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Da Camacha, com competência e qualidade

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milnovezeroseis

Caro leitor,

Cumpriu-se, na passada quinta-feira, o primeiro ano de mandato de Bruno de Carvalho à frente do Sporting Clube de Portugal. É inegável reconhecer que, até ver, os méritos daquele que (re)colocou o clube de Alvalade na senda do sucesso são notórios. Os leões são, hoje, um clube que impõe respeito aos adversários, sendo, também, eximiamente, conduzido precisamente por Bruno de Carvalho. Todavia, a meu ver, a maior vitória do Presidente leonino, até ao presente momento, vem da Madeira: Leonardo Jardim, de seu nome.

Após ter cumprido o que restava da época, aquando da sua eleição, com Jesualdo Ferreira ao leme da equipa, Bruno de Carvalho decidiu eleger, para a presente temporada, Leonardo Jardim como timoneiro dos verde-e-brancos. Confesso que a não-renovação com o Professor Jesualdo me deixou, na altura, de pé atrás. Penso que foi, até, um sentimento transversal a todos os adeptos leoninos. Porque não renovar contrato com um treinador que, numa época de total desastre, conseguiu colocar a equipa a jogar um futebol relativamente atractivo? Porque não renovar contrato com um treinador com cartas dadas no futebol português? Foram questões que, na altura, se revestiam de uma total pertinência, mas que obtiveram uma resposta perfeita por parte de Bruno de Carvalho. Leonardo Jardim é, pois, essa resposta.

Leonardo Jardim é uma aposta ganha por parte de Bruno de Carvalho  Fonte: O Jogo
Leonardo Jardim é uma aposta ganha por parte de Bruno de Carvalho
Fonte: O Jogo

 Com uma passagem fugaz, mas imaculada, pela Grécia, Leonardo Jardim aterrou em Alvalade sob a égide da incerteza. É certo que o madeirense tinha mostrado serviço quer em Braga, quer na Grécia, onde comandou o Olympiakos, mas teria o treinador a qualidade necessária para comandar um grande como o Sporting? A verdade é que Leonardo Jardim tem desfeito todas as dúvidas que existiram face à sua capacidade de conduzir o clube de Alvalade.

Dono de uma competência e liderança notáveis, o natural da Camacha tem obtido variadas vitórias ao leme do Sporting. Em primeiro, surge o facto de a equipa leonina ter voltado a praticar um futebol de alto quilate, o que se repercute nos resultados devera positivos. Pessoalmente, creio que os triunfos de uma equipa devem-se, em grande parte, à agilidade e competência do treinador que a comanda. Paralelamente, Leonardo Jardim tem, em jogadores como Carlos Mané, ou até Slimani, duas apostas claramente ganhas. Hoje, estes são jogadores fulcrais para o Sporting. Por último, mas não menos importante, o sistema de 4x3x3 implementado é encarnado de forma excelente pelos jogadores leoninos, fazendo parte da lei de sobrevivência de uma equipa jovem mas, à semelhança do treinador, competente, e que é, sem dúvidas, das melhores do últimos anos do Sporting. E isso deve-se a Leonardo Jardim.

Ayoze Pérez: uma estrela em ascensão?

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O Club Deportivo Tenerife, um clube modesto com um histórico de apenas 13 presenças na principal Liga Espanhola, tem uma nova estrela nas suas fileiras: Ayoze Pérez.
Se actualmente o Tenerife milita na 2ª Divisão espanhola, recentemente promovido da 2ª Divisão B, foi entre 1990 e 1999 que viveu a sua «época dourada»: durante esse período chegou a disputar uma meia-final da Taça UEFA sob o comando técnico de Jupp Heynckes e conseguiu terminar a Liga Espanhola por duas vezes na quinta posição. Foi nesta «época dourada» que apareceram alguns dos talentos que posteriormente brilharam nos mais diversos clubes e que, pese embora não fossem da cantera do clube, fizeram do Tenerife o ponto de partida para as suas carreiras – Fernando Redondo, que chegou ao clube com 20 anos e que durante 4 temporadas espalhou magia pelos relvados do Heliondo Rodriguez Lopez (estádio do Tenerife); o controverso Sergio Ballesteros; Juan Antonio Pizzi, que chegou a ser Pichichi no ano de 1996 pelo clube antes de se transferir para o Barcelona; ou ainda Mista, que cresceu no clube para depois ir brilhar no Valência e que foi a duas finais da Champions League.

Hoje em dia, o clube, que financeiramente não vive os melhores dias, tem tido dificuldades em conseguir resultados condizentes com a sua história. Depois de dois anos na 2ª Divisão B, este ano conseguiu subir a muito custo e está a disputar a 2ª Liga Espanhola, também conhecida como Liga Adelante. Viviam-se dias de preocupação e bastante apreensão porque o clube não parecia ser capaz de lutar por nada mais que não fosse a manutenção nessa mesma divisão. Mas eis que chegou Ayoze Pérez.

Com apenas 20 anos, Ayoze Pérez é a estrela do conjunto insular  Fonte: El Día
Com apenas 20 anos, Ayoze Pérez é a estrela do conjunto insular
Fonte: El Día

Nascido em Santa Cruz de Tenerife em 27 de julho de 1993, proveniente da equipa B do Tenerife, chegou à equipa principal com apenas 19 anos. No ano transacto fez 8 jogos como titular, marcou 1 golo e fez um final de temporada assombroso, ajudando o clube na subida. Esta época, confirmou-se como um titular indiscutível, levando já 16 golos e 5 assistências e tendo transformado uma equipa que parecia não ter capacidade para mais do que para lutar pela manutenção numa equipa que está actualmente nos postos de play-off para disputar a subida de divisão.

Ayoze Pérez, agora com 20 anos, tem carregado autenticamente a equipa às costas: marca e dá a marcar, tem uma mobilidade impressionante, faz da velocidade e do recorte técnico as suas maiores armas. Com um excelente pé direito, é um avançado com um faro de golo muito apurado que joga muito bem nas costas do ponta-de-lança, descaindo para qualquer uma das alas, adaptando-se perfeitamente a estes terrenos.

Embora seja polivalente na frente de ataque, parece ser como segundo avançado, onde tem liberdade para aparecer um pouco por toda a frente de ataque, que melhor se sente. É umas das várias estrelas da Segunda Divisão espanhola e o seu treinador não tem qualquer dúvida em afirmar: “É o melhor jogador que treinei até hoje”.

Ayoze Pérez tem sido seguido por vários clubes importantes – Real Madrid, FC Porto ou Manchester City já perguntaram por ele. É certo e sabido que este será o seu último ano como jogador do Tenerife, uma vez que este é o seu último ano de contrato. Sendo um jogador desta qualidade e auferindo um salário que não chega sequer aos mil euros, fica fácil para qualquer clube com outro nível e outra disponibilidade financeira aliciá-lo com um contrato interessante. É jovem, é talentoso e é humilde. Precisa de trabalhar muito, e de crescer ainda mais, mas com a qualidade que demonstra não lhe será dificil impor a sua qualidade.

Quando o Rali de Portugal era a maior festa nacional

cab desportos motorizados

Durante anos, o Rali de Portugal e a Volta a Portugal em bicicleta competiam para ser o maior marco desportivo anual português. Eram dias de festa – o povo saía à rua para ver passar os carros e os ciclistas à porta de suas casas.

Hoje, o rali está concentrado no Algarve, região com menos tradição nestas andanças, mas considerada ideal para a sua realização, por haver menos público nas estradas do que no Centro e no Norte do país. De facto, esta opção pelo Algarve pode considerar-se positiva; voltámos a ter o WRC cá graças a isso.

Mas vamos voltar às origens. As tardes e noites de Sintra e Fafe ainda hoje deixam saudades, e, ao mesmo tempo, fazem desejar o seu regresso; a prova é o Fafe Rally Sprint, que se vai disputar pelo terceiro ano seguido. Esta é uma prova que reúne os principais pilotos e equipas que participam no Rali de Portugal, e também alguns pilotos que tenham interesse em tal. São milhares de pessoas, que não vêm só de Portugal para ver esta prova. Uma verdadeira multidão que não deixa ninguém indiferente e que cria um ambiente melhor do que na grande maioria dos estádios de futebol. Uma prova de fidelidade e amor à modalidade por parte dos nortenhos. Adruzilo Lopes disse, em entrevista ao Autosport, que “no Confurco, ver aquelas bancadas naturais a ganhar vida… é impossível descrever o que isto faz a um piloto”. Esta é apenas uma de muitas centenas de declarações do género, que os vários pilotos deixam depois de fazer esta especial.

Mas não existiam só coisas boas, nesta que foi por várias vezes considerada a melhor prova do mundial. Os pilotos queixavam-se, frequentemente, da irresponsibilidade dos espetadores portugueses. O público, de facto, era irresponsável. Era frequente ver pessoas no meio dos troços; mais frequente ainda era só saírem da estrada mesmo no último segundo. O ano de 1986 mostra o episódio mais triste desta irresponsabilidade. Joaquim Santos, no seu Ford RS 200, ao fugir de uns espetadores mal posicionados, despistou-se e colheu várias pessoas, matando duas logo nesse momento e ferindo dezenas. Foi mais um passo para o fim do grupo B, os melhores carros de sempre no mundo dos ralis. Mas vejamos o lado positivo deste acidente: deu-nos a única vitória portuguesa no WRC. Joaquim Moutinho e o seu Renault 5 Turbo foram os protagonistas.

Agradável surpresa!

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cab futsal

Hoje, para fugir à rotina habitual da minha escrita e diversificá-la, vou falar sobre uma equipa que admiro muito e que me surpreendeu de forma muito positiva este ano: os Leões de Porto Salvo.

Os Leões de Porto Salvo apresentam-se como uma equipa amadora, obviamente, mas com uma entrega e atitude de profissionais. Se olharmos para os recentes resultados e os compararmos com o passado desta equipa, apercebemo-nos de que há uma tremenda evolução.

Nos últimos anos, o clube tem efetuado boas temporadas, estando regularmente entre os oito melhores clubes de Portugal. Na época de 2011/2012, os Leões de Porto Salvo ficaram em quinto lugar, tendo atingido as meias-finais do play-off de campeão. Em 2012/2013, alcançaram a sexta posição na competição e os quartos-de-final no play-off de campeão.

Este ano, a equipa está a realizar uma excelente temporada, estando isolada no quarto lugar e ainda a lutar pelo terceiro. Está a quatro pontos do Braga e, faltando apenas três jornadas para o final da Fase Regular, necessita de não perder pontos e de esperar que a equipa bracarense perca pontos, o que, na minha opinião, não será nada fácil.

Para a equipa de Oeiras, faltam três jogos para terminar a fase regular. Para a finalizar, terá ainda de defrontar o Rio Ave em casa, o Póvoa Futsal fora e o Dramático de Cascais, em Cascais.

 

Classificação da fase regular do Campeonato Nacional de Futsal Fonte: Zerozero.pt
Classificação da fase regular do Campeonato Nacional de Futsal
Fonte: Zerozero.pt

 

O jogo frente ao Rio Ave será certamente muito complicado, devido ao facto de os vila-condenses estarem a apenas um ponto do Fundão e de esta equipa receber o Braga, ou seja, uma perda de pontos do Fundão e uma vitória do Rio Ave leva-os ao quinto lugar da classificação. Relativamente ao jogo contra o 12º classificado, Póvoa Futsal, prevejo uma partida intensa e complicada, onde o adversário tudo fará para conquistar os respetivos três pontos.

Quanto ao jogo com o Cascais, este será igualmente difícil, porque a equipa tem a manutenção quase assegurada e ainda luta pelo último lugar que dá acesso ao play-off, dependendo de outros resultados, obviamente.

Para mim, esta equipa é uma enorme revelação, e o seu treinador, Ricardo Lobão, de 44 anos, está a fazer um belíssimo trabalho e merece todo o crédito pelas exibições da sua formação.

É treinador desta equipa desde 2010, sendo esta uma aposta de continuidade que está a dar frutos bem visíveis, contribuindo em grande medida para a melhoria do futsal português.

Este ano, ao longo de todas as jornadas já disputadas, esta equipa alcançou resultados excecionais.Em seguida, enumero alguns resultados que, na minha ótica, são muito positivos e espantosos.

Jornada 2: Leões de Porto Salvo 7-5 Braga

Jornada 3: Belenenses 4-9 Leões de Porto Salvo

Jornada 5: Benfica 2-2 Leões de Porto Salvo

Jornada 7: Académica 5-10 Leões de Porto Salvo

Jornada 8: Leões de Porto Salvo 12-5 Modicus

Jornada 9: Fundão 3-9 Leões de Porto Salvo

Jornada 10: Leões de Porto Salvo 8-3 Boavista

Jornada 11: Rio Ave 1-4 Leões de Porto Salvo

Jornada 16: Leões de Porto Salvo 8-3 Belenenses

Jornada 17: Sporting 6-5 Leões de Porto Salvo

Jornada 18: Leões de Porto Salvo 3-2 Benfica

Jornada 21: Modicus 1-5 Leões de Porto Salvo

Jornada 23: Boavista 2-3 Leões de Porto Salvo

 

O resultado obtido logo na segunda jornada, diante do Braga, mostrou que esta equipa iria fazer uma temporada destemida – grande vitória! O empate no Pavilhão da Luz, na quinta jornada, deixou muitos adeptos chocados, mas o resultado foi claramente justo, mostrando mais uma vez que esta equipa jogava de igual para igual em qualquer campo. A derrota na jornada 17, diante do Sporting, por 6-5, foi claramente injusta. A equipa visitante foi superior ao campeão nacional e não merecia ter perdido daquela forma. Recordo que o Sporting esteve a perder até ao final da partida, mas num minuto acabou vencedor, com um golo em cima do toque da buzina de jogo. Uma partida controversa e um resultado claramente injusto para a equipa visitante!

Coincidência ou não, depois desta derrota, a equipa dos Leões de Porto Salvo venceu o Benfica, por 3-2, voltando a realizar uma excelente exibição.

Faltam quatro jogos para esta equipa terminar a época (em seguida, seguem-se os play-offs) e antevêem-se quatro partidas difíceis, em que o espírito lutador e o espírito de grupo estarão mais uma vez à prova. A equipa viajará até Maia, para defrontar o Arsenal Parada, equipa de escalões inferiores, num jogo que será certamente complicado. Contudo, antecipo uma passagem às meias-finais da competição por parte dos Leões de Porto Salvo.

Caso a passagem se suceda, será mais um grande feito para esta equipa e respetiva equipa técnica.

FC Porto, o bicho papão

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Terceiro Anel

Era uma vez um menino chamado Jorge Jesus, bastante mexido, que para adormecer tinha sempre de ouvir uma história. E, normalmente, essa história girava sempre em volta de um bicho papão, chamado Futebol Clube do Porto, que fazia muito mal a um clube chamado… Sport Lisboa e Benfica.

Em quase todas as versões da história, contada ao menino que já naquela tenra idade mascava pastilha elástica, o local do enredo era o Estádio do Dragão, no Porto. E a primeira versão desta apaixonante trama passou-se em Maio de 2010, quando o Benfica tinha tudo para ser campeão. Se a equipa de Lisboa vencesse, sagrar-se-ia logo na altura campeã nacional. Contudo, o bicho papão não deixou que isso acontecesse! Criando um ambiente de terror, com grande animosidade nas bancadas, e dando tudo em campo, o bicho papão deu cabo do Benfica, marcando três golos sem dó nem piedade, numa partida em que a equipa da casa jogou com uma raiva tremenda, bloqueando por completo o adversário, que assim não pôde festejar logo naquela altura o título nacional. Esta história tocou bem lá no fundo do petiz Jorge Jesus, que não se aguentou… e chorou.

Alguns dias depois, e lá estava Jorge Jesus irrequieto, sem sono, vociferando em alta voz. Para ele acalmar, lá lhe foi contada mais uma história. E que história! No princípio de Novembro de 2010, no Estádio do Dragão, o bicho papão voltou a dar cabo do Benfica, mas desta feita com muitos mais requintes de malvadez! Com um futebol arrasador e a encher todo o campo, o bicho papão goleou o Benfica por 5-0, aproveitando, e de que maneira, uma noite em que o treinador da formação lisboeta parecia estar sob o efeito de substâncias duvidosas, tais foram os disparates tácticos que cometeu ao longo do desafio.

Mais dias volvidos, e o menino Jorge Jesus voltava a fazer das suas. E, para ele sossegar na sua caminha, mais uma historinha. Esta menos intensa, não tão dramática, mas em que ficou vincada a influência do bicho papão. Em Setembro de 2011, mesmo com um bicho papão mais calmo e com pouca chama, o treinador do Benfica decidiu, em especial na primeira parte, jogar com as linhas recuadas e não sair do meio-campo. Resultado final: empate a dois golos, num jogo em que o Benfica deveria ter arriscado mais.

FC Porto, o eterno monstro para o Benfica Fonte: Zerozero.pt
FC Porto, o eterno monstro para o Benfica
Fonte: ZeroZero

Depois… uma história de autêntico terror. Uma história de choque, mesmo para perturbar o pequeno Jorge Jesus, que se havia comportado de uma forma terrível ao longo do dia. Em Maio de 2013, o Benfica tinha o título nacional na mão, mas, no Estádio do Dragão, voltou a ser derrubado pelo bicho papão do FC Porto, sem dó nem piedade. No último suspirar do jogo, do nada, um tal de Kelvin, com um remate de fora da área, acabou por colocar em depressão seis milhões de pessoas em Portugal. Que drama, que enredo, que coisa feia! O imparável Jorge Jesus, criança complicada, ajoelhou-se, ficando perplexo com aquilo que acabara de ver.

Nesta terça-feira à noite, novamente uma história impactante, para fazer o jovem Jorge Jesus fechar os olhos. Estádio do Dragão, primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, Bicho Papão vs Benfica. O desfecho, mais uma vez, não foi o melhor para o Benfica, e, para não variar, o treinador dos encarnados voltou a mexer, e de que maneira, na equipa, descaracterizando-a bastante. E isso deu em quê? Pois bem, num grande banho de bola do bicho papão, que trucidou as águias. Mas pronto, com mais este enredo, lá o menino Jorge entrou em descanso.

E agora, voltando um pouco à realidade, eu peço-te, crescido e graúdo Jorge Jesus: pára de bloquear mentalmente em jogos no Dragão e mete-me a equipa a jogar com toda a desenvoltura no terreno do FC Porto. Estás a treinar o clube da minha vida desde 2009, sendo que a única vitória que obtiveste no Dragão não nos valeu de nada, porque na segunda mão da Taça de Portugal 2010/2011 fomos humilhados na Luz.

Eu continuo com total confiança na nossa equipa, temos grandes jogadores, temos tudo para ganhar o campeonato. Mas olha, caro treinador do maior clube português, tens de perceber, de uma vez por todas, que nos dá gozo, a nós benfiquistas, jogar bem e se possível ganhar no Porto. Chega de jogos em que chego aos 20 minutos com espasmos, chega de jogos em que nos arriscamos a levar cinco como em 2010, chega de jogos em que somos engolidos naquele vulcão azul-e-branco. Nós somos o Sport Lisboa e Benfica, um clube que não pode temer ninguém em Portugal! De resto, só peço os três pontos na partida do próximo domingo, em Braga.

Ah, e por último: pais de todo este lindo Portugal, não contem aos vossos filhos este tipo de histórias, porque até eu fiquei a chorar depois de ter escrito este artigo…

A apoiar, como sempre

Ze Pedro Mozos - Sob o Signo do Leao

Sendo este o meu primeiro texto para o Bola na Rede, decidi explicar como é que a minha paixão pelo Sporting Clube de Portugal começou e, consequentemente, como é que foi crescendo. Sei que por muita coisa que escrevesse aqui nunca faria jus àquilo que realmente sinto, pois há muita coisa que não se explica, por isso decidi escrever a minha história, já que a do clube já é conhecida. Tudo começou da mesma forma que começam muitos dos clubismos, se não mesmo a maioria: a minha família é sportinguista. Não tem grandes segredos. Mas há algo – uma figura – que unirá para sempre a minha família à grande instituição que é o Sporting Clube de Portugal: Anselmo Fernández (mas esta história merece mais do que uma pequena menção, daí que reserve este tema para uma futura crónica).

Com apenas cinco anos vi o Sporting ser campeão (1999/2000). A euforia sportinguista que a conquista desse título criou era mais do que justificada, dado que significava o fim de um jejum de dezoito anos sem pôr as mãos no título de campeão nacional. Foi essa mesma euforia, sentida de mais perto em minha casa, que me chamou a atenção para o fenómeno do futebol. Nessa época cheguei a ir ao Estádio de Alvalade meia dúzia de vezes assistir a grandes exibições do Sporting. Pensarão que um miúdo de cinco anos pode não perceber muito bem aquilo que significa “ser campeão nacional de futebol”, mas com certeza que percebe que é algo que dá muitas alegrias a muita gente. Provavelmente, terei pensado que “era giro” poder fazer parte da festa; ou então terei pensado que gritar e bater palmas por o Sporting ter ganhado era algo que parecia simples de mais para trazer tanta alegria. Aquilo em que terei pensado não será relevante, o importante é que foi graças a esse título que percebi a magia que é ser campeão – ainda hoje guardo com carinho a camisola de Peter Schmeichel, que vestia orgulhosamente sempre que ia ao estádio. No ano seguinte assisti ao vivo à maioria dos jogos em casa – coisa que agradeço muito ao meu pai -, mas infelizmente a época não correu tão bem como a anterior.

"Primeira camisola que vesti. Desde então levei sempre o Sporting comigo, para onde quer que fosse"
“Primeira camisola que vesti. Desde então levei sempre o Sporting comigo, para onde quer que fosse”

Dois anos depois – desta vez tinha eu sete anos e compreendia muito melhor aquilo que era o futebol -, voltámos a conquistar o título de Campeão Nacional de Futebol (2001/2002). Lembro-me muito bem dessa época e, em concreto, do dia em que saí de casa para ir festejar na rua um título do Sporting, rodeado de buzinadelas provenientes de carros repletos de sportinguistas eufóricos que festejavam a conquista de mais um troféu. Foi até hoje o único título de campeão nacional que festejei dessa forma, é verdade, mas não tenho vergonha de que assim seja. Já lá vão doze anos, mas o Sporting contou sempre com o meu apoio, mesmo que não concordasse com a maneira como as coisas estavam a ser feitas no clube do meu coração. E é nestas alturas que se vê não só a grandeza dum clube mas também a dos seus adeptos e da sua massa associativa. Apoiar quando as coisas correm bem é fácil, mas fazê-lo quando correm mal é algo muito mais difícil. Ao longo destes doze anos, perdemos uma final europeia a jogar em casa; chegámos às meias-finais da Liga Europa, merecendo chegar à final; lutámos pelo título até ao final por quatro vezes, merecendo ganhá-lo por duas delas; conquistámos duas Taças de Portugal e duas Supertaças Cândido de Oliveira; e fizemos a pior época da nossa História. É certo que não é suficiente para o Sporting, mas a verdade é que durante estes doze anos nunca chegámos a ser verdadeiramente o Sporting que eu conheci e pelo qual me apaixonei. Mas esse há-de voltar, não tenho dúvidas.

Sempre acreditei no Sporting, ainda hoje acredito e com mais convicção. Os sportinguistas passaram por momentos difíceis mas isso serviu para unir mais os adeptos, que nunca retiraram o apoio ao seu clube. E assim aconteceu comigo; não fugi à regra e, depois destes doze anos, solidifiquei a paixão que nutro por este meu clube. O apoio da minha parte foi incondicional, assim como o de grande parte dos sportinguistas. E é por isso que merecemos ser recompensados – e sê-lo-emos em breve. Foi juntos que passámos por esta má fase, será também juntos que a iremos superar. Estamos a crescer e em breve chegaremos ao topo. A diferença é que desta vez será muito difícil tirar-nos de lá. Tenho muita esperança neste novo Sporting, que se assemelha muito mais àquele que conheci e pelo qual me apaixonei. E acredito que será este novo Sporting quem justificará todas as dificuldades pelas que passámos (os sportinguistas) durante estes doze anos. E quando assim for lá estarei eu, como sempre, a apoiar.

Ao ritmo da oitava vez

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dosaliadosaodragao

Para o adepto portista, num exercício doloroso, já começa a ser impossível não pensar no que foi desperdiçado ao longo de meses e meses com Paulo Fonseca ao leme. Na verdade, agora que olhamos para este FC Porto, surge até o ensejo de, numa perspectiva jurídica bastante redutora, requerer uma indemnização por lucros cessantes. Tornando apreensível, significaria responsabilizar Paulo Fonseca pelo rendimento que a vítima (FC Porto) deixou de auferir (ganhar) devido à ocorrência de dano (a sua gestão).

Esta doutrina espalha-se por cada vez mais adeptos portistas e tem uma razão de ser: o FC Porto dos últimos jogos. Mesmo que a equipa não seja ainda brilhante (e isso, com franqueza, seria pedir demais), ela revela-se hoje muito mais organizada, compacta e coesa; mais, Luís Castro devolveu-lhe algum daquele poder de fogo e rasgo tão associados ao Dragão, e ressuscitou alguns jogadores, que surgem hoje muito mais confortáveis nos tapetes relvados das mais diversas competições.

Todas estas pequenas conclusões são (também) fruto do confronto diante do Benfica, mas muito para além disso… Com uma mensagem forte e impositiva, para dentro e para fora, Luís Castro arrumou a casa e cerrou fileiras. Devolveu o conjunto azul-e-branco à sua matriz histórica (um 4-3-3 com um único pivot defensivo) e, com isso, devolveu também alguns jogadores às suas posições originárias, com tarefas perfeitamente definidas e inteligíveis para os mesmos. À cabeça, Fernando e Defour – o primeiro voltou ser dono e senhor do espaço entre a defesa e o meio-campo, com à-vontade para soltar os seus tentáculos e dar equilibro à equipa; o segundo foi o maior beneficiado com a mudança no comando técnico, captando aquilo que Luís Castro queria de si, qual dínamo, principalmente quando a equipa não tem bola e necessita de um elemento que pressione em todo o terreno.

Depois – estendendo a análise até ao jogo de ontem – percebemos que Fabiano nada a fica a dever a Helton (ânimo, Capitão!), e que Diego Reyes será um caso sério (como há muito já o digo) assim que ganhe dimensão física e os níveis de maturidade atinjam outros patamares. Mesmo elementos como Herrera (bom jogo na noite de ontem, dando uma profundidade ao meio-campo de que este continua a carecer), Ghilas (muito trapalhão diante do Benfica, mas com uma enorme capacidade de combate e faro de golo) e Quintero (compensa em magia e a qualidade técnica a falta de consistência e intensidade que ainda denota) têm de aproveitar o momento para, conhecendo os maiores palcos e desafios, crescerem e maturarem, tornando-se verdadeiros reforços para o que virá na próxima temporada. E quão injusto seria se não deixasse ainda uma palavra a Mangala (um verdadeiro capitão, enquanto isso signifique alguém que assume, comanda e sofre por uma causa), Quaresma (o melhor tratador da bola do futebol português) e Jackson Martínez (um golo e variados pormenores de classe mundial).

Uma noite ao ritmo de cha cha cha  Fonte: talentspy.tumblr.com
Uma noite ao ritmo de cha cha cha
Fonte: talentspy.tumblr.com

Entrando no relvado do maior clássico do futebol português, o que fez, realmente, a diferença foi a crença e a vontade. O FC Porto, desafiando-se a si mesmo, entrou com todas as ganas e encostou, desde cedo e por muito tempo, o Benfica às cordas. Marcou, desperdiçou, dominou e, quando tal não foi possível, controlou as operações, impondo uma derrota por 1-0 que, fossem outros os níveis de eficácia (e também de sorte), poderia ter chegado a outros números. Em suma, bateu o Benfica de Jorge Jesus pela oitava vez – e isto é um facto.

Não deixa de merecer alguma reflexão, creio eu, o facto de Jesus ter modificado 5/6 peças na sua estrutura-base para vir jogar… ao Dragão – ainda que, somando os minutos de todos os 28 jogadores utilizados no Clássico, os atletas do Benfica apresentem muito mais tempo de jogo na equipa ‘A’ do que os seus adversários (mais um facto). No entanto, as tais alterações promovidas por Jesus reflectem o pensamento actual do Benfica: o campeonato não é uma prioridade, é mesmo uma obsessão, e vencê-lo tornará, desde logo, a temporada em vitoriosa, independentemente do que aconteça em todas as outras competições em que está envolvido. Não deixa de ser um status quo interessante e que reflecte, de certa forma, os níveis de ambição que a Luz emana face ao “melhor plantel dos últimos 30 anos”.

É impossível não traçar um paralelo com a fantástica época do FC Porto de André Villas-Boas ao comando. Fantástica, porque repleta de vitórias (esmagadoras também) e de conquistas. Quando a poucos dias da 18ª jornada da Liga, e com 8 pontos de vantagem sobre o 2º classificado, o FC Porto recebeu o Benfica para, tal como agora, disputar a 1ª mão da meia-final da Taça de Portugal, Villas-Boas não mudou meia equipa. Apostou nos melhores e até correu mal – Coentrão e Javi estabeleceram o 0-2 que o FC Porto haveria de reverter na 2ª mão. Mas a mensagem era clara: o campeonato estava encaminhado, a Liga Europa também era um objectivo mas a Taça era para ganhar! Mais do que rotação, naquele plantel soube fazer-se rotatividade e uma plena gestão de expectativas. Com os resultados (fantásticos) que a História perpetuou e perpetuará.

O Benfica, com mérito, tem o título na mão – 7 pontos sobre o Sporting (que são 8) e 12 sobre o FC Porto são números ‘irrecuperáveis’ na meia-dúzia de jornadas que faltam para o término do campeonato. Por isso, não deixa de ser estranho que o treinador da equipa encarnada tenha decidido correr o risco que correu no Dragão. Pouco calculado, diria eu; abençoado pela sorte, acrescentaria. De qualquer forma, e a meio da eliminatória, tudo está em aberto. Como todas as competições, à excepção do campeonato. Ainda que Jesus e o Benfica se fechem nele.

Cores

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brasileirao

Cores são boas. É bom quando podemos distinguir todo um esquema cromático no quotidiano. O Clube do qual vos quero falar tem como bandeira três tons principais: o verde, o branco e o vermelho. Estamos a falar do Fluminense Football Club e os apaixonados pelo tricolor bem podem dizer:

– O meu coração tem três cores e todas elas batem intensamente!

Fundado em 1902, pela aristocracia carioca, cedo o Fluminense foi conquistando as bases populares. Foi o primeiro clube carioca, pelo menos a grande nível, que foi criado com o intuito da prática do futebol. Os outros gigantes cariocas – caso do Flamengo, do Vasco da Gama e do Botafogo – tinham a presença muito forte do remo e das regatas olímpicas.

Torcida tricolor ao rubro no Maracanã Fonte: globoesporte.globo.com
Torcida tricolor ao rubro no Maracanã
Fonte: globoesporte.globo.com

Costuma dizer-se que a torcida do Fluminense é mais elitizada que as restantes. Chico Buarque e Gilberto Gil, entre outros, são adeptos confessos do Fluzão. Mas também de gente humilde é formada a base forte do Flu. Ninguém se pode esquecer dos charmosos Fla-Flu, ou da presença de grandes jogadores nos quadros cariocas. Rivelino, Ricardo Gomes, Thiago Silva ou até Fred formam um variado leque de grandes intérpretes… e com títulos palpáveis.

O Tricolor das Laranjeiras – bairro carioca onde nasceu – é tetracampeão brasileiro: 1970 (o último título antes do modelo atual), 1984, 2010 e 2012. Reparemos nas duas últimas datas. Vemos que o Fluminense conseguiu vencer dois títulos nos últimos três anos. Isto significa uma mudança. Porém, no campeonato passado, o Fluminense quase descia de divisão. O que também já acontecera em 2009, para no ano seguinte, ser campeão com o famoso “Time de Guerreiros”. Ainda em termos nacionais, o Fluminense venceu ainda uma Copa do Brasil. E foi o clube mais vezes campeão estadual carioca do século XX. Há apenas uma pecha neste rico palmarés: uma final perdida da Taça dos Libertadores da América com o Liga de Quito. Mas o sonho americano chegará… um dia.

Por cá, o Fluminense inspirou o equipamento do simpático Estrela da Amadora. As listras verticais verdes, brancas e encarnadas conseguiram uma saborosa vitória na final da Taça de 1990. Um título importantíssimo do futebol português.

Os apaixonados pelo Fluzão decerto marcarão presença nas partidas sempre que possam. Isto é, sempre. O amor pelo clube tudo supera. O sonho tricolor ainda não terminou. Ele está aí já ao virar da esquina. Um coração vermelho é bonito. Mas um coração de três cores é um espetáculo que não deixa ninguém indiferente.

Futebol em Londres

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Ora, caro leitor, cá nos encontramos outra vez não é? Quando comecei a escrever este texto a minha disposição era outra, digamos que é a segunda vez que escrevo o mesmo artigo e provavelmente o meu tom amável e bem-disposto é capaz de se ter desvanecido aquando da paragem cerebral (artificial) do meu word que deitou o artigo às… urtigas. Afinal ainda estou cheio de piadas, cuidado.

A minha ausência dos textos de opinião do Bola na Rede deve-se, em parte, à minha recente visita à capital inglesa. Londres é uma cidade diferente, se há cidade em que uma pessoa se pode perder, em mais do que um sentido, é esta. Na minha viagem, que a espaços se assemelhou a uma epopeia, tive a sorte de me encontrar na cidade no dia do jogo entre o Chelsea e o Tottenham. E um derby londrino era algo que me despertava mais atenção do que visitar um museu, como devem imaginar. Talvez porque sou estúpido, ou talvez porque o futebol me faz ser assim. O jogo começava às 17 se não me engano, e nós ainda andavamos meio perdidos no centro da cidade quando se deu o apito inicial. Não tínhamos tempo para ver o jogo todo, até porque a nossa vida era outra e em Londres a noite começa e acaba mais cedo. Contudo, conseguimos passar por um pub perto do local onde nos encontravamos e ainda tivemos a oportunidade de assistir ao 2º golo, marcado de penalti pelo Hazard. Explosão de alegria no pub, sorrisos, abraços e muita, muita cerveja a circular, cerveja essa que fez com que eu tivesse que reprimir a vontade de me juntar à festa e alegar a minha eterna paixão à equipa de Mourinho. Algo que até seria mentira, mas para a festa vale quase tudo. Não aconteceu, e a nossa noite acabou por ter outro rumo, um bem engraçado até, mas isso fica para outro dia.

Hazard marcou o segundo golo do Chelsea frente ao Tottenham Fonte: zimbio.com
Hazard marcou o segundo golo do Chelsea frente ao Tottenham
Fonte: zimbio.com

O Chelsea acabou por vencer por 4-0 esse derby, o que foi positivo em dois sentidos; por um lado foi bom porque afundou, ainda mais, um Tottenham em espiral descendente que ainda ia receber o Benfica, por outro lado foi positivo para a equipa do Benfica mas a de Londres que veste de azul. Matic, David Luiz, Ramires e companhia ganharam moral para os jogos que se seguiram, e que moral foi. Apenas em Birmingham frente ao Aston Villa a equipa de Mourinho vacilou, depois disso, uma vitória fácil e expressiva frente ao Galatasaray a contar para a liga dos campeões e no passado fim de semana um massacre digno de bolinha vermelha no canto superior direito frente ao Arsenal. Dois derbys no mesmo mês e a contagem foi até aos 10-0 para o Chelsea. Se o jogo frente ao Tottenham foi impressionante em termos de demonstração de caudal ofensivo o jogo contra o Arsenal nem merece comentários.  Extra-futebol, o final da troca de comentários entre Mourinho e Wenger teve a sua piada visto que o resultado veio dar razão ao português. Pode ser que o Mourinho fique um bocadinho mais arrogante que ele está a precisar e eu gosto dele é assim.

PS: Achei piada à diferença de mentalidades entre os Ingleses e os “tugas”, talvez pela maior diversidade, mais depressa se ouvia falar espanhol que inglês, num dia de derby a vida continuava como se nada se passasse. Cá Lisboa pára para ver um Benfica – Sporting, lá parecia que se estavam a borrifar. Só nos pubs, cafés e afins se viam adeptos.

Kikas Imparável

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cab Surf

Passou-se, no passado fim de semana, na Costa da Caparica, a primeira etapa da Liga Moche, que contou com a presença dos melhores atletas masculinos de todo o país. Com ondas a rondar um metro de altura, o round 1 ficou marcado pela passagem de Vasco Ribeiro, Frederico Morais, Francisco Alves, Nicolau Von Rupp, Marlon Lipke, José Ferreira, Filipe Jervis, Justin Mujica, Gony Zubizarreta, Ruben Gonzalez e dos irmãos Guichard à fase seguinte. Uma vez que a Liga Moche não conta com repescagens, os atletas que foram eliminados logo no primeiro round saíram automaticamente da competição.

Com a subida do vento no início do round 2, as condições tornaram-se um pouco mais complicadas para os atletas, mas ainda assim houve muito surf ao mais alto nível, destacando-se nesta fase os surfistas Vasco Ribeiro e Gony Zubizarreta, uma vez que fizeram os scores mais altos da ronda, 16.50 e 15.25, respetivamente.

O round 3 foi o último a ser realizado no sábado. Com condições bem mais difíceis devido ao forte vento e à maré cheia, Gony Zubizarreta voltou a ser o protagonista. Depois de um excelente score no round 2, agora era a vez de totalizar a sua bateria com um score de 18 pontos, em 20 possíveis. Deste modo, Gony passou em primeiro lugar, ficando em seguida Frederico “Kikas” Morais. Esta ronda ficou marcada também pela eliminação precoce de Felipe Jervis e Francisco Alves, atleta local da Costa da Caparica.

Gony Zibizarreta em acção Fonte: Surftotal.com
Gony Zibizarreta em acção
Fonte: Surftotal.com

No domingo, o sol acordou com preguiça de espreitar. Era, então, o tão desejado dia das finais. Começavam os quartos de final, e agora uma grande mudança acontecia: os heats já não eram constituídos por quatro atletas mas sim por dois, de modo a tornar a prova ainda mais competitiva e renhida.

Primeiro heat na água, e o público já estava completamente excitado por ver uma final antecipada, uma vez que Vasco Ribeiro encontrava pela frente o seu grande amigo Frederico Morais. Kikas acabou por vencer por um triz, visto vez que a diferença pontual foi de 0,55. Deste modo, o surfista da Billabong passou às meias finais com um score de 13.80, e Vasco Ribeiro saiu eliminado com 13.25. A segunda bateria do dia era entre Gony Zubizarreta e David Gonzalez. Gony acabou por levar a melhor, vencendo Ruben com um score total de 14.35. Era agora a vez de José Ferreira defrontar Tomás Fernandes. Com condições mais complicadas, devido ao crescimento das ondas, José Ferreira (12.50) venceu Tomas (8.00), usando o seu surf explosivo. Por fim, tínhamos dois luso-germânicos no mesmo heat. Num lado, encontrava-se o vencedor do Moche capítulo Perfeito, Nicolau Von Rupp, e, do outro lado, o experiente Marlon Likpke, que acabou mesmo por vencer facilmente Nic. Deste modo, Marlon acabou o heat com um score de 16 pontos e Nicolau com 11.50. A derradeira final estava cada vez mais perto, mas primeiro ainda faltava as meias finais. Na primeira, Frederico Morais encontrou pela frente o vencedor do segundo heat dos quartos de final, Gony Zubizarreta. Como já tinha acontecido no round 3, os dois altetas voltaram a encontrar-se, mas, desta vez, Fredericos Morais não entrou com cerimónias, acabando por vencer com um score 14.25. Ainda assim, Gony acabou com um score de 13.75, e saiu da prova satisfeito pelo seu alto rendimento em toda a competição. Na segunda meia final, tínhamos José Ferreira e Marlon Likpe. Numa bateria com pouca ação, o luso-germânico acabou por sair vencedor com um score total de 12.40. José Ferreira acabou com um total de 11 pontos.

Finalmente chegava a grande final, que reunia dois grandes surfistas, Frederico Morais e Marlon Lipke. Numa final bastante disputada e cheia de ação, grandes manobras saíram das pranchas dos dois atletas, e ninguém conseguia escolher um vencedor. Contudo, como apenas um pode vencer, Kikas acabou por se sagrar campeão da primeira etapa da da Liga Moche, com um excelente score de 15.75 pontos. Marlon, apesar da derrota, teve também uma excelente prestação, acabando com um score 15.30 pontos.