’, Vitolo por Reyes aos 74’ e Ghilas por Varela aos 77’), surgiu o lance mais perigoso do Sevilha: na meia-lua, Bacca a rematar muito forte para defesa incompleta de Fabiano, com Gameiro, na recarga, a não ter arte nem engenho para empatar o jogo. Também Ghilas tentou fazer funcionar o marcador mas o seu remate, após uma boa incursão da esquerda para o centro, encontrou Beto (82’).

Antes do pano cair sobre a partida, Quaresma ainda trataria de enviar, pela segunda vez na noite do Dragão, uma bola ao poste (após um livre por si cobrado e rechaçado pela barreira), já depois de Fernando ter sido expulso, fruto de uma dupla amostragem do cartão amarelo por duas faltas consecutivas na mesma jogada – Stark foi, aqui como no cartão mostrado a Jackson, demasiado precipitado, até porque o ‘Polvo’ não chega a ser faltoso na segunda disputa de bola, que o árbitro sancionou com falta e respectiva admoestação.

Jackson, que hoje rubricou uma excelente exibição, fica de fora do jogo de Sevilha  Fonte: UEFA
Jackson, que hoje rubricou uma excelente exibição, fica de fora do jogo de Sevilha
Fonte: UEFA

A partida terminou com uma vantagem que assenta bem à equipa do FC Porto mas que acaba por se revelar curta, tendo em conta aquilo que foi a postura do Sevilha ao longo de todo o jogo, a infelicidade de o Dragão ter enviado (uma vez mais) duas bolas ao poste, e, sobretudo, atendendo à circunstância de no Sanchez Pijuan ser expectável um ambiente infernal para uma equipa que não vai poder contar com dois elementos preponderantes no seu esqueleto: Fernando e Jackson Martínez.

Figura: Diego Reyes
Sempre bem posicionado, rápido e voluntarioso, o mexicano não perdeu um único lance no confronto directo. Além disso, foi sempre inteligente na gestão dos espaços e salvou Mangala num lance em que o francês ‘meteu água’.

Fora-de-jogo: Carlos Eduardo
O brasileiro até entrou bem na partida: participativo, caindo à direita e à esquerda e procurando servir os seus companheiros mais adiantados. Todavia, depois do duplo pivot do Sevilha (Iborra e Carriço) ter acertado agulhas e marcações, desapareceu da partida, sendo apenas de novo visto aquando da substituição por Quintero (que, em abono da verdade, também não teve a sua melhor performance).

Tarefa difícil para o Sporting europeu

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cab andebol

O Sporting conheceu esta terça-feira o seu adversário na Taça EHF, uma espécie de Liga Europa de Andebol. Os húngaros do Pick Szeged, que já tinham eliminado o Benfica nesta edição da Taça EHF, defrontam o Sporting no fim de semana de 19/20 de Abril, em Mafra. Uma semana depois, os Leões deslocam-se à Hungria para a segunda mão do encontro.

Prevê-se uma tarefa difícil para a equipa orientada por Frederico Santos, única representante de Portugal ainda em competição na Taça EHF. Os Húngaros são segundos classificados no campeonato local, com os mesmos pontos do primeiro classificado e têm na sua velocidade de contra ataque um dos seus pontos fortes. De relembrar que o Sporting está em 3º lugar na segunda fase do Campeonato Nacional de Seniores, com menos dois pontos que os bracarenses do ABC e que o FC Porto, ambos com 40 pontos, depois de na primeira fase ter terminado em primeiro lugar, com mais dois pontos do que os adversários mais diretos SL Benfica e FC Porto.

O Sporting têm sido uma equipa consistente ao longo desta época, tendo sido, inclusivamente o clube com o melhor ataque na fase de grupos da Taça EHF. Com uma média de 32,5 golos por partida, uma média ótima para qualquer equipa, o Sporting, marcou 195 golos nesta fase da competição. Para este feito muito contribuíram as prestações de Pedro Portela e Pedro Soalha, jogadores de elevada capacidade técnica, que marcaram 48 e 38 golos respectivamente.

Em declarações ao site do clube, o treinador dos leões, Frederico Santos confirma que se espera uma eliminatória difícil: “O sorteio ditou esta equipa húngara e vamos fazer o nosso melhor, pois temos a consciência de que serão dois jogos muito difíceis, tanto para nós, como para eles”, diz.

Frederico Santos relembra que os Húngaros já eliminaram o Benfica este ano, no entanto relembra que, “tanto quando se lembra, não foi uma eliminatória fácil para a equipa do Pick Szeged.”

O treinador do Sporting espera ter o apoio dos adeptos nesta fase, que considera “fundamental para o sucesso da equipa”. Afirmando que “Sem o apoio das claques, sócios e simpatizantes, não será possível o Sporting superar esta fase da Taça EHF”.

Caso consiga ultrapassar mais esta fase, o Sporting fica apurado para a Final Four onde já se encontra o Füchse Berlin, país organizador da fase final da Taça EHF deste ano.

Real Madrid destrói o Dortmund e Paris ofusca Londres

Que fantástico espetáculo futebolístico nos foi oferecido a noite passada. É a Liga dos Campeões em todo o seu esplendor. O Real Madrid venceu o Borussia Dortmund por uns esclarecedores 3-0 e, em Paris, o PSG impôs nova derrota europeia ao Chelsea (3-1).

Na época passada o Real Madrid e o Borussia Dortmund protagonizaram um dos duelos mais escaldantes da Liga dos Campeões. Foram dois jogos intensos e muito disputados que resultaram na passagem do conjunto alemão – seria, aliás, finalista da maior prova europeia de clubes. Ronaldo e companhia parecem não terem esquecido essa eliminação e entraram extremamente determinados em fazer vingança. Os primeiros 30 minutos foram dominados pela equipa comandada por Carlo Ancelotti, que, perante um Dortmund desfalcado – Lewandowski, Gundogan, etc – demonstrou o porquê de ser o favorito à passagem às meias-finais. Esse período de maior fulgor dos madrilenos resultou numa vantagem de dois golos: Gareth Bale (minuto 3) e Isco (minuto 27). O Real jogava um futebol eletrizante, rápido e dinâmico. Com as linhas muito subidas, os merengues ganhavam quase todas as segundas bolas – e que importância que isso teve no desfecho do jogo. Já o Borussia era incapaz de sair em transição, e mesmo o ataque de futebol apoiado demonstrava grande ineficácia. No entanto, os últimos 15 minutos da primeira parte foram repartidos, com os pupilos de Jurgen Klopp a usufruírem de alguma circulação de bola junto da área merengue.

No segundo tempo viu-se um Borussia mais subido, com o bloco ofensivo mais pressionante e, de fato, o jogo equilibrou. Porém, nem Reus nem Aubameyang eram capazes de assustar a baliza de Iker Casillas. No meio-campo, Sahin e Mkhitaryan estiveram bem abaixo da qualidade já demonstrada, permitindo aos merengues várias situações de contra-ataque, que são reconhecidamente a maior arma do Real Madrid. Apesar do jogo menos conseguido, Ronaldo deixou mais uma vez a sua marca e, ao minuto 57, fechou o marcador em 3-0.

O resto do jogo ditou duas estratégias diferentes: o Borussia aumentou de intensidade na busca por um golo que salvasse a eliminatória e, por outro lado, o Real Madrid baixou ligeiramente as suas linhas, aproveitando a velocidade de Ronaldo, Bale e Benzema.

Nota ainda para os dois internacionais portugueses Pepe e Coentrão, que fizeram um jogo imperial na defesa do Real Madrid.

 

Pastore fez um golaço Fonte: news.bbcimg.co.uk
Pastore fez um golaço
Fonte: news.bbcimg.co.uk

No Parque dos Príncipes, em Paris, o PSG demonstrou a todo o mundo que deixou de ser um conjunto de estrelas para ser uma verdadeira equipa. Foi precisamente sobre a base de um futebol apoiado e solidário que os homens de Paris venceram o Chelsea. Com Ibrahimović, Lavezzi e Cavani na frente de ataque, os parisienses entraram a todo o gás: logo aos 4 minutos, Lavezzi abriu o marcador num remate espetacular dentro da grande área.

O jogo revelou duas equipas a disputarem, essencialmente, o domínio do meio-campo. De fato, tanto o PSG como o Chelsea tentavam ao máximo evitar saídas em transição, reconhecendo assim o poderio atacante do adversário. A entreajuda dos parisienses era de tal forma notável que foi possível ver Cavani a disputar um lance… na defesa do PSG.

Matuidi e Verrati foram fundamentais no domínio (a espaços) do conjunto comandado por Laurent Blanc – a vitória muito se deve a estes dois jogadores.

Tenho também de dar destaque a Javier Pastore, que entrou muito bem na partida e faz um espetacular slalom, já nos descontos, que culminaria no 3º golo do Paris Saint-Germain.

Já o Chelsea, que entrou sem qualquer ponta-de-lança, tentou baralhar os defesas do PSG com a mobilidade de Willian, Hazard e Oscar. Os blues deram uma boa réplica ao PSG e durante quase toda a partida disputaram os lances de forma equilibrada.

Ramires e Willian tentaram imprimir alguma velocidade, mas a condição física dos jogadores do Chelsea não parecia a melhor.

Nota negativa para ambos os centrais do Chelsea: Terry, pelo corte de amador no primeiro golo do PSG, e David Luiz, pelo autogolo. Mourinho, no final da partida, criticou abertamente a defesa do Chelsea – e com razão, diga-se.

Apesar da vantagem de dois golos, o PSG vai, acredito, ter dificuldades para seguir em frente. Espera-se uma emocionante segunda mão em Stamford Bridge.

É bom ter-te de regresso, Nuno

Terceiro Anel

Nuno Miguel Soares Pereira Ribeiro é mais conhecido por Nuno Gomes, em homenagem ao seu ídolo de infância, o soberbo ponta-de-lança Fernando Gomes, que encantou durante largos anos, principalmente ao serviço do FC Porto. Nuno Gomes, um homem que estará para sempre umbilicalmente ligado ao Sport Lisboa e Benfica, um dos grandes amores da minha vida. Nuno Gomes, um homem que sente o clube, que sente a mística benfiquista, que nunca escondeu a forma apaixonada como sofre por este clube tremendo. Nuno Gomes, um homem que ao serviço da selecção nacional nos proporcionou grandes momentos, mormente em fases finais, levando este nosso pequeno país à loucura.

Foi com enorme satisfação que fiquei a saber que Nuno Gomes está de regresso à estrutura do Benfica. Neste caso, o ex-avançado benfiquista vai ser assessor de Luís Filipe Vieira, mas nem é o cargo que ele irá ocupar que me interessa mais. Para mim, o mais importante é verificar que o meu clube continua a promover o regresso de personalidades que o amam, que sempre sofreram por ele. O dinheiro pode não abundar, o Benfica até pode vir a viver momentos terríveis em termos financeiros (espero que isso não aconteça, valha-me Deus), mas a mística terá de se manter sempre! Sempre cresci a ouvir pessoas mais velhas falar da mística do Benfica, daquela aura de clube popular que ainda hoje me faz arrepiar. E, por isso, mesmo sabendo que vivemos em tempos diferentes, em que o futebol é uma indústria, em que o futebol está completamente absorvido por guerras de poder, é bom poder constatar que ainda existe gratidão, e que ainda podemos ver pessoas que marcaram a história do nosso clube a regressar, seja para que trabalho for.

Eu bem sei que Nuno Gomes não é um nome consensual entre a exigente massa adepta encarnada. Eu próprio vociferei muitas vezes contra ele, muito murro dei no sofá da minha casa em desespero por tanta oportunidade desperdiçada pelo Nuno, muito inchaço no pé se originou por tanto pontapé a cadeiras, bancos e afins, após golos cantados serem falhados por ele. Mas também tenho boa memória, e lembro-me de que o Nuno fez uma excelente época em 1997/1998, quando se estreou pelo Benfica; lembro-me de que o Nuno marcou 24 golos na temporada 1998/1999 (epá, tínhamos cá o Jardel, portanto não critiquem o Nuno por nunca ter sido o melhor marcador em Portugal); lembro-me de que o Nuno voltou a estar em excelente plano em 1999/2000 (que plantéis ridículos que nós tínhamos, minha nossa); lembro-me de que o Nuno me colocou em pele de galinha após aqueles golos à Inglaterra, Turquia e França, no Euro 2000; lembro-me de que o Nuno voltou para o meu Benfica, em 2002, recebendo bem menos ao fim do mês, tudo por paixão pelo maior de Portugal.

Nuno Gomes de regresso às hostes encarnadas Fonte: A Bola
Nuno Gomes de regresso às hostes encarnadas
Fonte: A Bola

A partir de 2002, Nuno Gomes começou a marcar menos golos, apesar de ir sempre picando o ponto. Aquele golo à Espanha, no Euro 2004, é qualquer coisa de inesquecível. Em 2005/2005, fez uma primeira metade de época excepcional, marcando muitos e bons golos. Sempre deu tudo pelo Benfica, sempre se viu na sua face toda a vontade em servir o clube, apesar dos muitos assobios que o terceiro anel sempre lhe enviou, em variadíssimas ocasiões. Ainda teve participação activa no nosso último título nacional (Benfica, eu sinto que estás perto de voltar a ganhar o campeonato, não me desiludas), marcando em algumas partidas. Em 2010/2011, na sua última temporada a envergar o manto sagrado, voltou a provar-se o porquê de Nuno Gomes ser um grande benfiquista. Apesar de raramente jogar, o que para mim chegou a constituir momento de raiva, porque se tratou claramente de mais um episódio de teimosia do sempre polémico Jorge Jesus, Nuno Gomes nunca levantou ondas, manteve sempre uma postura de classe, revelou sempre uma das suas maiores virtudes, que o acompanhou sempre na carreira de futebolista: o facto de ser um fantástico elemento de balneário. Nuno chegou mesmo a chorar, e eu não me posso esquecer disso, quando, em Novembro de 2010, marcou na vitória do Benfica por 4-0 sobre a Naval, ou quando, em 2011, num show de futebol em Paços de Ferreira, e em pouco mais de 10 minutos em campo, marcou dois golos.

Como já se previa na altura, Nuno Gomes saiu do Benfica no final da época 2010/2011, indo representar o Sporting de Braga. Sempre com a mesma postura, respeitado por todos (nos dias que correm, há que dar cada vez mais valor a isso), lá foi representando o clube com o máximo de profissionalismo, o mesmo se passando em Inglaterra, enquanto alinhou pelos Blackburn Rovers.

Sempre tive a ideia de que, mais tarde ou mais cedo, Nuno Gomes regressaria ao Benfica, e isso aconteceu. E é assim mesmo que deve acontecer! Qualquer entidade deve chamar para si quem sempre representou essa mesma entidade da melhor forma. Isto seja no futebol, seja na indústria energética, na área da calçada portuguesa, no que quer que seja.

Por isso, Sport Lisboa e Benfica, toca a chamar um Valdo, um Mozer, um Vítor Paneira, e demais pessoas que sempre deram tudo por ti, para se juntarem ao Nuno e ao nosso grandioso Rui Costa. Porque quem dá tudo por ti, dá tudo por mim, dá tudo por milhões e milhões de pessoas, dá tudo por uma imensidão de gente.

Boa sorte para ti, Nuno Gomes. Boa sorte para ti, Sport Lisboa e Benfica, para o jogo em Alkmaar.

O que nos resta, então?

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atodososdesportistas

Empurrar ou saltar mais alto? Eis a questão. Não escrevo só pelo facto de ter acontecido no jogo entre Nacional e Porto, escrevo porque, em menos de uma semana, aconteceram dois lances iguais com o mesmo jogador: Jackson Martinez. Contra o Benfica, Jackson salta (muito) mais alto do que Garay e faz golo limpo; contra o Nacional, Jackson faz exactamente o mesmo e… é falta! Ora, então expliquem-me, os “sobrenaturais” da Física, como é que é possível saltar de mãos em baixo? Mais, parando de recorrer à Física e recorrendo ao futebol puro e duro, como pode ser falta o facto de um jogador saltar, e outro não, e aquele, ao cair, tocar com as mãos nos ombros do adversário? Ponto 1: o jogador que não salta (o do Nacional) foi lá apenas estorvar a acção de Jackson. Ponto 2: mesmo que saltasse, chegaria sempre lá acima já depois (muito depois) do golo. Jackson faz-me lembrar Hulk. Porquê? Porque faz do físico uma das suas armas e é constantemente massacrado com faltas inexistentes por ser mais forte. Enfim, lá foram mais três pontinhos que nos conseguiram tirar. De qualquer maneira, esta época nem o terceiro lugar foge, nem o segundo é alcançável.

Jackson tem sido injustiçado  Fonte: www.footballtop.ru
Jackson tem sido injustiçado
Fonte: www.footballtop.ru

O que nos resta, então? Muito! As pessoas querem, constantemente, olhar para o Porto e ver um vazio. Um vazio! Mas vejamos: qual a equipa portuguesa, actualmente (actualmente!), com mais títulos na época 2013/2014? É o Porto, com uma Supertaça Cândido de Oliveira. É o título mais importante? Não, de todo. Mas é um título. O que pode ainda o Porto ganhar, sabendo que o campeonato já está entregue (e não, não é um “entregue” de arbitragens)? Liga Europa, Taça de Portugal e aquela “espécie” de taça chamada Taça da Liga, que, ainda que seja apenas “piners”, não deixa de ser uma taç…azinha (que já salvou a época a certos clubes…)! Sendo assim, e desculpem a ousadia, o Porto ainda tem MUITO a ganhar. Esta ainda pode vir a ser uma época de sonho! Quem não trocava um campeonato, que está habituado a ganhar justamente ano após ano, por uma competição europeia, que demonstra o domínio internacional? Claro que queria épocas como as de Mourinho ou Villa-Boas, mas isso sabemos que essas só acontecem numa conjugação de situações brutal (ausência de lesões e castigos, sorte e futebol constante de alto nível)! Não se pode ganhar sempre, não se pode perder eternamente. Este ano trocaram-se os vitoriosos da Liga pelos que têm sido derrotados normalmente (e com justiça, seja a sorte ou não factor determinante).

Temos, portanto, amanhã um jogo crucial no que toca ao alimento do sonho europeu: frente ao Sevilha! Neste jogo, 99,9% do meu coração é azul e branco mas há 0,1% de mim simpatiza com o Sevilha, cidade onde vivi durante um período de Erasmus no ano passado. Posso garantir que em Sevilha (cujo estádio nos traz memórias muitos boas – Taça UEFA, 2003) teremos um ambiente hostil desde o momento em que os jogadores aterrem até ao momento que o arbitro apite para o final dos 180 minutos, por isso espero que o Porto não sofra golos em casa e leve uma confortável “bagagem” para o jogo da segunda mão (sabendo que será um jogo de 180 minutos, e nunca de 90), à semelhança da eliminatória com os italianos do Nápoles. Espero um Porto aguerrido e com um Quaresma (estupidamente mal atacado por algo que não fez na Madeira) a liderar uma equipa onde os “operários” Defour e Herrera voltem a olear a máquina de transições azul e branca. Resta ainda a “dúvida central”: qual será a dupla escolhida por Luís Castro? Reyes é certo, resta saber o parceiro. Maicon recupera? Mangala recupera? Recuperam os dois? Mesmo que recuperem, é um risco utilizar ambos, pois, vindos de lesão, podem estar com pequenas mazelas físicas (e Reyes parece-me já ter conquistado lugar). Certo é que não joga Abdoulaye, por não estar inscrito. Curiosamente, os golos onde é claramente culpado são sempre precedidos de foras-de-jogo claros não assinalados: o de Slimani contra o Sporting e o de Candeias contra o Nacional. Mas isso não desculpa o facto de ser “jogador de equipa pequena”: joga de forma fantástica em clubes onde é sempre chamado a intervir, mas quando está num clube grande demonstra não ser capaz de manter níveis de concentração suficientes para, das vez que é chamado a intervir, o fazer bem (ao estilo de Roberto, Alan, Pinilla, etc).

Sevilha traz boas recordações ao FC Porto: em 2003, foi o palco da final da Taça UEFA Fonte: portistasdebancada.blogspot.com
Sevilha traz boas recordações ao FC Porto: em 2003, foi o palco da final da Taça UEFA
Fonte: portistasdebancada.blogspot.com

Para finalizar, gostaria de pedir a toda a comunidade portista solidariedade com o clube e apoio constante. ESTAMOS VIVOS! Percebam que somos muito exigentes e o clube tem sempre respondido à altura! Os jogadores são humanos como nós, os treinadores também. Sei que todos dão o seu melhor porque “aquilo” é o trabalho deles: jogar futebol! Apenas, por vezes, as coisas “não saem”. Se estou desiludido com este Porto? Muito! Se deixarei de o apoiar? Jamais! “Somos Porto”, uma frase muito dita por Vítor Pereira quando o seu clube estava a cinco pontos do Benfica a três jornadas do fim. É isso que digo: SOMOS PORTO! A ambição tem limites, e nós temos de perceber que nem sempre é possível ir para além do sonho. Felizmente, em Portugal somos a antítese dos outros clubes: uns anunciam-se com frequência campeões ainda em Janeiro, outros encomendam e “desencomendam” (ou reservam!) várias vezes estátuas para festejar em três competições diferentes mas, no final, vemos essas mesmas estátuas pintadas em tons de azul e branco, o que anuncia (mais uma vez…) um Porto campeão! “Muitos querem, poucos o conseguem!”. Até para a semana comunidade portista! Abraço!