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Pequim 2008, Medalha de Ouro: Usain Bolt (JAM) – 9.69 – É para muitos a final mais memorável da história. Para alguém nascido no final dos anos 80 ou nos anos 90, existirão poucos momentos que tenham sido mais marcantes que aqueles 30 metros finais de Usain Bolt, abrandando bastante, para um recorde mundial à época.
Muitos acreditam – incluindo o seu técnico Glen Mills – que o jamaicano poderia ter atingido uma marca bem mais impressionante (9.52 é o que Mills acredita que teria sido possível), mas Bolt sempre disse que isso são suposições e que foi uma reação espontânea de contentamento ao perceber que a vitoria era sua. Tendo chegado a Pequim como o novo recordista mundial – tinha corrido em 9.72 em Nova Iorque no final de Maio – era já o grande favorito à conquistar do título olímpico, mas foi aí, em Pequim, que o mundo todo o ficou a conhecer e não mais esqueceu um nome que ficará para sempre nos anais da história do desporto. Não desfazendo a importância do recorde de Nova Iorque, há vários exemplos de atletas com recordes que não conseguiram transformar isso em títulos (hello Asafa!). Bolt começou a construir a lenda em Pequim e de uma forma completamente avassaladora, sem dar margem para dúvidas.
Apesar da enorme superioridade, Bolt não era um atleta que deixava as mesmas interrogações de Flo-Jo. Embora nunca tenha apostado fortemente nos 100 metros e por isso não tenha tido grandes registos em escalões jovens; aos 15 anos, Bolt, já se havia tornado no mais novo campeão mundial júnior da história dos 200 metros. Em 2002 e 2003 foi o vencedor do prémio Rising Star da IAAF, que distingue as grandes promessas mundiais, sendo sempre um nome sob olhares muito atentos. 2008 foi o ano em que os resultados seniores começaram a aparecer para aquele que viria a terminar a carreira como o velocista mais consagrado da história.