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Nolito: O jogador do momento em Espanha

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cab la liga espanha

As primeiras 10 jornadas da Liga Espanhola têm, de facto, confirmado o estatuto de Manuel Agudo Durán, conhecido no mundo do futebol por Nolito, como um dos valores mais elevados do momento no futebol espanhol. O extremo de 29 anos tem sido peça fulcral no excelente início de época do Celta de Vigo, que ocupa o terceiro lugar da tabela classificativa, apenas a três pontos dos líderes Real Madrid e Barcelona. Com 10 partidas disputadas no campeonato, Nolito soma sete golos e quatro assistências, dados que despertam a cobiça dos “tubarões” do futebol europeu, como o Barcelona, clube pelo qual já passou, e o Chelsea, entre outros.

Como aconteceu com vários outros jogadores que atuaram na equipa B do Barcelona na esperança de um dia chegarem ao palco principal, o Camp Nou, e permanecerem ativamente no plantel principal, Nolito, ao não conseguir tornar-se regular nas principais escolhas da equipa, viu-se ”forçado” a sair dos catalães, de modo a dar um novo rumo à carreira. O seu destino passou pelo Benfica, ao qual chegou no verão de 2011 e onde cedo causou impacto nas águias: o extremo escreveu uma página na história do clube, ao marcar nos primeiros cinco jogos oficiais na época de estreia, igualando, assim, um feito outrora protagonizado pelo mítico Eusébio.

Após uma primeira temporada de elevado rendimento, deixou de ser aposta regular na equipa encarnada, o que levou a um regresso ao futebol espanhol, primeiramente a título de empréstimo, ao Granada, e depois em definitivo para o Celta de Vigo. Nolito foi, sem dúvida, um dos jogadores mais subvalorizados a pisar os relvados portugueses, pois pela qualidade e futebol que demonstrou merecia maior crédito do que aquele que lhe foi atribuído.

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10 jogos, sete golos e quatro assistências: é este o saldo de Nolito esta época
Fonte: Facebook do Celta

Em Vigo voltou a reencontrar o seu melhor futebol e tem protagonizado um trajeto ascendente no que concerne tanto ao nível pessoal como coletivo, facto que as suas estatísticas comprovam de forma precisa. Em 2013/14, época na qual o Celta fez o seu regresso à metade cimeira da tabela classificativa e alcançou o nono posto da Liga Espanhola, apontou 14 golos e fez duas assistências. Na temporada transata marcou 13 golos e deu outros tantos a marcar, demonstrando, assim, uma tremenda melhoria no que diz respeito ao capítulo do último passe, o que ajudou bastante a consolidar a oitava posição da equipa do Balaídos no campeonato.

Nolito é o jogador do momento no futebol espanhol e tem realizado muito para obter esse estatuto, pois tem encantado os relvados por onde passa e nesta época já teve o Barcelona, Real Madrid, Villarreal e Sevilha como vítimas da sua finalização e capacidade de levantar estádios através de jogadas de encher as medidas dos adeptos e de golos de belo efeito. O extremo espanhol faz da velocidade, do drible e da aptidão em jogadas de 1×1 as suas principais armas, a juntar a uma excelente capacidade finalizadora. Ainda assim, é um jogador de equipa, que, para além de marcar, também cria muitas oportunidades de golo e tem um papel capital no processo defensivo do esquema de Eduardo Berizzo, através de uma pressão constante sobre o portador da bola, aliada à agressividade e capacidade de resistência que já denotava aquando da sua passagem por Portugal.

Nolito já conseguiu ser internacional pela seleção espanhola, algo há muito desejado e, tendo em conta que os espanhóis estão a perder terreno para outros países em termos recentes, pode vir a afirmar-se como um dos maiores trunfos de Vicente del Bosque para o ataque ao Europeu de 2016. Se mantiver esta ascensão e continuar com os índices que tem exibido no decorrer desta época certamente marcará presença em França e num futuro próximo poderá finalmente estar a representar um dos “tubarões” do futebol europeu.

Foto de Capa: Facebook do Celta 

Um Sporting de Todos

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sporting cabeçalho generíco

Dizem que o gosto pelo futebol é genético. Sempre desvalorizei um pouco este dito porque, afinal, dentro da irracionalidade que este desporto é, todos temos uma razão para apoiar o clube com que mais nos identificamos. A minha razão começou desde muito pequena, com uma pequena frase do meu avô: “ Filha, tens olhos verdes como o verde do Sporting, o verde do teu avô, quer dizer que devias ser sportinguista!”; com uma inocência pueril, aceitei o desafio proposto, sem ter noção da fatia que se iria tornar na minha vida.  Afinal, crescer com uma figura que realçava todas as proezas de Peyroteo e todos os feitos que havia conquistado nos seus tempos áureos no Sporting Clube de Portugal, era porque esta deveria ser uma equipa merecedora de apoio e reconhecimento.

Largos anos depois, e com as habituais brigas de irmãos de clubes rivais, comecei a perceber o motivo da irracionalidade: o gosto de poder gritar golo, os holofotes apontados a uma só bola pela qual a minha equipa derramava suor, sangue e lágrimas, para atingir o seu objetivo. Era com isso que me identificava, era esse o motivo pelo qual me sentia integrada num Sporting que levava a sua persistência até ao fim.

(In)felizmente, assisti ao meu primeiro jogo em Alvalade com 19 anos- como uma prenda de aniversário adiantada oferecida por outro grande sportinguista, o meu primo. Um primeiro jogo da Liga dos Campeões, com destaque para a vitória sobre o Schalke 04 por 4-2 (golos de Sarr, Jefferson, Nani e Slimani). Tive oportunidade de assistir a alguns jogos no estádio, no entanto nunca uma atmosfera me emocionou tanto como em Alvalade: começou fora do estádio, com os adeptos de ambas as equipas a conviverem num ambiente de festa, celebrava-se a alegria do futebol!  Já no seu interior, os cânticos da claque, a adrenalina que se sentia com o aproximar do jogo e até os protestos à UEFA, eram elementos que, por si só, iriam fazer desta uma noite memorável. Se um clube é grande pelos títulos que conquistou, é ainda maior com o apoio dos seus adeptos – e neste aspeto, o Sporting é um colosso mundial. Do primeiro ao último minuto, não houve um momento de silêncio. Ambiente convidativo a cantar também, a festejar e a apoiar a equipa, eletrizante o suficiente para não deixar ninguém quieto e calado no seu lugar. Recordo-me de me virem as lágrimas aos olhos no final: nunca tinha recebido uma prenda de aniversário tão fenomenal como esta, que deixou a sua marca por muitas semanas.

Jefferson festeja o segundo golo do Sporting, considerado o melhor do jogo Fonte: Sporting Clube de Portugal
Jefferson festeja o segundo do Sporting, considerado o melhor golo do jogo
Fonte: Sporting Clube de Portugal

Numa altura em que a partida estava menos emotiva, reparo num senhor, idoso, sentado ao meu lado. Discutia sozinho sobre o meio campo leonino que, na sua opinião, não estava a funcionar como devia. Decidi comentar com ele alguns lances do jogo, o qual me surpreende com a afirmação “ que engraçado! Uma rapariga a falar de futebol!”. É assim tão estranho uma rapariga mostrar interesse por desporto e, principalmente, por este em particular? Longínquos vão os tempos em que o desporto-rei era apenas masculino. Longe vão também os tempos em que uma rapariga deveria ser correta no seu quotidiano, sem um rasgo de irracionalidade para o colorir.

A minha irracionalidade vem com o futebol, com o Sporting e com o que este nos proporciona. Ficámos o resto do jogo a comentar outros lances, a festejar efusivamente os golos e a praguejar, mais vezes do que devíamos, com os adversários.

Para mim, Sporting é isto. Sporting é irracionalidade, emoção e integração. Porque o Sporting é união , é novos e velhos, homens e mulheres. É um Sporting de todos.

Fonte da foto de capa: Sporting Clube de Portugal

Ténis: Paris Bercy – Djokovic à procura de novo recorde

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cab ténis

Joga-se em Paris esta semana o último Masters 1000 da temporada. Ao contrário de anos anteriores, a corrida para o torneio de fim de época em Londres já está decidida – os oito participantes serão Djokovic, Murray, Federer, Wawrinka, Nadal, Berdych, Nishikori e Ferrer -, mas não quer isso dizer que o torneio não tenha vários pontos de interesse.

O incontestável número 1 mundial, Novak Djokovic, tentará ganhar o seu 6º Masters 1000 da temporada, o que seria um recorde; nunca antes um jogador venceu mais do que 5 torneios desta categoria no mesmo ano. Os principais obstáculos a Djokovic no caminho para a final parecem ser um possível encontro com Monfils nos oitavos de final – Monfils nunca bateu Djokovic, mas é sempre um jogador potencialmente perigoso, especialmente com o apoio do seu público -, Tsonga ou Berdych (ou mesmo Karlovic) nos quartos de final e com Nadal ou Wawrinka nas meias-finais. Não é um quadro fácil para Djokovic, mas a sua superioridade tem sido tal em 2015 que é difícil prever uma derrota antes da final. O único jogador nesta metade do quadro que venceu Djokovic em 2015 é Karlovic (em Doha), que até lidera o confronto directo com o Sérvio 3-1, mas com o seu estilo de jogo – que torna grande parte dos seus encontros quase 50-50 – é improvável que consiga chegar aos quartos de final para defrontar Djokovic.

Djokovic é o campeão em título Fonte: Masters Paris
Djokovic é o campeão em título
Fonte: Masters Paris

Na metade inferior do quadro, Federer aparece como o natural favorito após ter vencido o seu sexto título da temporada (e 88º da sua carreira) em Basileia, derrotando a sua bête noire, Nadal, na final. Para atingir a final, Federer terá provavelmente de bater o sempre perigoso Isner nos oitavos de final, mas o suiço sempre se deu muito bem contra grandes servidores, com os seus incríveis reflexos e variedade de jogo. Nos quartos, Federá esperará seguramente defrontar Ferrer, que não tem armas para o incomodar e nunca o venceu em 16 encontros; Cilic ou até Dimitrov seriam adversários mais problemáticos.

Caso chegue às meias-finais, Federer poderá muito bem defrontar um jogador ‘surpresa’. Nishikori tem parecido extremamente cansado física e mentalmente nos últimos meses e Murray tem estado a treinar em terra batida para preparar a final da Taça Davis. Não espantaria se nenhum dos dois chegasse às meias-finais, com Gasquet ou mesmo Goffin a atingirem essa fase.

Previsões a partir dos quartos de final:

QF:

Djokovic 2-0 Berdych

Nadal 2-0 Tomic

Federer 2-0 Ferrer

Gasquet 2-1 Murray

SF:

Djokovic 2-1 Nadal

Federer 2-0 Gasquet

F:

Djokovic 2-1 Federer

Não será fácil, mas estou em crer que Djokovic continuará a sua época de sonho, capturando o título em Paris para bater mais um extraordinários recorde.

Reconstruir é diferente de reestruturar

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cabeçalho benfica

  “Rui Vitória terá as mesmas condições que os seus antecessores tiveram”. Estas palavras foram proferidas por Luís Filipe Vieira. São palavras que não foram cumpridas pelo presidente do Benfica. E mesmo que fossem. Conseguiria Rui Vitória, um treinador em ascensão, é certo, mas a ter a sua primeira experiência num grande, fazer igual ou perto do que Jorge Jesus fez em alguma das últimas seis épocas?

Taarabt, Carcela, Mitroglou e Jiemenéz estão longe de ser jogadores idênticos aos recebidos por Jesus. O Benfica decidiu pegar num treinador conhecido por projectar jovens e começou uma política de promover a sua academia. E, para acrescentar valor e experiência, procurou nomes mais ou menos conhecidos. Mitroglou, para mim, é o único grande reforço que Rui Vitória recebeu. Os restantes pertencem a uma política contratual com a qual discordo. Apostar em jogadores problemáticos como Taraabt? Jogadores que não sabem o emblema que trazem ao peito? Apostar em jogadores que prometeram, mas depois de uma lesão, no caso de Carcela, ou de mudarem de campeonato, no caso de Jiemenéz, que saiu do México para Espanha, nunca mais foram próximos do que alguma vez foram?

O Benfica, apostando na formação, deveria procurar jogadores que lhes dê garantias, que venham com créditos firmados e que possam assumir o jogo. Além disso, o sector defensivo e o sector do meio-campo foram completamente descurados, sendo os que mais precisavam de reforços. A formação passou a ser a resposta para tudo, mas a formação não é a resposta. Eles devem ser integrados na equipa principal e devem ser-lhes dados minutos aos poucos, mas não atirar miúdos, alguns sem carácter e atitude suficientes, aos tubarões. Há talento na academia? Há, mas é um talento bruto que tem de ser trabalhado.

Gaitán a número 10 a apoiar Jonas no ataque é uma ideia assim tão descabida?; Fonte: Facebook oficial do Sport Lisboa e Benfica
Gaitán a número 10 a apoiar Jonas no ataque é uma ideia assim tão descabida?;
Fonte: Facebook oficial do Sport Lisboa e Benfica

O trabalho feito na academia que devia estar a ser aproveitado não era este, pelo menos não no imediato. Estes actuais jovens deveriam ser as nossas promessas daqui a dois ou três anos. Actualmente, quem devia estar a mostrar que o Benfica tem uma excelente formação e que evitaria, provavelmente, ir ao mercado buscar tantos jogadores seria a geração de Cavaleiro, Cancelo, Bernardo Silva e André Gomes. Todos eles são actualmente titulares e determinantes em clubes de grande dimensão europeia. O dinheiro não está acima de tudo, muito menos quando qualquer um destes miúdos sentiria mais a camisola do que todos os reforços juntos. A mística não se pode perder, os nervos dos grandes jogos não se podem esquecer, o hino tem de ser sabido de cor!

Rui Vitória começa a ser falado como uma má aposta. Para mim não é. Aliás, com o plantel que tem à disposição, está a fazer o que pode e o que não pode. Apenas discordo de que tenha logo de início abandonado os seus ideais e regressado ao 4-4-2 de Jorge Jesus. O 4-2-3-1 seria um modelo absolutamente possível neste Benfica. Tanto mais com a abundância de extremos, médios defensivos e nº 10. Quando chegou, o Gaitán era médio ofensivo centro, ou ninguém se lembra? Podia perfeitamente alinhar atrás de Jonas ou Mitroglou, dando espaço para que Gonçalo Guedes e Carcela (e Salvio, quando regressar de lesão) apareçam nas laterais. Têm Cristante e Djuricic como promessas e não me digam que Taraabt desaprendeu. Se o homem precisa de um segurança à porta para não fugir para o Cais do Sodré, façam isso! Já que se investiu, que se rentabilize esse investimento e que não se deixe os milhões a secar no banco.

Apesar disto, e tendo em conta que Rui Vitória decidiu regressar ao modelo de Jorge Jesus, impõe-se que este se imponha perante a direcção e faça cumprir a promessa que Vieira fez. Vitória tem de bater com os punhos na secretária e pedir um oito de qualidade, porque, por muito bom que Renato Sanches seja, não é o rapaz que vai desfazer aquele embaraço de médios que são o Pizzi e o Talisca – coitado do brasileiro, que já jogou em tanta posição que até tenho medo de o classificar como médio. Tem de gritar por um defesa central e não ter medo de sentar Luisão, porque se há coisa que o Luisão tem é amor ao clube e se ele souber que não está no seu melhor momento saberá, com certeza, ceder lugar a outro central que está a aprender a mística como poucos chegam a aprender: Lisandro López. Isto para não falar na lateral esquerda da defesa, assim como na direita, onde se está a ver que sem Nelson Semedo estamos feitos ao bife.

Se queremos o tricampeonato temos de ir ao mercado em Janeiro. Rui Vitória tem os feitos ao seu alcance, mesmo que não os consiga esta época. Espero que ele não se deixe subverter aos jogos mentais de Jorge Jesus e que siga sempre os seus ideais. No Benfica ninguém pensa por nós. Acima de tudo, o treinador ribatejano tem de reconstruir uma equipa e não de reestruturar, como muitos dizem. A era de Jesus já lá vai, não se montam as peças que sobraram para se dar um jeito e tentar fazer o melhor. Não! Reconstrói-se sobre o significado do Benfica, da glória, da mística e da garra. Eu acredito que aquela manifestação dos adeptos no jogo contra o Sporting mostra o quanto aqueles que empunham os cachecóis estão com o treinador. Há confiança. Que lhe ofereçam as condições, porque todos nós, mais do que tudo, queremos ser tricampeões.

Sexo, Danças e Basquetebol

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cab ncaa

Recrutar os melhores atletas é uma preocupação de todas as universidades norte-americanas que disputam as competições da NCAA. Como os atletas são amadores vale tudo para aliciar os jovens e não é de estranhar a frequência dos escândalos no processo de recrutamento. Desta vez é no basquetebol e está envolvido o famoso treinador Rick Pitino e a Universidade de Louisville, que tem sempre bons jogadores. De acordo com a “ESPN Stats & Information”, é uma das escolas com melhores jogadores novatos. Apenas Kentucky e North Carolina conseguem recrutar melhor.

O livro “Breaking Cardinal Rules: Basketball and the Escort Queen“, publicado este mês, foi ”escrito“ por Katina Powell, uma prostituta de 43 anos, e relata as aventuras ocorridas entre 2010 e 2014 na Universidade de Louisville.

No período citado os “Cardinals” chegaram à “Final Four” em 2012 e ganharam o título nacional em 2013.

Katina afirma que foi contratada por Andre McGee, da Universidade de Louisville, para arranjar “strippers” e prostitutas para garantirem o recrutamento dos jovens talentos provenientes do “High School”. Diz também que os pagamentos de McGee não eram só para os jovens candidatos a jogadores (“recruits”), mas também para os guardas que os acompanhavam nas visitas ao Campus e para os jogadores de Louisville.

Antigo jogador, Andre McGee (2005-2009) foi profissional na Europa, “Assistant coach” e Director em Louisville. Deixou a escola em 2014 para ser treinador adjunto na Universidade do Missouri, em Kansas City. Agora é acusado de contratar prostitutas para garantir novos atletas.

O livro “Breaking Cardinal Rules: Basketball and the Escort Queen"
O livro ‘Breaking Cardinal Rules: Basketball and the Escort Queen’

Powell diz que organizou muitas festas, a maioria delas no Billy Minardi Hall, o dormitório do “Campus” onde pernoitava a maioria dos jogadores de Louisville. Minardi era cunhado do treinador Rick Pitino e morreu no ataque do 11 Setembro, em Nova Iorque.

Nas festas participaram várias mulheres, incluindo Powell e as filhas. Em todas elas, Mcgee oferecia aos jovens do “High school” bebidas alcoólicas e ainda dinheiro para que os atletas fizessem sexo com as “bailarinas”.

Katina Powell foi apresentada a McGee por um amigo comum, dono de uma barbearia em Louisville. Foi ele que organizou as primeiras festas em Minardi Hall.

“Eu só a contratei para umas festas de despedida de solteiro, nada mais.“, diz o barbeiro adepto de Louisville.

Mais tarde Mcgee confessou que: “Tenho  de recrutar  novos e bons jogadores senão o meu emprego fica  em risco.”.

Powell, entrevistada pelo jornal ”Outside the Lines”, confirmou tudo o que está no livro. ”Eu sabia que um dia tinha de contar tudo isto e que me iam acusar de estar a mentir, mas guardei tudo para provar quem diz a verdade.“.

Durante a segunda festa McGee abordou a possibilidade de incluir sexo nas mesmas. “Ele perguntou-me se as raparigas queriam ganhar mais algum dinheiro com os atletas. Eu disse que sim e fizemos um acordo de forma a incluir sexo. Os “recruits” podiam escolher a rapariga e esta  fazia o preço.“.

Powell afirma ter recebido mais de 10.000 dólares, que não incluem as centenas de dólares relativas às gorjetas dadas às “strippers” por McGee, pelos “recruits” e pelos jogadores ou o pagamento extra às mulheres que aceitaram ter sexo com os atletas.

Eu fiquei com a sensação nítida de que fazia parte da equipa de recrutamento da universidade. Muitos dos jogadores vieram para Louisville por minha causa.”, afirmou Powell.

“Decidi contar a história para mostrar o interior do basquetebol universitário e como recrutam jogadores “. “É importante que se fique a saber que são atraídos com sexo, drogas e álcool.“.

Powell admite contudo que a razão principal por que escreveu o livro é monetária. Vai receber 10% das vendas do livro (BJ Book Publishing).

Um clube de Strip

Cinco ex- jogadores e muitos candidatos a jogadores (“recruits”) participaram nas festas.

Powell afirma que os novatos JaQuan Lyle (acabou por escolher Ohio State), Antonio Blakeney (está em LSU) e Montrezl Harrell tiveram sexo nas suas visitas como candidatos a jogadores de Louisville.

As acusações envolvem também dois “rookies” dos Boston Celtics: Jordan Mickey e Terry Rozier.

JaQuan Lyle Fonte: everythingkentuckyonline.com
JaQuan Lyle
Fonte: Everythingkentuckyonline.com

Os jogadores não negam os factos e JaQuan Lyle, um dos “ recruits”, que joga em Ohio State, disse mesmo: “Eu sabia que elas não eram estudantes. Era uma loucura, parecia que estávamos num clube de strip.“.

Um dos ex-jogadores disse que as bailarinas dançavam nuas e que tinha feito sexo com uma delas depois de McGee lhe ter pago.

GP do México: Enorme Rosberg, terrível Ferrari

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cab desportos motorizados

No regresso da Fórmula 1 ao México, 23 anos depois, Nico Rosberg conseguiu impor-se a Lewis Hamilton e garantir mais uma dobradinha para a Mercedes. O alemão deu assim um importante passo na luta pelo segundo lugar da classificação geral, ao ultrapassar Sebastian Vettel, que enfrentou inúmeras dificuldades na corrida deste fim-de-semana – bem como a própria Ferrari.

O azar da Ferrari começou logo na qualificação: KimiRaikkonen debateu-se com múltiplos problemas mecânicos e a equipa acabou por decidir proceder à troca de motor. Esta decisão valeu ao finlandês uma penalização de 35 posições, que só não se materializou no último lugar do grid devido a castigos semelhantes aplicados a JensonButton (McLaren). A pole, essa, ficou para Nico Rosberg; o alemão foi mais rápido do que Lewis Hamilton em todas as fases da qualificação. A segunda linha da grelha pertenceu a Sebastian Vettel e DaniilKvyat.

O arranque de Rosberg valeu-lhe, muito provavelmente, a vitória: o alemão da Mercedes revelou-se seguríssimo ao fechar qualquer possibilidade de ultrapassagem a Hamilton. A partir daqui, foi só manter a brilhante consistência a que já nos vem habituando. Vettel, porém, não conseguiu agarrar a terceira posição e deixou-se bater por Kvyat, antes ainda da primeira curva. Para acrescentar a isto, a pouca sorte voltou a bater à porta da scuderia italiana: Vettel e Ricciardo tocaram-se, o australiano da RedBull prosseguiu sem problemas mas o alemão furou o pneu. Obrigado a parar logo na primeira volta, Vettel regressou à pista para ocupar o último lugar e fazer uma verdadeira corrida de recuperação, de trás para a frente.

Nico Rosberg esteve em grande no México Fonte: Facebook Oficial de Nico Rosberg
Nico Rosberg esteve em grande no México
Fonte: Facebook Oficial de Nico Rosberg

Atrás dos Mercedes, a luta pelo último lugar do pódio revelava-se o maior ponto de interesse do GP. DaniilKvyat, Daniel Ricciardo, ValtteriBottas, Max Verstappen – todos eles passaram por lá. A F1 mostra, mais uma vez, que tem jovens pilotos de grandes capacidades, com qualidade mais do que suficiente para dar continuidade a este desporto, que move multidões. Os dois RedBull já nos habituaram às suas disputas, que provocam momentos de autêntica adrenalina, e hoje, no México, não abriram excepção; Bottas é cada vez mais um piloto maduro, que tira o melhor do seu constante Williams para perseguir os lugares cimeiros da classificação; Verstappen aproveita a rebeldia característica da sua tenra idade e vai, gradualmente, causando dores de cabeça aos pilotos mais experientes.

Num GP em que a Pirelli aconselhou as equipas a começarem com pneus macios, todos os veículos acabaram por mudar para médios – alguns deles, inclusive, fizeram-no logo na volta 10. O aproximar do final da corrida fazia prever que alguns pilotos corressem riscos para conquistar posições ou até chegar aos pontos, voltando a montar pneus da mistura macia, mas tal não se verificou.

Enquanto Rosberg cavava uma distância segura para o já campeão Lewis Hamilton, Vettel destruía a autêntica escalada que vinha fazendo: sozinho, despistou-se e fez um pião, anulando os lugares que já havia tomado. Além disto, e numa reedição do que tinha acontecido no Grande Prémio da Rússia, KimiRaikkonen e ValtteriBottas envolveram-se num acidente, que, desta feita, resultou na desistência do piloto da Ferrari. O finlandês não tem como se queixar: Bottas ultrapassou-o, Raikkonen fechou-lhe a trajectória e apesar da travagem a fundo do homem da Williams, o choque foi inevitável. Kimi não terminou a corrida por culpa, unicamente, sua. Mas o azar da Ferrari não tinha ainda terminado: quando Vettel estava já na sexta posição, a sonhar com uma apoteótica subida ao pódio depois de uma prova dificílima, despistou-se, mais uma vez sozinho, e embateu nas barreiras, terminando assim a sua passagem pelo México.

O despiste de Vettel causou a entrada do safety-car, que anulou a vantagem de Nico Rosberg. Ainda assim, o alemão conseguiu manter a superioridade face ao colega de equipa e garantiu a quarta vitória neste Mundial. Hamilton ainda questionou a decisão da equipa de o chamar às boxes e recusou, numa primeira fase, o pedido. Acabou por aceder à ordem na volta seguinte, sendo ultrapassado por Rosberg, e pediu justificações aos engenheiros; o mau perder do costume, a que o inglês já nos habituou.Bottas beneficiou da excelente estratégia de paragem nas boxes da Williams – that’s a first! – e bateu Kvyat na luta pelo último lugar do pódio.

Nota negativa para a Ferrari, que não enfrentava um duplo abandono desde 2006. Também a McLaren não pode ir para casa contente – Fernando Alonso desistiu ainda na primeira volta, com problemas no motor. Nota muito positiva para Nico Rosberg; com este Nico em todos as etapas, talvez Hamilton ainda não fosse campeão.  A F1 volta no fim-de-semana de 13 a 15 de Novembro, com o Grande Prémio do Brasil.

Foto de Capa: Mercedes AMG Petronas

O treinador e a estrutura

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sporting cabeçalho generíco

Aqui ao lado (leia-se para os lados da Luz) os efeitos do resultado esmagador do derby ainda perduram. A discussão centra-se no trabalho da agora tão invocada “estrutura” e no treinador. Nestas matérias, quando os resultados não aparecem as consequências são sempre as mesmas: a última e a mais pesada das facturas tende a ser paga pelo treinador, entretendo-se a estrutura em estratégias de sobrevivência, leia-se sacudir a água do capote.

Numa organização saudável os resultados deveriam ser da responsabilidade de todos, quaisquer que eles fossem, mas o mundo aproxima-se mais da perfeição para quem detém o poder. Porém, bem vistas as coisas, o trabalho da estrutura não passa, na maioria dos casos, de manobras de diversão; uma vez que é ela a primeira e a última responsável pela escolha do treinador. No caso concreto –  a com escolha de Rui Vitória – são manobras de grande dificuldade, pois o que agora está a acontecer só espanta os mais distraídos.

É fácil de perceber que a substituição de Jorge Jesus, pelo tempo e pelo êxito obtidos, seria sempre difícil. No entanto, quando a opção recaiu no ex-treinador do Vitória de Guimarães, a opção foi pelo risco e pela ruptura, tantas são as diferenças entre ambos. Estas vão desde factores secundários, mas não negligenciáveis, como a personalidade – será que o discurso de Rui Vitória está a ser facilmente assimilado pelos adeptos benfiquistas? – mas que se centram sobretudo no modelo de jogo que o treinador trazia consigo. O que foi quase perfeito para um Vitória de Guimarães em recuperação financeira pode não ser para um clube com a responsabilidade do SLB e a viver um período de reafirmação. Algo que nós já tínhamos percebido quando fomos buscar Paulo Sérgio à mesma origem, com os resultados que sabemos.

Não é por acaso que a anteriormente tão incensada “estrutura” desferiu quase de imediato um forte ataque ao seu ex-treinador e ao Sporting: percebeu que dificilmente deixaria de ser imputada a responsabilidade da saída de JJ e que esta significava duas derrotas em simultâneo: enquanto saía mas fraco da perda, o rival de sempre, nós, encurtávamos distâncias de forma drástica. Talvez o equivalente mesmo a queimar uma série de etapas que uma aposta sustentada de crescimento mas mais demorada poderia proporcionar.

Apesar da rivalidade que nos separa, não me custa reconhecer que o trabalho desenvolvido por LFV na recuperação do SLB é sem dúvida notável, atendendo sobretudo ao ponto de partida. Os meios postos à disposição do clube, nomeadamente na aquisição de jogadores,  foram determinantes para o sucesso obtido. Mas a saída de JJ e a respectiva substituição demonstra que uma importante parte dos factores que conduziram o clube ao êxito já não moram lá e se transferiram para o lado do Sporting: Jorge Jesus. De tal forma que se pode perguntar se com Rui Vitória alguma vez o mundo futebolístico conheceria hoje os nomes de Gaitan, David Luiz, Ramirez, Di Maria, Enzo Perez, Witsel, Matic, Markovic ou Coentrão, mais as somas astronómicas das respectivas transferências.

A cultura de exigência e as qualidade de Jesus permitiram ao Sporting um salto qualitativo notável Fonte: Sporting Clube de Portugal.
A cultura de exigência e as qualidade de Jesus permitiram ao Sporting um salto qualitativo notável
Fonte: Sporting Clube de Portugal.

Como sabemos, o Sporting passa por um período de paulatina recuperação. Se há mérito indiscutível a assinalar na liderança de Bruno de Carvalho é a da escolha dos treinadores. Todos os escolhidos têm uma responsabilidade indiscutível na recuperação desportiva do clube, conseguindo obter pelo menos os “mínimos olímpicos” no que a resultados diz respeito.

A recuperação desportiva está indubitavelmente relacionada com a recuperação financeira e com a taxa de aprovação de Bruno de Carvalho entre os associados. Porque o que um clube como o Sporting tem que oferecer aos seus sócios e adeptos são as emoções – a relação com o clube é 99,9% emocional – que só as vitórias proporcionam.

A chegada de Jorge Jesus pode representar uma rápida mudança de era no futebol do Sporting. mesmo considerando de forma responsável que vivemos uma era de vacas magras e incerteza, que não permite investimentos avultados como os que teve no clube anterior. Este momento tem porém pelo menos uma virtude: obriga o treinador a olhar para “o que a casa dá”, isto é, a formação. É isso que tem acontecido, com jogadores como Gélson, Matheus, Mané e Esgaio a acumularem minutos. O mesmo se pode dizer com os progressos que se registam no jogo de Adrien, Slimani, e sobretudo de João Mário.

Isto não invalida que recaem sobre a administração pesadas responsabilidades. Tais como a de aportar mais e melhores meios – financeiros e de carácter organizacional – que permitam sustentar o crescimento e de forma a prever e acautelar atempadamente as saídas de jogadores-chave que a inevitável cobiça alheia tenderá a provocar.  E que, de igual modo, permitam sustentar a indisfarçável ambição do nosso actual treinador, rentabilizando-a como um factor de crescimento.

Fonte da foto de capa: Sporting Clube de Portugal

Ganhar jogos e ganhar títulos

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eternamocidade

Começo este texto com uma declaração de princípio: este FC Porto, versão 2015/2016, intriga-me. Não o digo apenas pela irregularidade exibicional evidenciada pela equipa, até porque isso já vem da época passada; falo, sim, da incapacidade que ainda tenho, volvidos quase três meses desde o início da competição, de fazer considerações aprofundadas sobre o rendimento dos jogadores. Uma intriga que teve, como último capítulo, o jogo do passado domingo, frente ao Sp. Braga do nosso velho conhecido Paulo Fonseca. Ao longo dos últimos dias, a secção do FC Porto no Bola na Rede foi acumulando textos com argumentos diversificados sobre o que se tinha passado no Dragão. Mais do que analisar, à luz do que vi e do que li, aproveito este artigo para colocar em cima da mesa uma equação que me parece bem mais interessante de ser discutida.

Como provavelmente já terá percebido, remeto o próximo tópico para o título escolhido para este artigo. A dicotomia entre ganhar jogos e ganhar títulos, duas realidades que se complementam mas que estabelecem, à sua maneira, a diferença entre as boas e as grandes equipas. Essa é, porventura, uma das razões que me faz ter tantas dúvidas sobre o futuro deste novo FC Porto de Julen Lopetegui. Parece claro que, com mais ou menos rotatividade à mistura, o treinador espanhol já encontrou um onze base, onde a composição do meio campo se torna fundamental. Percebe-se que, na posição 6, Rúben Neves será o homem das guerras e Danilo Pereira o das batalhas esporádicas. Nesta dinâmica, a luta entre a qualidade em posse de Rúben e o jogo posicional de Danilo estará sempre na cabeça de Lopetegui. Nos restantes vértices do triângulo, as dúvidas parecem menores: Imbula, até pelo valor que custou e pelo rendimento que o clube quer tirar dele, tem lugar garantido; André André é, há muito, o único motor da equipa.

Tal como já escrevi , creio que será por aqui, para o bem e para o mal, que a época do FC Porto se vai decidir. E, para o explicar, é impossível não olhar para trás e perceber, na ótica de Lopetegui, a diferença entre o miolo portista da última época e aquele que temos agora. Casemiro, Herrera e Oliver fizeram, salvo alguns momentos, uma época de qualidade. A meu ver, a solidez que este trio foi ganhando ao longo da temporada teve que ver com a definição clara do modelo e dinâmica que Lopetegui queria de cada um dos elementos. Casemiro é, porventura, um dos médios defensivos que mais cresceu no futebol europeu em tão pouco tempo. Herrera, para o bem e para o mal, foi sendo, à sua maneira, um número 8 para todas as ocasiões, apesar da inenarrável inconsistência exibicional. Oliver Torres, com uma qualidade inegável ao nível do passe, foi sendo não raras vezes o abre latas que o FC Porto precisava em jogos complicados do campeonato.

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André André tem sido uma das revelações da época portista
Fonte: desporto.sapo.pt

Vejam, então, o panorama que temos esta época: Rúben Neves, posicionalmente, é um jogador ainda com todo o futebol para conhecer. A qualidade técnica está toda lá mas percebe-se que, nos jogos de maiores exigência – sobretudo na Liga dos Campeões – Lopetegui dificilmente lhe dará todo o trabalho naquela zona do terreno. Também por isso é que em Kiev, por exemplo, a fórmula dos quatro médios voltou. No caso de Imbula o caso ainda é mais bicudo. Ao ver o “velho” Imbula do Marselha, percebe-se que o jogador agora está moldado a uma outra dinâmica. É certo que, de vez em quando, ainda lhe veem à memória aquelas arrancadas que fizeram dele um médio tão apetecível para os grandes clubes europeus; mas, por agora, tendo em conta o estilo que Lopetegui prefere, é mais normal vê-lo a não arriscar mais do que um passe curto.

Não quero, com esta análise, que pense que prefiro um ou outro tridente. À sua maneira, creio que o da época passada e o desta época têm vantagens e desvantagens. Mas, também por isso, é que escolhi usar como título deste texto a expressão “ganhar jogos ou ganhar títulos”. Na temporada passada, critiquei Lopetegui por não conhecer o futebol português. À custa disso, o FC Porto perdeu pontos onde não podia e falo, por exemplo, dos jogos com Boavista, Estoril ou Nacional. Por rotações sem sentido e experiências sem razão, perdeu-se um campeonato que estava à mão de semear. Isto para dizer que, e escrevi-o várias vezes, que o problema da falta de títulos no ano transato teve mais que ver com o guitarrista do que propriamente com a guitarra.

A razão para essa conclusão tem que ver sobretudo com a qualidade dos protagonistas. Uma das teorias que mais tenho contestado é a de que o FC Porto tem um plantel extraordinário e que bate aos pontos o de Benfica e Sporting. Em outros momentos, já procurei desmontar essa tese que, a meu ver, objetivamente nada tem de verdadeira. E isso prende-se, a meu ver, com a falta de “coisas diferentes” que este plantel tem. Falo, claro, de imaginação, que é tão precisa em certos momentos da época. Num campeonato como o nosso, a esmagadora maioria dos jogos ganha-se com transpiração. Algo que, na época passada, foi faltando a alguns jogadores do FC Porto. Por serem atletas de um outro “calibre competitivo”, tendo em conta o passado enquanto futebolistas; percebeu-se não raras vezes que o espírito de sacrifício que se exigia nem sempre surgia.

A diferença está, depois, no reverso da medalha. Falo, claro, daquela pequena percentagem que é igualmente importante. Talvez numa proporção bem menor mas que por vezes diferencia uma boa de uma má temporada. Nesta equação de “95 % de transpiração e 5 % de inspiração”, parece-me claro que o FC Porto desta época é um espelho comparativamente ao da época passada. Há alguns meses, no esquema de Lopetegui, a qualidade exibicional aparecia e por isso é que as goleadas eram frequentes. Nos jogos em que era preciso derrubar verdadeiras muralhas, lá apareciam os “jogadores de valor acrescentado” como Danilo, Oliver ou Jackson.

Peças que já não existem e que tornam a equipa deste ano uma imagem completamente distinta. Na luta entre a técnica da força e a força da técnica, parece claro que, ao longo do ano, se verá muito mais suor do que criatividade. Por isso, numa liga tão bipolar como a nossa entre grandes e pequenos, tenho dúvidas se, quando for preciso ganhar jogos decisivos, o FC Porto seja capaz de o fazer. Nesses momentos, só a transpiração e a crença não chega. Vai ser preciso o resto, ou seja, aquilo que diferencia as boas das grandes equipas. A mim, resta-me esperar para ver.

No Hall of Fame Leonino: Entrevista a Alex

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Alex foi, durante oito temporadas, uma das principais referências do futsal do Sporting. Com boas exibições, golos importantes e uma devoção enorme ao clube, o antigo jogador tornou-se um dos jogadores mais acarinhados pelos exigentes adeptos leoninos. Em Junho, deixou o Sporting para pouco tempo depois se retirar dos pavilhões e voltar ao Brasil para perto da família. O Bola na Rede agradece toda a simpatia, disponibilidade e abertura demonstrada ao nos conceder esta entrevista.

Sporting

BnR- Em 2007, quando chegou ao Sporting, esperava ficar tanto tempo?

Alex – Nunca imaginei que ficasse 8 anos no Sporting.

BnR – Na última entrevista que deu à Sporting TV, foi complicado conter as emoções. Agora que já passou algum tempo desde que disse “até já”, como estão as saudades de Lisboa?

Alex – Tenho muitas saudades de Lisboa, essa cidade oferece uma qualidade de vida enorme.

BnR – Foi difícil sair do Sporting numa época em que não conseguiram revalidar o titulo de campeão nacional?

Alex – Sem dúvida que a vontade era sair depois de revalidar o titulo de campeão nacional. Certamente sairia debaixo de uma festa com os adeptos.

BnR – O que sente por não ter conseguido ganhar a UEFA Futsal Cup ao serviço do Sporting?

Alex – Sinto uma desilusão muito grande, pois chegámos muito perto e tínhamos tudo para ter ganho esse titulo.

BnR – Com o aparecimento relativamente recente do Barcelona e com as formações do leste europeu cada vez mais bem apetrechadas em termos financeiros, será possível alguma equipa portuguesa voltar a ganhar essa competição?

Alex – Será sempre possível, a equipa do Sporting de hoje tem condições de o fazer. Claro que depende de uma série de fatores até chegar lá, mas creio que ganhando o titulo nacional essa época, já é possível sonhar com a UEFA na próxima.

BnR – Tem acompanhado o Sporting nesta temporada? O que acha das contratações de Merlim, Fortino, Cavinato e Marcão?

Alex – Não tenho acompanhado o futsal, apenas o futebol. Mas parecem-me jogadores de alto nível, espero que estejam a representar o Sporting como o Sporting merece.

BnR – O que significam os adeptos do Sporting para si?

Alex – Os adeptos do Sporting são os melhores do mundo, estiveram connosco nos bons e maus momentos. Tenho muitas saudades dos gritos e cânticos nos pavilhões.

BnR – Qual foi o colega que mais o marcou? E o treinador?

Alex – O colega que mais me marcou esses anos todos em Portugal foi o Zézito, tanto como jogador quanto treinador (adjunto).

BnR – É o melhor marcador de sempre em jogos do Sporting frente ao rival Benfica, orgulha-se desse feito?

Alex – Tenho orgulho desse feito, sim. Embora nunca foi um objeto ou marca perseguida por mim, aconteceu naturalmente. Mas orgulho-me por cada golo marcado ao serviço do Sporting.

A derrota frente ao Barcelona impediu Alex de conquistar a segunda UEFA Futsal Cup da sua carreira Fonte: Sporting Clube de Portugal
A derrota frente ao Barcelona impediu Alex de conquistar a segunda UEFA Futsal Cup da sua carreira
Fonte: Sporting Clube de Portugal

Baku United e Fim da Carreira

BnR – Como correu a experiência e a adaptação a Londres e a Inglaterra?

Alex – Decidi encerrar a minha carreira e ficar no Brasil depois do que aconteceu com o Baku United, clube que iria representar. Então estou novamente na minha cidade de onde saí há 17 anos, perto dos meus pais e familiares.

BnR – O que correu mal no Baku United?

Alex – O que chegou aos meus ouvidos foi que o diretor que financiava o projeto estava com problemas financeiros, porque as empresas que possuía no Azerbaijão tinham falido. O resultado foi a dispensa de jogadores que já tinham sido contratados, entre os quais brasileiros, espanhóis e portugueses.

Futuro

BnR – O Alex foi dos jogadores mais inteligentes que passaram pelo nosso clube nesta modalidade. Já pensou seguir uma carreira técnica ligada à modalidade? Vê-se a fazê-lo no Sporting?

Alex – Nunca pensei em trabalhar no futsal depois de encerrar minha carreira. E hoje, já fora das quadras, não tenho planos que passem pelo futsal.

BnR – Gostava que o seu futuro passasse por Alvalade e pelo novo Pavilhão João Rocha?

Alex – Pretendo visitar Lisboa e o novo pavilhão assim que possível.

Curtas

BnR – Melhor momento no Sporting?

Alex – Não houve um melhor momento, foram vários. Cada troféu conquistado ao longo destes 8 anos representam os melhores momentos vividos no Sporting.

BnR – E o pior?

Alex – O pior momento foi a derrota na final da UEFA Futsal Cup no Cazaquistão contra o Montesilvano.

BnR – O Sporting para si é?

Alex – O Sporting é e sempre será uma parte da minha vida.

 

Entrevista realizada por Vítor Miguel Gonçalves e edição de Marta Reis

Académica 1-1 Moreirense: Os fantasmas ainda não foram embora

futebol nacional cabeçalho

Parecia tudo bem encaminhado para que a Académica fosse somar, ao fim de quase dois anos, a segunda vitória consecutiva, em casa, em jogos do campeonato. Parecia tudo encaminhado para que o regresso de Marinho aos relvados acontecesse da maneira que ele mais gostaria, com uma vitória da sua Briosa. Os aguaceiros já tinham abençoado o regresso do mítico herói do Jamor, a Mancha Negra cantava e gritava como num passado não tão distante e, para ajudar à festa, Trigueira ia defendendo tudo o que podia e não podia. Parecia tudo reunido para que os fantasmas de resultados e exibições aquém do esperado fossem, de vez, exorcizados. A euforia ia-se instalando, havia legítimas esperanças de que a Briosa iria voltar a vencer. Finalmente, um final feliz? Nada disso. Hugo Miguel deu cinco minutos de descontos, não quatro ou três, e o Moreirense não deixou escapar essa janela de oportunidade, marcando naquele que foi, praticamente, o último lance do encontro, sentenciando o resultado em 1-1, num final de horror, que fez jus à época de Halloween e  terminou com as ambições dos estudantes.

De facto, este não foi um resultado merecido para a Académica, que desde o início partiu para cima do seu adversário, privilegiando o lado direito do ataque, onde Hugo Seco esteve particularmente activo, dando enormes dores de cabeça a Evaldo, não só pela sua irreverência mas pelo excelente entendimento que revelou com Oualembo e que foi o principal responsável dos lances de perigo perto da área minhota e que ilustravam na perfeição o domínio da Académica.

«Os meus jogadores não mereciam este resultado»- Filipe Gouveia"
«Os meus jogadores não mereciam este resultado» – Filipe Gouveia”

Foi sem surpresa que chegou o golo inaugural, para os estudantes, com Obiora a desferir um pontapé, à entrada da área, que contou com um desvio o de um jogador do Moreirense, mas só terminou nas redes da baliza de Stefanovic.

O Moreirense reagiu, e conseguiu incomodar a Académica com o virtuosismo de Vítor Gomes e o poderio físico de Rafael Martins (que chegou a atirar uma bola ao poste), mas Trigueira esteve sempre seguro na baliza e a defesa da Académica revelou-se sólida.

No segundo tempo, mais do mesmo, com o Moreirense a correr atrás do prejuízo, com Rafael Martins, novamente, a criar perigo e Trigueira a impor-se de forma competente. Porém, a partir deste lance, no início da segunda parte, a Académica revelou-se completamente impermeável e soube controlar o encontro, tendo estado perto do 2-0, que Hugo Seco, isolado, falhou.

O tempo ia passando e o desespero tomava conta dos Cónegos que já tinham o seu guarda-redes na área contrária e a “carne toda no assador” (Rafael Martins passava a ser auxiliado por Luís Carlos e Boateng no ataque). Isso trouxe dividendos – Fati aproveitou o recuo da defesa da Académica, rematou de longe, beneficiou de um ressalto que fez a bola entrar na baliza de Trigueira. Sorte, sim, mas essa protege os audazes.

A Figura:

Pedro Trigueira (Académica) – Salvou a Académica com várias intervenções de nível elevado, fazendo relativizar o desperdício dos seus colegas da frente e a inoperância ofensiva que, não raras vezes, caracterizou o processo de ataque da Briosa.

O Fora-de-Jogo:

Hugo Miguel – Deixou passar em claro a expulsão de Stefanovic, guarda-redes do Moreirense, que travou Nii Plange quando este ficaria com a baliza à mercê, deu 5 minutos de descontos que foram algo exagerados e pareceu ter perdido a mão no encontro, amarelando, só na primeira parte, quarto jogadores do Moreirense.