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Quaresma e Anderson, a fazer lembrar Lucho e… Janko?

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atodososdesportistas

Ora viva, meus caros (des)Portistas. Esta semana escrevo sobre um assunto que certamente interessa a todos: os ecos de mercado. E, com eles, existem dois nomes que se dizem praticamente certos já para Janeiro: Ricardo Quaresma, que já rescindiu com o Al Ahli, e Anderson, jogador que disse publicamente aceitar baixar o elevado salário para regressar à casa que o lançou no mundo do futebol. Seria o retorno de dois meninos que sempre tiveram o carinho dos adeptos. Seria uma forma de “apaziguar” o ambiente entre massa associativa e equipa técnica. E isso faz-me lembrar a primeira época de Vítor Pereira, em cuja reabertura do mercado o Porto assegurou o regresso de Lucho González e a chegada de um tão aclamado “pinheiro” de área, que era um Janko meio… Manco!

A confirmar-se a entrada destas duas caras, o que Porto podemos esperar? Um Porto mais esclarecido. Um Porto que mesmo teimando em não mudar o duplo pivô defensivo (o que me parece inevitável) terá uma consistência muito maior. Vejamos.

Anderson é um jogador que se “estragou” no Manchester United. Tinha tudo para ser o melhor 10 da Europa e o Sr. Ferguson quis adaptá-lo a médio de transição. Neste Porto, é isso mesmo que faz falta! O fabuloso 10 é agora um muito bom médio de transição, posição que no 2+1 do meio campo portista se sente cada vez mais não existir. Josué só consegue jogar em posições mais adiantadas e a sair das alas para “rasgar” no meio; quanto a Herrera, ainda não se percebeu bem onde se sente mais confortável; Defour decide bem mas é muito lento; e Lucho tem o seu lugar cativo no vértice ofensivo, pois a idade já não permite as correrias de outrora. Anderson encaixa que nem uma luva no esquema. Fernando destrói, Anderson leva a bola (como fazia Moutinho) e Lucho ou os alas decidem.

Anderson / Fonte: photos1.blogger.com
Anderson / Fonte: photos1.blogger.com

No que diz respeito a Quaresma, e mesmo sendo uma incógnita a sua condição física e mental (está há alguns anos arredado dos grandes palcos europeus), será sempre o nosso mágico, aquele que num minuto decide um jogo com uma trivela, uma finta impossível um golo, quando ninguém pensa ser já possível. É o extremo que nós não temos! No passado tivemos Drulovic, Sektioui, Hulk, James e demais jogadores com características explosivas. Este ano falta-nos essa peça no xadrez. Varela é competente, não falha nos momentos chave, mas não é aquele extremo em quem possamos confiar o último lance do jogo ou de quem possamos esperar que “carregue” a equipa às costas. Será Quaresma.

Há, depois, a questão de saber como jogará o Porto caso se confirmem estas duas aquisições. Numa curta resposta acaba-se com a conversa: jogará como o treinador sempre idealizou mas como nunca conseguiu por falta de “mão-de-obra”!

Sendo assim, hipoteticamente falando, teremos um “onze base” perto deste: Helton; Danilo, Mangala, Otamendi/Maicon e Alex Sandro; Fernando, Anderson e Lucho; Quaresma, Varela/Josué e Jackson, contando que Paulo Fonseca não abdicará do seu esquema 1-4-(2+1)-3. Ganha forma, ganha conteúdo, ganha opções! Podemos mudar a forma de jogar simplesmente com a troca entre Varela ou Lucho por Josué, por exemplo. Foi graças à entrada de Lucho há dois anos atrás (sim, também por imenso demérito do Benfica de Jesus) que conseguimos ascender à liderança. Espero não chegar a Janeiro em 2º ou 3º, muito menos espero vir a ter 6 pontos de desvantagem em relação a Benfica ou Sporting, mas a verdade é que precisamos mesmo de um extremo e um médio de transição realmente bons! Chega de “mini-Messis” e “mini-Moutinhos”. Queremos, dentro do financeiramente possível, um Messi e um Moutinho! E esses dois seriam Quaresma e Anderson.

Contudo, sei que não podemos esperar que estes dois façam milagres e achar que por virem já somos campeões. Não, longe disso! Apenas seria uma enorme alegria ter dois filhos pródigos de regresso a casa e certamente veríamos mais qualidade no nosso futebol!

Queremos voltar a ver o nosso ADN em campo, aquele que passou de treinador em treinador: o futebol rápido, curto, de pé para pé, em que, de repente, um mágico vai à linha e mete no avançado ou “rasga” para dentro e dá… GOLO!

Isto é poesia, e nós estamos habituados aos melhores poetas!

Será que o virar do ano será também o virar de um ciclo de exibições menos conseguidas? Esperemos que sim!

Até à próxima, saudações (des)Portistas.

[box type=”info”] Este texto não foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico[/box]

Balanço final

futebol nacional cabeçalho

A Liga Europa terminou e com ela a participação das equipas portuguesas presentes na fase de grupos. Este ano, Portugal fez representar-se nesta fase por dois estreantes, Estoril e Paços de Ferreira, e por um regressado, Vitória SC. Nenhum conseguiu passar a fase de grupos e podemos dizer que a última jornada resume um pouco o que foi a campanha de cada um.

Rui Miguel foi o autor do único golo pacense na Liga Europa http://pt.uefa.com
Rui Miguel foi o autor do único golo pacense na Liga Europa
Fonte: UEFA.com

Paços de Ferreira – O Paços de Ferreira calhou num grupo difícil. Fiorentina e Dnipro eram os favoritos à passagem do grupo, sendo muito mais fortes do que Paços e Pandurii. Aos castores restava deixarem uma boa imagem na Liga Europa. O último jogo, um empate a 0-0 no terreno do Pandurii, resume a campanha europeia do Paços de Ferreira: um Paços de Ferreira fraco, sem ideias, que foi dominado pelo adversário, o Pandurii, que está à altura da maioria das equipas portuguesas, à imagem dos outros jogos. Apesar de ter acabado em 3º lugar, os números mostram como foi a participação pacense. Com apenas 3 pontos e um golo marcado, o Paços tem como ponto positivo o facto de não ter acabado em último lugar. Para esta fraca campanha muito contribuiu o complicado início de época. Um calendário onde jogou com Zenit, SC Braga, Benfica, Porto, e que abalou e muito a confiança da equipa. A juntar a isto, um treinador sem experiência, desde cedo sem o apoio dos adeptos e um plantel quase novo. Se a missão já era difícil, ainda mais ficou. Ao Paços pedia-se mais a nível exibicional, principalmente nos jogos com o Pandurii.

Estoril – Outro estreante, o Estoril tinha um grupo um pouco mais acessível, com Sevilha, Freiburg e Slovan Liberec. A boa forma que o Estoril mostrava dentro de campo fazia prever que seria possível lutar pela próxima fase. No final, os canarinhos acabaram com 3 pontos e em último lugar, mas saíram de cabeça erguida. O que falhou? A pouca experiência a este nível e algum azar. O Estoril teve jogos onde fez boas exibições mas pecou na finalização, sendo o jogo em casa com o Freiburg (jogo decisivo para a qualificação) o maior exemplo disso, tantas foram as oportunidades falhadas. Ficou a faltar uma vitória, mas fica a certeza de que os canarinhos têm condições para voltar e fazer melhor.

O conjunto treinado por Rui Vitória esteve próximo de passar a fase de grupos http://cdn.controlinveste.pt
O conjunto treinado por Rui Vitória esteve próximo de passar a fase de grupos
Fonte: controlinveste.pt

Vitória SC – O Vitória foi a equipa que mais prometeu nesta Liga Europa. Depois de um bom arranque (uma goleada ao Rijeka e um empate em Lyon), o Vitória parecia bem encaminhado para o apuramento. Mas o duplo confronto com o Bétis comprometeu a qualificação. Em Sevilha, os minhotos realizaram uma boa exibição mas perderam, num jogo onde Rui Vitória pode queixar-se de um penalty não assinalado, quando estava 0-0. Em Guimarães, um golo dos espanhóis no último minuto deitou por terra as aspirações dos vimaranenses, que, no jogo a seguir, no terreno do Rijeka, empataram e confirmaram o adeus à Liga Europa. No último jogo, o Vitória esteve a ganhar ao Lyon, mas perdeu por 2-1. Um jogo que mostra como foi a aventura europeia: os vimaranenses tiveram na mão tudo para serem bem-sucedidos mas, por imaturidade e ainda pouca experiência a este nível, falharam.

Nenhuma das três equipas conseguiu passar, mas conseguiram ganhar experiência e obter alguns bons resultados. Que seja um “até já” à Liga Europa, pois ficou provado que, com mais experiência europeia, estas equipas poderiam fazer mais.

A vez das flechas

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De acordo com o nosso exercício mental de percorrer as posições dos atletas em campo, só nos faltava uma colocação: o ala. Rápidos como setas disparadas por arcos, estes são – regra geral – os jogadores mais céleres na quadra.

Voluntariosos e altruístas, os extremos (outro nome possível para a posição) jogam mais nas pontas. Podem ajudar o base noutro tipo de tarefas, quer defensivas quer ofensivas, mas também podem ter um papel mais proativo no ataque, desempenhando a vez de marcadores de cestos importantes: duplos e triplos. Autênticos ratinhos atómicos, pede-se sabedoria na hora da decisão e a não precipitação em lances de velocidade corrida, pois o espaço é pequeno e ao mínimo erro a bola pode passar para mãos alheias, sempre indesejáveis na procura da vitória.

Ala, um velocípede desportos.colorir.com
Ala, um velocípede
desportos.colorir.com

Como num concurso de tiro com arco na Idade Medieval; os alas são assim mesmo. Com uma velocidade Furiosa (onde é que já ouvi este nome antes?), são lestos na direção dos pontos. Também tal e qual como na Idade Média, a que muitos historiadores insistem em chamar Idade das Trevas, são guerreiros incansáveis, de armadura, escudo e sica.

Dizem que o período compreendido entre a queda do Império Romano do Ocidente, no século V, e o início da Idade Moderna (século XV) foi uma noite de dez séculos. Não creio. Aliás, nem partilho da ideia. Se houve a (dura) Inquisição, os três males – “da fome, da peste e da guerra, Livrai-nos, Senhor!” – e tantas outras coisas, também houve uma luz nesta noite escura. Inspirou Tolkien com a sua Terra Média. Havia as Romarias e Confrarias, Cantigas de Amigo e Trovadores, mas… muito mais importante foi a musa para este artigo que tive o prazer de escrever para vós. Vivam os alas!

“Nunca diria que não à Selecção”

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Fernando Santos esteve, ontem, na Escola Superior de Comunicação Social para uma entrevista ao programa “Bola na Rede”, onde abordou vários temas em destaque relacionados com a sua carreira.

O actual selecionador grego reforçou as responsabilidades de treinar uma equipa no Mundial, dizendo mesmo que “a selecção grega leva atrás de si um país, uma bandeira e tem de ter noção dessa responsabilidade”. O objectivo será passar à fase seguinte num grupo que considera “aberto”, onde todos têm chances. A sua aposta para vencedor do Mundial é o Brasil, devido, não só à qualidade dos jogadores, mas também ao factor casa. Ainda assim, a final de sonho seria entre Portugal e a Grécia. Quanto à selecção portuguesa, Fernando Santos, quando questionado sobre a possibilidade de treinar Portugal, afirmou que “nunca diria que não à selecção”, mas que não espera pelo convite e deseja o maior dos sucessos para Paulo Bento e Portugal, selecção, que, para o técnico, está numa segunda linha de favoritos à conquista do Mundial.

Fernando Santos à conversa com o Bola na Rede
Fernando Santos à conversa com o Bola na Rede

A passagem pelos três grandes também foi recordada. Do FC Porto, guarda a memória de um clube organizado, com a melhor estrutura e relembra o fatídico jogo com o Bayern de Munique em 1999 para a Liga dos Campeões. Do Sporting, recorda o “fantástico” grupo de trabalho e o polémico jogo com o Boavista, sobre o qual afirma que “se tivesse ganho, provavelmente teria sido campeão e talvez não estivesse agora na Grécia, mas sim ainda no Sporting”. No Benfica, a grande questão foi o motivo da sua saída à primeira jornada do campeonato em 2007/2008, depois de, na época anterior, ter lutado até ao fim pelo título. Fernando Santos sente que saiu do Benfica quando afirmou “que a saída do Simão era um pesadelo”, tendo-se na altura sentindo bastante magoado com Luís Filipe Vieira.

A conversa focou-se também na sua experiência no campeonato grego, sendo que AEK e PAOK deixaram uma marca especial no seu coração. O adversário do Benfica na Liga Europa (PAOK) é, para Fernando Santos, “a única equipa que consegue fazer frente ao Olympiakos na Grécia” e tem “o pior estádio para se jogar” devido à sua grande massa adepta. O eleito treinador da década na Grécia não se considera idolatrado pelos gregos, mas sim muito respeitado por todos.

Para concluir, Fernando Santos diz que tem saudades de treinar um clube, dos treinos diários, e que tem o desejo de voltar a ser campeão. Em Portugal? “ Porque não?” respondeu.

A entrevista estará disponível hoje, na íntegra, no nosso site
A entrevista estará disponível hoje, na íntegra, no nosso site

A entrevista conduzida por Mário Cagica Oliveira e comentada por Daniel Cachola (SLB), Francisco Manuel Reis (FCP) e Rui Miguel Pereira (SCP) estará disponível ainda hoje no site do Bola na Rede.

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PAOK. É essa a sigla pela qual responde o Panthessalonikeios Athlitikos Omilos Konstantinoupoliton. Não deixando que o supracitado e deliciosamente pronunciável nome nos distraia, é esse o adversário que será servido ao Benfica como appetizer nesta nova caminhada, de faca e garfo, pela Liga Europa. Falta saber se seremos capazes de, em semelhança ao ano passado, chamar “petisco” a todos os emblemas que pela frente nos forem aparecendo. Se dúvidas há, é porque as recentes exibições caseiras vão até agora sabendo a pouco – ou a fuckin’ shit, se formos o Gordon Ramsay e estivermos a falar dos confrontos contra Arouca e Olhanense.

Vale a pena reflectir sobre o que tem falhado? Ou é chover sobre o molhado? Cagar o babete com ainda mais lágrimas e ranho? Já não há serviço de limpeza que nos safe. Nem equipa de desratização que nos valha em tamanho desacerto. Porque quando os tachos, as frigideiras, as facas, os aventais e os serviços de mesa não mudam e o restaurante continua a servir “merdinha”…das duas, uma: ou vem a ASAE e dá a machadada final ou o dono tem o bom senso de não fazer mais ninguém passar a noite junto à sanita. Ou ainda, se quiserem incluir a instituição Sport Lisboa e Benfica na metáfora em causa, inventa-se uma terceira via que se limita a fechar os olhos a toda a matéria fecal que se vai produzindo, reproduzindo e arrastando em campo. Como se, mais tarde ou mais cedo, milhões de fine dinners (aka adeptos encarnados espalhados pelo mundo fora) não deixassem de molhar o pão na sua sopinha quando as águias jogam. Trocando por miúdos: esperem a contínua descida de venda de bilhetes tanto em casa como fora e, com ou sem truques de bastidores – ver o artigo do Francisco Vaz de Miranda –, esperem também que a Benfica TV perca terreno para a anteriormente odiada Sport TV. Neste momento? Neste momento eu até mais rápido via o Clube Desportivo Palhavã a dar tareia no Sporting na final da Taça de Honra da Associação de Futebol de Lisboa…na RTP Memória…em 1917! É que este Benfica é tão mau que deu toda uma outra dimensão e força à expressão “muda mas é para a bola”. Façam antes outra coisa: mudem mesmo. Por inteiro.

Enzo Pérez, um dos poucos com direito a sofrer / Fonte: emjogo.blogs.sapo.pt
Enzo Pérez, um dos poucos com direito a sofrer
Fonte: emjogo.blogs.sapo.pt

A gestão deste meu clube é pior do que a de qualquer restaurante que tenha passado pelo “Kitchen Nightmares”. Valha-nos a Bolsa. Mas a Bolsa não controla um passivo que se arranja e desarranja com a entrada de 22 jogadores em Agosto. Deve ser do calor. E quem saiu para equilibrar as contas? Essa é a melhor parte: Hugo Vieira – o “talento indispensável” que durou época e meia e jogou meia-dúzia de jogos –, Luisinho – coitado que nem teve tempo de conhecer o estádio por inteiro –, Rodrigo Mora – ainda cá andava este?! –, Roderick Miranda – só mesmo para o Kelvin dormir ainda mais contente todas as noites aos pés do Pinto da Costa –, Shaffer – nem comento –, Nolito – és tão inteligente, mister… – e Miguel Vítor, entre outros. Vou optar por nem tecer mais considerações porque para benfiquista desiludido e com temor, meio conjunto de maus jogadores basta.

Aproveitemos então a referência a Miguel Vítor e falemos daquele que será o adversário dos encarnados na Europa: os gregos que habitam em Salónica, na Toumba – nome do seu estádio. Gregos esses que hoje contam com o nosso antigo defesa centro. Defesa esse que, em 27 jogos disputados em todas as competições, entrou num total de 20. E fez ainda 5 golos. Um pouco à frente do português anda normalmente o inesquecível Kostas Katsouranis, que fez 23 jogos e apontou dois tentos. Ora, a primeira pergunta é simples: daqui a umas boas semanas voltamos a cortar os nossos próprios dedos na deslocação à Grécia ou seremos finalmente capazes de pôr a cereja no topo do (sensaborão) bolo? A segunda é preocupante: papamos ou não papamos um clube que não tem sequer hipóteses de ser campeão no seu país? A terceira pode levar à loucura: levamos ou não levamos de/na bandeja uma formação que tem como titulares dois antigos jogadores que o Benfica não teve propriamente grande dificuldade em ver partir?

Sentem-se. A comida está servida.

É época natalícia no Dragão

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A uma semana do Natal, presentes são pensados, idealizados e comprados; no Porto começam a ser dados os primeiros passos para um bom Natal em família.

Começando pela Liga

O Porto não fez um excelente jogo contra o Rio Ave nem está num patamar exibicional brutal, de todo; aquilo que critico mais nos adeptos de outros clubes é a ânsia de começar a achar que as equipas “digivoluiram” de um momento para o outro, e isso não faço. O Porto está fraco ainda, continua a depender em demasia de Danilo e Alex Sandro (os grandes desequilibradores desta equipa), mas pelo menos um outrora peão na equipa B começa a assumir-se no plantel principal do Porto – Carlos Eduardo, um falso 10, que provou numa excelente 2ª parte com o Braga ser uma opção para esta equipa.

O triângulo inverteu? É a pergunta cuja resposta todos os adeptos querem saber. Nunca antes no futebol português se falou tanto de tal figura geométrica; de repente, todos passámos a ser analistas técnico-tácticos de futebol, argumentando factos geométricos para explicar o insucesso do actual Futebol Clube do Porto. Aparentemente sim, inverteu (de 2-1 para 1-2). Fernando foi pivot defensivo e Lucho e Carlos Eduardo os médios interiores, com este segundo a assumir um papel de um falso 10, aparecendo no centro e nas alas com uma polivalência e técnica impressionantes, prometendo muito para esta equipa.

De realçar a ausência na convocatória de Quintero (sendo convocado para o jogo da B contra o Atlético), um elemento que neste “novo” sistema de jogo de Paulo Fonseca poderia lutar pelo lugar com Carlos Eduardo, neste momento assumidamente titular no Futebol Clube de Porto. Realço também a excelente entrada de Kelvin em campo, tendo tido uma entrada gradual no plantel (começou na B, tem sido convocado ultimamente e jogou cerca de 20 minutos contra o Rio Ave) e assumindo-se cada vez mais como uma hipótese (à frente de Ricardo, por exemplo, mas ainda atrás de Licá, que continua a merecer a confiança do treinador – presumo que deva treinar bem e esforçadamente…).

Jackson Martinez tem sido o grande artilheiro do Porto Fonte:Maisfutebol.iol.pt
Jackson Martinez tem sido o grande artilheiro do Porto
Fonte:Maisfutebol.iol.pt

Liga Europa

Entre vários pequenos tubarões da Europa, acaba por calhar ao Porto uma equipa acessível, de seu nome Eintracht Frankfurt. Esta equipa alemã é a actual 15ª classificada da Bundesliga, muito longe do valor das principais equipas alemãs (este ano já perdeu fora por 6-1 com Hertha de Berlim para a Bundesliga e por 4-1 com o Maccabi Tel Aviv), tendo até ao momento oito derrotas, cinco empates e apenas três vitórias na principal liga de futebol alemã.

A primeira mão joga-se no Dragão e talvez seja essa a única desvantagem para este Porto, que é, a meu ver, a par de Benfica, Juventus, Nápoles e Tottenham, um dos favoritos para sair de Turim com o troféu. De salientar ainda que, ao passar estes dezasseisavos de final, o Porto irá apanhar o vencedor do jogo entre Nápoles e Swansea City, sendo que para muitos a equipa italiana é a grande favorita a vencer a Liga Europa (não esquecer que Nápoles fez doze pontos na fase de grupos da Champions e mesmo assim não passou) e a grande fava que poderia calhar às equipas portuguesas.

 

A passagem de ano não chega depois do Natal

Depois do Natal há Sporting-Porto, todos sabemos. Eu sou um apologista de que esta competição está claramente a mais no panorama nacional de futebol, daí querer uma equipa constituída por jogadores menos regulares no Porto contra um Sporting que aparenta ser grande mas que está a competir unicamente em duas frentes.

Não vai acontecer, mas gostava de ver finalmente Ghilas a jogar mais de 10 minutos, Kelvin a ter uma oportunidade clara de mostrar o seu valor, de ver Quintero a poder finalmente provar o seu talento, e até, quem sabe, de ver Reyes a marcar Montero.

Para a semana irei falar dos presentes que o Porto irá receber, assim como dos presentes que vai (ou devia) vender ou emprestar a outros clubes. Até lá, esperar que no fim-de-semana se cante no estádio do Dragão “A todos um bom Natal”, com uma boa exibição para adeptos que não estão de todo habituados a derrotas nem empates – se possível com triângulo 1-2 com Fernando, Lucho e Carlos Eduardo, e com Kelvin em vez de Licá.

Notas Soltas

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1. Hart e Casillas são suplentes em vésperas do Mundial 2014.
Quem diria. Depois de, na última época, Mourinho ter abdicado do titular da selecção espanhola, nesta temporada foi Pellegrini a prescindir do dono da baliza inglesa. Contudo, parece-me que há uma grande diferença. Diego López é um guarda-redes à altura do Real Madrid, mas tenho sérias dúvidas de que Pantilimon – muito limitado, como se viu no jogo com o Arsenal – seja o guardião de que o City precisa. A grande questão é saber o que farão Hodgson e Del Bosque. Não creio que, a tão pouco tempo do Mundial, alterem as respectivas opções.

2. Giuseppe Rossi, “o renascido”.
Regressado de lesão (esteve de fora durante toda a época passada), o avançado italiano da Fiorentina está a realizar uma temporada excepcional, sendo neste momento o melhor marcador da Serie A, com 13 golos apontados. É um jogador extremamente astuto na desmarcação, com um excelente sentido de baliza e uma tremenda eficácia na finalização, sobretudo com o seu pé esquerdo. Está a voltar ao nível que exibiu no Villarreal e, com apenas 26 anos, tem ainda muito para dar.

Rossi não pára de facturar / Fonte: liberofootball.co.uk
Rossi não pára de facturar / Fonte: liberofootball.co.uk

3. Bayern passeia na Bundesliga.
Nada que surpreenda, tendo em conta a evidente superioridade em relação aos restantes adversários. Ainda antes do Natal, os bávaros têm o título praticamente na mão. A equipa de Guardiola tem uma confortável vantagem de 7 pontos para o segundo classificado, o Bayer Leverkusen, que sofreu uma inesperada derrota na recepção ao Ein.Frankfurt. O Dortmund tem desiludido e está a 12 pontos do líder. À partida, a tarefa do Borussia na luta pelo título já era extremamente complicada, mas agora é quase impossível. Apesar das contratações de Mkhitaryan e Aubameyang, o plantel que Klopp tem à disposição – que tem sido bastante afectado por lesões – não chega para ombrear com o Bayern, sobretudo por falta de qualidade no banco.

4. Finalmente, James!
O colombiano começa a justificar o valor de 45 milhões de euros investidos pelo Mónaco na sua contratação. “El Bandido” está claramente em subida de forma, somando boas exibições e aproveitando a ausência de Falcao para se assumir como a principal referência da equipa. Na última jornada foi o melhor em campo na vitória do emblema do Principado no terreno do Guingamp (0-2), assistindo para os golos de Martial – jovem avançado de apenas 18 anos – e Kurzawa. Quem está longe daquilo que pode render é João Moutinho. Na sua primeira experiência no estrangeiro, o médio português ainda não conseguiu atingir a regularidade exibicional que o caracterizava.

James está finalmente a mostrar o seu futebol / Fonte: zimbio.com
James está finalmente a mostrar o seu futebol / Fonte: zimbio.com

5. Davy Klaassen e Lucas Piazón.
Os dois jogadores têm sido as principais figuras de uma Eredivisie recheada de talentos. O médio holandês do Ajax, de apenas 20 anos, nem começou a época como titular, mas rapidamente ganhou o seu espaço na equipa orientada por Frank de Boer. É, neste momento, o melhor marcador dos lanceiros, com o excelente registo de 7 golos em 9 jogos. Para além da capacidade de aparecer em zonas de finalização, o jovem que tem vindo a actuar como interior direito tem surpreendido pela qualidade técnica e por um poder de decisão muito acima da média. Ainda com uma margem de progressão enorme, Klaassen pode ser mais um craque a sair da escola de formação do Ajax. No surpreendente líder do campeonato holandês, o Chelsea B… perdão, o Vitesse, vai brilhando Lucas Piazón. Emprestado pelos blues (como Atsu, Van Aanholt, Cuevas e Hutchinson), o brasileiro está a aproveitar da melhor maneira a oportunidade, contribuindo com golos – já são 10 – e muitas assistências. Embora seja um médio ofensivo de origem (também pode actuar como segundo avançado), tem jogado descaído sobre a ala esquerda, destacando-se pela qualidade no transporte de bola e pela facilidade de remate. Dono de um potencial enorme, veremos se conseguirá conquistar um lugar no plantel londrino para a próxima temporada.

6. Dois laterais-esquerdos em grande forma: Ricardo Rodríguez e Alberto Moreno.
Numa posição em que as opções de qualidades não abundam, os jogadores de Wolfsburgo e Sevilha, respectivamente, são valores seguros para o futuro. Aos 21 anos, o suíço apresenta uma maturidade impressionante. É um lateral moderno e muito completo: competente defensivamente, dá muita profundidade ao flanco e mostra inteligência no capítulo da decisão; para além disso, é exímio na cobrança de bolas paradas. O espanhol, de 20 anos, está a confirmar as boas indicações que deixou no último Europeu de Sub-21. É mais forte em termos ofensivos (dá bastante apoio ao extremo), mas raramente compromete a nível defensivo. A curto prazo, ambos deverão estar nos grandes palcos do futebol europeu.

O Bom, o Mau e os Cães

cab futebol feminino

O campeonato nacional feminino de futebol vai sensivelmente a dois terços da fase regular. Esta é aquela infame altura em que, por muito que ninguém queira fazer quaisquer comentários ou previsões, há coisas que começam a evidenciar-se. Como não temo quaisquer represálias por me enganar, avanço aqui com algumas opiniões/conclusões/previsões sobre aquilo que tenho acompanhado do campeonato nacional feminino desta temporada:

A supremacia do A-dos-Francos

Só muito dificilmente é que as atletas das Caldas da Rainha não se sagrarão campeãs femininas na presente época. Com uma estrutura impecavelmente montada, a equipa recém-promovida, treinada por Paulo Sousa, não tem dado hipóteses no seu assalto ao título. Os números falam por si. Onze vitórias em 12 jogos, defesa menos batida do campeonato, com apenas oito golos sofridos, segundo melhor ataque, com 36 golos marcados (o Ouriense tem 37). Assim fica difícil. É que poderia dar-se o caso de o A-dos-Francos apenas demonstrar consistência em termos de resultados, e mostrar sinais de cansaço físico ou incapacidade de gerir a liderança. Mas não. Líderes praticamente desde o início, esta equipa tem provado a tudo e todos que está aqui para vencer, não obstante a sua condição de recém-promovida. À passagem da 12º jornada, um encontro no mínimo especial – A-dos-Francos contra 1º Dezembro. O presente líder contra o antigo gigante, agora moribundo. Aceitam-se apostas? Vitória por 4 a 0 da equipa da casa, depois de uma primeira meia hora algo equilibrada, mas que depressa se tornou numa goleada. Tirar esta equipa do poleiro torna-se cada vez mais uma tarefa hercúlea; desconfio sinceramente de que ninguém a vai conseguir concretizar. E convenhamos que, a confirmar-se esta teoria, pelo que se viu até agora, o A-dos-Francos é um justíssimo campeão.

A-dos-Francos segue imparável – nova goleada, frente ao lanterna vermelha 1º Dezembro Fonte: http://futebolfemininoportugal.com/
A-dos-Francos segue imparável – nova goleada, frente ao lanterna vermelha 1º Dezembro
Fonte: http://futebolfemininoportugal.com/

1º Dezembro com um pé fora da 1º Divisão

“Mas, espera lá, esta não era aquela equipa que tinha sido campeã por 11 épocas consecutivas?”, pode pensar o leitor mais distraído. Era, pois. Mas o tempo verbal é mesmo esse – era. Uma verdadeira sombra daquilo que em tempos foi. Com 12 jornadas passadas, a equipa de Sintra ainda não conseguiu vencer um único encontro. Apostar que um antigo titã do futebol feminino vai descer de divisão pode parecer arriscado, em especial quando ainda tem 16 jogos pela frente (seis da fase regular, mais 10 da fase de manutenção, assumindo que fica nessa fase). No entanto, volto a repetir – 12 jogos e zero vitórias é mau de mais. Aqui, convém relembrar que esta equipa do 1º Dezembro não é a mesma que a de épocas transactas. Como afirma o Presidente do clube, as dificuldades financeiras e a saída de muitas jogadoras para outras equipas condicionaram – e de que forma – a prestação do antigo gigante feminino nesta temporada. No entanto, e ainda que tudo seja possível, a haver um candidato à despromoção, o 1º de Dezembro é, nesta altura, o top contender.

Após 11 anos enquanto campeão, o 1º de Dezembro arrisca-se a descer de divisão Fonte: www.futebolfemininoportugal.com
Após 11 anos enquanto campeão, o 1º de Dezembro arrisca-se a descer de divisão
Fonte: www.futebolfemininoportugal.com

Clube Albergaria, the King Slayer

A única equipa que até à data conseguiu derrotar o A-dos-Francos recebeu o Atlético Ouriense e… voltou a fazer das suas. Vitória por 3 a 1 frente ao segundo classificado, que não conseguiu desta forma aproveitar a escorregadela do líder. As atletas do Albergaria estão a 11 pontos do A-dos-Francos, é certo, mas, se continuarem a impor derrotas aos primeiros classificados, podem muito bem vir a surpreender na fase de apuramento de campeão. Isto, é claro, se lá chegarem, tarefa que se adivinha bastante difícil…

Fase de apuramento de campeão – sete cães a um osso

Vá, não são sete cães nem é apenas um osso – era só uma força de expressão. No máximo, seriam quatro cães a três ossos. Passo a explicar: apenas quatro equipas vão disputar a fase de apuramento de campeão. E, se o A-dos-Francos parece já ter bilhete reservado, o mesmo não se pode dizer de qualquer outra equipa. Clube Albergaria e Vilaverdense têm neste momento 22 pontos cada, e seguem respectivamente no 4º e 5º lugar da tabela classificativa. Com 24 e 23 pontos, ainda que com um jogo em atraso, estão o Atlético Ouriense e o Futebol Benfica, na 2º e 3º posição. Não é preciso ser um predestinado matemático para chegar à seguinte conclusão – as últimas seis jornadas vão ser uma autêntica disputa por um lugar ao sol. Que é, como quem diz, um lugar que permite jogar a fase de apuramento de campeão. E atenção – ainda que um pouco mais atrás, Boavista e Valadares Gaia ainda podem ter uma palavra a dizer nesta luta pelos lugares cimeiros. Nenhuma destas quatro equipas quer ser o patinho feio que fica fora da corrida, aquele que morre na praia. A competição vai ser renhida, isso é garantido. Se, depois, qualquer uma destas equipas ainda tiver fôlego para tentar destronar o A-dos-Francos, isso é outra conversa.

Vilaverdense soma a quinta vitória consecutiva ao bater o Cesarense por 4 a 1, e afirma-se como uma das equipas a abater na luta pelos lugares cimeiros da tabela Fotografia: Luís Ribeiro
Vilaverdense soma a quinta vitória consecutiva ao bater o Cesarense por 4 a 1, e afirma-se como uma das equipas a abater na luta pelos lugares cimeiros da tabela
Fotografia: Luís Ribeiro

O Futebol não é matemática, sempre ouvi dizer. E, no campeonato nacional feminino, essa máxima não poderia estar mais presente. Vejamos como correm as últimas seis jornadas da fase regular. Porque se há coisas que começam a ser evidentes, outras são quase impossíveis de prever.

Andebol: O regresso do grande Sporting

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cab andebol

Este título podia destinar-se ao futebol leonino, mas não. Hoje vou falar sobre o andebol do Sporting, que tem vivido tempos conturbados, pelo menos no que toca a ser campeão nacional. Os leões, de resto, não são campeões desde 2000/2001, e os cinco títulos seguidos do Porto fizeram com que os dragões ultrapassassem o Sporting no que a títulos toca nesta modalidade, 18-17.

Depois de vários anos em que se via que a equipa tinha qualidade, mas em que faltava experiência e intensidade, o andebol leonino parece ter atingido os níveis de maturidade necessários para lutar pelo título. Depois de ser terceiro classificado nos últimos três anos, a equipa mostra capacidades para lutar de igual com Porto e Benfica, pelo menos numa prova de regularidade, pois em provas a eliminar não tem havido este problema, como mostram as duas últimas Taças de Portugal, ou a Supertaça conquistada no início deste ano.

Plantel 2013/2014 do Sporting.  Tirado do facebook do clube
Plantel 2013/2014 do Sporting.
Tirado do Facebook do clube

Quarta-feira foi dia de derby, em que Benfica e Sporting defrontaram-se pelo 1º lugar, pois caso o Sporting vencesse ia roubar a liderança às águias, e foi precisamente isso que aconteceu. Depois de três derrotas nos últimos três jogos na Luz, os leões venceram por 30-25, mostrando toda a sua qualidade perante um Benfica muito motivado, pois vinha de uma vitória no Dragão Caixa, algo muito difícil de acontecer, seja em que modalidade for.

Ontem realizou-se a 16ª jornada e o Sporting recebeu o Águas Santas, que apesar de ser 5º classificado, estava apenas a 3 pontos do Sporting. Os leões venceram 31-24 a formação da Maia, mantendo assim a liderança com 43 pontos Com menos um ponto seguem o Benfica e ABC que venceram o Avanca e o Fafe respectivamente. O Porto também venceu no Faial e segue a três pontos, mas com menos um jogo.

A evolução dos leões é clara e todos – mesmo os mais desatentos da modalidade – podem ver, se compararem jogos desta equipa com jogos de temporadas passadas. É também de realçar que o orçamento foi diminuído, tal como em todas as modalidades do Sporting.

Mas não é só nas competições internas que o andebol leonino anda a dar cartas. Depois do brilhante feito do Porto no início do ano, o Sporting conseguiu o feito inédito de uma equipa portuguesa se qualificar para a Fase de Grupos da Taça EHF. Vai ser mais um grande desafio para os verde-brancos, mas que vai servir para os jogadores continuarem a evoluir. Por outro lado, devido ao curto plantel, esta fase de grupos vai acarretar à equipa uma grande sobrecarga de jogos, o que pode prejudicar o campeonato, tal como está a acontecer com o Porto.

É portanto de esperar que o andebol leonino continue o seu desenvolvimento e que continue a dar alegrias aos sportinguistas.

Dez anos de presidência em 4m24s

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Atingiu-se o ponto mais baixo do Vierismo. Entre os compadrios, os negócios estranhos, os ex-funcionários do FC Porto na estrutura do clube e os Cortezes desta vida em campo, a coisa sempre foi andando. Com a conivência e o desleixo dos 83%, claro. Porque os restantes já vêm alertando para esta pouca vergonha há muito tempo atrás. Adiante. No “Benfica 10 horas” (programa do canal do clube) da passada quinta-feira, ligou para lá um sujeito de seu nome Fernando Santos. Num discurso incrivelmente semelhante ao do Pedro Guerra – qual é a função deste escroque no Benfica, mesmo? – começou a lançar para o ar uma série de baboseiras e elogios ao trabalho do Grande Líder. Já não bastava haver um Pedro Guerra, tínhamos ainda de levar com mais lambe-botistas satisfeitos com este estado de coisas? Não, puro engano. O Fernando Santos e o Pedro Guerra não são mais do que a mesma pessoa.

Admito, porém, que os largos traços estéticos do escroque em causa possam levantar dúvidas sobre esse facto. Mas é mesmo isso. Não satisfeito com o excessivo tempo de antena que tem na Benfica TV, onde tão bem exibe a sua subserviência e vazio intelectual, utilizou os nomes do meio – o que o torna ainda mais patético – para se fazer passar por outra pessoa e continuar o seu puxa-saco Vierista. Importa ainda destacar que o senhor Fernando Santos foi o último ouvinte do referido programa. São tudo puras coincidências, com certeza. Qual a credibilidade da Benfica TV depois disto? Quantas e quantas vezes não terão já sido feitas coisas semelhantes? Como as palavras nunca chegarão para classificar este escabroso episódio, aqui fica, antes que a censura tome conta dele:

Poderia dizer que esta situação me mete nojo, mas não seria suficiente. Nem os dicionários se prepararam para a possibilidade da existência e do mediatismo dos Pedros Guerras. Que Benfica é este? É por estes caminhos obscuros, por estes tachos e com estas atitudes desta gentalha que desgoverna o clube que queremos ir? Se nada for feito, se sócios e adeptos continuarem a compactuar com esta lama que gravita em torno do Benfica, onde é que vamos parar? É puro contra-senso falar do Querido Líder e dos Pedros Guerras que invadem o Benfica diariamente num espaço chamado “Benfica à Benfica”.

Mas 83% escolheram este caminho, resta lutar contra isso. A carneirada Vierista guardará este episódio bem longe dessa valiosa coisa que é a memória, com certeza. De resto, isso vem sendo um episódio recorrente da memória selectiva de quem elege e admira gente desta estirpe. Salve-se o betão, “as contas em dia, que nem parecem de um clube português” e as casas do Benfica “de-di-ca-díssimas”. Tendo isso, temos tudo e estaremos cada vez mais perto  de deixar o Benfica apenas para quem o viu antes de 1994. Porque isto é tudo menos Benfica.