Apesar de ainda poder vencer o campeonato e a taça, o Barcelona está a realizar uma época decepcionante. Os catalães apresentaram um nível exibicional muito fraco durante quase toda a temporada e, nesta altura, já se percebeu que a contratação de Tata Martino foi um erro. Ainda assim, o argentino – que deve sair no final da época – não é o único culpado do fracasso. Messi, de quem se espera que carregue a equipa, não foi tão decisivo como habitualmente. O plantel tem algumas limitações (principalmente a nível defensivo) e foi bastante afectado por lesões, o que dificultou a tarefa ao treinador. Há vários jogadores na fase descendente da carreira e sem substitutos à altura. Neste sentido, não se percebe a venda de Thiago, sucessor natural de Xavi, ao Bayern de Munique. Um erro que pode custar caro e que atinge contornos mais graves se pensarmos que os catalães correm o risco de não poder contratar jogadores durante um ano (por irregularidades na inscrição de futebolistas menores).
Não há como negar. Apesar de ainda ser um jogador de grande qualidade, Xavi já não apresenta o mesmo rendimento de outrora. O médio tem vindo a perder influência no conjunto catalão (uma situação natural, tendo em conta que já tem 34 anos) e, neste momento, está longe de justificar a titularidade indiscutível. Se Thiago estivesse no plantel, poderia existir uma rotação saudável, que seria benéfica para ambos. Xavi estaria menos desgastado – e, provavelmente, a jogar a um nível superior – e o actual jogador do Bayern ia conquistando o seu espaço na equipa.
Thiago já não mora em Camp Nou e até já derrotou os catalães esta época Fonte: Getty Images
Como Thiago, há poucos. O hispano-brasileiro, que pode actuar em qualquer posição do meio campo com a mesma qualidade, é um predestinado. Tem uma técnica assombrosa e uma bola que saia dos seus pés vai direitinha ao destino. Há bastante tempo que era apontado como o futuro patrão do Barça e, de facto, tinha todas as condições para assumir esse papel. No entanto, os catalães libertaram-no a troco de 25 milhões de euros. Para além de terem ficado sem um dos maiores talentos saídos da formação nos últimos anos, hipotecaram a renovação da equipa – sem perda de qualidade – no curto prazo.
Xavi é um enorme jogador, mas não dura para sempre. Olhando para o plantel à disposição de Tata Martino, não se consegue identificar um jogador que possa desempenhar as mesmas funções. Fàbregas, que poderia ser uma solução, é actualmente uma sombra daquilo que já foi (um dos melhores médios do mundo) e o seu rendimento é superior quando actua no último terço do terreno. Sergi Roberto é um jovem com imenso potencial, mas, para além de não parecer preparado para substituir Xavi, é um médio com características diferentes.
Será interessante perceber como o Barcelona vai ultrapassar as dificuldades que se adivinham na preparação da próxima época. Já sem Valdés (em princípio não vai renovar) e Puyol (termina a carreira no final da temporada), os catalães vão tentar manter o plantel actual e potenciar ao máximo os jovens da formação. É previsível que os catalães farão regressar Rafinha e Deulofeu, podendo promover as subidas de Denis Suárez, de Adama Traoré e, quem sabe, do marroquino Munir El-Haddadi (melhor jogador da UEFA Youth League) à equipa principal. Contudo, uma coisa é certa: Xavi, que não está a ficar mais novo, continuará sem um substituto à altura. Faltou paciência a Thiago – queria mais minutos – e inteligência aos dirigentes do Barcelona.
Até domingo, o Casino Estoril acolheu uma fantástica produção que privilegiou a divulgação do snooker (finalmente deixa de ser só futebol). Com o tão aguardado Campeonato do Mundo à porta – tem início no sábado (19) e o campeão será decidido no dia 5 de maio no Crucible Theatre, em Sheffield –, houve demonstrações ao vivo e algumas aulas de iniciação à modalidade. Um primeiro contacto com uma mesa oficial e umas boas tacadas.
Muito infelizmente não me foi mesmo possível ir a este evento, o que me suscitou uma grande depressão que foi curada com quantidades de chocolate exorbitantes e muitas fotografias do Judd Trump. O que também contribui para a minha melhoria foi de facto chegar à conclusão de que este evento aconteceu! Gosto de futebol, sim. Adoro o meu Sporting! Mas desporto não se resume apenas a dez jogadores a correr atrás de uma bola. São precisas mais iniciativas destas! Tenho a certeza de que despertou um bichinho dentro das pessoas que puderam ver, tocar e sentir a grandiosidade de uma mesa oficial; a dificuldade que é controlar a bola branca e ter uma postura correta.
Pedro Fernandes e Luís Filipe Borges, apresentadores do “5 Para a Meia-Noite”, competiram num encontro intitulado de Snooker Vip Challenge. E, claro … a faculdade tomou conta dos meus dias, roubando-me a oportunidade de ver estas duas personagens dar umas tacadas (técnicas?). Sinto-me com vontade de reclamar junto do Sr. Presidente da ESCS.
Como uma boa companhia nunca pode faltar, o “Estoril Snooker Challenge” esteve acompanhado pelos comentadores do Eurosport, Miguel Sancho e Nuno Miguel Santos.
O primeiro treinador nacional reconhecido pelaEuropean Billiards and Snooker Association (EBSA), Nélson Baptista, esteve à disposição do público para dicas e conselhos.
Um amuse-bouche enquanto se faz uma contagem decrescente para o Dafabet World Championship. No Campeonato do Mundo só se pode esperar grandes jogadas. Ronnie O’Sullivan tentará o seu sexto título (e terceiro seguido).
Pode igualar a vedeta Steve Davis. Neil Robertson, Ding Junhui, Judd Trump, Mark Selby e Shaun Murphy são alguns dos nomes com que o Rocket vai ter de se preocupar.
Stephen Hendry ainda é o detentor do recorde do snooker da era moderna, com sete títulos de campeão do Mundo, mas o Rocket, aos 38 anos, ameaça pulverizar as marcas do escocês. Esperar para ver!
Os 16 melhores do mundo e mais 16 jogadores provenientes das eliminatórias de qualificação irão competir por um dos troféus mais famosos no desporto, bem como por um prémio recorde de £ 300.000.
O evento de 17 dias vai ser transmitido em mais de 70 países espalhados pelo mundo e contará com uma audiência de mais de 300 milhões telespectadores.
Assista ao vídeo d’A Bola sobre o ‘Estoril Snooker Challenge’:
Qualquer que fosse o resultado do jogo de hoje, os jogadores da equipa de sub-19 do Benfica teriam sempre de ser vangloriados pela extraordinária prestação que tiveram na Uefa Youth League – a mais prestigiada competição europeia de clubes entre os mais jovens. Os excelentes resultados da equipa de juniores do Benfica são motivo para orgulhar os benfiquistas e, acima de tudo, para descansar os portugueses quanto ao futuro das nossas selecções nacionais. Personalidade, maturidade e qualidade técnica são traços que caracterizam uma equipa recheada que valores que encantou, ao longo desta campanha europeia, adeptos de futebol por toda a Europa.
Depois de uma fase de grupos tranquila, os pupilos (muito bem) orientados pelo técnico João Tralhão encontraram um Áustria de Viena que se tinha apurado num grupo que contava com F.C.Porto ou Atlético Madrid e esmagaram os austríacos com um contundente 4-1. O sonho das jovens águias ganhavas asas à medida que a confiança se apoderava da equipa, e a vitória perante o poderoso Manchester City, nos quartos-de-final da prova, fez aumentar os índices motivacionais no seio do grupo. Seguiu-se o Real Madrid nas meias-finais. Era o último obstáculo até à grande final e os encarnados não vacilaram e golearam os merengues com um expressivo 4-0. Goleada, exibição de alto nível e o sonho ali tão perto.
Apesar das muitas oportunidades criadas, o Benfica não conseguiu marcar Fonte: Facebook oficial do Sport Lisboa e Benfica
Ontem foi o dia da grande final. Benfica e Barcelona, dois históricos do futebol mundial, encontraram-se para decidir o vencedor da primeira Champions League sub-19. Num jogo sem favoritos, imperou a eficácia de um Barça que nunca dominou o jogo e que apenas ganhou porque foi mais eficiente no capítulo da finalização. E como no futebol ganha quem marca mais golos e não quem joga melhor, foi a equipa blaugrana que se sagrou campeã europeia sub-19. Para quem viu o que se passou hoje em Nyon, Suíça, o resultado de 3-0 a favor do Barcelona é claramente exagerado e enganador. Parece que foi a equipa espanhola quem praticou melhor futebol e criou mais oportunidades, mas não foi isso que se passou.
No relvado do Estádio Colovray, disputou-se um fantástico jogo entre miúdos cheios de talento que apenas se preocuparam em praticar o futebol puro e genuíno que têm nos pés. O facto de se tratar de uma final de uma recente, mas consagrada, competição não amedrontou os jogadores encarnados, que apenas se preocuparam em impor o seu jogo fluído e tricotado. A personalidade com que a equipa do Benfica entrou na partida foi a mesma durante os noventa minutos e as melhores oportunidades de golo pertenceram aos meninos da Luz. Desde penaltys a lances isolados, os jovens encarnados construíram um leque de oportunidades de golo suficiente para saírem da Suíça com o troféu, mas o desacerto da finalização foi demasiado cruel.
Nem o facto de o Barcelona ter entrado praticamente a ganhar, com um golo antes dos dez minutos, abalou o Benfica, que reagiu de forma muito positiva à desvantagem. A confiança que a equipa respirava permitia-lhe encostar o Barcelona às cordas e colocar em sentido a defesa adversária. A verdade é que as ocasiões de golo não eram concretizadas – nem mesmo de grande penalidade – e o resultado ia-se mantendo favorável ao conjunto espanhol. A primeira e a segunda parte tiveram praticamente o mesmo filme: Benfica a jogar e Barcelona a marcar. Aproveitando a velocidade e apurada técnica dos três avançados, a formação blaugrana jogou quase sempre em transições e tentou explorar todo o talento desse trio composto por El Ourachi, El Haddadi e Traoré. O segundo, um jogador de altíssimo nível, apontou dois dos golos do Barcelona, e Traoré, atleta que já se estreou na equipa principal, foi sempre uma seta apontada à baliza encarnada. Tirando esses rasgos individuais, pouco mais se viu deste Barcelona, quase sempre diminuído perante a pressão encarnada.
Ao Benfica não se pode apontar falta de dinâmica, fluidez ou agressividade; apenas falta de eficácia. A exibição dos pupilos de João Tralhão foi de um nível fantástico, não só a nível táctico como também técnico. A qualidade de jogo desta equipa é algo que fascina qualquer adepto de futebol e ver jogar jovens como Gonçalo Guedes, Romário Baldé ou Nuno Santos é um regalo para a vista. Quem, como eu, acompanha com especial atenção a evolução desta equipa que tem vindo a amealhar títulos nacionais há já alguns anos, não se surpreende com a categoria destes jovens, mas estou certo de que, depois desta campanha, estes meninos vão ser mais valorizados e vistos como o futuro da nossa selecção.
Olhando para os jogadores que compõem este plantel, são poucas as dúvidas que existem quanto ao futuro destes atletas. Se continuarem a exibir-se a este nível, terão um futuro risonho pela frente. Theirry Graça é um guardião forte e muito seguro; os centrais João Nunes e Alexandre Alfaiate são altos, rápidos e fortes no capítulo do passe; os laterais Rafael Ramos e Pedro Rebocho exploram o flanco como poucos e possuem uma qualidade técnica admirável; no meio campo, Estrela é um poço de força que não falha um passe e Rochinha e Guzzo são donos de uma qualidade de passe acima da média e de uma inteligência notável; na frente de ataque, há pérolas que encantam qualquer fã de futebol. Nuno Santos, Guedes e Baldé são virtuosos, rápidos e tratam a bola como ninguém.
Romário Baldé e Nuno Santos são duas das unidades mais influentes nesta equipa Fonte: Facebook oficial do Sport Lisboa e Benfica
Depois de uma quase perfeita prestação na competição de clubes mais importante do futebol jovem na Europa, várias questões se levantam sobre a forma como estes prodígios vão ser aproveitados pela estrutura do Benfica. Na verdade, os resultados obtidos neste percurso só vêm confirmar que a formação encarnada possui atletas de um infindável talento e que a política de aproveitamento destes jovens tem de ser repensada. Por aquilo que vejo enquanto fanático por futebol, tenho a certeza de que quatro ou cinco jogadores que brilharam nesta Youth League vão ser jogadores de excelência do futebol nacional. Estou também convicto de que a direcção encarnada não será inconsciente ao ponto de ignorar tanto talento e de não incluir, a curto prazo, estes meninos nos quadros do plantel principal. Como disse Luís Filipe Vieira após a final de hoje, estes jovens “têm um futuro cheio de vitórias pela frente”.
O presidente do SLB, Luis Filipe Vieira, mostrou-se orgulhoso com a campanha dos Benfica sub-19 na Uefa Youth League Fonte: ASF (Miguel Nunes)
Porque os tempos são de crise e sobretudo porque (meu deus!) estes rapazes são tão bons jogadores, o Benfica não pode continuar a cometer barbaridades e desperdiçar estes produtos da formação. Estas gerações de 94, 95 e 96 estão recheadas de valores seguros e isso, como benfiquista e português, deixa-me totalmente descansado.
A profecia está perto de se concretizar. Depois das muitas promessas é hora de dar. De deixar cair o pano. De coroar o(s) rei(s). Fazer jus à fantástica época que pintou de encarnado o universo do futebol português, qual amor de arrebatar que nos torna cegos ou invisuais a outra qualquer cor que não aquela que é só nossa…sendo agora de todo o mundo. É isto o Benfica. E este ano foi à Benfica. Mais e melhores virão.
Enquanto pensamos neste presente e nesses futuros é hora de lembrar aqueles que nos acompanharam nesta caminhada, lembrando, acima de tudo, os seus eternos e incomensuráveis esforços. Tenhamos, ainda assim, o atrevimento de poupar no papel porque ainda que o Benfica seja o nosso grande amor, a (triste) vida a sério obriga-nos a economizar também no tempo. Dessa forma, os pequenos mas deliciosos minutos que aqui vos cozinho servirão para tirar o chapéu e fazer a vénia a uma das revelações deste plantel. Um homem que chegou sem grandes esperanças. Um português que vinha mais para fazer número do que para jogar à bola. Um emprestado sem grandes perspectivas que precisava de provar o seu valor. Um reforço para o lugar mais contestado do Benfica nas últimas épocas.
Falo-vos de Sílvio. Hoje, depois das muitas euforias vividas desde o terceiro minuto contra o AZ Alkmaar, é dia de honrar a ausência e de agradecer a presença do “nosso” incansável miúdo de 26 anos. Sílvio foi uma das pedras basilares para este esquema táctico e organizacional de Jesus. Tanto dentro de campo, como fora dele. Permitiu a rotação do plantel e a continuação das boas exibições. Ele e outros como ele. No entanto, é do português que falamos porque é impossível não sentir um aperto no coração ao pensar que, logo quando atravessava um excelente momento de forma, acaba por cair numa longa e dolorosa fase de recuperação depois de partir a perna num choque acidental com o “Girafa”.
O internacional português já foi operado e parece estar a saber lidar saudavelmente com este contratempo, mas vê-lo longe dos relvados é um tiro no pé para as aspirações do Benfica…mas não só. Sílvio servia essencialmente para encher o campo em jogos em que o caudal ofensivo adversário ameaçava inundar o meio-campo encarnado, sufocando assim o trabalho de Fejsa e limitando em consequência a reposição de bola de Enzo. Siqueira é um óptimo jogador – nunca pensei vir a dizer isto, pelos apontamentos do princípio da época –, mas não dá a maior das tranquilidades ao processo defensivo do Benfica. Aí, Sílvio surgia como uma lufada de ar fresco e um activo plenamente capaz de dar (não só) ao lado esquerdo uma estabilidade de movimentos e de constante recuperação ao ponto de nem ser necessário meter a jogar à sua frente um génio como Gaitán. Contudo, sendo justo, falta ao português o atrevimento para subir com pompa e circunstância no terreno. Precisa de mais pulmão. Mais pernas. Mais jogo. Os cruzamentos são precários e o jogo criativo é algo previsível. É um fantástico lateral à antiga num jogo que é demasiado moderno. Não deixa, ainda assim, de ser um fantástico lateral. Um fantástico lateral que nos dava um fantástico jeito.
Uma bonita mensagem de apoio dos companheiros colchoneros Fonte: Site oficial do Atlético de Madrid
Vamos sentir a sua falta, tanto na esquerda como na direita. A falta dessa polivalência que não é para todos. A necessidade de o ter nos confrontos europeus, como aconteceu na Liga dos Campeões e na Liga Europa, em que nos presenteou com exibições de luxo contra PAOK e Tottenham. Seria mais um trunfo na deslocação a Turim, mas agora há que saber lidar com o seu afastamento…não esquecendo a sua possível permanência. O Benfica deve apostar nos portugueses que têm valor e, ainda que Sílvio tenha rumado à Luz por empréstimo sem opção de compra, é, para mim, fundamental contactar o Atlético de Madrid na tentativa de garantir o lateral para os anos vindouros. Os números não são conhecidos, mas visto que os colchoneros mantêm uma relação de proximidade com o Benfica, graças às benesses que Luís Filipe Vieira lhes tem oferecido ao longo dos anos – Simão Sabrosa a preço de saldo; Reyes “reconstruído” e relançado no Benfica para voltar depois a casa; e toda a negociata de milhões em volta do guarda-redes Roberto –, talvez não seja impossível sonhar com um Sílvio por menos de cinco milhões de euros. Até porque o brasileiro Filipe Luís tem-se afirmado como insubstituível no lado esquerdo da defesa do Atlético – veja-se o enorme jogo contra o Barcelona, para a Liga dos Campeões.
Com tudo isto dito, uma última reflexão: e o Mundial? Não serei com certeza o único a querer ver Sílvio substituir João Pereira. É mais do que merecido (e/ou necessário). Mas tal como o Benfica terá de fazer das tripas coração para sobreviver a este desaire, assim terá Paulo Bento de fingir que o lateral português até nem atravessava o melhor período da sua carreira. Lei de Murphy, para que te quero…
Antes de começar há que ressalvar um ponto fulcral no «Porto Sentido» de hoje: o jogo de ontem em Braga demonstra que Abdoulaye não tem capacidade para jogar no Porto.
Apesar da vitória por 3-1, o Porto esteve um furo abaixo daquilo que deve e tem de fazer. O resultado apenas ficou decidido no fim e o Braga esteve, em certos pontos do jogo, mais perto da vantagem frente a um Porto remodelado. Com ou sem gestão, o Porto tem de manter a forma e ganhar os jogos que faltam para, no mínimo dos mínimos, garantir o play-off da Champions League. Afinal de contas, o Estoril, grande revelação agora consumada na Liga Portuguesa, está a 9 pontos de distância com um jogo de atraso. É muito complicado passar para segundo lugar; vamos então garantir que não descemos para quarto.
Posto isto, percebo e apoio a rotação feita por Luís Castro, tendo em conta o embate com o Benfica na próxima quarta-feira. No Estádio da Luz está a luz ao fundo do túnel da época do Porto. É lá que os homens de Luís Castro vão tentar salvaguardar uma época bastante infeliz. O Porto vai com vantagem após o jogo da primeira mão, mas é uma vantagem mínima, que não garante nada. Basta ver o desaire que foi no Sánchez Pizjuán frente ao Sevilha. Mesmo assim, colocando os pratos na balança, o Porto tem, teoricamente, a vida mais facilitada do que o Benfica. Os encarnados têm de ir atrás do resultado, o que permite ao Porto controlar um pouco a ordem dos trabalhos.
O golo de Jackson na primeira mão dá vantagem ao Porto na eliminatória Fonte: Zero Zero
No entanto, clássicos nunca são fáceis…. Na quarta-feira vão entrar em campo duas equipas com estados de espírito completamente diferentes. De um lado, o Benfica de Jesus, a um jogo da conquista do título, com lugar marcado na meia-final da Liga Europa frente à Juventus e com o apoio incondicional dos adeptos que começam a sentir a febre do Marquês. Do outro lado, o Porto de Luís Castro, confinado ao terceiro lugar do campeonato, sem forma de reagir perante o avanço de Sporting e Benfica, eliminado da pior maneira possível da Liga Europa (onde até podia ter dado cartas) e com a pressão de um jogo decisivo no estádio do maior rival. Ou seja, no que toca a ímpeto, a vantagem está totalmente do lado do Benfica.
Porém, há uma situação que nunca pode ser deixada de fora: a vontade portista. Nos últimos anos, o Porto tem vindo a conseguir resultados enormes no Estádio da Luz. Desde a conquista de campeonatos, onde foi necessário festejar às escuras, a reviravoltas na Taça de Portugal depois de uma desvantagem de dois golos para o Benfica. A Luz já foi, no passado, o “Carrossel da Luz” para o Porto.
Com a conquista de uma Taça de Portugal em cima da mesa, todos os adeptos azuis e brancos esperam que, mais uma vez, o Porto consiga ser feliz naquele relvado. Quarta-feira é, possivelmente, o jogo mais importante do Porto nos últimos tempos. Vai ser um jogo a ferro e fogo no inferno da Luz. Castro já venceu o Benfica, agora é esperar e ver se repete a graçola. Pinto da Costa agradece se o fizer.
A FIFA castigou o Barcelona com uma multa de 370.000 euros e a punição de estar impedido de aceder ao mercado de transferências nas duas próximas temporadas. Todo este imbróglio surge do incumprimento, em 10 ocasiões entre 2009 e 2013, do artigo 19.º do regulamento sobre o estatuto e a transferência de jogadores. Foi dado ao clube um período de 90 dias para regularizar a situação de todos os menores afectados.
Devo dizer de antemão que a sanção me parece exagerada, diria até despropositada, e que a revisão de dito artigo deveria ser um tema a discutir, sobretudo porque penaliza categoricamente os clubes que apostam na formação – neste caso o Barcelona, que tão bem trata os meninos de “La Masia”, onde cresceram alguns dos melhores talentos do mundo, e onde seguramente muitos continuarão a crescer quer socialmente, quer desportivamente.
O Barcelona tem a melhor escola de futebol do mundo e o modelo deve ser para continuar a seguir. Até aqui estamos todos de acordo. Contudo, também deveríamos concordar que as regras são para todos, mesmo que nos pareçam de uma injustiça vil ou estupidez mundana. Não se pode vir pregar aos sete ventos, e muito menos fazê-lo de forma pública, a isenção da norma só para o FC Barcelona.
La Masia , o centro de formação da equipa catalã Fonte: Getty Images
A prepotência permitiu ao clube cair no rídiculo de dizer frases como esta: “Estamos de acordo com a lei de proteção de menores, mas pedimos que se reconheça La Masia como uma excepção do artigo”. Mas que legitimidade tem o clube? Ter a melhor escola do mundo do futebol não significa que é a única que é trabalhada. Há tantos e tantos clubes que trabalham afincada e diariamente na formação dos jovens do futuro que também gostariam de poder contar nas suas escolas com jovens estrangeiros… E não o fazem porque sabem que é ilegal.
Este é um clube que cresceu na base do trabalho está, hoje em dia, sem a menor noção de autocrítica. Não é capaz de assumir os erros, rematando tudo e qualquer coisa com uma vitimização que chega a ser deprimente, desde o caso Neymar até a esta sanção imposta pela FIFA.
De um ponto de vista prático, parece óbvio que é uma pena pesada para aquele que vem sendo nos últimos anos o grande colosso europeu a abater, realidade que tem vindo a perdurar nos anos desde o futebol total de Guardiola.
Por outro lado, surge outra questão. Sabendo que La Masia é uma escola de verdadeiros talentos, talvez esteja aqui uma oportunidade de ouro para muitos dos jovens que nela militam de dar o salto com maior facilidade e poder demonstrar a sua grande qualidade. Esta sanção poderá querer dizer que muitos dos jovens que outrora acabavam por partir para ter uma oportunidade mais cedo – como aconteceu com Cesc, ou mais recentemente com Deulofeu, ou Rafinha (irmão de Thiago Alcântara), ou até de Sergi Samper e Denis Suarez – vão ter a possibilidade de registar um crescimento, quiçá meteórico, ao lado de astros como Messi, Iniesta ou Xavi.
Este fim-de-semana decorreu a jornada trinta e três na divisão principal do campeonato italiano e, a cinco jornadas do fim, com maior ou menor dificuldade (provavelmente menor) o título parece já não fugir à Juventus. Pelo terceiro ano consecutivo os homens de Antonio Conte dominaram a competição.
A Vecchia Signora leva cinco pontos de avanço sobre o segundo classificado, que podem facilmente passar a ser oito se ganhar em casa da Udinese o único jogo em falta desta jornada. Os giallorossi da AS Roma, actualmente no segundo lugar, levam doze pontos de avanço sobre o terceiro classificado, o Nápoles. A não ser que algo muito surpreendente ocorra nesta recta final serão estes os três clubes que para o ano representarão a Serie A na Liga dos Campeões.
Nos lugares de acesso à Liga Europa temos a Fiorentina de Montella e o Inter de Mazzarri, com o Parma, a Lazio, o Torino, o Verona, a Atalanta, e esperançosamente o Milan, a tentarem alcançar um destes lugares de acesso à competição menor da UEFA.
Na parte de baixo da tabela o Catania, o Sassuolo e o Livorno ocupam os três lugares de despromoção para a Serie B, mas, com quinze pontos ainda em disputa, o Bolonha, o Chievo e o Cagliari não estão ainda salvos e vão ter de trabalhar para continuar no primeiro escalão do futebol de Itália.
A maior surpresa da época tem sido sem dúvida o Hellas Verona, que tendo apenas este ano subido de divisão ocupa um fabuloso nono lugar tendo em conta os argumentos que possui e luta ainda pelo apuramento para a Liga Europa. Grande parte da boa prestação da equipa deve-se a Luca Toni, que aos trinta e seis anos parece ter encontrado uma nova motivação depois de passagens infrutíferas por clubes como Roma, Génova, Juventus, Al Nasr e Fiorentina. Neste momento é o terceiro melhor marcador do campeonato com 17 golos, estando apenas a dois golos do primeiro (Immobile, do Torino com 19 golos).
Luca Toni é a figura do Hellas Verona Fonte: Getty Images
Além do Verona, há outras equipas que estão a impressionar: o Parma, que conta com Antonio “El Pibe de Bari” Cassano na frente de ataque, ocupa um fantástico sexto lugar neste momento e a AS Roma, que, tendo terminado o ano passado num modesto sexto lugar, este ano bateu o recorde de vitórias na competição e quase que lutou pelo título. Quase. Rudi Garcia fez um trabalho excepcional mas o clube não tem os mesmos argumentos da toda-poderosa Juventus.
Como maiores desilusões, temos os dois clubes de Milão, que se acabarem a jogar na Liga Europa para o ano têm muita sorte, depois de uma época que pode ser descrita simpaticamente como medíocre. Além desses, o Nápoles. Supostamente este seria o ano em que os napolitanos iriam competir a sério pelo título. Foi por isso que gastaram quarenta milhões em Higuaín e que adquiriram Reina, Callejón, Jorginho, Albiol ou Mertens. Mas não, estão em terceiro e por lá devem ficar. Todo o talento do mundo não compensa a incompetência do Rafa Benítez – pode acabar por conquistar a Copa de Itália, mas não lhe peçam para ser regular num campeonato durante uma época inteira, que ele não consegue, por mais milhões que se invistam.
Para terminar, deixo o melhor onze até agora, sendo que este pode ainda vir a sofrer alterações: De Sanctis (Roma) na baliza; Lichtsteiner (Juventus) e Pasqual (Fiorentina) como laterais; Benatia (Roma) e Bonucci (Juventus) no centro da defesa; Vidal (Juventus), Cuadrado (Fiorentina) e Jorginho (Verona/Nápoles) no meio-campo; e Gervinho (Roma), Tevez (Juventus) e Immobile (Torino) no ataque.
Oitenta e dois. É esse o número de jogos que separa o início da época regular dos playoffs, para alguns, e das férias, para outros.
Mas não é sobre férias que pretendo falar. Por esta altura, para a semana, já começaram os jogos; como tal, já poderemos especular, de acordo com os resultados conseguidos na primeira ronda, sobre quem irá passar, sobre se irá haver alguma surpresa ou alguma reviravolta.
Posto isto, há pontos imprescindíveis para analisarmos a fase final da época. A partir do momento em que começam os jogos, não interessa os resultados conseguidos durante a época. Cada jogo é um jogo, e agora tudo é muito mais a sério. Sendo assim, apesar de uma equipa estar em determinado lugar na conferência no final da época, todas as equipas devem ser levadas a sério. Cada jogada é extremamente valiosa e não há hipóteses de voltar atrás. A pressão sobre cada atleta é exorbitante, e é nesta altura que as estrelas nascem. Nos playoffs, acima de tudo, a concentração é indispensável.
Começa no próximo sábado o verdadeiro jogo pelo trono Fonte: Assets.sbnation.com
Chegou a altura em que ficamos acordados até às tantas para ver jogos que realmente interessam a todos. Sejamos sinceros – se tivermos de ficar acordados para ver os Kings contra os Bucks, mais vale adormecermos. E, agora, realmente vale a pena fazer um esforço.
Depois, há equipas que merecem uma salva de palmas. Comecemos pelos Wizards e pelos Raptors, que há anos que não jogam para lá da fase regular. Entretanto, há um dado interessante, que deve ser dito. Se, por acaso, as primeiras três equipas da conferência Oeste estivessem do outro lado, todas continuariam em primeiro. O oitavo classificado – Memphis Grizzlies – estaria empatado com os Bulls, que actualmente estão em terceiro. Este dado é representativo da clara supremacia de Oeste sobre Este.
Neste texto não pretendo falar sobre nenhuma equipa em especial, nem sobre nenhum acontecimento extraordinário que já tenha ocorrido. A realidade é que a época da NBA está pronta para se tornar muito mais agressiva.
Bem, as próximas semanas que se avizinham serão, certamente, electrizantes, excitantes, e todos os adjectivos que me possam ajudar a descrever a energia sentida nos playoffs. Todas as vantagens são boas, quer seja a vantagem de jogar em casa, ou a de ter o MVP, ou o Defensive Player of the Year, só são realmente importantes no papel, porque, nestes jogos, nenhum destes dados interessa.
As únicas estatísticas efectivamente relevantes são as apresentadas no final de cada jogo.
Há textos que me dão gozo escrever, e este é um deles. Quando muitos pensavam ser complicado, quase impossível, os portugueses mostraram a sua raça.
Porto e Benfica iam para a segunda mão da Liga Europeia numa situação complicada. Os campeões europeus tinham perdido em Reus por 5-2, enquanto o FC Porto foi derrotado em casa por 2-1, frente ao Liceo da Corunha. Por isso, pedia-se uma daquelas noites que ficassem na memória.
Na Luz, o Benfica cedo pressionou e cedo marcou. João Rodrigues deu o mote à equipa encarnada, que ainda assim viu o Reus empatar no lance seguinte. Mas João Rodrigues voltou a marcar e a dar confiança à sua equipa, que fez uma segunda parte fantástica. Tuco fez sonhar o Benfica, e Carlos Lopez fez com que o pavilhão fosse abaixo, ao marcar, já nos minutos finais, o golo que empataria a eliminatória. No prolongamento, o Benfica voltaria a ser feliz com o golo de ouro. Se esta regra já tinha dado uma Liga Europeia ao Benfica, deta vez colocou a equipa na final-four. Valter Neves foi o autor deste importantíssimo golo, que qualificou o Benfica. Uma vitória justa para um Benfica que sempre acreditou era possível eliminar o Reus. O clube espanhol é conhecido pelas poucas, ou nenhumas, condições que oferece aos seus adversários e aos jornalistas no seu pavilhão, e por isso esta vitória é ainda mais agradável.
Valter Neves colocou o Benfica na final four Fonte: David Rodrigues / SL Benfica
Na segunda parte deste duelo ibérico, o Porto foi à Corunha mostrar a raça do Dragão. Carregados por Hélder Nunes e Edo Bosch, o Porto fez uma grande exibição, estando a ganhar por 4-1. Hélder Nunes fez um hat-trick, e o guarda-redes Edo Bosch realizou um punhado de defesas que mantiveram os azuis e brancos na luta. Ainda assim, o Liceo reduziu para 4-3 e levou o jogo para prolongamento e para penaltis. Seria nas grandes penalidades que o Porto voltaria a ser feliz. Edo Bosch voltaria a ser a grande figura, ao fazer quatro defesas, e o Porto, ao marcar dois penaltis, seguia para a final four. Uma lição de raça e de acreditar por parte dos dragões. De destacar, pela negativa, os incidentes que ocorreram com os adeptos do Porto, que foram alvo de pedradas por parte dos adeptos espanhóis.
Hélder Nunes foi decisivo nesta vitória Fonte: Fcporto.pt
Uma palavra também para o Valongo, que perdeu por 7-1 frente ao Barcelona e foi eliminado. Não é esta goleada que apaga a boa prova dos homens do norte neste regresso aos palcos europeus. Frente à melhor equipa do mundo, o Valongo lutou como pôde, principalmente no jogo em casa, onde perdeu pela margem mínima (3-2), tendo sido um adversário difícil para os catalães.
Pelo segundo ano consecutivo, Portugal tem duas equipas na final four. O sonho é possível. Terminado este duelo ibérico com vitórias saborosas, por todas as condicionantes de que Benfica e Porto foram alvo, é tempo de preparar a segunda parte deste confronto com os nossos vizinhos. Na final four, Benfica defrontará o Barcelona, e o FC Porto jogará com o Vendrell.
O FC Porto venceu esta noite em Braga por 1-3, num jogo claramente marcado pela gestão feita por Jorge Paixão e Luís Castro para os compromissos na próxima quarta-feira para a Taça de Portugal. Do lado dos bracarenses, destaque para as presenças de André Pinto, Battaglia, Erivaldo e Erick Moreno no onze; do outro lado, realce para as entradas de Victor Garcia, Maicon, Abdoulaye, Josué e Licá no onze azul e branco. A primeira parte foi dominada pelo FC Porto, que poda ter marcado logo aos 2′ após um cabeceamento que Eduardo parou. Ainda assim, os portistas chegaram à vantagem à passagem do minuto 23’ após uma bela assistência de Jackson Martinez para o golo de Silvestre Varela. Até ao final do primeiro tempo, destaque para mais uma bela defesa de Eduardo depois de um cabeceamento de Carlos Eduardo que podia ter dado uma vantagem mais alargada aos portistas antes do intervalo.
O SC Braga não ia incomodando a defesa remodelada dos portistas e sinónimo disso é a falta de remates dos bracarenses nos primeiros 45 minutos. A fraca exibição da equipa de Jorge Paixão fez com que o técnico tenha produzido duas alterações ao intervalo, colocando Miljkovic e Rafa nos lugares de Núrio e Erivaldo, respetivamente. Consequência disso foi a entrada em força da equipa da casa no segundo tempo, com Filipe Pardo a fazer a primeira ameaça à baliza de Fabiano logo nos primeiros instantes.
Carlos Eduardo, autor do segundo golo, cumpriu os noventa minutos Fonte: Zero Zero
O FC Porto entrou mais retraído e só aos 54 minutos os portistas voltaram a criar perigo, num belo remate de trivela de Josué que foi parado pelo guarda-redes bracarense. Com uma equipa mais pressionante e mais intensa, o SC Braga acabou mesmo por chegar ao golo do empate, após uma jogada de Filipe Pardo pela direita que culminou com um excelente cabeceamento do colombiano Moreno. Depois do golo do Braga, continuou a gestão de Luís Castro, já a pensar no jogo da próxima quarta-feira no Estádio da Luz para a meia final da Taça de Portugal: o técnico portista retirou Fernando, Varela e Jackson Martinez do terreno de jogo, colocando para os seus lugares Defour, Ghilas e Quintero.
Aos 78 minutos, foi a vez de Éder dar um safanão na tranquilidade que se ia instalando no jogo em Braga, com um forte remate para uma defesa decisiva de Fabiano, que voltaria a ser determinante 5 minutos mais tarde quando parou um remate perigoso de Rafa, isolado perante o guardião portista. Praticamente na resposta, os portistas revelaram-se mais eficazes e acabaram por chegar ao golo num cabeceamento de Carlos Eduardo após cruzamento com conta, peso e medida de Josué, o melhor jogador em campo. Já em período de compensação, foi a vez de Quintero acabar com as dúvidas, ao concluir com êxito um contra-ataque portista para fazer o resultado final de 1-3. Com este resultado, Luís Castro conseguiu vencer pela primeira vez fora de casa em jogos de campeonato, gerindo o plantel para o decisivo jogo da Luz para a Taça de Portugal.
Figura do Jogo Josué – O médio português foi dono e senhor da bola durante 90 minutos e esteve no segundo e terceiro golos portistas. Sem dúvida o melhor em campo.
O Fora de jogo Licá – Muito esforçado mas não passa disso. Um jogador que mais uma vez não aproveitou a oportunidade e revelou a falta de qualidade para a camisola que enverga.