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Margaret River: O previsível e o improvável

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cab Surf

Margaret River ja está a bombar. A segunda etapa do World Championship Tour teve início ontem na Austrália. Com condições agradáveis e vento off shore, os surfistas do WCT mostraram mais uma vez porque é que são os melhores surfistas do mundo.

Vamos começar com o melhor surfista de todos os tempos. Kelly Slater acabou o contrato com a marca Quiksilver. Depois de ter ganho 54 provas e 11 títulos mundiais, o surfista norte-americano surfa agora sem patrocínio. Será que foi por isso que o surfista de 42 anos perdeu no primeiro round do Drug Aware Margaret River Pro?!

Gabriel Medina, pelo contrário, foi uma das sensações do round 1. O seu surf pelos ares não deu hipótese aos seus grandes rivais, John John Florence e Kolohe Andino. Num dos heats mais esperados do dia, por estar composto apenas por atletas da nova geração, Gabriel Medina acabou a bateria em primeiro lugar com 15.40 pontos, seguido de John John Florence com 14.67 e por fim Kolohe Andino com 12.96.

Jordy Smith foi outro dos sucessos do dia ao passar a sua bateria em primeiro com um total de 15.33 pontos em 20 possíveis. Deste modo, segue directamente para o round

Gabriel Medina a voar na onda australiana. Fonte: Torcedores.com
Gabriel Medina a voar na onda australiana.
Fonte: Torcedores.com

Taj Burrow e o campeão mundial Mick Fanning, ambos australianos, terminaram as respetivas baterias tambem na primeira posição. Julian Wilson, também australiano, teve o melhor score do dia com 16 pontos.

Jadson André foi protagonista de um momento não tão provável ao vencer uma bateria bastante complicada contra Owen Wright e Adriano de Sousa. Ainda assim, Jadson, que tem andado um pouco apagado nas últimas etapas, venceu devido ao seu espantoso surf. Surf esse que é feito também pelos ares. Owen Wright, que esteve mais de 6 meses lesionado, voltou este ano à competição mas parece que ainda não está a 100%. Recordo que Owen é um surfista com um potencial tremendo e com capacidade de chegar ao título mundial.

Fica agora com os vencedores do primeiro round do Drug Aware Margaret River Pro: Filipe Toledo, Jordy Smith, Taj Burrow, Adam Melling, Yadin Nicol, Mick Fanning, Julian Wilson, Miguel Pupo, Josh Kerr, Jadson Andre, Kai Otton e Gabriel Medina.

 

Aqui fica o vídeo dos melhores momentos desta primeira ronda da 2ª etapa do Circuito Mundial:

http://www.aspworldtour.com/posts/36407/drug-aware-margaret-river-pro-day-1-mens-highlights-round-1

AZ Alkmaar 0-1 SL Benfica : Reinou a lei do mais forte

Topo Sul

Esqueçam o brilhantismo. Este Benfica joga para ganhar, não para encantar. Hoje, em Alkmaar, os encarnados voltaram a vencer mais uma batalha rumo à conquista da Liga Europa. O triunfo por 0-1 na Holanda, frente ao AZ, é um resultado excelente para as contas de uma eliminatória em que as águias, com este resultado, se encontram numa óptima posição para alcançar as meias-finais da competição. A confirmar o favoritismo e a melhor capacidade face ao adversário holandês, a águia que se apresentou em Alkmaar foi, no cômputo geral, personalizada e organizada. A segunda parte dominante da equipa encarnada foi decisiva para o desfecho de uma partida em que o Benfica passou por momentos de aperto, sobretudo no primeiro tempo.

Jorge Jesus seguiu o princípio de rotatividade do plantel e fez seis alterações em relação ao jogo com o Sporting de Braga: Oblak, Sílvio, Fejsa, Enzo Pérez, Markovic e Lima saíram dos titulares para dar lugar a Artur, Maxi Pereira, Rúben Amorim, André Gomes, Salvio e Cardozo. Feitas as contas, era um onze inédito aquele que os encarnados apresentavam em Alkmaar.

Nos primeiros minutos de jogo, os jogadores do Benfica pareceram algo ansiosos e o jogo da equipa tardou em fluir. Aproveitando esses momentos de nervosismo dos encarnados, o AZ Alkmaar, sétimo classificado do campeonato holandês, desdobrava-se para o ataque com alguma facilidade e a velocidade dos três homens da frente da equipa holandesa causava, a espaços, problemas aos defesas do Benfica. Assim, as oportunidades de golo mais visíveis aconteciam na baliza de Artur. Em duas ocasiões, os holandeses poderiam ter inaugurado o marcador – primeiro por Beerens, depois por intermédio de Jóhanasson.

Por seu turno, o Benfica não encontrava um fio de jogo e a equipa tardava em encontrar-se em campo. Gaitán juntava-se com frequência a Amorim e André Gomes, mas era Rodrigo quem mais procurava vir ao meio-campo para se alimentar de bola. Cardozo, por sua vez, mostrava-se desligado do jogo e sem espaço para amedrontar a defesa adversária. Na verdade, apenas por uma vez a equipa do Benfica conseguiu criar uma jogada à sua imagem, num belo lance colectivo que culminou com o remate André Gomes, que esbateu num defesa do AZ. O cenário cinzento da primeira parte ainda pioraria perto do intervalo, quando Ruben Amorim se lesionou, aparentemente de forma grave, cedendo o lugar ao jovem André Almeida.

Depois de uma primeira parte adormecida, a equipa do Benfica voltou para a segunda metade do encontro com uma nova face e a mostrar vontade de resolver a eliminatória. A superioridade encarnada face ao adversário holandês era evidente e o Benfica tratou de a manifestar em campo nos segundos quarenta e cinco minutos. Logo após o intervalo, Rodrigo recuperou uma bola perto da área holandesa e iniciou o lance do golo do Benfica marcado por Salvio, na sequência de uma defesa incompleta do guardião do AZ.

O golo do Benfica revelou-se um tónico decisivo para aumentar a confiança da equipa e consolidar o domínio de jogo das águias. A partir do minuto 47, o Benfica apoderou-se do controlo da partida e passou a implantar o futebol seguro e dinâmico que o caracteriza. Mesmo sem entusiasmar, os encarnados começaram a aparecer mais vezes perto da baliza do AZ, enquanto que a equipa holandesa não conseguia sair do seu meio campo, demonstrando alguma falta de criatividade e qualidade dos seus jogadores.

O conforto que o Benfica conseguiu no decorrer da segunda parte permitiu a Jorge Jesus gerir da melhor maneira o timing das substituições e, pouco a pouco, o treinador lançou jogadores que vieram agitar a partida. Lima entrou para o Cardozo, após nova exibição apagadíssima do paraguaio, que atravessa um péssimo momento de forma, e poderia ter dilatado a vantagem num lance em que o guarda-redes do AZ lhe negou o golo de cabeça. Markovic, que também entrou na segunda parte, criou igualmente uma boa oportunidade para o fazer o segundo, mas o guarda-redes da equipa holandesa não deixou. E foi assim, com o Benfica a dominar a seu bel-prazer a partida, que terminou a batalha holandesa, num jogo que os encarnados acabaram com um jejum de 40 anos sem vencer na Holanda.

Salvio apontou o único golo do jogo e está a voltar à sua forma habitual  Fonte: ASF
Salvio apontou o único golo do jogo e está a voltar à sua forma habitual
Fonte: ASF

A vitória fora de casa abre as portas das meias-finais à equipa da Luz, que em casa só terá de garantir que o AZ não provoca nenhuma surpresa. A julgar pelo registo dos holandeses fora de casa (ainda sem perder nesta prova, mas com dez derrotas em 15 jogos para o campeonato), um Benfica razoável chegará para confirmar a terceira meia-final em quatro épocas.

A Figura
Rodrigo – O avançado hispano-brasileiro está a atravessar um fantástico momento de forma e comprovou-o nesta partida. Foi o elemento mais dinâmico do Benfica na primeira parte e as suas mudanças de velocidade foram importantes para a equipa avançar no terreno. Teve ainda um papel fundamental no golo dos encarnados, quando recuperou uma bola em zona avançada do terreno e iniciou a jogada concluída com sucesso por Salvio.

O Fora-de-Jogo
Óscar Cardozo – O Tacuara continua com falta de confiança e está constantemente escondido do jogo. A lesão que contraiu no final do ano passado ainda condiciona as suas prestações, inclusivamente o faro de matador. Com apenas 20 minutos em campo, Lima foi bem mais eficiente do que o paraguaio em 70.

FC Porto 1-0 Sevilha: Justo mas curto!

dosaliadosaodragao

Para a recepção ao Sevilha, na 1ª mão dos quartos-de-final da Liga Europa, Luís Castro fez três alterações na equipa titular do FC Porto em relação ao conjunto que foi derrotado na Choupana: saíram Adboulaye (impossibilitado de jogar), Licá e Herrera e entraram os recuperados Mangala e Varela, além de Carlos Eduardo. A estrutura táctica manteve-se (4-3-3 com Fernando como único pivot) e o objectivo estava definido: vencer sem sofrer golos.

O FC Porto entrou a mandar no jogo, com um Alex Sandro muito dinâmico e a carrilar jogo pela esquerda e um meio-campo muito móvel, com rotação e à procura de espaços, aqueles que o Sevilha – alternando entre um 4-2-3-1 e um 4-4-2 em função do posicionamento, a cada momento, de Rakitic – queria retirar ao Dragão: para isso, Unai Emery montou um conjunto muito recuado e expectante, com linhas baixas, à procura de sair a jogar em eventuais transições rápidas, com o perigoso Bacca como jogador-alvo.

O primeiro sinal de perigo foi dado por Jackson Martinez, com um remate de pé esquerdo de fora da área para defesa de Beto (3’). Depois disso vários cantos consecutivos e um FC Porto que, com muita posse de bola e sendo paciente, precisava de outra acutilância no último terço do terreno, por forma a assustar verdadeiramente a baliza sevilhana. Quaresma alternava com Varela, tal como Defour e Carlos Eduardo se revezavam na ocupação dos espaços do miolo do terreno mas as oportunidades tardavam em aparecer.

À passagem do minuto 31, na sequência do sexto canto favorável ao FC Porto, Alex Sandro sofreu uma falta, Fernando cobrou o livre de forma supersónica, endossando a bola a Quaresma, com o ‘Harry Potter’ a aplicar a sua famosa trivela, servindo Mangala, que, com um voo brutal, fez o 1-0. Nem por isso o Sevilha alterou o seu estilo de jogo; pelo contrário, foi o FC Porto que esteve perto de ampliar a vantagem por duas vezes no mesmo minuto: de novo por intermédio de Mangala, após mais um canto, com o lance a prosseguir para Jackson, que, abrindo longo para o lado direito, serviu Quaresma para este encher o seu pé direito, de primeira e sem deixar a bola tocar no solo, armando um espectacular remate, correspondido com uma boa intervenção por parte de Beto (36’).

O capitão Mangala fez o único golo da partida  Fonte: Zero Zero
O capitão Mangala fez o único golo da partida
Fonte: Zero Zero

Até final da primeira parte, mais três notas: primeiro um remate de Iborra, que, sofrendo dois desvios, acaba por criar relativo perigo para a baliza de Fabiano (42’); depois Jackson, numa disputa de bola normal, a ver um cartão amarelo das mãos de Wolfgang Stark que o deixa de fora do jogo da 2ª mão (42’); por último, um grande remate de Defour, à entrada da área e sobre a meia direita, para uma grande dupla defesa, primeiro de Beto e de seguida do poste (45’). Chegava o intervalo, com a afirmação de um FC Porto a fazer um jogo paciente, competente e sem conceder facilidades à equipa do Sevilha.

Com o inicio da 2ª parte, surgiu também uma equipa sevilhana com outra atitude perante o jogo, tentando ganhar a bola mais à frente, com as linhas mais avançadas e, finalmente, com algum critério na posse de bola. Num dos lances inaugurais dos segundos 45 minutos, Mangala acabou por facilitar, surgindo prontamente Reyes a salvar um remate de Coke. O FC Porto já não dominava o meio-campo da mesma forma, já não tinha tanto controlo sobre os ritmos de jogo e Luís Castro, percebendo-o, tentou alterar algo: lançou Quintero e retirou um Carlos Eduardo que apenas apareceu nos primeiros 20/30 minutos de jogo (57’).

A equipa ressentiu-se dessa mudança e melhorou um pouco; todavia, faltava-lhe ainda ser mais incisiva e objectiva, com níveis de tomada de decisão mais próximos daquilo que devem ser os de uma equipa de topo. Exemplo disso foram três lances consecutivos em que Defour, surgindo bem pelo lado direito, dando profundidade ao jogo da equipa, não soube concluí-los da melhor forma, o mesmo valendo para uma jogada em que Quaresma, depois de ‘entortar’ o adversário em plena grande área, rematou para… lançamento lateral.

Quem também não podia estar satisfeito era Unai Emery. O técnico do Sevilha operou uma dupla substituição (trocou Iborra e Marín por Diogo Figueiras e Kevin Gameiro), recuando Rakitic para o croata assumir as rédeas da organização de jogo (63’). À nova estratégia sevilhana, o FC Portou respondeu por dois dos seus melhores intérpretes: trivela de Quaresma, do lado esquerdo, e remate acrobático de Jackson um pouco por cima (67’). No lance seguinte, foi o Sevilha, por intermédio do português Diogo Figueiras, a criar algum perigo para a baliza portista. Entre as substituições (Herrera por Defour aos 70’, Vitolo por Reyes aos 74’ e Ghilas por Varela aos 77’), surgiu o lance mais perigoso do Sevilha: na meia-lua, Bacca a rematar muito forte para defesa incompleta de Fabiano, com Gameiro, na recarga, a não ter arte nem engenho para empatar o jogo. Também Ghilas tentou fazer funcionar o marcador mas o seu remate, após uma boa incursão da esquerda para o centro, encontrou Beto (82’).

Antes do pano cair sobre a partida, Quaresma ainda trataria de enviar, pela segunda vez na noite do Dragão, uma bola ao poste (após um livre por si cobrado e rechaçado pela barreira), já depois de Fernando ter sido expulso, fruto de uma dupla amostragem do cartão amarelo por duas faltas consecutivas na mesma jogada – Stark foi, aqui como no cartão mostrado a Jackson, demasiado precipitado, até porque o ‘Polvo’ não chega a ser faltoso na segunda disputa de bola, que o árbitro sancionou com falta e respectiva admoestação.

Jackson, que hoje rubricou uma excelente exibição, fica de fora do jogo de Sevilha  Fonte: UEFA
Jackson, que hoje rubricou uma excelente exibição, fica de fora do jogo de Sevilha
Fonte: UEFA

A partida terminou com uma vantagem que assenta bem à equipa do FC Porto mas que acaba por se revelar curta, tendo em conta aquilo que foi a postura do Sevilha ao longo de todo o jogo, a infelicidade de o Dragão ter enviado (uma vez mais) duas bolas ao poste, e, sobretudo, atendendo à circunstância de no Sanchez Pijuan ser expectável um ambiente infernal para uma equipa que não vai poder contar com dois elementos preponderantes no seu esqueleto: Fernando e Jackson Martínez.

Figura: Diego Reyes
Sempre bem posicionado, rápido e voluntarioso, o mexicano não perdeu um único lance no confronto directo. Além disso, foi sempre inteligente na gestão dos espaços e salvou Mangala num lance em que o francês ‘meteu água’.

Fora-de-jogo: Carlos Eduardo
O brasileiro até entrou bem na partida: participativo, caindo à direita e à esquerda e procurando servir os seus companheiros mais adiantados. Todavia, depois do duplo pivot do Sevilha (Iborra e Carriço) ter acertado agulhas e marcações, desapareceu da partida, sendo apenas de novo visto aquando da substituição por Quintero (que, em abono da verdade, também não teve a sua melhor performance).

Tarefa difícil para o Sporting europeu

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cab andebol

O Sporting conheceu esta terça-feira o seu adversário na Taça EHF, uma espécie de Liga Europa de Andebol. Os húngaros do Pick Szeged, que já tinham eliminado o Benfica nesta edição da Taça EHF, defrontam o Sporting no fim de semana de 19/20 de Abril, em Mafra. Uma semana depois, os Leões deslocam-se à Hungria para a segunda mão do encontro.

Prevê-se uma tarefa difícil para a equipa orientada por Frederico Santos, única representante de Portugal ainda em competição na Taça EHF. Os Húngaros são segundos classificados no campeonato local, com os mesmos pontos do primeiro classificado e têm na sua velocidade de contra ataque um dos seus pontos fortes. De relembrar que o Sporting está em 3º lugar na segunda fase do Campeonato Nacional de Seniores, com menos dois pontos que os bracarenses do ABC e que o FC Porto, ambos com 40 pontos, depois de na primeira fase ter terminado em primeiro lugar, com mais dois pontos do que os adversários mais diretos SL Benfica e FC Porto.

O Sporting têm sido uma equipa consistente ao longo desta época, tendo sido, inclusivamente o clube com o melhor ataque na fase de grupos da Taça EHF. Com uma média de 32,5 golos por partida, uma média ótima para qualquer equipa, o Sporting, marcou 195 golos nesta fase da competição. Para este feito muito contribuíram as prestações de Pedro Portela e Pedro Soalha, jogadores de elevada capacidade técnica, que marcaram 48 e 38 golos respectivamente.

Em declarações ao site do clube, o treinador dos leões, Frederico Santos confirma que se espera uma eliminatória difícil: “O sorteio ditou esta equipa húngara e vamos fazer o nosso melhor, pois temos a consciência de que serão dois jogos muito difíceis, tanto para nós, como para eles”, diz.

Frederico Santos relembra que os Húngaros já eliminaram o Benfica este ano, no entanto relembra que, “tanto quando se lembra, não foi uma eliminatória fácil para a equipa do Pick Szeged.”

O treinador do Sporting espera ter o apoio dos adeptos nesta fase, que considera “fundamental para o sucesso da equipa”. Afirmando que “Sem o apoio das claques, sócios e simpatizantes, não será possível o Sporting superar esta fase da Taça EHF”.

Caso consiga ultrapassar mais esta fase, o Sporting fica apurado para a Final Four onde já se encontra o Füchse Berlin, país organizador da fase final da Taça EHF deste ano.

Real Madrid destrói o Dortmund e Paris ofusca Londres

Que fantástico espetáculo futebolístico nos foi oferecido a noite passada. É a Liga dos Campeões em todo o seu esplendor. O Real Madrid venceu o Borussia Dortmund por uns esclarecedores 3-0 e, em Paris, o PSG impôs nova derrota europeia ao Chelsea (3-1).

Na época passada o Real Madrid e o Borussia Dortmund protagonizaram um dos duelos mais escaldantes da Liga dos Campeões. Foram dois jogos intensos e muito disputados que resultaram na passagem do conjunto alemão – seria, aliás, finalista da maior prova europeia de clubes. Ronaldo e companhia parecem não terem esquecido essa eliminação e entraram extremamente determinados em fazer vingança. Os primeiros 30 minutos foram dominados pela equipa comandada por Carlo Ancelotti, que, perante um Dortmund desfalcado – Lewandowski, Gundogan, etc – demonstrou o porquê de ser o favorito à passagem às meias-finais. Esse período de maior fulgor dos madrilenos resultou numa vantagem de dois golos: Gareth Bale (minuto 3) e Isco (minuto 27). O Real jogava um futebol eletrizante, rápido e dinâmico. Com as linhas muito subidas, os merengues ganhavam quase todas as segundas bolas – e que importância que isso teve no desfecho do jogo. Já o Borussia era incapaz de sair em transição, e mesmo o ataque de futebol apoiado demonstrava grande ineficácia. No entanto, os últimos 15 minutos da primeira parte foram repartidos, com os pupilos de Jurgen Klopp a usufruírem de alguma circulação de bola junto da área merengue.

No segundo tempo viu-se um Borussia mais subido, com o bloco ofensivo mais pressionante e, de fato, o jogo equilibrou. Porém, nem Reus nem Aubameyang eram capazes de assustar a baliza de Iker Casillas. No meio-campo, Sahin e Mkhitaryan estiveram bem abaixo da qualidade já demonstrada, permitindo aos merengues várias situações de contra-ataque, que são reconhecidamente a maior arma do Real Madrid. Apesar do jogo menos conseguido, Ronaldo deixou mais uma vez a sua marca e, ao minuto 57, fechou o marcador em 3-0.

O resto do jogo ditou duas estratégias diferentes: o Borussia aumentou de intensidade na busca por um golo que salvasse a eliminatória e, por outro lado, o Real Madrid baixou ligeiramente as suas linhas, aproveitando a velocidade de Ronaldo, Bale e Benzema.

Nota ainda para os dois internacionais portugueses Pepe e Coentrão, que fizeram um jogo imperial na defesa do Real Madrid.

 

Pastore fez um golaço Fonte: news.bbcimg.co.uk
Pastore fez um golaço
Fonte: news.bbcimg.co.uk

No Parque dos Príncipes, em Paris, o PSG demonstrou a todo o mundo que deixou de ser um conjunto de estrelas para ser uma verdadeira equipa. Foi precisamente sobre a base de um futebol apoiado e solidário que os homens de Paris venceram o Chelsea. Com Ibrahimović, Lavezzi e Cavani na frente de ataque, os parisienses entraram a todo o gás: logo aos 4 minutos, Lavezzi abriu o marcador num remate espetacular dentro da grande área.

O jogo revelou duas equipas a disputarem, essencialmente, o domínio do meio-campo. De fato, tanto o PSG como o Chelsea tentavam ao máximo evitar saídas em transição, reconhecendo assim o poderio atacante do adversário. A entreajuda dos parisienses era de tal forma notável que foi possível ver Cavani a disputar um lance… na defesa do PSG.

Matuidi e Verrati foram fundamentais no domínio (a espaços) do conjunto comandado por Laurent Blanc – a vitória muito se deve a estes dois jogadores.

Tenho também de dar destaque a Javier Pastore, que entrou muito bem na partida e faz um espetacular slalom, já nos descontos, que culminaria no 3º golo do Paris Saint-Germain.

Já o Chelsea, que entrou sem qualquer ponta-de-lança, tentou baralhar os defesas do PSG com a mobilidade de Willian, Hazard e Oscar. Os blues deram uma boa réplica ao PSG e durante quase toda a partida disputaram os lances de forma equilibrada.

Ramires e Willian tentaram imprimir alguma velocidade, mas a condição física dos jogadores do Chelsea não parecia a melhor.

Nota negativa para ambos os centrais do Chelsea: Terry, pelo corte de amador no primeiro golo do PSG, e David Luiz, pelo autogolo. Mourinho, no final da partida, criticou abertamente a defesa do Chelsea – e com razão, diga-se.

Apesar da vantagem de dois golos, o PSG vai, acredito, ter dificuldades para seguir em frente. Espera-se uma emocionante segunda mão em Stamford Bridge.

É bom ter-te de regresso, Nuno

Terceiro Anel

Nuno Miguel Soares Pereira Ribeiro é mais conhecido por Nuno Gomes, em homenagem ao seu ídolo de infância, o soberbo ponta-de-lança Fernando Gomes, que encantou durante largos anos, principalmente ao serviço do FC Porto. Nuno Gomes, um homem que estará para sempre umbilicalmente ligado ao Sport Lisboa e Benfica, um dos grandes amores da minha vida. Nuno Gomes, um homem que sente o clube, que sente a mística benfiquista, que nunca escondeu a forma apaixonada como sofre por este clube tremendo. Nuno Gomes, um homem que ao serviço da selecção nacional nos proporcionou grandes momentos, mormente em fases finais, levando este nosso pequeno país à loucura.

Foi com enorme satisfação que fiquei a saber que Nuno Gomes está de regresso à estrutura do Benfica. Neste caso, o ex-avançado benfiquista vai ser assessor de Luís Filipe Vieira, mas nem é o cargo que ele irá ocupar que me interessa mais. Para mim, o mais importante é verificar que o meu clube continua a promover o regresso de personalidades que o amam, que sempre sofreram por ele. O dinheiro pode não abundar, o Benfica até pode vir a viver momentos terríveis em termos financeiros (espero que isso não aconteça, valha-me Deus), mas a mística terá de se manter sempre! Sempre cresci a ouvir pessoas mais velhas falar da mística do Benfica, daquela aura de clube popular que ainda hoje me faz arrepiar. E, por isso, mesmo sabendo que vivemos em tempos diferentes, em que o futebol é uma indústria, em que o futebol está completamente absorvido por guerras de poder, é bom poder constatar que ainda existe gratidão, e que ainda podemos ver pessoas que marcaram a história do nosso clube a regressar, seja para que trabalho for.

Eu bem sei que Nuno Gomes não é um nome consensual entre a exigente massa adepta encarnada. Eu próprio vociferei muitas vezes contra ele, muito murro dei no sofá da minha casa em desespero por tanta oportunidade desperdiçada pelo Nuno, muito inchaço no pé se originou por tanto pontapé a cadeiras, bancos e afins, após golos cantados serem falhados por ele. Mas também tenho boa memória, e lembro-me de que o Nuno fez uma excelente época em 1997/1998, quando se estreou pelo Benfica; lembro-me de que o Nuno marcou 24 golos na temporada 1998/1999 (epá, tínhamos cá o Jardel, portanto não critiquem o Nuno por nunca ter sido o melhor marcador em Portugal); lembro-me de que o Nuno voltou a estar em excelente plano em 1999/2000 (que plantéis ridículos que nós tínhamos, minha nossa); lembro-me de que o Nuno me colocou em pele de galinha após aqueles golos à Inglaterra, Turquia e França, no Euro 2000; lembro-me de que o Nuno voltou para o meu Benfica, em 2002, recebendo bem menos ao fim do mês, tudo por paixão pelo maior de Portugal.

Nuno Gomes de regresso às hostes encarnadas Fonte: A Bola
Nuno Gomes de regresso às hostes encarnadas
Fonte: A Bola

A partir de 2002, Nuno Gomes começou a marcar menos golos, apesar de ir sempre picando o ponto. Aquele golo à Espanha, no Euro 2004, é qualquer coisa de inesquecível. Em 2005/2005, fez uma primeira metade de época excepcional, marcando muitos e bons golos. Sempre deu tudo pelo Benfica, sempre se viu na sua face toda a vontade em servir o clube, apesar dos muitos assobios que o terceiro anel sempre lhe enviou, em variadíssimas ocasiões. Ainda teve participação activa no nosso último título nacional (Benfica, eu sinto que estás perto de voltar a ganhar o campeonato, não me desiludas), marcando em algumas partidas. Em 2010/2011, na sua última temporada a envergar o manto sagrado, voltou a provar-se o porquê de Nuno Gomes ser um grande benfiquista. Apesar de raramente jogar, o que para mim chegou a constituir momento de raiva, porque se tratou claramente de mais um episódio de teimosia do sempre polémico Jorge Jesus, Nuno Gomes nunca levantou ondas, manteve sempre uma postura de classe, revelou sempre uma das suas maiores virtudes, que o acompanhou sempre na carreira de futebolista: o facto de ser um fantástico elemento de balneário. Nuno chegou mesmo a chorar, e eu não me posso esquecer disso, quando, em Novembro de 2010, marcou na vitória do Benfica por 4-0 sobre a Naval, ou quando, em 2011, num show de futebol em Paços de Ferreira, e em pouco mais de 10 minutos em campo, marcou dois golos.

Como já se previa na altura, Nuno Gomes saiu do Benfica no final da época 2010/2011, indo representar o Sporting de Braga. Sempre com a mesma postura, respeitado por todos (nos dias que correm, há que dar cada vez mais valor a isso), lá foi representando o clube com o máximo de profissionalismo, o mesmo se passando em Inglaterra, enquanto alinhou pelos Blackburn Rovers.

Sempre tive a ideia de que, mais tarde ou mais cedo, Nuno Gomes regressaria ao Benfica, e isso aconteceu. E é assim mesmo que deve acontecer! Qualquer entidade deve chamar para si quem sempre representou essa mesma entidade da melhor forma. Isto seja no futebol, seja na indústria energética, na área da calçada portuguesa, no que quer que seja.

Por isso, Sport Lisboa e Benfica, toca a chamar um Valdo, um Mozer, um Vítor Paneira, e demais pessoas que sempre deram tudo por ti, para se juntarem ao Nuno e ao nosso grandioso Rui Costa. Porque quem dá tudo por ti, dá tudo por mim, dá tudo por milhões e milhões de pessoas, dá tudo por uma imensidão de gente.

Boa sorte para ti, Nuno Gomes. Boa sorte para ti, Sport Lisboa e Benfica, para o jogo em Alkmaar.

O que nos resta, então?

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atodososdesportistas

Empurrar ou saltar mais alto? Eis a questão. Não escrevo só pelo facto de ter acontecido no jogo entre Nacional e Porto, escrevo porque, em menos de uma semana, aconteceram dois lances iguais com o mesmo jogador: Jackson Martinez. Contra o Benfica, Jackson salta (muito) mais alto do que Garay e faz golo limpo; contra o Nacional, Jackson faz exactamente o mesmo e… é falta! Ora, então expliquem-me, os “sobrenaturais” da Física, como é que é possível saltar de mãos em baixo? Mais, parando de recorrer à Física e recorrendo ao futebol puro e duro, como pode ser falta o facto de um jogador saltar, e outro não, e aquele, ao cair, tocar com as mãos nos ombros do adversário? Ponto 1: o jogador que não salta (o do Nacional) foi lá apenas estorvar a acção de Jackson. Ponto 2: mesmo que saltasse, chegaria sempre lá acima já depois (muito depois) do golo. Jackson faz-me lembrar Hulk. Porquê? Porque faz do físico uma das suas armas e é constantemente massacrado com faltas inexistentes por ser mais forte. Enfim, lá foram mais três pontinhos que nos conseguiram tirar. De qualquer maneira, esta época nem o terceiro lugar foge, nem o segundo é alcançável.

Jackson tem sido injustiçado  Fonte: www.footballtop.ru
Jackson tem sido injustiçado
Fonte: www.footballtop.ru

O que nos resta, então? Muito! As pessoas querem, constantemente, olhar para o Porto e ver um vazio. Um vazio! Mas vejamos: qual a equipa portuguesa, actualmente (actualmente!), com mais títulos na época 2013/2014? É o Porto, com uma Supertaça Cândido de Oliveira. É o título mais importante? Não, de todo. Mas é um título. O que pode ainda o Porto ganhar, sabendo que o campeonato já está entregue (e não, não é um “entregue” de arbitragens)? Liga Europa, Taça de Portugal e aquela “espécie” de taça chamada Taça da Liga, que, ainda que seja apenas “piners”, não deixa de ser uma taç…azinha (que já salvou a época a certos clubes…)! Sendo assim, e desculpem a ousadia, o Porto ainda tem MUITO a ganhar. Esta ainda pode vir a ser uma época de sonho! Quem não trocava um campeonato, que está habituado a ganhar justamente ano após ano, por uma competição europeia, que demonstra o domínio internacional? Claro que queria épocas como as de Mourinho ou Villa-Boas, mas isso sabemos que essas só acontecem numa conjugação de situações brutal (ausência de lesões e castigos, sorte e futebol constante de alto nível)! Não se pode ganhar sempre, não se pode perder eternamente. Este ano trocaram-se os vitoriosos da Liga pelos que têm sido derrotados normalmente (e com justiça, seja a sorte ou não factor determinante).

Temos, portanto, amanhã um jogo crucial no que toca ao alimento do sonho europeu: frente ao Sevilha! Neste jogo, 99,9% do meu coração é azul e branco mas há 0,1% de mim simpatiza com o Sevilha, cidade onde vivi durante um período de Erasmus no ano passado. Posso garantir que em Sevilha (cujo estádio nos traz memórias muitos boas – Taça UEFA, 2003) teremos um ambiente hostil desde o momento em que os jogadores aterrem até ao momento que o arbitro apite para o final dos 180 minutos, por isso espero que o Porto não sofra golos em casa e leve uma confortável “bagagem” para o jogo da segunda mão (sabendo que será um jogo de 180 minutos, e nunca de 90), à semelhança da eliminatória com os italianos do Nápoles. Espero um Porto aguerrido e com um Quaresma (estupidamente mal atacado por algo que não fez na Madeira) a liderar uma equipa onde os “operários” Defour e Herrera voltem a olear a máquina de transições azul e branca. Resta ainda a “dúvida central”: qual será a dupla escolhida por Luís Castro? Reyes é certo, resta saber o parceiro. Maicon recupera? Mangala recupera? Recuperam os dois? Mesmo que recuperem, é um risco utilizar ambos, pois, vindos de lesão, podem estar com pequenas mazelas físicas (e Reyes parece-me já ter conquistado lugar). Certo é que não joga Abdoulaye, por não estar inscrito. Curiosamente, os golos onde é claramente culpado são sempre precedidos de foras-de-jogo claros não assinalados: o de Slimani contra o Sporting e o de Candeias contra o Nacional. Mas isso não desculpa o facto de ser “jogador de equipa pequena”: joga de forma fantástica em clubes onde é sempre chamado a intervir, mas quando está num clube grande demonstra não ser capaz de manter níveis de concentração suficientes para, das vez que é chamado a intervir, o fazer bem (ao estilo de Roberto, Alan, Pinilla, etc).

Sevilha traz boas recordações ao FC Porto: em 2003, foi o palco da final da Taça UEFA Fonte: portistasdebancada.blogspot.com
Sevilha traz boas recordações ao FC Porto: em 2003, foi o palco da final da Taça UEFA
Fonte: portistasdebancada.blogspot.com

Para finalizar, gostaria de pedir a toda a comunidade portista solidariedade com o clube e apoio constante. ESTAMOS VIVOS! Percebam que somos muito exigentes e o clube tem sempre respondido à altura! Os jogadores são humanos como nós, os treinadores também. Sei que todos dão o seu melhor porque “aquilo” é o trabalho deles: jogar futebol! Apenas, por vezes, as coisas “não saem”. Se estou desiludido com este Porto? Muito! Se deixarei de o apoiar? Jamais! “Somos Porto”, uma frase muito dita por Vítor Pereira quando o seu clube estava a cinco pontos do Benfica a três jornadas do fim. É isso que digo: SOMOS PORTO! A ambição tem limites, e nós temos de perceber que nem sempre é possível ir para além do sonho. Felizmente, em Portugal somos a antítese dos outros clubes: uns anunciam-se com frequência campeões ainda em Janeiro, outros encomendam e “desencomendam” (ou reservam!) várias vezes estátuas para festejar em três competições diferentes mas, no final, vemos essas mesmas estátuas pintadas em tons de azul e branco, o que anuncia (mais uma vez…) um Porto campeão! “Muitos querem, poucos o conseguem!”. Até para a semana comunidade portista! Abraço!

O melhor campeão de sempre

O Bayern München é, na minha opinião, o melhor campeão da história do futebol. Nunca nenhuma equipa lhe conseguiu fazer frente, e prova disso são as 25 vitórias em 28 jogos, tendo como resultados menos favoráveis três empates (um deles já como campeão, contra o Hoffenheim).

Pep Guardiola levou o tiki-taka a um outro nível, fazendo com que este se tornasse não tão enfadonho como no Barcelona, mas mais vertical e mais ofensivo, com jogadores muito mais fortes fisicamente, como Javi Martínez, Thomas Muller ou Thomas Müller.

O técnico catalão mal chegou à Baviera e fez com que Philipp Lahm deixasse a lateral direita, e tornou-o no único pivot defensivo, desfazendo a táctica anterior de Jupp Heynckes, que apostava em dois jogadores para a posição. Lahm foi fundamental no relógio da equipa, fez com que surgisse um equilíbrio ainda maior entre a defesa e o meio campo, e, ainda mais importante, libertou um jogador, Schweinsteiger, para se juntar ao carrossel ofensivo.

Mas, se a época passada já tinha sido brilhante, com a chegada de Thiago Alcântara e Mario Götze, a presente teria tudo para ser ainda melhor, e a verdade é que, pelo menos internamente, está a ser. Estes jogadores foram fundamentais, e os responsáveis do clube não devem estar nada arrependidos de gastar uma fortuna neles.

Götze chegou do Borussia Dortmund por 37 milhões de euros, enquanto Thiago Alcântara deixou o Barcelona por 25 milhões Fonte: Fmkorea.net
Götze chegou do Borussia Dortmund por 37 milhões de euros, enquanto Thiago Alcântara deixou o Barcelona por 25 milhões
Fonte: Fmkorea.net

Thiago Alcântara trouxe com ele o perfume, a velocidade, a imprevisibilidade e a técnica do tiki-taka catalão. Apesar da sua aparente fraqueza física, é mais forte do que muitos alemães na disputa pela bola. É dono de um remate de elevado recorte técnico e faz do seu passe longo uma das suas maiores qualidades. Esta época foi importante, não só como uma aposta vinda do banco, mas surgindo muitas vezes a titular no centro do terreno, com Schweinsteiger, Kroos ou Muller. O ‘Golden Boy’ de 2011 não parecia estar satisfeito com os minutos que estava a ter em Barcelona, portanto reencontrou-se com Guardiola em München. Não podia ter decidido melhor – leva três golos em 25 jogos.

Mario Götze já vinha rotulado como grande jogador mundial, e não apenas ainda uma promessa, como o seu colega de equipa. Era uma pedra fulcral no Borussia Dortmund, clube pelo qual venceu por duas vezes a Bundesliga e ainda o carregou às costas. Guardiola usa-o várias vezes na posição mais avançada do terreno, mesmo sendo ele um 10 puro. Quer fazer dele uma espécie de Messi do Bayern München, um falso 9, que troca muitas vezes com Thomas Müller e que vai muitas vezes à ala, permitindo a deslocação de Robben, Ribéry ou Shaqiri para o centro. Até à data, participou em 34 partidas, tendo marcado 12 golos, um deles em pleno Signal Iduna Park à sua antiga equipa.

Com jogadores goleadores como este, e falando ainda de outros, como Müller, Robben, Ribéry, Schweinsteiger e Kroos, quase não era preciso haver pontas de lança nesta equipa, mas eles existem e também marcam que se fartam. Mario Mandzukic é o melhor marcador da Bundesliga, com 17 golos marcados, e o melhor marcador da equipa, com 23 em 39 jogos. Há espaço ainda para o veterano Claudio Pizarro – o peruano de 35 anos soma 396 minutos na Bundesliga, o suficiente para marcar cinco golos.

A baliza está entregue ao melhor guarda-redes do mundo. Manuel Neuer provou-o mais uma vez esta época, tendo sofrido apenas 13 golos em 2340 minutos, tendo três deles sido sofridos no mais recente empate do Bayern München, frente ao Hoffenheim, tendo o Bayern já garantido o título na jornada anterior, em Berlim.

A defesa é provavelmente o sector menos forte da equipa. Dante, Badstuber, Boateng, van Buyten e Javi Martínez, que também faz a posição, são bons mas não parecem ter a mesma qualidade do ataque e do meio campo. São suficientes, sim, mas, num plantel destes, um jogador da qualidade de Mats Hummels, David Luiz ou Thiago Silva não caía nada mal.

Os anos não parecem passar por Lahm e Schweinsteiger Fonte: Bilder.de
Os anos não parecem passar por Lahm e Schweinsteiger
Fonte: Bilder.de

O meio campo é, sem qualquer dúvida, o melhor, o mais polivelente e o que mais soluções apresenta no mundo inteiro. É quase um pecado ter Kroos, Javi Martínez, Schweinsteiger, Götze, Thiago e Müller, tendo de deixar quase sempre, pelo menos, dois destes de fora. Fazem da posse e da verticalidade o seu modo de jogo, e que bem que o fazem. Quando estão inspirados, fazem arte, dão um espetáculo melhor que ópera.
Estão com uma equipa excelente, não deverão ter nenhuma saída relevante no Verão e ainda vem Robert Lewandowski, um dos melhores avançados do Mundo. Se esta equipa já faz o que faz, como será com mais este nome?

Guardiola é fantástico, os jogadores são os melhores, o estádio é assombroso, o ambiente é frenético, a mentalidade é excelente. Tudo isto fez do Bayern München o melhor campeão de sempre.

Nacional dá passo de gigante rumo à Liga Europa

futebol nacional cabeçalho

A cinco jogos do final da Liga Zon Sagres, o Nacional da Madeira está cada vez mais perto de garantir o apuramento para a Liga Europa. A vitória sobre o campeão em título Porto valeu-lhes não só três pontos como também um avanço de seis sobre os lugares que não dão acesso à Europa. Recorde-se que os madeirenses não estão numa competição europeia desde 2010/2011.

O rei dos empates na Liga (11) teve um começo de época nada promissor. Em quatro jogos somou apenas quatro pontos, o que deixou o Nacional um pouco aquém do esperado para uma equipa que tem sempre como objetivo a presença na Liga Europa. Com o experientíssimo Manuel Machado ao volante, o Nacional conseguiu melhorar o seu futebol. A equipa de Machado tem o terceiro melhor registo de derrotas, apenas cinco (Sporting e Benfica têm menos).

Apesar da boa campanha para a Liga, o Nacional não se saiu nada bem nas outras competições internas. Na Taça de Portugal caiu logo na 3ª eliminatória diante do Santa Maria, clube de Braga que milita no Campeonato Nacional de Séniores. A saída precoce deixou descontentes os representantes do clube e o cargo de Manuel Machado ainda andou tremido.

Nacional na fatídica derrota com o Santa Maria.  Fonte: Cdnacional.pt
Nacional na fatídica derrota com o Santa Maria
Fonte: Site Oficial Nacional da Madeira

O técnico natural de Guimarães manteve sempre a calma e, com o seu habitual discurso cauteloso para com os media, conseguiu apaziguar toda essa polémica, dando resposta com o crescente exibicional e consequente aumento pontual na principal competição do futebol português, o campeonato.

Na Taça da Liga, o grupo não foi o mais acessível. A derrota com o Benfica (1-0), o empate com o Gil Vicente (2-2) e a vitória sobre o Leixões (2-0) de nada valeram sobre o poderio das águias que venceram o grupo com nove pontos e sem golos sofridos. Menos uma competição para Manuel Machado e para o Nacional, que agora se agarram com unhas e dentes à Liga Zon Sagres.

Apesar dos seis pontos de avanço sobre a Académica e o Braga, não se avizinha fácil a tarefa dos madeirenses. Nestes últimos cinco jogos têm três fora (Gil Vicente, Setúbal e Paços de Ferreira) e dois em casa (Sporting e Marítimo). Se fizermos as contas tendo em vista a primeira volta, nestes cinco jogos, o Nacional conquistou nove pontos. Se fizer o mesmo registo ou melhor, está na Liga Europa.

Os problemas agora residem em diferentes áreas. O Paços de Ferreira ainda não garantiu a salvação, o Sporting ainda sonha com o título (muito difícil) e o Marítimo ainda não está fora da Liga Europa. Portanto, podemos concluir que a tarefa dos pupilos de Machado será árdua até meter os pés na Europa.

Quanto às individualidades dos madeirenses, Rondón com nove golos e Djaniny com sete são os principais artilheiros a fazer balançar as redes adversárias.

Mário Rondon é o melhor marcador do Nacional Fonte: Cdnacional.pt
Mário Rondon é o melhor marcador do Nacional
Fonte: Site Oficial Nacional da Madeira

O próximo jogo pode deixar já quase tudo decidido. Os madeirenses vão a Setúbal e em caso de vitória podem tirar partido de eventuais deslizes do Braga,  contra o aflito Olhanense, e da Académica, no Porto.

Até à Páscoa saberemos certamente se, três épocas depois, o Nacional da Madeira volta a marcar presença numa competição europeia.

Alta intensidade e uma segunda mão que promete

Os quartos-de-final da Champions League tiveram um início prometedor. O Atlético de Madrid conseguiu empatar em Camp Nou (1-1) e leva uma vantagem importante para o Calderón, onde o Barça terá uma missão muito complicada. Em Old Trafford, o Manchester United dificultou a vida ao Bayern mas o empate a 1 golo deixa o conjunto de David Moyes a precisar de uma exibição épica na Alemanha para seguir em frente.

No duelo entre 1º e 2º da liga espanhola aconteceu o resultado habitual: o empate. Este foi o quarto jogo da temporada entre Barcelona e Atlético, e ainda nenhuma das equipas conseguiu vencer. O resultado em Camp Nou agrada particularmente ao conjunto de Simeone, que sofreu para aguentar o forcing final dos catalães. O Barça acordou na última meia hora – período em que encostou os colchoneros à sua grande área -, mas na maior parte do encontro os madrilenos conseguiram anular o ataque da turma de Tata Martino. O Atlético impôs novamente a sua estratégia defensiva, com duas linhas de 4 e um bloco muito agressivo (até em demasia) na pressão e na recuperação. No entanto, com a saída de Diego Costa, que se lesionou ainda na primeira parte, a equipa recuou em demasia e perdeu capacidade de chegar à área contrária. Simeone tem uma grande dor de cabeça para a segunda mão.

Com menos Messi do que aquilo que seria de esperar, foi Iniesta quem carregou o Barça. O médio, com uma segunda parte fantástica (na primeira perdeu muitas bolas), foi protagonista no lance do golo do empate, com um passe genial para Neymar – bem melhor na esquerda do que na direita – bater Courtois. Antes, Diego, que tinha entrado para o lugar de Diego Costa, marcou um golaço de fora da área. O brasileiro fez um excelente jogo e mostrou novamente que a sua carreira poderia ter tido outros voos. Do lado do Atlético, o colectivo é mesmo a maior força. Ainda assim, destaque para Courtois, decisivo na manutenção do empate; para a dupla de centrais composta por Godín e Miranda, que fez uma exibição irrepreensível; e para o português Tiago, que apresentou uma intensidade incrível e recuperou inúmeras bolas. Na equipa do Barça, ficou claro que Pinto – ofereceu duas ocasiões ao Atlético – está muito longe do nível de Valdés. Bartra, que entrou para o lugar do lesionado Piqué, fez um jogo extremamente competente e provou que, se houver aposta, pode ser um central de categoria. Busquets foi enorme no meio-campo, tanto na recuperação como na saída para o ataque (notável a forma como percebe quando deve meter um passe vertical ou lateralizar), ao contrário de Xavi e Fàbregas, que estiveram muito apagados.

Courtois salvou o Atlético Fonte: AFP
Courtois salvou o Atlético
Fonte: AFP

Apesar da época menos conseguida do Manchester United, a deslocação do Bayern de Munique a Old Trafford não foi o passeio que se esperava. Os bávaros foram naturalmente superiores, mas tiveram dificuldades para ultrapassar o bloco defensivo dos red devils. Robben foi o elemento mais activo da equipa de Guardiola e aquele que mais desequilíbrios criou. O holandês esteve, porém, bastante desacompanhado. Ribéry esteve apagado, Kroos não teve a influência que teve no Emirates contra o Arsenal e Müller foi anulado pelos centrais contrários. Schweinsteiger concluiu um belo lance de ataque para fazer o empate, mas foi expulso já na recta final do encontro e é baixa para a segunda mão, tal como Javi Martínez. Destaque ainda para a excelente exibição de Alaba, muito dinâmico e a fazer valer a sua polivalência (jogou a lateral, médio e extremo).

O conjunto de Moyes reconheceu as suas limitações e tentou não se expor demasiado. A equipa cumpriu defensivamente – Vidic e Ferdinand estiveram em bom plano -, mas ofensivamente, para não variar, só deu Rooney (o golo de Vidic surgiu na sequência de um canto). O craque do United deu continuidade ao grande momento em que se encontra e fez mais uma exibição excepcional, mostrando toda a sua qualidade técnica e intensidade. No extremo oposto, Fellaini esteve simplesmente terrível. O belga, desde que se mudou para Old Trafford, ainda não conseguiu convencer e nesta fase parece um jogador banal, tal é a lentidão e displicência que apresenta. Nota ainda para o falhanço incrível de Welbeck, que certamente terá consequências na eliminatória. É pouco provável que o conjunto de Moyes vá vencer à Allianz Arena, mas está tudo em aberto e no futebol não há impossíveis.