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Moreirense: Estabilidade como chave

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Uma equipa constrói-se de base, ou seja, começa pela estruturação de um bom setor defensivo para depois se poder construir uma boa equipa. Miguel Leal, treinador do Moreirense, parece partilhar desta ideia e, com isso, está a levar a equipa vimaranense a uma época tranquila.

Os homens de Moreira de Cónegos estão na primeira metade da tabela no campeonato, e nas duas taças nacionais o seu percurso dificilmente poderia ter sido melhor: na Taça de Portugal foram eliminados pelo Benfica no Estádio da Luz e, na Taça da Liga, após derrotar o Arouca e empatar na Choupana, os “verde e brancos” foram novamente eliminados pelo Benfica. Miguel Leal pode alegar que era difícil ter feito uma melhor prestação.

No campeonato, a competição prioritária, o Moreirense traçou como objetivo principal a manutenção. Um planeamento natural, tendo em conta que se trata de uma equipa que voltou esta época à Primeira Liga e cujo treinador também está em estreia nesta divisão. Miguel Leal também logrou uma subida de escalão na época anterior, mas ao comando do Penafiel.

Em relação à época passada, o clube fez algumas contratações importantes para atacar o objetivo da permanência, como por exemplo Danielson, Marcelo Oliveira, Vítor Gomes (que vai sair neste mercado para o futebol turco), Battaglia ou Ramón Cardozo. Os dois primeiros são centrais brasileiros, ambos com mais de 30 anos e com larga experiência europeia: Danielson já jogou vários anos no nosso país, e Marcelo Oliveira jogou muitos anos na Grécia e no Chipre. Juntamente com o lateral direito Paulinho e o guarda redes Marafona, foram titulares em todos os jogos da Liga. Um setor com uma estabilidade notável nos tempos que correm no nosso futebol. A única posição variável até ao momento foi a de defesa esquerdo, em que Elízio e André Marques dividiram a titularidade nas 17 jornadas disputadas até ao momento.

Vítor Gomes e Battaglia foram as duas contratações para um meio campo onde se mantiveram nomes importantes da temporada transata, como Filipe Melo ou André Simões. Estes dois últimos foram contratados no início da época passada e são “titularíssimos” desde então. Em 2014/15, André Simões jogou em todas as partidas do campeonato, e Filipe Melo apenas falhou dois encontros por lesão. No início da temporada, a equipa jogava com Bolívia no apoio ao avançado. Contudo, a lesão grave sofrida na terceira jornada no Dragão afastou-o da competição e abriu espaço para a titularidade de Vítor Gomes a partir do jogo seguinte, completando assim um meio campo bem organizado com três portugueses experientes e que tem sido também muito sólido ao longo da temporada. O argentino Rodrigo Battaglia, emprestado pelo Sporting de Braga, tem sido o elemento mais chamado quando é necessário substituir alguém no miolo do terreno. Tem cumprido sempre que é chamado a intervir, tentando provar que tem qualidade, após uma época em que foi pouco utilizado na equipa bracarense. Entretanto, com a saída de Vítor Gomes para o Balikesirspor, Battaglia deverá ocupar o seu lugar no onze, e o clube deverá contratar mais uma opção, além de Djibril, médio que chegou do Sporting de Braga, já neste mês de janeiro.

Filipe Melo é um dos responsáveis pelo meio campo do Moreirense Fonte: Facebook oficial do Vitória Sport Clube
Filipe Melo é um dos responsáveis pelo meio campo do Moreirense
Fonte: Facebook oficial do Vitória Sport Clube

No ataque, João Pedro, extremo formado em Braga e que, após dar nas vistas na Naval, voltou à cidade dos arcebispos, tem sido uma das figuras da equipa comandada por Miguel Leal. Depois de ter sido emprestado ao Belenenses na época passada, João Pedro foi novamente cedido pelo Sporting de Braga. Desta vez, o destino foi Moreira de Cónegos, e o atacante não está a desiludir. Falhou apenas um jogo da Liga e é o elemento mais constante no setor ofensivo da equipa. Na outra ala, Arsénio e Gerso são os clientes mais habituais. O português é mais vezes titular, mas o guineense emprestado pelo Estoril também tem sido utilizado em quase todos os jogos. A velocidade nas alas é um dos pontos fortes do jogo do Moreirense.

O lugar de ponta de lança já mudou de “dono” de agosto até agora. Alex Gonçalves, brasileiro emprestado pelo Pandurii da Roménia, foi a primeira escolha na fase inicial da temporada mas entretanto perdeu a titularidade para o paraguaio Ramón Cardozo. A explicação é visível, se olharmos para os números. Alex disputou 20 jogos e Cardozo apenas mais um, se levarmos em linha de conta todas as competições. O “Tacuarita” que veio do Vitória de Setúbal já marcou sete golos, “molhando a sopa” na Liga, Taça de Portugal e Taça da Liga. Já Alex Gonçalves ainda procura o primeiro golo da época.

Uma equipa com pouca rotatividade, que marca e sofre poucos golos (os jogos em que o Moreirense participa têm uma média inferior a dois golos por jogo; têm 15 golos marcados e 15 sofridos na Liga até ao momento) e que aposta nos jogadores portugueses. Mais de metade da “equipa-tipo” é composta por jogadores nacionais, e esse é um exemplo que devia ser seguido pelos outros clubes do nosso país, que muitas vezes insistem em contratar estrangeiros quando podiam contratar jogadores portugueses de melhor qualidade e, acima de tudo, com maior conhecimento das exigências e características do nosso futebol.

Pelo que foi possível ver até agora, o Moreirense, que já conseguiu alguns resultados vistosos, como empates em Alvalade e em casa frente ao Sporting de Braga, está no bom caminho para garantir a manutenção e continuar no convívio dos maiores do futebol nacional. Para já, tem uns confortáveis 13 pontos de vantagem para a linha de água.

Foto de Capa: Facebook do Moreirense FC

Eles não querem… de todo!

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atodososdesportistas

Antes de mais, a todo o leitor que comece a ler este texto, aviso desde já que sou portista e hoje, após a vergonha que foi a arbitragem na pedreira, vou ter uma caneta afiada e falar de assuntos de que pouco falo: arbitragens. Dado isto, de nada valerão as contra-argumentações dos “apitos”, “frutas” ou “Abeis” que tanto gostam de, sem prova, atirar ao ar como se fosse uma verdade provada e acabasse, desde logo, com possíveis factos contrários. Tenho dito.

Posto isto, e sabendo que contra o Penafiel o Porto ganha objectivamente com um golo irregular (o primeiro) e outro que pode ser duvidoso (o posicionamento das câmaras não deixa perceber se Jackson está ou não fora-de-jogo, embora não me pareça), esta época tem sido uma verdadeira “caça às bruxas” por parte do organismo máximo que rege os interesses futebolísticos nacionais (que já nem sei até que ponto será a FPF…) e tem, a todo o custo, tentado afundar os Dragões e puxar para cima as Águias. É demais, é impossível conter este “nó” na garganta, depois da verdadeira, e desculpe-me o leitor a expressão, palhaçada de ontem, na pedreira. Não só falamos de jogar com 9 desde praticamente 2/3 do jogo, até porque, na minha consideração, as expulsões não são mal dadas. Falamos, isto sim, da dualidade de critérios que deixou, por exemplo, Sasso terminar o jogo, com várias entradas muito mais agressivas que as de Reyes ou o “chutão” na bola de Evandro, que o jogador bracarense não sabia se tinha sido nas zonas íntimas ou na barriga. Chegou, inclusivé, a parecer que lhe tinha pontapeado o externo, tais não eram a fitas que o jogador fazia.

Ontem aconteceu aquilo que se tem visto ao longo da época: não querem ver um Porto justa e novamente campeão ou a ganhar o que quer que seja! “Querem”, a todo o custo, acabar com a hegemonia categoricamente alcançado pelo FC Porto ao longo dos últimos 30 anos, e isso só não vê quem deixar que as palas de outras cores tapem os olhos. Tem sido uma constante: em caso de dúvida, beneficia-se o adversário do Porto. Não digo que queiram beneficiar os outros, digo, isso sim, que objectivamente querem prejudicar o Porto.

Os únicos pontos perdidos esta época na liga pelos comandados de Lopetegui de forma justa foram, a meu ver, no empate caseiro com o Boavista (super Mika!) e na derrota frente ao Benfica, num jogo onde o domínio não foi suficiente para a falta de pontaria na hora de finalizar. De resto, em Alvalade e em Guimarães “voaram” 6 pontos devido a erros crassos de arbitragem, demasiadamente evidentes.

Não pense o leitor que estou a ser incoerente com os meus 30 textos anteriores escritos no site: caso os Dragões não sejam campeões (coisa que acredito plenamente que serão), irei dar os parabéns ao campeão, pois o campeonato é uma maratona e não uma prova de 100 metros (como a Taça da Liga, por exemplo), e quem o ganha, tem de ter o seu mérito, mesmo que constantemente “empurrado” das mais diversas formas por outras instituições ou interesses que nada interessam ao nosso futebol.

Ontem senti orgulho de ser Portista. 90 minutos de puro prazer, nervosismos, acelerações de coração e vontade de ser o verdadeiro 12º jogador. Fazia tempo que não vibrava tanto num jogo dos Dragões como na Pedreira. Foi a prova aos críticos que a “armada espanhola” não está cá só para se mostrarem, sentem a camisola e em prol do clube deixam a vida em campo. Isto é SER PORTO!

Uma “machadada” constante no jogo de ontem
Fonte: Facebook do FC Porto

Depois foi o que se viu, um senhor de azul, que, para os “teóricos da conspiração” até é da A.F.Braga (…), de nome Cosme Machado, fez uma encenação “Cósmica”, digna de um óscar para melhor actor secundário que, parecendo que não, influencia de maneira brutal o papel dos actores principais. Foi extraordinário, parabéns ao senhor que provou, dentro do campo, aquilo que estou a escrever e que tem vindo a ser escrito ao longo da época: uns podem marcar golos em fora-de-jogo, ter golos anulados dos adversários, acabar jogos com 11 jogadores, falar com os árbitros, dizer o que lhes vai na alma (através de comunicados ou conferências de imprensa) e passar incólumes. Outros abrem a boca e antes de poderem dizer algo, já estão a ser julgados e punidos, objectivamente, dentro do campo. Para isso, mais vale ficar calado, como fez ontem o enorme presidente dos Dragões e o treinador em quem tanto confio, deixando apenas palavras aos jogadores e adeptos, que se demonstraram contra este sistema que vem sendo preparado e montados ao longo dos anos.

Sinto-me com toda a moral e propriedade para falar, pois o Porto tem provas dadas internacionalmente que justificam, e de que maneira, o claro domínio nacional que foi adquirindo. Não é uma tacinha ou uma ida a finais em “meia dúzia” de anos, é uma Liga dos Campeões, uma extinta taça UEFA, é a primeira edição da Liga Europa e é uma última edição da taça Intercontinental. “Só” isto, no meio de tubarões como Barcelona, Real Madrid, Bayern, Manchester, Chelsea, Milan, etc… Com todo o respeito, da história não reza quem perdeu finais (seja em penaltys ou ao cair do pano) ou chegou longe mas… ficou pelo caminho. Da história reza quem deixou o nome e insígnia cravado na lista dos campeões. E nós estamos lá, num passado relativamente recente e com vontade de o reescrever rapidamente.

Ser Portista é não olhar o passado, é olhar o presente e ter os olhos postos no futuro, é ter sede de vencer e vontade de encontrar forças contra tudo e contra todos, custe o que custar.

Paralelamente, não posso deixar de saudar aquele que é, a par de Quaresma, a maior lenda do plantel azul-e-branco: Helton. O brasileiro, depois de ter “anunciado” fim de carreira devido à grave lesão, atestou aquilo que acima disse: encontrou forças onde elas não existiam e fez uma exibição “à Helton”. Remou contra tudo e contra todos e só não defendeu o penalty (“penalty”…) superiormente marcado por pura infelicidade. Foi o espelho guerreiro de uma equipa de operários que foi forçada a trabalhar o dobro. Espero que a exibição de ontem volte a colocá-lo como número 1 da baliza azul-e-branca, não porque Fabiano esteja mal, mas sim porque Helton é a nossa alma, e enquanto estiver apto, será sempre o eterno número 1.

Hoje acordei com orgulho de ser Portista, mais do que qualquer outro dia… E tu, amigo portista, como te sentiste?

Foto de Capa: Facebook de Helton

Meu querido mês de Janeiro

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Terceiro Anel

O que é que têm em comum o entusiasmante Benfica 3-1 Vitória de Guimarães de 2009/2010 e o importante Braga 1-2 Benfica de 2012/2013? O que é que têm em comum o Benfica 5-0 Olhanense para a Taça de Portugal 2010/2011 e o Benfica 2-0 FC Porto a contar para a liga 2013/2014? E aquele Benfica 4-1 Vitória de Setúbal de 2011/2012? E aquelas vitórias folgadas no terreno do Marítimo em 2010 e agora em 2015? Pois, o ponto que une todas estas partidas (e tantas outras poder-se-iam juntar a este leque) prende-se com o facto de todas elas terem sido disputadas em Janeiro, primeiro mês do ano civil. Ora, parafraseando (não na totalidade) a carismática canção de Dino Meira, bem que posso afirmar “Meu querido mês de Janeiro”, pelo menos que no que diz respeito à era de Jorge Jesus enquanto treinador do Sport Lisboa e Benfica.

Os registos são assombrosos: em 37 partidas oficiais realizadas no mês de Janeiro, o Benfica venceu…35. E mesmo os dois resultados “negativos” não foram propriamente uma tragédia, visto que estamos a falar de um empate a um golo em Guimarães, a contar para a fase de grupos da Taça da Liga 2009/2010 (o maior de Portugal viria a vencer essa edição) e de um 2-2 numa partida electrizante entre Benfica e FC Porto no Estádio da Luz, 14ª jornada do campeonato (sim, Artur Moraes, eu não me esqueço do porquê deste empate…). Pois bem, será que há alguma explicação plausível para que Janeiro seja sinónimo de mês de sonho para a nação encarnada? Só Jorge Jesus saberá responder na totalidade à questão, mas a partir do momento em que na presente época, depois de o Benfica realizar exibições tão descoloridas até ao final de 2014, a equipa entra no novo ano como se nada fosse, parece que algo de paranormal se está a passar no Seixal.

É do conhecimento público que Jorge Jesus é um técnico super exigente com os seus atletas, em todos os momentos do treino e do jogo. Apesar de já orientar a equipa do Benfica há cerca de cinco anos e meio, e de visivelmente haver rotinas de jogo completamente estabelecidas (e ainda bem que assim o é), é natural que quem chegue de novo demore, e de que forma, a cumprir aquilo que o treinador amadorense pretende. E é por isso mesmo que o campeão nacional tem momentos que levam ao desespero qualquer um dos seus adeptos (e eu que o diga), mormente nos primeiros meses das temporadas. As lesões parecem surgir em catadupa, as vitórias arrancadas a ferros são muitas, tudo parece acontecer de uma forma forçada em desafios em que o Benfica está permanentemente à mercê dos adversários.

Jorge Jesus + Janeiro = sucesso garantido; Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
Jorge Jesus + Janeiro = sucesso garantido;
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

Se analisarmos mais especificamente a presente época, então torna-se gritante a diferença de andamento entre o ano civil passado e aquele em que estamos agora, como que de Dezembro para Janeiro se desse a transformação de todo um clube, de todo um fio de jogo, de toda uma estrutura, de todo um conjunto de ideias. Recuando no tempo, mas não muito, vemos como foi paupérrima a exibição diante do Gil Vicente, na última jornada do campeonato disputada em 2014, sendo secundada por uma não menos confrangedora prestação no desafio frente ao Nacional da Madeira. Nessa altura (que foi há tão pouco tempo!) tudo parecia negro: mau futebol, Enzo Pérez de saída, plantel fraquinho, e muito mais. Porém, qual golpe mágico, o reveillon voltou a ser presságio de espectáculo, de fiabilidade, de uma máquina futebolística destrutiva. Bastou entrar-se em Janeiro para surgir um Benfica transfigurado, a defender a sua liderança na tabela com futebol de altíssimo nível, e num ápice se descobriu (como eu sempre defendi) que este plantel não é assim tão mau (aliás, para o campeonato português continua a ser bem bom), que há muito por onde explorar, que a nação benfiquista pode estar confiante.

Estou longe de ser um especialista na questão da preparação física dos atletas, não sei se as cargas físicas que Jorge Jesus e a sua equipa técnica impõem ao plantel na pré-temporada visam mesmo isto (provavelmente visam), uma enorme performance nesta fase da época, mas a verdade é que esta conjugação de uma actual boa condição física dos jogadores, mais processos de jogo completamente interiorizados pelos jogadores, mais classe, talento e competência de muitos dos elementos do plantel tem contribuído para que tenham voltado os tempos em que é um simples deleite ver este Benfica a jogar à bola.

Janeiro, esse mês de entrada no novo ano, esse mês em que cumpro o meu aniversário, esse mês que para muitos estudantes universitários é de férias…não tem nessas características aquilo que mais me diz e que mais me importa: Janeiro é uma fase do ano encantadora por isto mesmo, porque o Benfica nesta altura costuma ser implacável, sedutor, mandão, poderoso, inigualável. Tenho pena que o mês já esteja a acabar, mas ainda há um jogo nele para ganhar: na Mata Real, defronte do Paços de Ferreira. Em caso de vitória o Benfica atingirá as 36 vitórias em 38 jogos disputados em Janeiro, que coisa transcendente. E é o que vai acontecer, eu sei que é aquilo que milhões de adeptos sentem.

Rumo ao bicampeonato, Sport Lisboa e Benfica!!!!!!!!

P.S. : Bernardo Silva, eu sei que serás sempre um dos nossos. Eu sei que estarás sempre a sofrer por nós. Eu sei que um dos teus sonhos é envergar o manto sagrado durante várias épocas. Isso vai acontecer, nem que seja o meu lado apaixonado e ingénuo a falar, quero crer que venha a acontecer. Mas receio, receio mesmo, que o Benfica tenha cedido de vez a uma febre mercantil desmesurada…

Foto de capa: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

Os cinco melhores dentro de cinco anos

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Desde que foi criado em 2010 através da junção do Ballon D’Or com o Fifa Player of the Year, o FIFA Ballon d’Or foi ganho apenas por dois jogadores, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi. Ronaldo completa 30 anos este ano e Messi faz 28. Nada nos leva a crer que algum deles abrandará num futuro recente, logo pelo menos as próximas quatro edições do prémio deverão ser disputadas entre estes dois fantásticos jogadores. Avancemos então cinco anos no tempo, para o ano de 2020. Ronaldo terá 35 anos e Messi 33. Apesar de não duvidar de que ambos poderão continuar a ser favoritos à vitória, proponho-me a especular sobre cinco possíveis candidatos.

Eden Hazard

O belga é um dos maiores talentos da actualidade, um fantasista capaz de resolver qualquer jogo através do seu enorme talento individual, um desequilibrador nato que não deverá abrandar nos próximos anos. Pelo contrário, tudo leva a crer que continue a evoluir até se tornar um dos melhores do mundo. Especialmente se continuar a ser treinado por José Mourinho, que com certeza espremerá todo o talento que o belga tem para dar e ainda mais algum, potencializando toda a qualidade que ele tem para oferecer. Daqui a cinco anos, com 29 anos, se Hazard não for o melhor, andará com certeza lá perto.

Hazard é um dos craques do Chelsea Fonte: Facebook do Chelsea
Hazard é um dos craques do Chelsea
Fonte: Facebook do Chelsea

Neymar

O brasileiro é o herdeiro aparente de Messi no Barcelona e à medida que os anos passarão a sua importância e responsabilidade na equipa só deverá aumentar. Com 22 anos é já a principal figura da Canarinha; com 28, Neymar terá competido em mais duas Copas América e um Mundial, além dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, isto tudo contando que não se lesione e seja convocado, claro. Apesar de Neymar ser já considerado um dos melhores da actualidade, continua muito atrás de Messi e Ronaldo. Mas com o avançar dos anos o brasileiro deverá tornar-se mais produtivo, deixando alguns dos seus mergulhos e fitas de lado e transformando-se numa máquina de golos. A qualidade está toda lá.

Paul Pogba

O francês, que completa 22 anos este ano, é já um dos médios mais desenvolvidos do futebol mundial. Pogba tem tudo – começando no físico, passando pela técnica e acabando na inteligência -, e contribui para a equipa em todas as zonas do campo. Nesta altura já é o melhor jogador a actuar em Itália. Quer fique na Juventus, quer se transfira para um Chelsea ou um Real Madrid, Pogba continuará em curva ascendente, lembrando um Patrick Vieira mais ofensivo mas com potencial para mais ainda. Com 27 anos, Pogba deverá ter cimentado o seu estatuto como um dos melhores, se não o melhor médio do futebol mundial.

Pogba é um dos melhores médios do mundo Fonte: Facebook da Juventus
Pogba é um dos melhores médios do mundo
Fonte: Facebook da Juventus

Gareth Bale

Bale faz 26 anos este ano. Em 2020 terá, então, 31 anos. O galês tem tido algum azar, sendo perseguido por lesões ao longo da sua carreira, mas se se conseguir manter em campo tem tudo para tomar o lugar de Cristiano Ronaldo no Real Madrid – da capacidade de explosão à qualidade na finalização. Precisa apenas de aprender a tomar a decisão certa em frente à baliza, algo que Ronaldo faz com regularidade. É claro que espero nunca de Bale o mesmo nível de produtividade de Ronaldo, tal como não espero de Neymar o mesmo de Messi, mas a qualidade está lá em ambos os casos para tentarem deixar a sua marca na história.

Thomas Müller

O alemão é dos jogadores menos egoístas que há – é um fantástico jogador de equipa. Completa apenas 26 anos este ano e já ganhou quase tudo o que havia para ganhar, faltando-lhe apenas um Euro, que poderá conquistar em 2016 ou 2020 (contando que a Alemanha se apure e ele seja convocado – gosto das hipóteses de isso acontecer). Müller pode e deve terminar a carreira como o melhor marcador de sempre em Campeonatos do Mundo, além de fazer parte de uma equipa do Bayern que parece ter capacidade para conquistar a Bundesliga durante os próximos dez anos, competindo ainda pela Liga dos Campeões todos os anos. Devido à sua forma de jogar, um Müller de 31 anos deverá ser tão efectivo e produtivo como o Müller que conhecemos hoje, juntando ao seu já excelente jogo experiência e maturidade (ainda mais).

Foto de Capa: Wikipedia

Sem surpresas na Taça

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cab futsal

A festa da Taça de Portugal regressou aos pavilhões espalhados de norte a sul do país, nos quais as equipas portuguesas disputaram o acesso aos oitavos de final da competição.

Sem qualquer surpresa nos resultados finais, os olhos dos amantes do futsal estiveram claramente postos no Pavilhão Desportivo Universitário de Gualtar, uma vez que recebia o jogo grande entre o SC Braga e o Benfica. Estas duas formações prometiam uma partida equilibrada, até porque se encontram no 2º e no 1º lugar do campeonato de futsal, respectivamente.

Numa demonstração de grande qualidade por parte das duas equipas durante os 40 minutos, a sorte acabou por sorrir aos encarnados. Aos nove minutos, inauguraram o placar através de Alan Brandi, mantendo-se o 0-1 até ao intervalo. Na segunda parte, a turma de Joel Rocha acabou por dilatar a vantagem e, desta vez, foi Bruno Coelho o protagonista da jogada. Os “arsenalistas” cerraram os punhos e, em resposta, conseguiram reduzir a desvantagem para 1-2 com um golo de Tiago Brito. No entanto, a esperança bracarense, que se sentia tanto dentro de campo como nas bancadas, durou cerca de três minutos; Mancuso voltou a aumentar os números das águias para 1-3. Com o SC Braga a apostar no 5 para 4, o veredicto final foi estabelecido já nos últimos segundos da partida, quando Juanjo, guarda-redes do Benfica, aproveitou a baliza deserta dos minhotos para confirmar a vitória benfiquista e, consequentemente, carimbar a passagem aos oitavos de final. Um dos principais candidatos à vitória da competição foi então eliminado – na minha opinião, precocemente – sendo, de certa forma, “traído” pelo sorteio.

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Caio Japa transferiu-se para o Sporting na época 09/10 e tem sido fundamental. Desta vez, confirmou a passagem do Sporting à fase seguinte da Taça
Fonte: Uefa.com

A pouco mais de 50 quilómetros de distância deste duelo entre bracarenses e lisboetas, o Unidos Pinheirense recebeu outro dos principais candidatos ao título – o Sporting. Separados por 34 pontos no campeonato nacional, nada previa que esta partida tivesse o início ao qual pudemos assistir: no espaço de 13 minutos, os espectadores foram presenteados com cinco golos, que surgiram de parte a parte. A equipa da casa foi a primeira a marcar, através de Vigário, quando passavam apenas três minutos do início da partida. Em resposta, Fábio Lima restabeleceu a igualdade e, poucos minutos depois, Paulinho e Alex conseguiram mesmo inverter o resultado a favor dos leões. Ainda assim, o Pinheirense reduziu a desvantagem, fixando o resultado em 2-3 ao intervalo. Já na segunda parte, e apesar do domínio leonino, tivemos de esperar pelo minuto 33 para que Caio Japa garantisse a qualificação da formação de Nuno Dias.

Relativamente às equipas pertencentes à primeira divisão, decorreu ainda o embate entre o Rio Ave e o Boavista. Ambas as equipas estão posicionadas nos últimos lugares da tabela e queriam certamente, neste jogo, demonstrar que tinham qualidade para continuar numa das provas mais emblemáticas a nível nacional. Contrariando o lugar de despromoção em que se encontra, o Rio Ave e a sua força de vontade foram superiores à qualidade dos axadrezados, alcançando o triunfo por 5-3 na presença dos seus adeptos.

A estas três equipas juntaram-se mais sete formações que disputam a liga principal de futsal nacional (Leões de Porto Salvo, Burinhosa, Modicus, AD Fundão, Cascais, Póvoa Futsal e Belenenses), bem como seis equipas da segunda divisão (Operário, Fátima, ABC Nelas, Amarense, UPVN e Casal Velho).

 

Resultados completos da eliminatória

Valpaços Futsal

0-7

Fátima

AD Fundão

0-0 (3-1) g.p.

SL Olivais

SC Braga

1-4

Benfica

Os Indefectíveis

0-1

Modicus

Piratas de Creixomil

3-6

Burinhosa

Operário Lagoa

6-5

Arsenal Parada

Portela

1-2 (a.p.)

Leões de Porto Salvo

Rio Ave

5-3

Boavista

Academia Caranguejeira

0-2

Cascais

ABC Nelas

7-7 (10-9) g.p.

CS São João

GDR Lameirinhas

1-2

Póvoa Futsal

Lobitos Futsal

3-6

Belenenses

AR Amarense

5-2

ACR Vale de Cambra

Beira-Mar

5-7 (a.p.)

Casal Velho

UPVN

3-1

Feirense

Unidos Pinheirense

2-4

Sporting

Foto de capa: Facebook do SC Braga/AAUM Futsal

SC Braga 1-1 FC Porto: Para Guerreiros e Machados, Helton!

dosaliadosaodragao

Hélton, Ricardo, Reyes, Marcano, Ángel, Rúben Neves, Campaña, Evandro, Adrián, Quintero e Gonçalo Paciência. Todo e qualquer plano que Lopetegui pudesse ter para este jogo, com estes onze, era, ao intervalo, uma miragem. Mas já lá vamos… Do outro lado esteve um Braga que, por dispor de um plantel competitivo e equilibrado, apresentou um onze respeitável, ainda que todo o trio atacante, por exemplo, tenha sido uma novidade – Pedro Santos, Salvador Agra e Zé Luís.

O jogo arrancou com dois infortúnios: Adrián ‘rompeu’ logo à passagem do minuto 5 e foi substituído por Tello; Aderlan Santos, o central bracarense, saiu também lesionado na madrugada do jogo, tendo entrado para o seu lugar o seu habitual colega de eixo central defensivo, Ivo Pinto. Mesmo com muitas novidades, a estrutura táctica do Porto foi a habitual: assente num 4-3-3, Rúben Neves vestiu a pele de pivot defensivo, com Evandro e Campaña numa linha mais adiantada do terreno. À frente, Quintero a partir da direita para o centro, Tello pela esquerda e Gonçalo Paciência a “fazer de” Jackson.

O FC Porto até entrou bem no jogo mas não deixou de sentir calafrios: a posse de bola permitia dominar a partida mas não controlá-la e prova disso foram duas defesas apertadas de Helton nos primeiros 10’. Na verdade, os dragões apresentaram capacidade de circular a bola, assim como a habitual preponderância para atacar pelos corredores, porém sempre com um défice de verticalidade no seu futebol. Sempre que tinha oportunidade, fruto de uma pressão mais efectiva ou de alguma desconcentração portista, o Braga roubava a bola e saía em contra-ataques tão rápido quanto possível. Daí as intervenções de Hélton. O mesmo que soube oferecer um upgrade ao jogo portista: com ele a primeira fase de construção de jogo é mais segura, mais fiável, em suma, com outra qualidade.

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Antes de ser expulso, Evandro marcou o golo do FC Porto
Fonte: fcporto.pt

No melhor momento portista o golo surgiu: Ricardo (mais uma vez defesa direito) cruzou à procura de Gonçalo Paciência e este apenas não chegou porque, salvo melhor opinião, foi empurrado pelo adversário. Penalty e conversão do mesmo por Evandro. 0-1 favorável ao FC Porto aos 23’ – cinco minutos antes da tarja “Obrigado, Custódio” ser erguida por uma franja de adeptos bracarenses, em jeito de despedida em relação a um dos esteios da equipa minhota dos últimos anos.

28’ é também o minuto em que Diego Reyes viu o primeiro cartão amarelo, sete minutos antes de ver o segundo – a expulsão, face às entradas imprevidentes do defesa mexicano, até se aceita. Isto, claro, se Cosme Machado soubesse o que é coerência. A partir desse momento, o árbitro da Associação de Futebol de Braga (para os puritanos que adoram estes detalhes …) perdeu o auto-controlo e, com isso, fez o jogo entrar numa espiral de acidentes e incidentes, prejudicando o bom espectáculo que, até então, estava a acontecer na Pedreira. Numa atitude pouco inteligente, Evandro também contribuiu para o cenário negro ao pontapear uma bola que se encontrava junto ao corpo de um jogador bracarense – Cosme Machado interpretou como sendo uma tentativa de agressão e sentenciou a segunda expulsão do jogo aos 42’, ficando o FC Porto reduzido a 9. Tudo somado, dos tais onze iniciais, Lopetegui já só tinha sete em campo – para além dos já referidos, saiu também Quintero para a entrada de Indi, permitindo, assim, recompor o espaço defensivo central.

Com tamanho condicionalismo, o FC Porto viu-se obrigado a fazer o jogo possível: fechado atrás, dispôs-se num 4-4-0, com Tello e Gonçalo Paciência a fecharem as alas (trabalho para o qual não estão claramente talhados) e com Campaña e Rúben Neves a neutralizarem o espaço central (belíssimas exibições de ambos). Havia, no entanto, terreno a mais para cobrir e o Braga – definitivamente voltado para o ataque após a troca de Baiano por Rafa – acabou por lograr chegar ao golo, por intermédio de Alan, através da conversão de uma grande penalidade no mínimo discutível. O jogo estava a fugir das mãos do FC Porto e Lopetegui, percebendo-o, lançou Herrera por troca com Gonçalo – foi, então, a partir daqui que os dragões deixaram simplesmente de defender. Mesmo que a (tal) coerência de Cosme Machado se tenha esquecido de aparecer para expulsar Tiago Gomes aos 58’…

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Campaña esteve a um bom nível no jogo da Pedreira
Fonte: fcporto.pt

Com a entrada de Éder para o lugar de Sasso – outro que, pela tal coerência, já devia ter saído deste rescaldo mais cedo … –, o Braga ganhou ainda mais presença na área e isso foi-se notando a partir do momento em que o jogo ganhou uma outra dimensão aérea e de luta pelo espaço. Foi desse modo, aliás, que Zé Luís esteve perto de fazer o 2-1, num canto em que a marcação portista foi deficiente. Ainda que cada vez mais desgastado (Rúben Neves, por exemplo, fez o último quarto de hora ao pé coxinho), o FC Porto, talvez por sentir que a sua muralha não ia ser destronada, sentiu-se também mais confiante: nos poucos momentos em que tal lhe era possível, soube manter e gerir alguma posse de bola, sendo que Herrera foi preponderante na forma como a conseguiu transportar desde a linha defensiva até terrenos mais avançados, surgindo ainda Campaña como um elemento de grande intensidade, capaz de ofertar linhas de passe e de recuperar rapidamente no momento da perda. Nos últimos dez minutos da partida o FC Porto teve duas oportunidades flagrantes para vencer a partida, momentos inventados por Herrera e José Ángel e deficientemente finalizados por Tello e Campaña, respectivamente. E que tão penalizadores poderiam ser…

… Não houvesse o regressado Hélton na baliza portista. O FC Porto lutou, segurou e aguentou até ao final um resultado que lhe acaba por ser favorável, tendo em conta o que o jogo lhe trouxe: imensos dissabores. Demasiados. Mas que pode ter sido o toque a reunir ideal para uma equipa que está ainda a construir-se e a crescer. E que deve aproveitar a noite de hoje para reforçar o orgulho em si própria.

 

A Figura

Hélton – Aos 36 anos, esteve 10 meses parado. Olhou para a Pedreira e inspirou-se – falhou duas abordagens aparentemente simples e depois partiu para uma exibição imaculada. Pedro Santos, Zé Luís e Alan fartaram-se de tentar até… desistir. A defesa com o pé no último suspiro da partida é monstruosa e demonstra que o Capitão está de volta por inteiro. O cavaquinho ainda vai ter de esperar; a baliza é o habitat do #1 portista.

O Fora-de-Jogo

Cosme Machado – Más decisões, critério disciplinar incoerente e incapacidade total para lidar com as exigências de um jogo muito intenso. Estragou o espectáculo.

Foto de capa: fcporto.pt

Moreirense 0-2 Benfica: Jonas mais dez

paixaovermelha

Jorge Jesus tinha dito, na conferência de imprensa de antevisão da partida frente ao Moreirense, que o Benfica valorizava a Taça da Liga – o que acaba por ser legítimo, tendo em conta que os encarnados ganharam cinco das setes edições da competição. Ora, o treinador benfiquista foi da teoria à prática e apresentou um onze forte, numa mistura entre jogadores do habitual onze titular e algumas segundas opções, que foram mais do que suficientes para vencer a equipa de Moreira de Cónegos. 

Perante um Benfica que entrou dominador e mandão, tal como se esperava, o Moreirense, sabendo de antemão que apenas a vitória lhe permitiria alcançar um lugar nas meias-finais da Taça da Liga, fez uma primeira parte de muito bom nível, demonstrando, mais uma vez, que é uma equipa sólida. Ainda assim, o Benfica deu sempre a sensação de que a vitória era apenas uma questão de tempo. Sem grandes rasgos individuais, as águias evidenciaram bom entendimento, principalmente na frente de ataque, com Jonas e Ola John a demonstrarem qualidade acima da média. O Moreirense, por seu turno, apostava nos lances de contra-ataque, explorando a rapidez dos alas, sem, contudo, conseguir causar grande perigo junto da baliza de Artur.

Jonas tem somado golos atrás de golos com a camisola do Benfica Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
Jonas tem somado golos atrás de golos com a camisola do Benfica
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica 

Com poucas oportunidades de golo na primeira parte, o Benfica entrou para o segundo tempo decidido a por um ponto final na partida e, consequentemente, na dúvida sobre quem seguiria para as meias-finais. O Moreirense, apesar da boa organização defensiva, foi incapaz de impedir um grande golo de Jonas à passagem do minuto 65, depois de uma excelente tabela entre o ex-avançado do Valência e Derley. Já com Samaris em campo, que formou dupla no meio-campo com Cristante, o Benfica aumentou ainda mais o controlo da bola e, evidentemente, da partida. O Moreirense mostrava-se agora inábil nas saídas em contra-ataque e Ramón Cardozo, que esteve bastante em jogo na primeira parte, era somente um expectador. Foi, aliás, com alguma naturalidade que os encarnados chegaram ao segundo golo da partida, após um lance de insistência de Derley – que trabalhou imenso –, André Marques, numa tentativa de cortar a bola, fez um auto-golo.

O resto da partida foi um autentico monólogo do Benfica, que evidenciou, assim, o excelente momento de forma em que se encontra. Os encarnados seguem em frente na prova com três vitórias em três jogos.

A Figura:
Jonas – Hoje, o Benfica foi Jonas mais dez. É um jogador de uma classe notável. Parece-me que, neste momento, é um jogador indiscutível no onze titular do Benfica.

O Fora-de-jogo:
Sulejmani – é certo que veio de uma lesão prolongadíssima, mas tem de fazer muito mais se quer se aposta para o que falta de época. Com uma qualidade técnica invejável, o sérvio tem obrigatoriamente de ser mais objetivo nas suas ações.

 

Onze pontos para fazer o balanço da primeira volta

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a norte de alvalade

Completou-se a primeira volta da Liga 2014/15. Hora para fazer um balanço da carreira da equipa, procurando em 11 pontos, tantos quantos são os jogadores de uma equipa em campo, perceber as razões que contribuíram para o actual terceiro lugar e dez pontos de atraso do actual comandante, o SLB.

1- De forma genérica, a qualidade do plantel, face às responsabilidades assumidas para a época em curso. Há alguns jogadores de qualidade indiscutível, não muitos. Quando esses jogadores não estão presentes, registam abaixamento de forma ou têm de jogar vários jogos num curto espaço de tempo; tal reflecte-se no desempenho da equipa. Não será por acaso que algumas perdas de ponto inesperadas se registaram na sequência de jogos da Champions League. Apenas Nani pode ser reconhecido como um verdadeiro reforço do plantel; os restantes, e com alguma benevolência para alguns, podem ser considerados alternativas. Os reflexos na competição pela titularidade e na resposta em momentos de maior exigência são inevitáveis.

2- De forma mais específica, a solidez a defender e a eficácia a atacar. É muito lapalissiana a afirmação, mas o que se reteve no início do campeonato foi a perda de pontos por falta de eficácia no momento de fazer golos, que nos dariam mais pontos, especialmente com equipas habitualmente designadas “ao nosso alcance”. Do mesmo modo, as dificuldades registadas no início de época com a formação da dupla de centrais retiraram-nos alguns pontos que habitualmente coleccionaríamos. Não é por acaso que o Sporting está a grande distância dos golos marcados e sofridos dos que o precedem na classificação.

Marco Silva
Marco Silva demorou a colocar o Sporting na melhor forma
Foto: Facebook Sporting

3- Marco Silva tem ainda muito trabalho pela frente e demorou um pouco a encontrar a melhor forma de contornar as equipas “desavergonhadamente” defensivas. Agora que a equipa parece estar mais segura e até mais paciente na procura do golo, falta dar-lhe mais consistência na movimentação colectiva, principalmente nos momentos em que perde a bola. Melhor posicionamento, mais coberturas, especialmente que evitem a excessiva exposição ao centro do terreno. Mas aqui voltamos à questão individual: tanto Jorge Jesus como Lopetegui têm à disposição mais e melhores jogadores, e é a qualidade individual que muitas vezes acaba por ditar as diferenças, especialmente quando os jogos registam equilíbrio acentuado e é no relvado que se têm de encontrar as soluções.

4- A impressão geral que o futebol do Sporting tem deixado é precisamente a de que resulta do somatório das análises feitas acima. O Sporting nem sempre tem encantado, embora em alguns jogos tenha conseguido momentos de muito bom futebol. Nota-se que a equipa tem crescido com a acumulação de resultados positivos, o que pode estar relacionado com a maior confiança que aqueles proporcionam. Conseguiu finalmente alcançar o terceiro lugar, o qual não está ainda consolidado, mas repõe justiça – seja lá o que isso é em futebol – face ao que fez nestas dezassete jornadas. Depende contudo de terceiros para chegar mais acima. Esses são precisamente os seus rivais de sempre, que, pelos meios que conseguiram reunir, detêm também maiores responsabilidades.

5- Um dos principais contributos para a sensação de desempenho abaixo do esperado vem do exterior, não estando por isso ao alcance da sua acção directa. Refiro-me em concreto à carreira do comandante da prova, o SLB. Muito poucos pontos perdidos, incluindo um bom início de época, atípico na era Jorge Jesus, colocam-no a uma distância que quase obriga a esperar, não um, mas vários milagres para a situação poder ser revertida. E cada jornada que passa sem que os tais milagres surjam mais difícil parece ser a nossa tarefa.

6- O pior momento, e que poderia ter estado na ruína de uma parte importante do seu edifício futebolístico – a equipa técnica -, foi vivido em Guimarães. Quanto a mim tomou-se a árvore, aquele resultado específico inesperado, pelo todo, o que até me pareceu injusto face ao que a equipa vinha fazendo no cômputo geral das competições.

7- Curiosamente, o momento mais importante pareceu-me ter sido vivido na cidade vizinha e rival, onde e com quem o comandante actual da competição conheceu os maiores reveses. Ao ganhar em Braga, e da forma quase épica como o fez, o Sporting sacudiu o fantasma incómodo de não conseguir ganhar às melhores equipas do campeonato, ganhando confiança e fôlego. Também curiosamente, não perdeu com os que agora o precedem na classificação, tendo até dado uma muito boa conta de si em ambos os encontros.

8- Como revelação da época elegeria, de forma que me parece indiscutível, Carrillo. Finalmente a ser aquilo que não tinha conseguido ser até agora: consistente. Talento já tinha demonstrado ter de forma inequívoca.

9- Do lado das desilusões está Capel, que poderia e deveria estar a render muito mais, mas parece ter cristalizado. A época abaixo da expectativa de evolução de Mané e o que parece ser mais um adiamento na confirmação plena de André Martins também podem entrar neste lote.

10- O melhor, e cuja importância ultrapassa em muito as suas boas acções em campo, tem sido o regresso e as exibições de Nani. É bom para o nosso campeonato poder ter jogadores com a sua categoria e estatuto.

11- Como o pior não elegeria um jogador mas um lote de jogadores cujo valor e futuro no clube são uma enorme incógnita. Seja pelo que já demonstraram uns até agora, sem convencer, seja por aquilo que já fizeram e que apenas contribuiu para adensar a dúvida expressa.

Foto de capa: Facebook Sporting

O Passado Também Chuta: Sócrates

o passado tambem chuta

Chamava-se Sócrates. Também foi político, mas, que se saiba, nunca esteve em Évora. A ditadura brasileira suspeitou dele; o mundo admirou-o; o Mundial de 1982 jogado em Espanha foi a sua grande confirmação, ainda que a seleção brasileira, praticando um futebol fascinante, tenha ficado pelo caminho. A Itália de Paolo Rossi ganhou apoiando-se em duas características: o oportunismo letal em frente à baliza e a consistência defensiva. Chorou-se a eliminação daquele Brasil. Não jogavam, maravilhavam. E o Sócrates, com a sua enorme estatura e um pé diminuto – 41 -, arquitetava o jogo daquela equipa de uma forma sublime. Era a elegância; bom toque; cabeça levantada; bola a correr para o companheiro mais bem situado.

Começou a jogar no Botafogo de Ribeirão Preto. Estudava Medicina. Treinava pouco, mas a sua imensa qualidade permitia-lhe esse luxo. Chegou a ganhar a Taça de São Paulo em disputa direta com o São Paulo. E marcava golos, ainda que fosse só um homem do meio-campo. Tocou à porta 1978. Os sinos do Corinthians tocaram em alvoroço a sua contratação. Acompanhado por Geraldão, também procedente do Botafogo de Ribeirão Preto, formou uma grande equipa. Ganhou depois de uma larga seca de títulos: o campeonato Paulista de 1979 e o bicampeonato brasileiro em 1982-83. O Timão ultrapassou fronteiras; a sua qualidade futebolística foi mencionada em todos os recantos.

Mas Sócrates não era um atleta. Fumava, bebia e fazia o que lhe apetecia. Dizia que se não tivesse vivido como viveu não seria um homem tão completo. Um dos seus biógrafos compara-o em genialidade com o universal Garrincha. Usava o calcanhar como recurso para o drible. Essa manha compensava a falta de apoio num pé pequeno em relação à estatura. Desconcertava. Lançou-se a fazer uma espécie de democracia direta no clube; o peso da palavra era igual desde um simples funcionário até ao Presidente.

Sócrates é um ídolo para os brasileiros Fonte: deviantart.net
Sócrates é um ídolo para os brasileiros
Fonte: deviantart.net

Aquela seleção que disputou o Mundial de 1982 tinha, entre outros, o famoso Pelé branco:  Zico. Tinha por lá o Eder, o Falcão, o Júnior. Foi uma equipa que sonhou sobre o relvado, mas que não se aproximou da coroa de louros. Já tarde Sócrates veio até a Itália para vestir as cores da Fiorentina. Não teve sorte ou o futebol italiano daqueles tempos não conjugava com o Doutor. Regressou ao Brasil, percorreu ainda diferentes clubes; no entanto, a sua época deslumbrante passara à Historia.

Depois de deambular, chegou a ser treinador, ator, músico. E continuou a viver, a ser quem era: alguém que não conjugava com o tradicional mundo de futebol. Morreu cedo. O mundo do futebol e não só rendeu-lhe tributo. Foi-se com a tenra idade de 57 anos. Entre os seus vários sobrenomes tinha um que o definia totalmente como jogador: o Calcanhar de Ouro. O dinamizador da Democracia Corintiana, apesar de não ser um atleta, não deixa de ser considerado um dos melhores jogadores de sempre.

Foto de Capa: Wikipedia

Cambalhota na classificação

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cab futebol feminino

A 17.ª jornada do Campeonato Nacional de futebol feminino não poderia ter sido mais emocionante. Muitas foram as “trocas e baldrocas” que se fizeram sentir na tabela classificativa e, mais especificamente, nos lugares cimeiros da mesma.

Na tentativa de continuar a manter o primeiro lugar, o Atlético Ouriense deslocou-se até ao terreno do Valadares Gaia, um dos seus adversários directos na luta pela primeira posição. Estas duas equipas já se haviam encontrado em Novembro do ano transacto e, por essa altura, as jogadoras de Ourém conseguiram uma vitória, em casa, por 2-0. No entanto, no passado fim-de-semana a história foi escrita de maneira diferente.
A formação de Vila Nova de Gaia fez uso da sua qualidade, bem como do factor casa, para conseguir arrancar uma vitória às actuais campeãs nacionais. Este triunfo permitiu-lhe subir ao 2º lugar do campeonato, ficando apenas a um ponto do 1º lugar. O golo solitário foi marcado na segunda parte por Edite Fernandes, uma das três jogadoras nomeadas para o título de “jogadora do século” (que acabou por ser entregue a Carla Couto) na gala organizada pela Federação Portuguesa de Futebol.

O Valadares Gaia, que pode contar com algumas jogadoras internacionais, arrecadou uma vitória importante frente às campeãs nacionais.  Fonte: Facebook do Valadares Gaia F.C. Futebol Feminino Fonte: Facebook do Valadares Gaia F.C. Futebol Feminino
O Valadares Gaia arrecadou uma vitória importante frente às campeãs nacionais.
Fonte: Facebook do Valadares Gaia F.C. Futebol Feminino

Com este resultado, o Clube Futebol Benfica poderia sonhar com a subida ao 1.º lugar, caso conseguisse vencer a sua partida contra o Leixões. E, na verdade, nem um minuto teve de esperar para começar a ver as suas aspirações tornarem-se realidade. Através de um livre marcado por Filipa Galvão surgiu o primeiro golo da equipa lisboeta. Estava dada luz verde para que a formação de Pedro Bouças conseguisse o tão desejado triunfo. A confirmação do regresso ao topo da tabela apareceu aos trinta minutos através de Andreia Silva, que, com este golo, justificou (ainda mais) a liderança na lista das melhores marcadoras do campeonato, com dezanove golos apontados. O resultado final fixou-se então em 2-0 para o Fófó, empurrando o Clube Atlético Ouriense para o 3.º lugar da classificação.

Filipa Galvão marcou o primeiro tento da partida, abrindo caminho para o triunfo lisboeta. Fonte: Facebook do Clube Futebol Benfica Feminino
Filipa Galvão marcou o primeiro tento da partida, abrindo caminho para o triunfo lisboeta
Fonte: Facebook do Clube Futebol Benfica Feminino

A uma jornada do final da fase regular do campeonato, o Clube Futebol Benfica, o Valadares Gaia e o Clube Atlético Ouriense já têm garantido o acesso à fase final, na qual se disputará o título de campeão nacional. Ainda assim, o quarto e último lugar vago continua em aberto e será decidido apenas no próximo fim-de-semana. A Fundação Laura Santos encontra-se em vantagem, depois da vitória conseguida frente ao A-dos-Francos (1-2), mas as duas equipas estão separadas por apenas dois pontos. Ao golear o Boavista por 7-1 (!), o Clube de Albergaria também continua na luta pelo 4º lugar, dependendo do resultado das equipas já mencionadas.

Classificação:

classificaçao fut fem

Foto de capa: Facebook Oficial do Valadares Gaia F.C. Futebol Feminino