Depois de 10 programas em podcast, o Bola na Rede regressa às rádios. A partir da novíssima 8ª temporada do nosso programa radiofónico, o BnR vai passar a ser transmitido na Feel FM. Esta rádio online, fundada em janeiro deste ano, tem residência em Almeirim (região do Ribatejo) e privilegia o teor de programação generalista. Apesar de ser uma estação que concede maior atenção à informação do concelho de Almeirim, também aposta em programas de autor de âmbito nacional e é aqui que o Bola na Rede se insere.
Depois de 6 temporadas na ESCS FM, o nosso programa expande-se para outra estação, sem, claro, perder a sua identidade. Em termos de conteúdos, o Bola na Rede manterá a sua liberdade habitual, tendo, como é hábito, as rubricas “A Jornada”, “Figura da Semana”, “Fora-de-Jogo da Semana” e a “Zona de Apostas”.
A nível de convidados, prometemos que as novidades continuarão. Estejam, portanto, muito atentos a esta nova temporada.
O que terão em comum jogadores como Ricardo Sá Pinto, Ivaylo Iordanov, Leandro Machado, Delfim, Marius Niculae, Marat Izmaylov, Valeri Bojinov e Jeffrén? Uns melhores, outros piores; uns certamente mais marcantes do que outros; uns mais significativos para o emblema leonino, outros com passagens fugazes por Alvalade. Porém, duas coisas ligam de forma factual estes oito atletas: problemas físicos/disciplinares e o jersey utilizado.
Desde a saída de Luís Figo de Alvalade, a camisola 7 do Sporting tornou-se, de uma forma impressionante, um claro sinónimo de azar. Esta superstição levou, inclusivamente, vários atletas a trocarem de numeração: casos de Iordanov, que trocou o malfadado “7” pelo número 9; de Delfim, que passou a envergar o 6; do romeno Niculae, que adoptou o 9; e, por fim, de Sá Pinto e Izmaylov, que abraçaram com alívio a camisola 10, depois de grandes azares vividos com o “número malvado”.
Mas que problemas terão sido estes? Fará sentido ter medo de um simples número (que popularmente até se associa à sorte), ter medo de uma simples camisola? Decerto não poderá ser apenas um número a causar tanto estrago. A verdade é que Sá Pinto, após o regresso a Alvalade, depois de uma passagem pela Real Sociedad, foi atormentado por lesões constantes e afastamentos longuíssimos, sem conseguir voltar a impor o seu futebol de leão ao peito. Já Iordanov, um símbolo leonino, o primeiro capitão estrangeiro do Sporting, teve, porventura, o maior azar de todos estes atletas enumerados: o abandono da carreira devido a doença, mais especificamente esclerose múltipla. Para além de sucessivas lesões, também Delfim se viu obrigado a terminar a carreira devido a problemas graves na coluna.
O simpático e acarinhado jogador romeno, que chegou ao Sporting em 2001, Marius Niculae, começou muito bem o seu percurso em Alvalade, criando um triângulo atacante perfeito com Jardel e João Pinto, até se lesionar com gravidade nos ligamentos internos do joelho. Niculae ainda se manteve durante vários anos no Sporting, mas o certo é que nunca mais foi o mesmo jogador que vimos chegar, numa época bastante feliz para todos os sportinguistas. Marat Izmaylov foi um poço de problemas e continuou a sê-lo no Dragão: lesões, indisciplina, falta de vontade de treinar, falta de vontade de jogar, um homem que parece não gostar do que faz, da profissão que tem, um atleta triste, de sorriso inexistente. A solução para o russo, e a minha opinião vale o que vale, seria abandonar a carreira e fazer algo de que realmente goste.
Leandro Machado e Bojinov apareceram e desapareceram rapidamente do Sporting: Leandro gostava demasiado das distracções que a noite lisboeta oferecia, e, apesar da qualidade inegável, o seu empenho não acompanhava o potencial que tinha; já o búlgaro Bojinov, para além da falta de qualidade (que só Luís Duque e Carlos Freitas não viram), teve o azar de “roubar” a bola a um Matías Fernández, que iria bater uma grande penalidade e falhá-la de forma impressionante – edificou o seu azar.
Bojinov e Carlos Freitas na apresentação do jogador Fonte: Blog “Ti Amo Sporting”
Até ao fecho do mercado de Inverno, que ocorreu no passado dia 31, o último número 7 do Sporting foi o hispano-venezuelano Jeffrén Suárez. O ex-Barça estava “encostado” na equipa B sem jogar, depois de duas épocas na equipa principal sem qualquer brio e com variadas lesões graves – problemas que já o atormentavam em Espanha. Porém, no mesmo dia 31, surgiu um atleta que ignorou toda esta nuvem em volta de uma camisola que há quase 20 anos traz azares sucessivos a quem a enverga. Destemido, o “faraó” Shikabala não hesitou em herdar o “7” de Jeffrén e planeia acabar com esta maldição. Apesar de toda esta vontade do egípcio (até ameaçou acabar a carreira se o negócio entre Zamalek e Sporting não se concretizasse), os factos não jogam a seu favor: segundo alguns portugueses que já trabalharam no futebol egípcio, o jogador tem historial de problemas disciplinares, e, segundo Leonardo Jardim, não apresenta neste momento uma boa forma física.
Shikabala e Bruno de Carvalho selam o acordo Fonte: Maisfutebol
Será a “rebeldia” de Shikabala o mote para a maldição do “7” continuar? Poderá, por outro lado, voltar a tornar o jersey “7” uma camisola lendária, marcando golos como os que têm circulado na web nos últimos dias? Será que, depois do Bola de Ouro Luís Figo, só o regresso do nosso outro Bola de Ouro poderá acabar com toda esta maldição? Será que existe alguma maldição? Serão os factos das duas últimas décadas suficientes para falarmos de maldição? Acreditar ou não: a decisão é sua.
O tema deste artigo, como sempre, é a equipa de futebol do Benfica; mas, se me dão licença, quero fazer um pequeno preâmbulo sobre automóveis. E isto porque me sinto na necessidade de desabafar uma coisa convosco: tenho pena de o meu carro não ter seis velocidades, mas em compensação espero que o meu lindo Benfica meta a sexta – que é como quem diz, espero que obtenha a sexta vitória consecutiva diante do Sporting, em casa, para jogos do campeonato!
Porém, antes de entrar a fundo no meu baú de recordações, queria já elucidar os leitores dos seguintes dados: o Sporting não vence no Estádio da Luz desde o dia 28 de Janeiro de 2006! Ou seja, da última vez que o Sporting venceu o jogo pelo qual suspira durante todo o ano, eu ainda tinha 17 anos (e, sim, estou a ficar velho); da última vez que o Sporting venceu na Luz, o Engenheiro José Sócrates era um Primeiro-Ministro aclamado no nosso país; da última vez que o Sporting venceu na Luz, havia pouco desemprego em Portugal; da última vez que o Sporting venceu na Luz, Luís Figo ainda jogava na selecção nacional; da última vez que o Sporting venceu na Luz, Cavaco Silva ainda não tinha sido empossado como Presidente da República; da última vez que o Sporting venceu na Luz, eu ainda achava que ia ser bom futebolista.
Posto isto, e como tive de sair de casa, tive de elaborar o resto do artigo enquanto viajava de carro. Veículo a iniciar o andamento; como tal, a principiar a marcha com a primeira velocidade metida. E onde é que a primeira me levou? Pois bem, levou-me até ao dia 27 de Setembro de 2008, para um Benfica 2-0 Sporting, em jogo a contar para a 4ª jornada do campeonato. Com 60 mil nas bancadas, e após uma 1ª parte equilibrada, os pupilos orientados por Quique Flores (que treinador medonho…) arrancam uma 2ª parte de raiva, chegando à vitória com um petardo de Reyes e com um cabeceamento fulminante de Sidnei. E a cereja no topo do bolo, qual foi? Foi ver um Carlos Martins possuído, festejando o segundo golo como se não houvesse amanhã.
Contudo, mal aumentou um pouco a velocidade, teve de se recorrer à segunda mudança. E sendo assim, fui parar a uma noite chuvosa, com estádio cheio. Dia 13 de Abril de 2010, 26ª jornada, a minha pessoa colada ao ecrã. Benfica preso de movimentos no primeiro tempo, acusando a pressão de um jogo que quase nos colocava às portas do título. Na segunda parte, o espectáculo foi grandioso. O Sporting nem saiu lá de trás, Cardozo inaugurou o marcador e depois… bem, depois um momento emocionante: Aimar, esse Deus, correu quase todo um meio-campo, com a bola coladinha ao pé, passou Rui Patrício e fez o 2-0. Mal marcou virou-se para a bancada, enquanto beijava o emblema do Benfica. Um homem também chora, e este é daqueles momentos que tenho dificuldade em rever, porque sei que as marotas das lágrimas podem aparecer.
Aimar levou a Luz à loucura com um golo inesquecível, em 2009/2010 Fonte: Maisfutebol
Com estas lembranças, o carro lá começou, desesperado, a pedir mais um movimento no manípulo. Terceira posta, velocímetro a marcar 55 km/h, e eu em 2010/2011. Estávamos na 5ª jornada do campeonato, éramos os campeões nacionais, mas tínhamos começado horrivelmente a prova. Aquele Benfica vs Sporting era uma prova de fogo para o Benfica e para Jorge Jesus, já muito contestado. Talvez daí, o Benfica lá sacou um jogo de alto nível, com Cardozo a fazer miséria, marcando os dois golos do maior de Portugal, e tendo mais oportunidades nos pés. Vitória sem espinhas, Estádio da Luz a reconciliar-se com a equipa.
De seguida, entrei na auto-estrada, e, como tal, tive de colocar a quarta velocidade. E assim, lá estava eu no dia 26 de Novembro de 2011, num Estádio da Luz a abarrotar, 11ª jornada do campeonato. Um competente Sporting, na altura a atravessar uma grande fase, criou-nos problemas, mas, com muito empenho e sacrifício, ainda para mais depois da expulsão de Cardozo, o Benfica atingiu a vitória. Javi Garcia, poucos minutos antes do intervalo, marcou o único golo do jogo, fazendo explodir o inferno da Luz.
Mas não deu para andar durante muito tempo em quarta, e como tal foi uma questão de segundos até se chegar à quinta velocidade. E eis a minha pessoa no dia 21 de Abril de 2013, domingo com tempo fantástico, ambiente de festa na catedral. Num jogo muito disputado, o Benfica voltou a vencer o rival lisboeta, somando assim cinco vitórias consecutivas na Luz defronte do Sporting! Com um resultado final de 2-0, o Benfica contribuía assim para aumentar o tormento leonino, que resultaria num inacreditável 7º lugar. Porém, quando se fala deste jogo não há como esquecer aquele fabuloso segundo golo, no qual Gaitán e Lima pintaram uma tela digna de Van Gogh.
Quando dei por mim, e no auge da minha emoção por tanta recordação boa, tinha o motor a emitir ruídos elevados, pedindo afincadamente a sexta mudança. O problema é que o meu soberbo veículo não a tem, mas eu sei o que o Benfica, no próximo domingo, se encarregará de a meter, levando assim à loucura milhões e milhões de adeptos.
O Europeu de futsal está ao rubro. Depois de alguns resultados surpreendentes na fase de grupos, os quartos-de-final começam hoje e prometem ser muito bem disputados.
Fase de Grupos
Grupo A: Bélgica, Roménia e Ucrânia
Como era espectável, a equipa da casa foi eliminada. Perdeu 1-6 com a Roménia e obteve um 0-0 com a Ucrânia.
A luta entre Ucrânia e Roménia antevia-se muito equilibrada e assim foi: a Ucrânia venceu por 1-0, alcançando assim o primeiro lugar do grupo.
Grupo B: Rússia, Portugal e Holanda
Grupo interessante, onde havia claramente dois favoritos a seguir em frente (Rússia e Portugal), mas onde surgiu uma Holanda motivada por não participar num Europeu há 9 anos, mesmo não apresentando grandes argumentos.
A Holanda perdeu 7-1 com a Rússia e 5-0 com Portugal, num jogo em que Portugal se podia ter aplicado mais, acabando por ser eliminada.
O jogo entre Rússia e Portugal antevia-se como um jogo de altíssimo nível, digno de uma final. As duas equipas entraram bem na partida, jogando de forma cautelosa e segura. A primeira parte terminou 0-0 e para a segunda parte previa-se mais agressividade de ambas as partes. Ricardinho inaugurou o marcador mas passados apenas 27 segundos a Rússia marcou. O jogo esteve sempre entre o empate e a vitória, mostrando claramente a semelhança qualitativa das duas seleções. Terminou 4-4, tendo a Rússia alcançado o primeiro lugar e Portugal o segundo.
Portugal continha a sonhar neste Europeu Fonte: Publico.pt
Grupo C: Itália, Azerbaijão e Eslovénia
Este grupo adivinhava-se difícil, tendo acabado por ser uma agradável surpresa. O primeiro jogo ditou uma derrota da gigante Itália frente à Eslovénia – equipa que nunca tinha alcançado qualquer ponto em fases finais – por 3-2, num jogo muito intenso em que os eslovenos se exibiram a grande nível.
Em seguida, Eslovénia e Azerbaijão protagonizaram um jogo de enorme equilíbrio e qualidade. O Azerbaijão mostrou que estava na luta pelo apuramento ao vencer por 7-6.
Naquele momento havia duas equipas com 3 pontos (Eslovénia e Azerbaijão) e a Itália encontrava-se com uns surpreendentes 0 pontos.
O jogo entre a Itália e o Azerbaijão iria ditar quem passaria à fase seguinte e quem ficaria pelo caminho. Pelos resultados anteriores podia-se prever um jogo equilibrado, devido à derrota da Itália e à vitória do Azerbaijão mas a clara superioridade italiana sobrepôs-se à vontade da equipa do Azerbaijão, acabando a Vechia Signora por vencer 7-0. A Itália passou em primeiro lugar e a surpreendente Eslovénia em segundo.
O grupo C foi sem dúvida o mais equilibrado, tendo todas as seleções terminado com 3 pontos.
Grupo D: Espanha, República Checa e Croácia
Neste grupo antevia-se uma luta acesa pelo 2º lugar, visto que o primeiro lugar era claramente para a poderosíssima Espanha.
O jogo entre Espanha e Croácia ditou mais um resultado surpreendente. As duas seleções empataram 3-3 num jogo em que a Croácia dominou claramente, tendo merecido ganhar. O jogo entre Croácia e República Checa esperava-se muito equilibrado. E foi, de facto. Terminou 3-3 e adiou a qualificação para o último encontro. A Espanha cilindrou a República Checa por 8-1 num jogo de sentido único, mostrando que basta praticar o seu habitual jogo para se superiorizar a qualquer adversário.
Quartos-de-Final
Fonte: Uefa.com (as horas correspondem ao horário belga, menos 1h em Portugal)
Ucrânia-Portugal
Na minha opinião, o jogo de hoje entre Ucrânia e Portugal será muito bem disputado (em 4 jogos disputados entre ambos cada seleção soma 2 vitórias e 2 derrotas). Penso que Portugal será superior, apresentando o jogo sólido e organizado que apresentou com a Rússia ou até com a Holanda, embora este tenha sido mais acessível. Estou ansioso por ver este importantíssimo duelo!
Roménia-Rússia
Sou da opinião que a Rússia sairá deste encontro claramente vencedora devido ao jogo que tem apresentado e à magnífica qualidade do seu plantel, sem querer tirar mérito à equipa da Roménia, que tudo fará para se qualificar.
Os jogos de amanhã serão muito competitivos e talvez possa haver mais uma surpresa neste Europeu de Antuérpia.
Fonte: Uefa.com (as horas correspondem ao horário belga, menos 1h em Portugal)
Itália-Croácia
A Itália defronta a Croácia num jogo que será muito interessante e ao mesmo tempo algo imprevisível. A Itália perdeu o primeiro jogo com a Eslovénia e a Croácia alcançou um empate frente à Espanha. Estamos na fase a eliminar e qualquer descuido ditará a respetiva eliminação. Recordo que o vencedor deste jogo defrontará o vencedor do Ucrânia-Portugal (esperemos que seja a seleção das quinas).
Eslovénia-Espanha
O último encontro dos quartos-de-final adivinha-se complicado tanto para a Espanha como para a Eslovénia. A Espanha é favorita em todos os jogos que disputa e neste também o é, mas a Eslovénia aparece nesta fase depois de uma surpreendente vitória frente à Itália e de um surpreendente apuramento, por isso penso que será um jogo muito intenso e bem disputado por ambas as seleções.
O vencedor do Roménia-Rússia jogará com o vencedor do Eslovénia-Espanha.
Esta semana a Bundesliga começou mais cedo, com uma vitória suadíssima do Bayern München no terreno do Stuttgart numa partida referente ainda à 17ª jornada. Ibisevic marcou primeiro para os da casa, mas Pizarro empatou aos 76′. O momento da partida estava reservado para os descontos: Thiago, num golpe espetacular, deu a vitória à equipa de Pep Guardiola com um dos melhores golos da época.
Quem também venceu fora, mesmo estando a perder, foi o Nürnberg. O Hertha marcou cedo por intermédio de Adrián Ramos (4′), mas aos 20′ foi a vez de Faulner empatar a partida. A segunda parte foi toda dos visitantes, que acabaram por dar a volta, com Drmic a bisar (68′ e 90′).
O avançado Rudnevs continua em grande Fonte: Frankfurter Allgemeine
O Hannover 96 continua a sua boa fase. Recebeu e bateu o Borussia Monchengladbach por 3-1. Diouf continua a ser a figura de destaque da equipa da casa, apontando mais dois golos nesta edição da Bundesliga. O outro tento do Hannover foi concretizado por Rudnevs. Mlapa foi quem reduziu a diferença no marcador para o lado do Borussia.
Num dos grandes jogos da jornada 19, o Bayer Leverkusen não desiludiu. Mesmo assim, foi o Stuttgart quem se adiantou no placard, através de um grande golo do recém-chegado de um Borussia Dortmund: Leitner. Kiessling empatou o jogo à passagem do minuto 26′, e foi já perto do fim que Derdiyok deu a vitória à equipa da casa.
Frankfurt foi um adversário fácil para o Bayern Fonte: Superesportes.com.br
O Bayern München recebeu e massacrou o Eintracht Frankfurt (adversário do FC Porto na Liga Europa). Mario Götze foi quem marcou o primeiro, e o que se seguiu foi um autêntico festival de bom futebol. O Frankfurt não teve como parar os golos que ainda estavam por chegar de Ribéry, Robben, Dante e Mandzukic. Com esta vitória, o Bayern München começa já a pensar sobre a quantas jornadas do fim se sagrará bi-campeão, dada a diferença de 13 pontos para o Bayer Leverkusen, que segue em 2º.
O Schalke 04 recebeu o Wolfsburgo e chegou cedo (9′) à vantagem, depois de uma cabeçada certeira de Felipe Santana. O Wolfsburgo, uma das equipas-sensação desta edição da Bundesliga, empatou aos 65′ por intermédio do jovem Max Arnold, após uma boa jogada colectiva da frente de ataque dos wolfs. Kevin Prince Boateng viria a dar a vitória ao Schalke 04 aos 81′ com um grande remate, não dando hipóteses de defesa a Diego Benaglio.
Aubameyang foi decisivo Fonte: Getty Images
Aubameyang teve uma tarde de sonho ao apontar os dois golos do Borussia Dortmund que deram a vitória dos vice-campeões europeus frente ao Eintracht Braunschweig. O golo dos da casa foi apontado por Kessel. O Borussia mantém-se assim a apenas um ponto do 2º lugar.
Passada uma semana desde o meu último texto, muitíssimas coisas aconteceram. Muito podia falar sobre estes últimos dias: desde a vitória dos Miami Heat sobre os San Antonio Spurs à derrota dos Miami Heat diante dos Oklahoma City Thunder. Poderia até dar a minha opinião acerca daquela que tem sido a máquina destruidora da liga, marcando 30 ou mais pontos por mais de dez jogos consecutivos, Kevin Durant. No entanto, decidi falar sobre o mês de Janeiro.
Desde o início do ano, catorze jogadores, repito, catorze jogadores bateram os seus recordes de pontos. Um dado impressionante, quase tão espetacular como as suas prestações.
Comecemos por analisar este dado. Bater recordes pessoais é certamente uma conquista rara nas carreiras dos jogadores. No passado mês de Janeiro, mais de uma dúzia de jogadores conseguiram realizar tal feito.
Victor Oladipo, rookie dos Orlando Magic, é um dos nomes que tem andado na ribalta por ser um jogador muito completo e que tem mostrado grandes capacidades defensivas. Num jogo extremamente emocionante contra os Chicago Bulls, Oladipo marcou 35 pontos num confronto que chegou ao terceiro prolongamento. Podem contestar que estando na primeira época é relativamente fácil atingir recordes pessoais, mas 35 pontos, até para uma estrela, é fenomenal.
Do outro lado da fronteira norte-americana, em Toronto, Terrence Ross (jogador de segundo ano), atualmente campeão de afundanços do fim-de-semana dos All-Stars, fez dez triplos num jogo e marcou 51 pontos. Quebrou o seu recorde pessoal e igualou o recorde do clube. O último jogador a atingir este número foi Vince Carter. Esta performance fenomenal foi contra os Los Angeles Clippers, porém a vitória foi para a formação californiana. Sendo um atleta com um alto poder de elevação, Ross tem feito uma época impressionante e demonstrado por que merece estar no cinco inicial da equipa canadiana. Ainda na mesma formação, DeMar DeRozan carregou a sua equipa na vitória sobre os Dallas Mavericks, marcando 40 pontos. Este duo fantástico possui uma capacidade fora do normal e faz parte de uma das formações da conferência Este que mais tem dado que falar desde a saída de Rudy Gay (já falarei sobre ele mais à frente).
Ambos os jogadores têm ajudado imenso o grupo canadiano a juntar vitórias. É impressionante o facto de estarem no terceiro lugar na conferência Este depois da saída da sua maior estrela Fonte: Thechronicleherald.ca
No estado da Pensilvânia, na sua maior cidade, treinam os Philadelphia 76ers. E pode afirmar-se com algumas certezas que se tem vivido um clima de excitação à volta do rookie Michael Carter-Williams; contudo, há jogadores que também merecem atenção pelas suas épocas impressionantes, como o poste Spencer Hawes, o extremo-poste Thaddeus Young e Evan Turner, um jogador que marcou 34 pontos, um ponto alto na sua carreira na vitória sobre os New York Knicks. Turner tem sido um jogador que pessoalmente me tem vindo a impressionar bastante, sendo muito útil nesta época e dando vitórias à sua equipa, como foi o caso de ontem, sobre os Celtics.
Carmelo Anthony, por sua vez, tem sido criticado por não estar a conseguir levar os Knicks à sua teoricamente merecida glória. No entanto, contra os Charlote Bobcats Carmelo bateu três recordes. O seu pessoal, o máximo número de pontos de sempre da instituição dos New York Knicks e a maior pontuação feita por um só jogador que a mítica arena de Madison Square Garden já viu. Com 62 pontos marcados, Anthony superou Bernard King no lado dos Knicks e Kobe Bryant, com 60 e 61 pontos respetivamente.
Agora olhemos para a conferência Oeste, mais precisamente no estado do Texas: a equipa de Houston teve dois jogadores que bateram recordes pessoais (para além dos Raptors e dos Rockets, também os Thunder e os Sacramento Kings tiveram dois jogadores com a melhor prestação da carreira). Estou a falar do subestimado Chandler Parsons e do jogador em constante ascensão, Terrence Jones. O último marcou 36 pontos na vitória sobre os Milwaukee Bucks e Chandler Parsons marcou 34 na derrota diante dos Memphis Grizzlies. Para além desse ponto alto na sua carreira, Parsons fez dez triplos numa parte, batendo um recorde da NBA. A equipa de Houston parece estar bem servida de talento. Estamos perante uma equipa que pode lutar pelo título. Pelo menos, tem argumentos para isso. Mas isso são conversas para outro texto.
No estado da Califórnia, mais precisamente em Sacramento, Rudy Gay fez 41 pontos e Marcus Thorton 42. Sem dúvida um mês com jogadores a fazerem jogos impressionantes na equipa dos Kings; contudo, a qualidade de jogo apresentada tem vindo a decrescer. Os Kings ocupam agora o último lugar da conferência Oeste. Ainda neste lado do país, um dos grupos que mais espetáculo dava no final da década de 80 e durante a época de 90, os Utah Jazz, na altura com o duo formado por John Stockton, o líder em roubos e assistências na história da NBA, e por Karl Malone, um dos melhores extremos-postes de sempre, continua a sua época de reconstrução. Em Gordon Hayward têm sido apoiados quase todos os jogos da formação desde o início da época desportiva. Em Janeiro, Hayward espantou os Oklahoma City Thunder ao marcar 37 pontos e, para surpresa de todos, garantiu a vitória da equipa de Salt Lake City.
Mudando o foco, referir-me-ei agora a equipas que atualmente são consideradas favoritas na corrida ao título. Em Indiana tem-se festejado a época mais do que soberba que os Pacers têm feito. A equipa está atualmente com o melhor registo de vitórias e derrotas de toda a liga e tem feito jogos que garantem o estatuto previamente dito. Para além da estrela Paul George, que está a ser um dos melhores jogadores está época, também Lance Stephenson tem espantado todo o mundo do basquetebol com as suas exibições, sendo a vitória recente sobre os New York Knicks a que por agora é mais falada. Marcando 28 pontos, Stephenson liderou a sua equipa em pontos numa vitória sem qualquer contestação.
Os dois atletas tiveram um mês de Janeiro fulminante. Contudo, Kevin Durant levou a melhor praticamente todas as equipas que enfrentava Fonte: Usatoday.com
A equipa de Portland também tem sido uma das que mais sobrolhos tem levantado, vencendo inúmeras vezes (coisa que não aconteceu muito regularmente no ano passado) e por margens elevadas. O cinco inicial, normalmente composto por Damian Lillard, Wesley Matthews, Nicolas Batum, LaMarcus Aldridge e Robin Lopez tem surpreendido todos os fãs e todas as equipas que encontram. Recentemente, Aldridge marcou 44 pontos contra os Denver Nuggets e mostrou por que é que está na corrida para MVP. Para além disso, tem sido, discutivelmente, o melhor extremo-poste do ano.
Por fim, direcionamos as atenções para Oklahoma. Desde que Russel Westbrook se lesionou, Reggie Jackson tem assumido o papel de base e até agora não tem desiludido. Para não variar, em Janeiro fez 27 pontos (mais um máximo pessoal). Mas a maior estrela dos Thunder, essa sim, não tem desapontado ninguém. Posso afirmar com certezas que se Durant não se lesionar até ao final do ano e continuar a jogar como tem feito, vai ser nomeado MVP. Está numa sequência de doze jogos sempre a marcar mais do que 30 pontos e contra os Golden State Warriors venceu, quase sozinho, marcando 54 pontos.
Enfim, Janeiro foi um mês espetacular e muitos jogos ainda faltam até o fim da época regular. Se no final de todos os meses tiver de escrever um texto assim, a liga só tem a ganhar.
“Paulo Fonseca acaba de chamar o último jogador para entrar em campo… e vai ser Licá a última aposta do técnico portista aqui na Madeira”.
Não foi por acaso que decidi colocar esta citação, proferida por um jornalista da SportTV aquando do Marítimo-FC Porto, para começar o texto desta semana. Quando ouvi as palavras do repórter, e depois de 80 minutos de uma exibição a roçar o medíocre, pensei com os meus botões que a “última aposta do técnico portista”, de seu nome Licá, simbolizava bem aquilo que tem sido a época portista. Licá é apenas um exemplo da falta de opções que o FC Porto tem no seu plantel. A equipa, semana após semana, aparece amorfa em campo, sem um pensamento daquilo que quer para si. Atemorizado sempre que enfrenta um adversário com alguma qualidade, o FC Porto é uma equipa que não consegue reagir à adversidade. Bem sei que ainda na semana passada a reviravolta por 3-2 contra o Marítimo foi uma prova da crença dos portistas, mas esse triunfo pareceu-me sempre um acaso de circunstância.
Não vou continuar a bater na tecla do treinador por duas razões: a primeira, porque parece-me óbvio que não é preciso repetir sempre o mesmo discurso para fazer alguém perceber que Paulo Fonseca não tem unhas para a guitarra que tem nas mãos; a segunda, porque acho que a culpa não é única e exclusivamente dele. Apesar de considerar Fonseca um treinador demasiado apático e inexperiente para a responsabilidade que o cargo envolve, também é preciso perceber que a guitarra que o treinador tem é de longe a mais fraca dos últimos anos no Dragão.
Nos últimos anos, foram várias as “estrelas” que foram deixando uma marca que a história não conseguirá apagar. Falo de Lisandro López, de Lucho, de Hulk, de James, de Moutinho e até de Falcao. O FC Porto descobriu-os, desenvolveu-os e vendeu-os a preços milionários, tornando-se um dos clubes mais vendedores da Europa. A cada ano que passava, os títulos iam-se acumulando e, num efeito dominó, parecia sempre inevitável a saída das jóias da coroa portista.
Apesar das saídas, de uma maneira ou outra, a equipa reergueu-se e nos últimos dois anos, Vítor Pereira conseguiu ir buscar dois títulos ao fundo do baú. Depois da época dourada de André Villas-Boas, os dois campeonatos conquistados por Vítor Pereira fizeram deste FC Porto um tri-campeão. Contudo, e como acredito que podemos sempre ver as questões em diferentes perspectivas, não posso deixar de referir que me parece óbvio que a equipa portista foi, ao longo dos últimos anos, cada vez substituindo de maneira mais insuficiente as perdas que foi tendo. Por essa razão, não me surpreendem as últimas campanhas na Liga dos Campeões, onde, nas últimas três participações, apenas por uma vez o FC Porto passou aos oitavos, tendo nessa mesma fase sido eliminado pelo “colosso” Málaga.
Esta contextualização serviu sobretudo para demonstrar que, apesar dos sucessos internos nos últimos anos, o FC Porto não pode nem deve ser apenas isso. Sendo o clube europeu com mais títulos no séc. XXI, os azuis e brancos habituaram-nos a outros desempenhos e outros espectáculos. Contudo, e como diz o povo, “a qualidade paga-se”. No campeonato nacional, o FC Porto foi conseguindo moldar as debilidades no seu plantel, muito devido à pouca oposição de 80% das equipas da Primeira Liga. Na Europa, e como não podia deixar de ser, a manta encurtou.
Não é preciso ser muito entendido para se perceber que o plantel deste ano é apenas mais um exemplo daquilo a que me refiro. Noutros tempos, questiono-me se jogadores como Josué, Licá e Ghilas teriam lugar no plantel do FC Porto. Noutras alturas, pergunto-me se Carlos Eduardo, Varela ou até Defour teriam classe para envergarem, enquanto titulares, uma camisola com aquela mística. Bem sei que os tempos mudaram, mas quero acreditar que a mentalidade ganhadora não.
Por tudo isto, não acho nem por um segundo que a culpa apenas é de Paulo Fonseca. Apesar da influência que teve na contratação de determinados jogadores, parece-me óbvio que não é o único culpado pelo tormento que é ver esta equipa jogar semana após semana. Sem alma, sem garra, sem atitude, já faltam palavras para descrever uma equipa que de campeã nacional parece já só ter as memórias daquele mítico minuto 92 e o símbolo de campeão envergado na camisola.
O jogo na Madeira foi apenas mais um exemplo que comprova as limitações do FC Porto. É portanto ainda mais incrível que, com todos estes equívocos, a equipa ainda consiga estar “apenas” a 4 pontos da liderança, e perfeitamente na luta pelo título. Com tantos erros acumulados, estar em quatro competições parece uma utopia para tamanha falta de qualidade na equipa portista. Não vale a pena falar do jogador A, B ou C em particular, porque a falta de espírito portista é geral.
Pior do que perder é não querer ganhar. Em poucas palavras, o título que escolhi, retirado de uma citação de Napoleão Bonaparte, retrata numa frase aquilo que o FC Porto representa actualmente. Três derrotas em 17 jogos e uma falta de identidade que não conhece comparação nos últimos anos. Entre a falta de qualidade de grande parte do plantel até à apatia do seu treinador, parece difícil encontrar argumentos que façam justificar a esperança nesta equipa. Faltam 13 jogos no campeonato e, com o derby na Luz na próxima semana, o FC Porto até se pode aproximar da liderança.
Ainda sou do tempo em que o tri-campeão não dependia de ninguém para mostrar a sua força e o seu domínio em Portugal. Bem sei que os tempos mudaram, mas quero acreditar que o FC Porto não. Ao olhar para o presente, é nisto que me resta acreditar.
Ainda o jogo de ontem. O empate que o Benfica trouxe de Barcelos é o teor da minha reflexão de hoje. O resultado em si pode ser entendido como uma naturalidade, das muitas que o mundo do futebol acarreta. Um empate a uma bola num reduto historicamente difícil, num jogo em que o Benfica jogou mais de meia hora com menos uma unidade. No entanto, este não foi, de todo, um jogo em que imperaram situações normais e previsíveis, mas sim uma série de acontecimentos insólitos.
Comecemos pelo último lance do jogo. Cardozo e Lima juntos, em conferência, a decidirem qual dos dois vai dar a vitória, justa e merecida, ao Benfica. Lima, que minutos antes havia convertido uma grande penalidade, pega na bola e prepara-se para bisar na partida. Cardozo, que regressara aos relvados, três meses depois de ter arrasado o Sporting em jogo da Taça de Portugal, desloca-se até à zona da marca do penálti e tira a bola da mão do seu colega e assume a marcação da penalidade. O paraguaio mostra confiança e vontade em ser herói, mais uma vez. Os adeptos ficam na expectativa, mas confiam no seu matador, que tantas alegrias lhes proporcionara. Cardozo assume as responsabilidades, olha para o guarda-redes, avança para a bola e desfere um remate fraco e mal colocado, permitindo a defesa de Adriano, o guardião gilista. Jesus fica de braços caídos e, resignado, volta a sentar-se no banco. Adeptos e jogadores baixam a cabeça e pensam em mais dois pontos perdidos, que poderão vir a ser cruciais nas contas finais do campeonato.
Situações como esta têm, na minha opinião, de ser analisadas e repensadas, para que não se voltem a repetir. Aquilo que pode ser apenas entendido como um mero acidente é, na minha óptica, um problema de gestão com repercussões consideráveis. É certo que, praticamente desde que chegou ao Benfica, Cardozo se assumiu como responsável da marcação de grandes penalidades e, salve-se uma ou outra excepção, o paraguaio converte em golo a grande maioria das penalidades que marca e é, sem dúvida, um especialista nesse tipo de lances. Acontece que, esta temporada, o Tacuara tem sido assombrado por lesões que o impediram de ser aposta regular do treinador, que, não tendo o camisola sete disponível, optou por Lima para jogar a ponta de lança, sendo o próprio brasileiro a encarregar-se de marcar os penáltis da equipa. A questão que aqui se coloca é o que fazer quando os dois estão em campo, na altura em que há um penálti a favor do Benfica. Ontem, foi um desses casos. Jesus diz que os jogadores, no campo, têm autonomia para decidir o que fazer nesses momentos. Eu, mero adepto e sócio do Benfica, digo que não deve ser assim. Ainda mais nestas circunstâncias, em que Cardozo vem de longa paragem e Lima tem estado exímio na marcação de penalidades, tendo, aliás, convertido uma, de forma irrepreensível, no mesmo jogo.
Óscar Cardozo, pelos golos que marca e pela importância que tem na equipa, tem um peso enorme na manobra da equipa em todos os sentidos; é um elemento que está sempre num subconsciente dos adeptos. Naquela situação, Cardozo sentiu que deveria ser ele a assumir as responsabilidades e guiar, mais uma vez, a equipa, como unidade-chave que é neste Benfica. Eu não o condeno. O paraguaio é um avançado com o faro do golo, daqueles que gostam da pressão dos grandes momentos. Todavia, aquele não era o momento ideal para mostrar esse seu lado. É preciso perceber que o Tacuara vem de uma longa paragem, tem falta de ritmo competitivo e, por isso, não tem o mais desejado índice de confiança, um elemento crucial para aquele momento.
No momento em que o Tacuara, de forma legítima e própria de um goleador nato, avança para a marcação do penálti, Jorge Jesus deveria ter assumido o controlo da situação e protagonizado mais um dos seus habituais ataques de histerismo, berrando para dentro do relvado e apontando para fosse Lima a assumir a marcação. Se há momento indicado para tal acção inexplicavelmente recorrente do treinador do Benfica, aquele era um deles. Independentemente do desfecho do lance, Jesus tem mostrar que é ele quem toma as decisões na equipa, é ele o homem do leme e o responsável máximo da equipa em campo, e nenhum jogador tem mais poder que o treinador, que deve ser o líder da equipa. Em vez disso, Jesus junta mais um episódio à saga de acontecimentos erroneamente geridos pela sua pessoa.
Cardozo e Lima discutem a marcação da penalidade decisiva Fonte: A Bola
Não sei quais serão as repercussões deste acontecimento a nível de balneário, mas espero que não afecte a equipa, sobretudo num momento em que os encarnados atravessam a sua melhor fase e são, hoje, uma formação segura, confiante e preparada para enfrentar todos os obstáculos até ao tão desejado titulo. A verdade é que situações como esta podem ser um elemento desestabilizador no seio da equipa. Esperemos que não. Também duvido de que esta situação fosse tão debatida caso o penálti tivesse entrado e, aí, o Benfica estaria ainda mais isolado na frente, e o herói Cardozo teria o regresso mais auspicioso que se poderia imaginar. O que é certo que, independentemente do resultado, o que aconteceu constitui-se sempre como um problema. Um problema de gestão e de controlo da equipa, para o qual Jorge Jesus deve ser chamado à razão.
Dos insólitos sucedidos, este foi, sem dúvida, o maior e sobre o qual me queria alongar mais, porque acho que o que passou não foi somente um penálti desperdiçado. Isso é normal acontecer e acontece a todos, até aos melhores.
Depois, há a expulsão, tão discutível como infantil, de Siqueira, que naturalmente prejudicou a equipa, e o tão badalado penálti sobre Djurijic, tão duvidoso que só um árbitro tão incompetente e corajoso como Bruno Paixão o assinalaria, ainda para mais no último minuto de jogo, com 1-1 no marcador. Aliás, assinalar um penálti ao Benfica em tais circunstâncias é, também, historicamente falando, um acontecimento insólito. Finalmente, para fechar o capítulo do livro O inacreditável Gil-Vicente vs Benfica, nota para o péssimo estado do relvado, que mais parecia um batatal.
E a isto se resume mais uma partida, a quarta nesta temporada, entre águias e galos. Para a semana, há um escaldante derby lisboeta, entre Benfica e Sporting, num jogo que, nesta fase da época, será muito importante, mas não decisivo, para ambas as formações. Já estamos em contagem decrescente para o fervoroso duelo.
No futebol há dias em que, por mais que tentemos, a capacidade de conseguir superar um adversário não é atingida. As vicissitudes deste desporto tão peculiar, onde se pode incluir, por exemplo, a pressão de resultados de clubes terceiros, conduz ao facto atrás referenciado. Hoje, em Alvalade, o Sporting Clube de Portugal experienciou, precisamente, esta realidade.
Após o empate do Benfica em Barcelos, os verde e brancos viram-se pressionados a vencer, dado que uma vitória (re)conduziria leões ao primeiro lugar do Campeonato. Porém, o Sporting não foi além de um empate contra uma Académica bem organizada pelo ex-internacional português, Sérgio Conceição.
A questão dos resultados de jogos de concorrentes aos mesmos objectivos, tal como o Benfica, pode ser ambivalente ainda assim. Uma equipa poderá também ver-se duplamente motivada após um resultado menos bom de um adversário directo. Contudo, tal não aconteceu e o Sporting rubricou uma exibição aquém das expectativas, espelhada no resultado final.
O jogo até nem começou mal para os comandados de Leonardo Jardim, que tiveram uma entrada prometedora. Mas, a meio do primeiro tempo, a Briosa equilibrou a balança do jogo, tendo, inclusive, acabado a primeira parte com um ligeiro ascendente. Ao intervalo os leões mostravam que seria preciso muito mais para levar a Académica de vencida.
A etapa complementar da partida começou com um Sporting mais acutilante nas decisões e com “garra de golo”. De facto, durante toda a segunda parte, a equipa de Alvalade esteve no comando do jogo. Slimani, que entrou no início do segundo tempo, teve duas oportunidades flagrantes para marcar, ambas defendidas por Ricardo. Efectivamente, os estudantes podem agradecer, em parte, ao guarda-redes ex-Varzim. O guardião da Briosa defendeu tudo o que havia para defender.
Não há retorno possível: o Sporting perdeu uma oportunidade de ouro para alcançar a liderança do Campeonato Nacional. Hoje a exibição foi medíocre, e o guarda-redes adversário esteve, particularmente, inspirado. O jogo do próximo Domingo, contra o eterno rival, ganha, desta forma, contornos ainda mais decisivos. Se a vitória nos sorrir, é exequível que partamos para uma cavalgada até ao Marquês. Se, pelo contrário, a derrota bater à porta, o título fica difícil. Resta esperar e, acima de tudo, acreditar.
É com orgulho que começo a escrever para esta nova aposta do Bola na Rede, a rubrica Ciclistas de Sofá. Vamos começar a falar sobre ciclismo aos domingos e com artigos diários nas grandes voltas.
Para começar, o tema não poderia deixar de ser o nosso campeão do mundo, Rui Costa. O poveiro teve um ano de sonho em 2013 e parte para 2014 com grandes expetativas e responsabilidades.
A temporada que está a começar marca a sua estreia como chefe de fila de uma equipa, e logo numa das mais conceituadas do pelotão internacional, a Lampre-Merida. Ao ser chefe de fila, este vai ser o ano em que tem mais hipóteses de sucesso no Tour, um objetivo assumido. A Volta à França deste ano vai contar com 11 etapas de alta e média montanha e, portanto, vai ser uma prova de fogo para Rui Costa e para todos os ciclistas, que vão enfrentar muitas dificuldades entre 5 e 27 de julho.
Para mim, um top 10, esta temporada, já será um resultado muito bom, e acredito em que, com o trabalho por ele feito e com uma equipa a trabalhar para ele, este resultado seja alcançado. Para um futuro muito próximo, e com o desenvolvimento que está a ter, considero que possa lutar por pódios e, quem sabe, vitórias. Pegando no lema do meu clube, com “Esforço, Dedicação e Devoção” atingiremos a glória.
Superar a temporada passada, durante a qual foi vencedor da Volta à Suiça, Campeão Nacional de contrarrelógio e vencedor de duas etapas na Volta à França, entre outros resultados de destaque, vai ser algo muito difícil, um verdadeiro desafio. Contudo, o ciclista português já mostrou que gosta de desafios e tem todas as condições para os superar. Esta temporada, tem ao seu lado uma equipa trabalhadora e com provas dadas, apesar de a maioria ser na grande prova do seu país – o Giro d’Itália –, que o pode fazer obter resultados ainda mais extraordinários, ou, como espero poder dizer no futuro, resultados normais numa época de Rui Costa.
Rui e os seus companheiros, entre eles Nelson Oliveira. Fonte: Teamlampremerida.com
Para Rui Costa, o ano arranca já dia 5, com a participação na Volta ao Dubai. Esta prova vai contar com alguns dos nomes mais importantes do ciclismo atual, e a equipa de Tavira, Banco Bic/Carmim, também foi convidada, provavelmente por ser a equipa mais antiga do pelotão mundial. Depois da prova no Dubai, segue-se a participação na Volta ao Algarve, muito provavelmente a única possibilidade de os portugueses verem o seu Campeão do Mundo sem ser através da TV, a não ser que lhe seja permitida a disputa dos campeonatos nacionais em junho, algo de que duvido.
Que seja uma grande época para Rui e para todos os nossos ciclistas.