Queria escrever um artigo com asneiras, um artigo com muitos pontos de exclamação e com críticas tão agressivas que ofendessem todo e qualquer individuo com responsabilidade no actual estado do Futebol Clube do Porto. Queria mas não o vou fazer, porque afinal eu escrevo sobre o Porto e não sobre aqueles que não são Porto mas que calham lá estar neste momento. O mais fácil é culpar Paulo Fonseca (seguramente a personagem que mais gostaria de criticar), mas também jogadores e dirigentes merecem ser alvo de críticas neste momento difícil para o clube.
Sendo de Lisboa acabo por não conseguir ver o Porto ao vivo como gostaria de o fazer. Quando há jogos na Amoreira, no Restelo, em Setúbal, faço questão de ir. Em jogos na 2ª circular opto por não o fazer porque sei bem como são recebidos os adeptos do Porto lá (não sou hipócrita, estou seguro de que benfiquistas e sportinguistas também não são presenteados com canapés e flutes de champagne quando se deslocam ao Dragão). Na passada Quinta-Feira fui ver o Porto ao Dragão para a Liga Europa contra uma medíocre equipa alemã. Saí de lá com menos 50 euros, com cânticos alemães na cabeça, e com um golo do Quaresma na memória. Apenas isso.
Como escrevi na semana passada, acreditei que um jogo para a Europa seria um bom mote para a equipa, mas não, nem a motivação de jogar com os holofotes europeus serviu. Aquela que era uma das melhores defesas da Europa é agora uma portagem com Via Verde; o meio-campo, depois da saída de Lucho, está medíocre – Carlos Eduardo ainda não está em forma e com Josué a jogar à frente de Herrera e Fernando, o Porto simplesmente não funciona; por último, o ataque parece não conseguir produzir, muito devido à inconcebível forma de Jackson Martinez, que apenas está bem de costas para a baliza, tendo perdido os seus dotes de finalizador que na primeira época tanto encantaram os adeptos.
Um empate com sabor a derrota por goleada Fonte: Mais Futebol
Quanto ao jogo contra o Estoril, simplesmente escuso-me a fazer qualquer comentário, agradecendo apenas que o penalty do golo tenha sido bem assinalado, evitando as habituais e absurdas criticas ao Porto a cada lance em que é beneficiado. Em resumo, boa arbitragem, razoável Estoril (estando até uns furos abaixo do que já fez este campeonato) e um Porto inacreditavelmente mau, porque mau é o único adjectivo que a sua prestação merece.
Há poucos minutos li num site que “Paulo Fonseca resiste”, arregalei os olhos e festejei silenciosamente. Passados alguns segundos reparei que o verbo empregado era o “resistir e não o verbo “rescindir”. Quem, como eu, leu “rescinde” não leu mais que um assumir de responsabilidades que efectivamente não aconteceu. Não rescindir é não ter coragem para admitir erros sucessivos que relegaram uma equipa tri-campeã para um terceiro lugar a 7 pontos do Benfica, assim como deram uma desvantagem numa eliminatória europeia contra um mísero Eintracht Frankfurt; não rescindir é continuar a tapar os olhos a uma época até ao momento falhada (em que apenas e só na teoria o Porto ainda poderá ganhar títulos importantes), é ter maior orgulho do que razão. E aí Pinto da Costa está a falhar, porque está a impor a sua palavra (a sua escolha do treinador) até ao fim, mesmo que isso implique que esta seja uma época a zeros.
Quaresma tem feito valer os bilhetes dos adeptos Fonte: Mais Futebol
Em tempos de crise é hábito encontrar-se um bode expiatório para afastar e tornar as coisas melhores. É mais fácil despedir um mau treinador que vinte jogadores. Paulo Fonseca desiludiu. E não o fez nesta última semana ou neste último mês, tem-no feito desde o início de época, a pouco e pouco. Lucho saiu e a equipa perdeu força, perdeu vontade, e ninguém veio para o seu lugar. Quaresma regressou, deu perfume e raça ao Porto, mas um jogador não faz uma equipa e, se há uns anos tinha quem o acompanhasse, hoje está sozinho.
Não quero ver o Porto assim, nenhum portista quer. Custa ver tanto talento desperdiçado, porque o está em campo não está bem, e o que está no banco está ainda pior. Paulo Fonseca vai-se embora e, aconteça o que acontecer, o treinador já está de saída do clube desde que assinou no último Verão. Pedro Emanuel, Nuno Espírito Santo, Sérgio Conceição, Domingos Paciência? Não é preciso ir muito longe para encontrar substituto, todos queremos o Porto entregue ao Porto.
Compras a baixo custo, jogadores pouco conhecidos e com boas possibilidades de retorno desportivo e financeiro: é esta a nova ordem no futebol do Sporting, clube em que os gastos megalómanos já parecem fazer parte do passado. Numa altura em que apenas falta disputar o último terço do campeonato, importa analisar ao pormenor aquilo que tem sido posto em prática pela equipa de Leonardo Jardim, fazendo um levantamento dos pontos fortes e fracos deste plantel para saber o que esperar nas últimas dez jornadas.
Defesa:
Um sector que tantos problemas deu nas últimas épocas parece agora regenerado. Bom jogo aéreo (que durante tanto tempo esteve a um nível medonho em Alvalade), um apurado sentido táctico e uma boa organização defensiva nas bolas paradas fazem da defesa do Sporting a menos batida do campeonato. Maurício joga simples e eficaz e é hoje o líder da defesa, superando as expectativas de quase todos os adeptos. Rojo é mais tecnicista, tem veia goleadora e complementa bem o colega, embora tenha ainda de estabilizar o seu jogo e encontrar uma maior serenidade em campo (treme bastante, sobretudo nos jogos grandes). Nas laterais, Cédric mostra critério a defender e desenvoltura a atacar pelo lado direito. Jefferson, por seu turno, é um autêntico dínamo no flanco esquerdo, funcionando quase como um terceiro extremo. Ambos estão de pedra e cal, e deve louvar-se o trabalho de Leonardo Jardim no que diz respeito à afirmação do português (este ano está a mostrar o potencial que muitos já lhe reconheciam) e à estabilização defensiva do brasileiro (no Estoril esta era uma das suas falhas). Piris já mostrou qualidades (o jogo na Luz foi uma infeliz excepção) e Dier é uma opção fiável para o eixo da defesa sempre que um dos colegas está indisponível. Este bloco compacto garante a um Rui Patrício cada vez mais fiável a segurança que o guardião nunca tinha encontrado em Alvalade.
Meio-campo:
A zona intermediária é eficaz a defender mas algo lenta e previsível a atacar, faltando-lhe um pouco de magia. A grande revelação é William Carvalho, médio que parece já andar nisto há muito tempo e que, para além de um poder de desarme tremendo, possui ainda uma calma notável, uma técnica acima da média, uma visão de jogo assinalável e uma capacidade de liderança surpreendente, características sem as quais a equipa muito provavelmente não estaria tão bem posicionada. É o pêndulo do meio-campo e uma das chaves desta equipa. Grande descoberta de Leonardo Jardim! Adrien partilha com o colega a facilidade em ler o jogo e ajuda muito nas tarefas defensivas, tendo sido decisivo em algumas partidas em que se exibiu a grande nível. Contudo, tem vindo a perder algum gás e a sua falta de velocidade às vezes compromete-o, bem como a vontade de querer sempre sair a jogar com elegância (coisa que nem sempre o adversário e/ou o relvado permitem). André Martins joga mais adiantado do que aquilo a que está habituado, pelo que tem sido o elemento mais discreto do 11: sempre muito preso à direita, não tem mostrado nem a capacidade de desequilíbrio nem a qualidade no último passe que são exigidas a alguém que jogue na sua posição, sendo facilmente anulado pelos opositores. A facilidade que Fredy Montero tem em vir buscar jogo e distribuir leva-me a pensar que o colombiano talvez seja uma boa solução para fazer aquilo que o nº 8 do Sporting não tem conseguido. Isto porque Vítor não se destacou nas poucas oportunidades que teve (é a tal diferença entre jogar num Paços de Ferreira ou num grande). Seja como for, com os jogadores que tem, o treinador não pode fazer muito mais. Para o ano exige-se um meio-campo mais fértil em opções.
O onze em que apostaria até ao fim do campeonato: 4-3-3 com Montero na posição de A. Martins e Slimani a titular; Capel e Carrillo nas alas
Ataque:
Dada a dificuldade de André Martins em abrir brechas nas defesas contrárias e a quebra de produtividade dos extremos (talvez a excessiva rotatividade entre eles afecte a equipa), este sector tem vindo a perder poder de fogo. Em alguns jogos recentes o Sporting parece mesmo uma equipa curta e sem grande capacidade para fazer mossa, pelo menos até Jardim colocar um segundo ponta-de-lança. Creio que os extremos que nos dão mais garantias de imprimir velocidade, emprestar imprevisibilidade à equipa, desmontar as defesas e alimentar os avançados são Capel e Carrillo. Pese o estilo de jogo algo repetitivo do espanhol e alguma irregularidade e falta de intensidade do peruano, nem Wilson Eduardo (capacidade goleadora interessante mas pouco “pique” e à-vontade no um para um; talvez funcione melhor como segundo avançado) nem Heldon (poucos jogos, mas para já nada que justifique a titularidade) têm, a meu ver, feito por serem primeiras opções, uma vez que a equipa ganha mais profundidade e criatividade com os dois primeiros. Os últimos jogos de Carlos Mané mostram que poderá ser uma excelente aposta de futuro e uma boa solução para certos jogos, embora deva evoluir com calma.
Já no que diz respeito ao ponta-de-lança, penso que o facto de Montero ter começado a época em grande estilo foi simultaneamente a sua sorte e o seu azar. Sorte porque lhe permitiu atingir um estatuto de intocável na equipa, ao mesmo tempo que ajudou o Sporting a conquistar pontos preciosos; azar porque, apesar de os seus números de carreira mostrarem que nunca foi um matador, os adeptos começaram a querer ver nele um novo Jardel. Para mim, o colombiano é dos nossos melhores jogadores e, como disse, a sua técnica, visão de jogo e facilidade em arrastar os defesas e abrir espaços podem justificar o seu recuo e consequente entrada de Slimani no 11. O argelino já justifica mais oportunidades, se bem que a capacidade que ele tem para sobrecarregar e desmontar as defesas quando vem do banco possa não se notar tanto com a sua passagem a titular.
Creio que a equipa deve manter-se fiel às suas ideias, continuando a apostar no 4-3-3 até ao fim do campeonato (com André Martins no banco, Montero mais recuado e Slimani a ponta-de-lança). Uma aposta de início no 4-4-2 não só iria contra aquilo que a equipa passou os últimos meses a preparar, como poderia abrir uma clareira no meio-campo pronta a ser explorada pelos nossos adversários. Nos jogos em que o Sporting não consegue marcar golos, esse 4-3-3 deve ser transformado no tal 4-4-2 a que Jardim já recorre sempre que necessário, adiantando Montero no apoio a Slimani e com Wilson Eduardo à espreita no banco. No entanto, essa mudança só é eficaz se for acompanhada por um estilo de jogo mais directo e rico em cruzamentos para a área, algo que tardou a acontecer em Vila do Conde. Seja como for, importa lembrar que o plantel é algo curto e tem sido espremido até ao limite por Leonardo Jardim. Ele é o treinador, e decerto saberá o que fazer nas mais diversas situações. Pela minha parte, apenas posso dizer que confio a 100% no trabalho desta equipa.
Apesar de o actual modelo da Liga Europa retirar algum interesse à competição (principalmente durante a fase de grupos), a sensacional campanha do Red Bull Salzburgo não pode passar despercebida a ninguém. Os austríacos somam 7 vitórias em outros tantos jogos, têm o melhor ataque da prova e o melhor marcador – Jonathan Soriano – e, acima de tudo, têm o passaporte para os oitavos-de-final praticamente carimbado, depois da estrondosa vitória sobre o Ajax, em Amesterdão, por 3-0. O emblema que pertence à multinacional de bebidas energéticas tem demonstrado um poder ofensivo impressionante e, tendo em conta a enorme margem de progressão de grande parte dos seus jogadores, merece ser seguido com atenção.
Um grupo com Esbjerg, Elfsborg e Standard Liège não é particularmente exigente. Ainda assim, vencer todos os jogos impõe respeito. Nas últimas 3 edições da prova, incluindo a actual, só o Tottenham e o Anderlecht conseguiram 6 vitórias, o que demonstra a qualidade do feito do Salzburgo. Os austríacos apuraram-se tranquilamente, mas esperava-se que a fase a eliminar trouxesse maiores dificuldades à equipa. Para já, nada disso aconteceu. Em Amesterdão, onde ninguém bateu o Ajax na Champions (os holandeses até derrotaram o Barcelona), o conjunto treinado pelo alemão Roger Schmidt teve o primeiro teste às suas reais capacidades. A categórica vitória por 3-0 – resultado construído ainda na primeira parte – deixou claro que a prestação na fase de grupos não aconteceu por acaso.
Em termos internos, tem sido um passeio para o Salzburgo. É certo que o campeonato austríaco não é muito competitivo, mas isso não tira mérito ao conjunto orientado por Roger Schmidt (relembro que o Áustria de Viena, actual campeão, empatou no Estádio do Dragão e goleou o Zenit por 4-1). Neste momento, só um milagre fará com que o Red Bull não chegue ao título. A equipa segue na liderança com 19 pontos de vantagem para o segundo classificado, tem um registo impressionante de 79 golos marcados em 24 jogos e conta com os dois melhores marcadores da prova: Alan, com 18 golos, e Soriano, com 17. Um emblema com uma qualidade à parte de todos os outros.
Jonathan Soriano é o melhor marcador da Liga Europa Fonte: news.at
Olhando para o potencial dos jogadores do Salzburgo, é fácil de prever que, em breve, muitos deles vão estar em clubes de maior dimensão. Para se perceber a qualidade dos jogadores às ordens de Roger Schmidt, basta recordar a vitória sobre um Bayern de Munique com grande parte dos habituais titulares, em Janeiro, por 3-0. O encontro era de carácter amigável, mas não é qualquer equipa que tem capacidade de derrotar os campeões da Europa. Os austríacos têm, de facto, um plantel muito talentoso, principalmente no ataque. Sadio Mané, senegalês de 21 anos que costuma actuar sobre a esquerda, é um ala entusiasmante, muito perigoso nas diagonais e com uma capacidade técnica do outro mundo; no flanco contrário, Kevin Kampl, esloveno de 23 anos, é um extremo muito rápido, com boa visão de jogo e que desequilibra imenso no 1×1. A dupla de ataque composta por Soriano e Alan complementa-se na perfeição. O espanhol, ex-Barça B, está, aos 28 anos, no melhor momento da carreira. Tem um sentido de baliza notável, é bastante inteligente nas movimentações e tem uma capacidade de finalização muito acima da média. Já o brasileiro, explosivo e de remate fácil, está pronto para dar o salto para um campeonato mais competitivo. Mas a qualidade do Salzburgo não se esgota no sector ofensivo. Martin Hinteregger, central de 21 anos que tem sido associado ao Man United, e Valon Berisha, médio norueguês com enorme margem de progressão, são, também eles, jogadores que terão um futuro auspicioso.
Tendo em conta que, na próxima eliminatória, o Salzburgo terá pela frente o Basileia – que perdeu Salah, a sua grande figura – ou o Maccabi Tel Aviv, de Paulo Sousa, uma presença nos quartos-de-final não é, de todo, impossível. A partir daí, tudo pode acontecer, mas é preciso perceber como os austríacos lidarão com a falta de experiência a nível europeu. Independentemente disso, este Red Bull está a provar que tem asas para voar bem alto, e uma presença na Champions do próximo ano é o sonho de um emblema que tem tido um crescimento fantástico nos últimos tempos e que está a ser, sem dúvida, uma das grandes sensações da temporada.
O título deste texto é perfeito para a temporada do Sporting até ao momento. Conquista da Supertaça em jogo contra o Porto; primeiro lugar na fase regular do campeonato, pela primeira vez desde 2004/2005; presença nos quartos de final da Taça de Portugal, onde vão defrontar o Porto já dia 1 de março; e participação na fase de grupos da EHF CUP – para quem não sabe, é algo inédito em Portugal na competição, que, fazendo o paralelismo com o futebol, corresponde à Liga Europa.
É precisamente nesta competição que me vou focar, neste artigo. No fim da primeira volta da fase de grupos, o Sporting está em 2º no grupo B, atrás do todo poderoso Montpellier. Tem, para já, o melhor ataque da prova e a segunda melhor defesa da competição. Números brilhantes, sem qualquer dúvida, pois é uma equipa nova nestas andanças e quase sem banco de suplentes para poder rodar durante os jogos. Se a passagem à fase de grupos já foi considerada brilhante por todos os sportinguistas, os resultados obtidos até agora ainda o são mais. Esta equipa está a mostrar o que é o Sporting: esforço, dedicação, devoção para atingir a glória. É certo que se assim continuarem a vão atingir, não na Europa (é quase impossível, isto para não dizer que é completamente impossível), mas nas competições internas, onde quer Porto quer Benfica têm um orçamento muito superior. O sacrifício despendido por estes leões tem sido suficiente para atingir resultados fantásticos até ao momento.
Os leões contaram com casa cheia este domingo. Fonte: Facebook do Sporting Clube de Portugal
Indo agora aos jogos, vemos que o Sporting foi ganhar à Dinamarca por 32-25 ao Skjern. Um resultado que correu a Europa do andebol, especialmente a exibição de Ricardo Candeias, devido ao inesperado resultado obtido. Seguiu-se uma derrota com o Montpellier por apenas três golos, em que os franceses tiveram de suar muito para bater os bravos leões, que chegaram a estar a ganhar durante a segunda parte. O resultado 27-30 demostra bem a qualidade que o jogo teve. Seguiu-se o estrondoso resultado deste domingo, ao bater o Zominak por 39-22. A formação vinda da Macedónia não teve argumentos para discutir o resultado, em Mafra, estando o Sporting, neste momento, com o sonho perfeitamente realizável de atingir os quartos de final da competição. Para isto, basta derrotar o adversário deste domingo, 15 de março, e repetir, em Mafra, a vitória sobre a formação dinamarquesa.
É ainda com grande tristeza que vejo que nenhum canal televisivo português mostrou interesse em transmitir os jogos do Sporting em casa. Ter uma equipa nas competições europeias continua a só ser importante no futebol. Uma atitude a rever e com muita urgência, pois não só de futebol vive o desporto.
O que parecia um sonho quase irrealizável está cada vez mais perto de se realizar. Eu, como sportinguista, não poderia deixar de estar mais agradado com estas exibições e com estes resultados, mas muito trabalho ainda precisa de ser feito até ao fim da temporada, pois nada está ganho.
Ray Reardon uma vez disse: If I had to make the choice between staying married and playing snooker, snooker would win
(“Se eu tivesse de fazer uma escolha entre permanecer casado ou jogar snooker, o snooker ganharia”).
Não é uma afirmação muito escandalosa, no meu ponto de vista. Já expus, em artigos passados do Bola na Rede, algumas das razões pelas quais o snooker ganhou lugar no meu pequeno universo. E no seu universo, caro leitor, já há espaço para este desporto?
Independentemente da sua resposta, esta prática desportiva, que utiliza uma mesa apropriada, um taco e 22 bolas (quase soa a um insulto “dividir” o snooker nestas meras regras), não pára. O Welsh Open está de volta e conta com todos os jogadores famintos de vitória.
Primeiro, um breve contexto sobre este torneio. É uma competição profissional, e esta edição tem, pela primeira vez, todos os 128 jogadores do ranking mundial a começarem no mesmo round e no mesmo local. O formato do torneio passa por: da primeira fase até aos quartos-de-final, são possíveis sete frames; nos quartos-de-final, é à melhor de nove; nas meias-finais, há 11 frames possíveis e, na grande final, há a possibilidade de assistirmos a 17 frames.
Em 2013, Stephen Maguire conquistou a prova. O escocês ganhou ao inglês Stuart Bingham na negra, depois de um encontro muito equilibrado.
O Welsh Open 2014 começou no dia 19 de Fevereiro e terá lugar até dia 2 de Março, no Newport Centre, Reino Unido. O vencedor levará para casa a quantia de £60,000 (72,761.41€).
Até agora, não ocorreu nenhuma grande surpresa – falo nos resultados. É claro que, como qualquer outro desporto, não nos devemos agarrar unicamente às probabilidades de um jogador ganhar. Caso as probabilidades fossem certas, um jogo era apenas um “facto” ou um “acontecimento provável”. Ora, se não existissem factos extrínsecos, qual era o objectivo de uma competição? Isto para chegar à conclusão de que ver todos os jogos de snooker é imprescindível para uma boa sanidade mental! Fora de brincadeiras, pensa o caro leitor… Mas espero não estar a falar na primeira pessoa quando afirmo que o bem-estar intelectual passa também pelo desporto e/ou pela paixão a um clube.
Newport Centre nas preparações para o Welsh Open Fonte: World Snooker
Depois deste pequeno devaneio, posso apenas acrescentar a minha grande vontade em ver Judd Trump ganhar este Welsh Open. Não escondo a ninguém o facto de ser fanática pela sua maneira de jogar e, como boa fã, não desejo se não o mais triunfal para “The Ace”. Tem feito um jogo bastante sólido – duas entradas superiores a 50; uma de 100 e outra de 131, contra Kyren Wilson, e o marcador contra Jamie Burnett apresentou o resultado final de 4 (7) 1 a favor de Trump. O seu próximo jogo será contra o vencedor da partida entre Anthony McGill e Ryan Day (as minhas apostas recaem neste último).
Amanhã, faça uma pequena (ou grande) pausa na sua rotina e veja o encontro entre Ding Junhui, o chinês que não desilude, e Jamie Cope, às 10h30.
Senhoras e senhores, agarrem nas pipocas, façam as vossas apostas e, acima de tudo, preparem-se: a fase de apuramento do campeão nacional de futebol feminino está prestes a começar! Findada a fase regular da competição, já são conhecidas as quatro equipas que vão debater-se entre si pelo título de campeão nacional. A luta adivinha-se intensa e aguerrida, mas, no fim, só uma equipa poderá erguer o mais cobiçado troféu do futebol feminino português. Neste texto, faço uma breve antevisão dessa disputa, na qual avalio as hipóteses que as quatro equipas têm de chegar ao título.
“ Os quatro finalistas do campeonato nacional de futebol feminino: A-dos-Francos, Clube Futebol Benfica, Atlético Ouriense e Clube Albergaria “
A-dos-Francos
“Líder-Sensação quer ser Campeão”
Independentemente da forma como acabe esta fase de apuramento de campeão, a equipa do A-dos-Francos está de parabéns pelo campeonato que realizou até aqui. Se, na época passada, já tinha dado provas de ter asas para voos maiores, a equipa da Caldas da Rainha soube reforçar-se muito bem e apresentou uma consistência de resultados fenomenal na primeira fase do campeonato – em 18 jogos contou com 16 vitórias e apenas duas derrotas. Melhor era difícil para uma equipa recém-promovida num campeonato que está cada vez mais competitivo.
A questão de fundo é esta: terá o A-dos-Francos folgo para se manter no topo da tabela e terminar em beleza uma época verdadeiramente de sonho? É possível, até provável, mas certamente não será fácil. As estreantes no primeiro escalão do futebol feminino têm pela frente três equipas que são verdadeiros ossos duros de roer. E, se é verdade que foram donas e senhoras da primeira parte do campeonato nacional, há que relembrar que os pontos são divididos pela metade na entrada desta nova fase. Assim, A-dos-Francos parte com 24 pontos, Clube Futebol Benfica com 22, Atlético Ouriense com 20 e Clube de Albergaria com 19. Isto significa que, matematicamente, qualquer uma das quatro equipas apenas depende de si própria para ser campeã. Com apenas três deslizes na época inteira (contra Albergaria e Clube Futebol Benfica, para o campeonato, e Viseu 2001, para a taça), cabe agora ao A-dos-Francos provar que tem mesmo o que é preciso para ser campeão.
“Equipa recém-promovida do A-dos-Francos termina fase regular no topo da tabela classificativa. Ser campeã é o próximo objectivo” Fonte: Futebolfemininoportugal.com
Prós: Partem em vantagem; colectivo entrosado e consistente; jogadoras chave que podem fazer a diferença.
Contra: Podem acusar a pressão de serem a equipa a abater; o final do campeonato contou com duas derrotas desmoralizadoras.
Veredicto final: O sonho do título tem de falar mais alto do que a pressão de entrar na fase final como equipa a abater. Para isso, as atletas das Caldas têm de se apresentar ao seu melhor nível, com os seus elementos chave – a avançada Catarina Sousa ou a guarda-redes Patrícia Morais – a garantirem pontos. Se isso acontecer, vai ser difícil a liderança sair das Caldas da Rainha.
Clube Futebol Benfica
“Papoilas esmagadoras”
Desde que perdeu por 2 a 0 contra o Valadares Gaia, a 15 de Dezembro do ano passado, o Clube Futebol Benfica disputou mais seis jogos para o campeonato. Em todos eles, venceu por uma margem nunca inferior a quatro golos, incluindo uns expressivos 4 a 0, frente ao A-dos-Francos, e 5 a 0, frente ao Atlético Ouriense. Não há outra forma de o dizer, em Benfica anda a jogar-se muito. Lideradas pela melhor marcadora nacional, Mafalda Marujo, que já conta com 29 golos na competição, a equipa do “Fofó” entra a todo o gás na fase final do campeonato, e é o principal adversário do A-dos-Francos na luta pelo título. E pensar que, na época passada, ficaram apenas um ponto acima da linha de água, na fase de manutenção. Este ano, o Clube Futebol Benfica construiu uma excelente equipa e depressa mostrou ter argumentos para disputar o título taco-a-taco com os grandes. Partindo apenas a dois pontos do líder, e ainda que esteja tudo em aberto, o “Fofó” é, na minha opinião, a equipa que reúne maior favoritismo a sagrar-se campeã no final da temporada.
“O Clube Futebol Benfica – Fofó – tem praticado um futebol de excelente qualidade e assume-se como sério candidato ao título” Fonte: Aminhabola.blogspot.pt
Prós: Excelente momento de forma; resultados expressivos (nomeadamente contra adversários directos) motivam a equipa; colectivo fortíssimo e extremamente eficiente – quer a atacar, quer a defender.
Contras: Clube pode ser penalizado em três pontos em virtude de uma alegada utilização irregular da atleta Filipa Patão (jogadora foi suspensa enquanto treinadora de uma equipa de futebol 7 de escalões jovens). O caso ainda está em averiguações, mas um eventual desfecho desfavorável poderá ter um impacto negativo na prestação da equipa.
Veredicto final: A equipa que quiser ser campeã terá obrigatoriamente de passar pelo Clube Futebol Benfica. Se Mafalda Marujo e companhia continuarem em modo de “papoilas esmagadoras”, não haverá quem as agarre. Se não forem campeãs, ficarão certamente muito perto disso mesmo.
Atlético Ouriense
“O campeão em título ainda tem uma palavra a dizer”
Um pouco em marcha inversa ao que o Clube Futebol Benfica fez, a equipa do Atlético Ouriense teve um início de campeonato pujante, mas o rendimento foi caindo à medida que o campeonato avançava. As jogadoras de Ourém entram nesta fase final a quatro pontos do líder e com um novo treinador – Mauro Moderno saiu do comando técnico da equipa após uma pesada derrota contra o “Fofó”, por 5 a 0, e deu lugar a Marco Ramos, que orientava os juvenis do clube. Surpreendentemente, a equipa parece ter ganhado um novo ânimo, e soma vitórias desde a troca de treinador – três jogos, 11 golos marcados, nenhum sofrido. A questão aqui é só uma: será este novo fôlego suficiente para surpreender na fase final e revalidar o título de campeão?
“Com um novo treinador ao leme da equipa, o actual campeão nacional Atlético Ouriense ainda tem uma palavra a dizer na luta pelo título” Fonte: odesportonoalentejo.blogspot.com
Prós: Plantel recheado de qualidade e com muitas soluções, em particular no ataque; novo técnico parece ter desencadeado um efeito motivador na equipa.
Contras: Quatro pontos podem fazer a diferença na luta pelo título; troca de treinador e certa responsabilidade de defender o título são possíveis factores de pressão.
Veredicto final: O Atlético Ouriense tem pela frente um jogo de “ses”, nesta fase final do campeonato, uma espécie de “ou vai ou racha”. Se Marco Ramos continuar a sair-se bem no comando da equipa e as jogadoras aproveitarem o impulso para voltarem à forma em que estavam no início da época (ou da temporada passada, para esse efeito), ainda têm uma hipótese de renovar o título e atingir o bicampeonato. Caso contrário, o feito adivinha-se algo complicado.
Clube Albergaria
“Limpar em casa, ir discutir fora”
Dizer que o Clube Albergaria é a equipa com menos hipóteses de se sagrar campeã parece, de alguma forma, injusto, a julgar pela boa campanha que fizeram esta temporada. Com um plantel com poucas alterações daquele que há um ano lhe valeu o segundo lugar, o Albergaria parte com cinco pontos de desvantagem num minicampeonato de 18 pontos possíveis. Para sonhar com o título, terão de fazer uso-fruto do seu melhor trunfo – o factor casa. Ir jogar a Albergaria é algo que faz tremer qualquer equipa do campeonato nacional. Mesmo que não consiga disputar o título de campeão, o Clube Albergaria tem potencial para baralhar as contas a todos os outros candidatos.
“Clube Albergaria parte da última posição da fase de apuramento de campeão, mas tem potencial para vir a surpreender” Fonte: Diarioaveiro.pt
Prós: estrutura da equipa mantêm-se praticamente inalterada; factor casa é crucial; boas prestações contra adversários directos.
Contras: parte da maior desvantagem pontual (19 pontos) e jogos fora vão ser muito difíceis.
Veredicto final: tal como o Ouriense, o Albergaria tem de puxar dos galões para discutir o título de campeão nacional. A ordem será mesmo limpar em casa e disputar pontos fora. Com estas duas premissas a confirmarem-se, quem sabe se não há mesmo uma surpresa e o “caneco” não fica em Albergaria?
A guerra pelo trono mais cobiçado do futebol feminino português está lançada. E, este ano, o espectáculo promete. Das quatro equipas que vão a jogo, todas apresentaram argumentos para lutar pelo título e vão agora tirar as teimas sobre quem é, de facto, a melhor. Atribuir qualquer tipo de favoritismos é sempre algo ingrato, em particular numa fase final que se adivinha extremamente renhida. No entanto, se há algo que este redactor adora no desporto – e em particular no futebol – é o facto de ele estar muito, muito longe de ser matemático. Ainda que atribua algum favoritismo ao Clube Futebol Benfica e, possivelmente, ao A-dos-Francos, tudo está verdadeiramente em aberto. Assim, como não tenho bolas de cristal nem dotes cartomantes, prefiro, em jeito de nota final, dar uma de professor Chibanga: A-dos-Francos, Clube Futebol Benfica, Atlético Ouriense e Clube Albergaria. Uma destas equipas será a próxima grande vencedora do campeonato português de futebol feminino.
Portugal parou, com o coração nas mãos, para ver o que é que o Benfica fazia. O princípio do 33º campeonato começava – ou não – a desenhar-se aqui. Nesta noite. Neste jogo. Com um Sporting em começo de quebra e um Porto a rebentar pelas costuras. O futuro a quem pertence. A quem o reclama. E este tem de ser nosso. Benfica à Benfica precisa-se.
Não foi o que se viu. Um amor tímido, aquele que a equipa partilhou com os adeptos. Havia medo de perder. De não ser correspondido. De agarrar com unhas e dentes aquilo que é nosso por direito. Porquê? Somos melhores. Ninguém chega para nós. Mas há que mostrá-lo em campo. Olho por olho, dente por dente – como cantava Zeca Afonso. Com o onze do costume salpicado por algumas alterações e ausências, Jesus levava a jogo um Sílvio à direita, um Jardel ao centro e um Sulejmani à esquerda. E, surpresa das surpresas, tudo isso falhou. Mas há mais.
Num jogo em que o Benfica entrou a alto ritmo, com uma oportunidade claríssima de golo para Rodrigo logo aos dois minutos, nada fazia prever que a equipa da casa precisasse de magia para sobreviver. Uma cabeçada entre Pérez e Jardel aos cinco minutos veio matar o ímpeto encarnado e, a partir daí, foi o jogo possível. O central brasileiro não é propriamente acarinhado pela boa sorte, mas hoje tudo lhe aconteceu. Abriu a cabeça, as ligaduras não ficavam no lugar, foi obrigado a jogar com uma touca, meteu o avançado do Guimarães por duas vezes em jogo, protegeu bolas que não saíram e ainda resolveu fintar em zona proibida. Tanto quis mostrar serviço que acabou a servir…de passador.
D. Afonso Henriques…? Fonte: Facebook do SL Benfica
Passo a passo – literalmente (!) – o Benfica lá ia tentando furar por aquela que foi a melhor defesa a jogar na Luz este ano. Rui Vitória não se fez de rogado e só não levou um ponto para casa porque o Benfica tem de ser campeão. E o que tem de ser tem muita força. Ainda assim, o Guimarães deixou em campo blood, sweat and tears e teve em dois elementos os engenheiros que, tijolo por tijolo, construíram a barreira táctica que havia de desesperar mundos e fundos nas bancadas e em casa: Crivellaro é rei do meio-campo vimaranese e um guerreiro à moda antiga. O centro do campo foi dele e até Enzo e Fejsa precisaram de uma ajudinha extra – serventia de Rodrigo ou Lima; à esquerda um conhecido Leonel Olímpio que ia galgando por ali fora até despejar bola em Maazou, o pivô que também merece destaque pelo trabalho que deu à defensiva da casa. Com estas e outras diabruras o Guimarães lá se foi aguentando, sempre com dois homens junto ao detentor da bola, alas fechadas e um centro de campo de meter medo. Jogo de vai ou racha, portanto.
E o Benfica, pela varinha encantada de Markovic, lá foi e rachou. Depois de alguns sustos junto à (bem protegida) baliza de Douglas, o sérvio lá conseguiu – à terceira fantástica tentativa – tirar um coelho do chapéu…com um chapéu ao guarda-redes do Guimarães. Golo da noite, da jornada, da época e da vida do sérvio, se não contarmos com a maldade perpetrada no Estádio José Alvalade. Rodrigo, num dos poucos lances em que esteve bem, recebe a bola, roda sobre si próprio e com pózinhos de perlimpimpim faz a assistência que, a cinco minutos do intervalo, complicava as contas a Rui Vitória. Valha-nos o feiticeiro.
A partir daí veio mais do mesmo. Um Benfica desligado, podre, nauseabundo e que não mostrava amor à camisola. Do banco avistavam-se soluções, mas o mister é Jorge Jesus e não eu. Não me entendam mal: ele é que manda, sim, mas eu é que percebo do assunto. E passei o jogo inteiro a dizer que o Enzo estava em “dia não” e que o Fejsa, assim, não dava nem para a elementar distribuição de cacetada. Rúben Amorim, senhores. O jogo clamava pelo português, raios! Não houve meio até à entrada do homem. Até aos 84 minutos! E não há milagres, Jesus. Só magia. E foi a magia vinda do Leste que te safou.
Após o primeiro golo, o capitão juntou as tropas e exigiu mais Fonte: Facebook do SL Benfica
A Figura Markovic – Palavras para quê? Nasceu ensinado e saiu de lá de dentro a dar toques. É estonteante. Dá até vontade de o vender por mais de 25 milhões, só para variar um bocado.
O Fora-de-Jogo
Público da Luz – Não tivessem os bilhetes sido oferecidos e estava a noite estragada. Onde anda o Benfiquismo desta gente? Fica a nota: a energia gasta no maldizer também serve para as palmas e para os cânticos. Esta equipa, independentemente do que deixa ou não em campo, merece melhores adeptos.
P.S. – Parabéns a Luisão pelo 400º. Já não se vêem destas coisas no futebol. E muita força ao nosso Mário “Capitão” Coluna. Estamos a torcer por melhores notícias.
Depois do bicampeonato e da derrota na final da Champions League 2012/2013, o Borussia Dortmund parece uma equipa diferente. Desequilíbrio e inconstância são as melhores palavras para descrever esta época.
Todos imaginávamos que, com Guardiola, o Bayern München não daria hipótese nenhuma à concorrência, sobretudo ao Borussia Dortmund, mas ninguém previa, com certeza, uma diferença pontual tão grande.
A verdade é que as duas equipas parecem ser a antítese uma da outra: de um lado temos um Bayern equilibradíssimo, quase perfeito, e do outro é-nos apresentado um Borussia Dortmund que parece ter perdido o fulgor dos anos anteriores.
Podemos dizer que a turma de Klöpp tem sido fustigada por lesões e ainda perdeu um jogador, vendido ao Bayern München, o que tem dificultado, e de que maneira, a vida do excêntrico técnico alemão.
Lewandowski será orientado por Guardiola, já a partir da próxima época Fonte: i.huffpost.com
As lesões têm assolado o plantel de Westfalen. Jurgen Klöpp já se viu privado do seu quarteto defensivo preferido (Piszczek, Subotic, Hummels e Schmelzer), tendo mesmo ido contratar Friedrich, que já tinha colocado um ponto final na carreira. Apesar de os seus laterais já terem voltado, a verdade é que Hummels parece ressentir-se da lesão contraída nos ligamentos, em Novembro, cada vez que participa num jogo. Já o seu companheiro no eixo da defesa, Subotic, tem regresso marcado apenas para meados de Maio; o sérvio sofreu também uma lesão nos ligamentos do joelho esquerdo.
Subotic lesionou-se durante o jogo contra o Wolfsburg, em Novembro de 2013, e só volta em Maio de 2014 Fonte: Daily Mail
Mas os problemas não são só na defesa. O meio-campo também tem sofrido com isso, e o caso mais grave é mesmo o de Gundögan, peça fundamental no sistema de Klöpp, que se encontra afastado dos relvados desde Agosto, devido a problemas lombares. Mais recentemente, foi a vez de Sven Bender ser assolado por uma lesão que também o afastará da competição até Maio, perdendo algumas hipóteses de ser seleccionado por Joachim Löw para o Mundial 2014, a disputar no Brasil.
Outra dor de cabeça para os responsáveis do Dortmund é Jakub Blaszczykowski. O polaco foi mais um a contrair uma lesão nos ligamentos, e tem regresso previsto para Julho, falhando assim o resto da temporada.
Com todos estes jogadores lesionados e com os suplentes a, obviamente, não apresentarem a mesma qualidade, a equipa ressentiu-se e está neste momento no 3º lugar, a um ponto do Bayer Leverkusen, e com um ponto de vantagem sobre os eternos rivais, o Schalke 04. O título é apenas uma miragem, e só com um milagre é que lá chegarão, enquanto que a Liga dos Campeões, com todas estas baixas, parece ser um sonho igualmente impossível.
Os (excelentes) adeptos do Borussia bem podem sonhar, mas será quase impossível ser campeão contra o Bayern de Guardiola Fonte: sambafoot.com
Será então altura para Klöpp começar a preparar a época 2014/2015. Apesar de o Bayern München ser claramente a melhor equipa do mundo, o Borussia, com um bom substituto de Lewandowski e um plantel mais equilibrado em todos os sectores e bem preparado fisicamente, poderá ter uma palavra a dizer, tanto na discussão do título como na Liga dos Campeões.
É o fim de percurso de Paulo Fonseca. O treinador do Porto já não tem como continuar no comando técnico do Porto. O jogo de ontem com o Estoril demonstra bem a incapacidade de Paulo Fonseca para manter a cabeça à tona da água.
A notícia de que o lugar de treinador do Porto está à disposição é a sentença já há muito prevista. Nos últimos tempos via-se perfeitamente que não havia espaço de manobra. Seja pelos resultados, que não eram favoráveis, seja pela forma da equipa, que deixa muito a desejar. Podia até ser pelas acções de Paulo Fonseca e pela forma como se comporta dentro e fora das quatro linhas. Independentemente da razão, está na hora de ceder o lugar e fazer controlo de danos.
Desde o início da sua campanha no Porto que Paulo Fonseca não conseguiu reunir consenso. As decisões de, à partida, alterar o esquema táctico para introduzir dois pivôs no “reino” de Fernando e a gestão de jogadores como Quintero não caíram bem no universo azul e branco. Porém, a supertaça Cândido de Oliveira, conquistada ao Vitória de Guimarães, acalmou as hostes e deu algum espaço de manobra ao treinador.
O Porto nunca se sentiu verdadeiramente à vontade com o novo esquema. Na maioria dos jogos sofria para marcar e as vitórias chegavam com demasiado esforço e trabalho. O momento de forma e o jogo não eram os melhores. Na Champions League, não conseguiu passar da fase de grupos. Com apenas uma vitória perante o Áustria de Viena e duas derrotas em casa com Atlético de Madrid e Zenit, a aventura milionária rapidamente chegou ao fim. O Porto saía da Liga dos Campeões, fazendo má figura, rumo à Liga Europa.
Paulo Fonseca aparenta não ter mais espaço de manobra no Porto Fonte: Record
Paulo Fonseca dirigiu então o foco para a Taça de Portugal e para o campeonato. Em confronto directo com o Benfica no topo da Liga, estava bem encaminhado o percurso no campeonato. Seguiu-se a Taça de Portugal e novas dificuldades. Dificuldades no jogo com o Trofense (vitória pela margem mínima), Vitória de Guimarães (2-0) e, ironicamente, Estoril-Praia (2-1). O próximo adversário é o Benfica, que, neste momento, está num melhor momento de forma do que o Porto.
Com a Taça da Liga veio a novela dos cerca de três minutos de atraso. Na “secretaria”, após a decisão da Federação Portuguesa de Futebol, ficou estabelecido que o Porto passaria às meias-finais da competição (embora ainda esteja para ser conhecida a decisão do recurso apresentado pelo Sporting). Paulo Fonseca levou o Porto à passagem. No entanto, não foi uma viagem tranquila, foi repleta de dificuldades e sem mostrar a qualidade do Porto. Segue-se o Benfica, embora ainda falte para o embate…
O cerco à volta de Paulo Fonseca ficou cada vez mais estreito. A Liga Europa surge quando o Porto já se encontra atrás do Benfica. Novo desaire, desta vez com os alemães do Eintracht Frankfurt. Nova exibição fraquinha, com demasiadas lacunas ofensivas, mas sobretudo defensivas. Falta a segunda mão, na Alemanha, país onde o Porto apresenta sempre dificuldades. Perante um adversário que está a ter uma época terrível, o Porto não foi capaz de se impor, num confronto europeu em que a experiência do Porto é bastante superior.
A conferência de imprensa após o jogo de ontem foi atendida por um Paulo Fonseca cuja cara não mente. Embora ele tenha dito, nas poucas palavras que proferiu, que deseja continuar a comandar o Porto, não está em condições de o fazer. Tendo em conta a conquista da Supertaça, a qualificação para as “meias” da Taça de Portugal e Taça da Liga, esta não aparenta ser uma época terrível, como foi a época 2012-2013 do Sporting. No entanto, é manifestamente pouco para um clube do calibre do Porto. O Porto joga mal, não inspira confiança e afasta os seus adeptos com pobres espectáculos. O jogo de ontem, assim como os lenços brancos, mostram isso mesmo.
A primeira metade da época já está concluída. Os All-Stars simbolizam esse marco e é agora que são feitas todas as decisões importantes. A grande corrida aos playoffs começou agora mesmo.
Posto isto, decidi aproveitar este momento para destacar as melhores e piores equipas, surpresas e jogadores até ao momento.
Charlotte Bobcats – A equipa, outrora formação com pior registo da liga, tem apresentado um basquetebol agradável em comparação com outros anos. Está em 8ª posição na conferência Este e pode ir aos playoffs. A adição de Al Jefferson foi muito boa para o grupo. Tem sido um dos melhores postes da liga, estatisticamente falando, e tem ajudado bastante a equipa. A equipa de Charlotte tem sido, sem dúvida alguma, a maior surpresa deste ano. E se forem aos playoffs, serão uma história de evolução tremenda no espaço de dois anos.
Estes jogadores estão prestes a entrar na história dos Bobcats. Se forem aos playoffs, vão passar da equipa com pior registo da liga aos playoffs no espaço de dois anos. Fonte: Bigstory.ap.org
Lance Stephenson – Pessoalmente, é o jogador que mais me tem surpreendido. Lidera a liga em triplos-duplos. A nível de assistências, é o que tem mais na equipa, e é o segundo jogador com mais pontos e ressaltos dos Pacers.
Cleveland Cavaliers – No início do ano, esta formação era apontada aos playoffs, no entanto, têm tido imensos problemas. Luol Deng foi trocado e pouco tempo depois da sua chegada, afirmou que não iria querer ficar na equipa do estado de Ohio. Anthony Bennett está a ser uma grande desilusão e de acordo com as necessidades do plantel, até Alex Len, posteriormente seleccionado pelos Phoenix Suns, teria sido uma escolha melhor.
Boston Celtics – Um grupo com a história dos Celtics não pode jogar para “tentar” ir aos playoffs. As trocas que têm realizado são todas para preparar a equipa para o futuro. Nesse sentido estão a ter uma gestão interessante, mas não deixa de ser decepcionante o estado da equipa.
Chicago Bulls – Não acredito que não haja ninguém que não aplauda o esforço dos Bulls este ano. De um plantel feito à volta de Derrick Rose, a uma grande falta de qualidade ofensiva. Os Bulls estão saudáveis e, certamente que já garantiram um lugar nos playoffs. Noah tem sido o jogador mais influente da equipa cedida em Illinois.
Goran Dragić tem ajudado os Suns a garantir vitórias, quase que suficientes, para irem aos playoffs. Esse destino não está muito longe. Fonte: Zanda.com
Phoenix Suns – Apesar de terem um bom grupo, ninguém esperava que o grupo de Phoenix estivesse tão bem posicionado na corrida aos playoffs. A equipa sensação deste ano tem também um dos jogadores que mais evoluiu. Goran Dragić tem sido impressionante e tem carregado a formação às costas. Estamos perante um jogador que não só joga, como faz jogar muitíssimo bem todos à sua volta.
Sacramento Kings – Na mesma divisão que a equipa anterior, os Kings estão numa posição completamente oposta. Muito longe de sequer sonharem com os playoffs, os Kings têm-me sido uma grande desilusão. Com um dos postes mais irreverentes da liga, DeMarcus Cousins, com Rudy Gay, outrora considerado uma estrela em Memphis, mas que apresenta graves problemas de consistência, e um base que certamente merece um melhor plantel do que aquele em que está em Isaiah Thomas, os Kings têm o dever de estar melhor colocados.
Los Angeles Lakers – Da equipa com mais aparições nas finais da NBA, só se espera que estejam sempre a tentar ir lá mais uma vez. No entanto, estão empatados com os Kings no último lugar da conferencia Oeste, a grande desilusão desta época.