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Mundial Rugby’2015: Meia Surpresa, Três Confirmações, Quatro Equipas e Dois Lugares

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cab Rugby

Depois de África do Sul, País de Gales, Nova Zelândia, França, Irlanda, Argentina, Austrália e Escócia assegurarem um lugar nas oito melhores equipas do mundo, os quartos-de-final do Campeonato do Mundo de Rugby 2015 trouxeram ainda mais emoção e espectáculo a terras de sua Majestade.

No primeiro jogo a oito, a África do Sul discutia uma vaga nas meias-finais com o País de Gales e a partida teve emoção até ao último minuto, com a vitória a poder recair em qualquer uma das equipas. Tal como se esperava, Springboks e Highlanders protagonizaram um jogo de intensidade elevada e muito contacto físico. O primeiro tempo teve duas partes bem distintas: nos primeiros vinte minutos os sul africanos nem sequer entraram na área de 22 metros de Gales, com os galeses a atacar mais, enquanto os primeiros defendiam bem e respondiam em contra-ataque; a partir dos vinte minutos de jogo existiram menos oportunidades, mais jogo ao pé e mais bolas ganhas pelas duas defesas.

Os Highlanders saíram para o intervalo a vencer por um ponto (13-12) com tudo em aberto para a etapa complementar. Na segunda parte os Springboks destacaram a sua superioridade no jogo pelo chão, os galeses tentaram equilibrar mas nunca foram realmente eficazes, e seria mesmo no jogo pelo chão, após uma formação ordenada, que chegaria o ensaio da vitória: Duane Vermeulen saiu com a bola pelo lado fechado, passou no contacto a Fourie du Preez e o capitão dos sul africanos não desperdiçou e marcou aquele que seria o ensaio da vitória – fixando o resultado final em 23-19. O País de Gales já não viria a ter tempo nem oportunidade para alterar o rumo da partida, vendo a sua indisciplina punida pela melhor equipa em campo.

O capitão sul africano deu a vitória aos Springboks e assegurou a passagem às meias-finais Fonte: Rugby World Cup
O capitão sul africano deu a vitória aos Springboks e assegurou a passagem às meias-finais
Fonte: Rugby World Cup

No segundo jogo de sábado, os All Blacks vestiram o fato de gala e confirmaram as expectativas criadas em volta do Nova Zelândia – França ao derrotar, de forma claríssima, Les Bleus. A resistência francesa só durou até aos 23 minutos, quando os neo-zelandeses dispararam no marcador e jamais pararam – ao intervalo a Nova Zelândia vencia por 29-13 e via a sua superioridade totalmente instituída. À entrada para o segundo tempo os franceses tentaram reagir mas, ao invés de verem o seu esforço confirmado no marcador, viam os neo-zelandeses avolumarem a sua vantagem e Julian Savea a dar show: três ensaios daquele que se diz ser o novo Jonah Lomu e a vitória All Black era incontestável, com uma diferença de 49 pontos – que poderia ser ainda mais numerosa! – e o resultado final fixado em 62-13.

Os franceses não conseguiram domar Julian Savea que rubricou mais uma grande exibição com a camisola All Black Fonte: Rugby World Cup
Os franceses não conseguiram domar Julian Savea que rubricou mais uma grande exibição com a camisola All Black
Fonte: Rugby World Cup

Domingo era a vez dos Pumas derrotarem a Irlanda e escreverem mais uma página de glória no rugby argentino. Vamos por partes, oito anos volvidos a Argentina voltava aos quartos-de-final de um Mundial e apanharia pela frente uma Irlanda desfalcada, na luta por um lugar nas meias-finais do Campeonato do Mundo. E cedo os Pumas mostraram ao que vinham: os homens de Daniel Hourcade entraram no jogo a todo o gás, mas à irreverência colocada em campo aliaram a inteligência e souberam ser pacientes na hora de abater a muralha irlandesa. A meio da primeira parte a Argentina já vencia por 20-3, mas a Irlanda não baixou os braços e conseguiu mesmo anular parte dessa superioridade, ficando apenas a três pontos de alcançar os argentinos (23-20).

Mas os minutos decorriam e a raça da selecção argentina teimava em sobrepor-se e após uma penalidade desperdiçada por Ian Madigan, que tinha em mãos – nos pés, aliás! – o empate, os Pumas despertaram e transformaram a sua superioridade em pontos, conquistando a maior vitória de sempre frente aos Highlanders – 43-20 – e, mais importante ainda, um lugar nas meias-finais do Campeonato do Mundo.

Nicolás Sanchéz e os seus preciosos pontapés foram as figuras do jogo Fonte: Rugby World Cup
Nicolás Sanchéz e os seus preciosos pontapés foram as figuras do jogo
Fonte: Rugby World Cup

O último jogo dos quartos-de-final opôs, uma vez mais, Europa e Oceânia. E se inicialmente se pensava que a Austrália teria a tarefa facilitada frente à Escócia, o jogo apenas foi resolvido – pasme-se! – quando faltavam quarenta segundos para o final da partida… Mas já lá iremos. A Austrália entrou melhor em jogo, concretizando o seu primeiro ensaio logo aos oito minutos. O ensaio dos Wallabies não intimidou os escoceses que correram atrás do prejuízo: os comandados de Vern Cotter impressionavam sobretudo pela pressão imposta, obrigando os australianos a cometer vários erros individuais e colectivos. Foi desta forma que chegaram à vantagem, chegando ao intervalo a liderar a partida por um ponto.

Na etapa complementar o equilíbrio continuou a pautar o jogo, a Austrália chegou a adiantar-se no marcador… mas pouco. A resiliência escocesa foi nota presente a cada minuto que passava e, a seis minutos dos oitenta, Mark Bennett marcou o terceiro ensaio para os britânicos, colocando o marcador num 34-32 favorável à Escócia. Mas nos últimos quarenta segundos – quarenta segundos! – da partida que garantia o último passe de acesso às meias-finais, uma falta escocesa colocava nos pés de Bernard Foley a responsabilidade de levar os Wallabies até à próxima fase. O Iceman fez jus ao seu cognome desportivo e marcou encontro com os Pumas nas meias-finais!

Foi com uma penalidade nos últimos quarenta segundos de jogo que Bernard Foley apurou os Wallabies para as meias-finais Fonte: Rugby World Cup
Foi com uma penalidade nos últimos quarenta segundos de jogo que Bernard Foley apurou os Wallabies para as meias-finais
Fonte: Rugby World Cup

No próximo fim-de-semana a África do Sul defronta a Nova Zelândia e a Argentina encara a Austrália por um lugar na final do Campeonato do Mundo – em dois jogos que prometem, uma vez mais, grande emoção e níveis de intensidade impróprios para cardíacos!

No primeiro jogo All Blacks e Springboks irão protagonizar um duelo sempre escaldante, os primeiros chegam às meias-finais invictos, já os sul africanos sofreram (apenas) o memorável deslize frente ao Japão. Os neo-zelandeses têm apresentado um jogo mais seguro quando comparado com o desempenho sul africano, mas num duelo com tanta História a vitória pode cair para qualquer um dos lados.

Teoricamente, o duelo entre Pumas e Wallabies poderá ser visto como uma tarefa mais acessível do ponto de vista australiano, já no plano prático, e recordando a grande exibição dos argentinos e o sofrimento pelo qual a Austrália teve que passar para se apurar… Ficamos com a certeza de que tudo pode acontecer. O melhor mesmo é reservar o lugar em frente à televisão – ou, para os mais sortudos, no estádio – e não perder pitada do próximo capítulo!

Foto de Capa: Rugby World Cup

Rúben Neves – O mundo a/nos seus pés

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cabeçalho fc porto

Rúben Diogo da Silva Neves, o nome que ecoa pelos meandros do mundo do futebol. O teenager português de apenas 18 anos (idade de 2º ano de júnior), nascido em Mozelos – Santa Maria da Feira, tem no último mês despertado a cobiça dos maiores clubes do Europa, graças às suas excelentes exibições e ao nível de maturidade monstruoso que apresenta, apesar da sua modesta e tenra idade.

Caracterizado pelo seu treinador, Julen Lopetegui, como um “miúdo interessantíssimo”, rotulado por grande parte da massa associativa do FC Porto como o futuro capitão do clube, e internacionalmente denominado como o novo Andrea Pirlo, Rúben destaca-se essencialmente pelas suas fintas 360, à Zidane, pela sua dinâmica construção de jogo a partir da posição mais recuada do miolo, pela sua assertividade tanto a nível de passe curto como longo, pela sua fortíssima capacidade de variação flanqueadora, pela sua maturidade a prever lances de construção adversária e também pela facilidade que tem em armar potentes remates quando é necessário visar a baliza a uma maior distância.

A aposta de Lopetegui na época transata em Rúben apanhou de certa forma os adeptos azuis e brancos desprevenidos, já que era de desconfiar um menino de 17 anos assumir o meio campo portista. Mas o menino impressiona e oferece aos adeptos uma prestação notável na sua temporada como estreante. Veste a camisola principal dos dragões em 37 ocasiões, atuando 1789 minutos, marcando 1 golo e logo na sua estreia no Estádio do Dragão, frente ao Marítimo. A sua projeção como jogador de topo leva-o ao Europeu de Sub-21, de onde Portugal sai Vice-Campeão.

O ano desportivo de 2015/2016 avizinha-se brilhante para este “diamante em bruto”. Tem sido quase sempre opção inicial para o treinador espanhol, levantou a equipa portista da fase mais tremida do início de época. Com as entradas de Rúben, André e Corona, o FC Porto passa a praticar um futebol mais apoiado, veloz e objetivo, como tanto os nortenhos apreciam. Hoje os dragões são primeiros, tanto no campeonato, como no grupo da Champions. Na seleção nacional de sub-21, Rúben é o único totalista, do meio campo para a frente, dos promissores jovens lusos, tendo apontado inclusive um golo na campanha brilhante que desempenham até ao momento, para a qualificação para o Euro 2017. Não merece este prodígio um pouco mais, por tudo o que demonstra dentro das quatro linhas? Nem é preciso resposta…

A honra de ser capitão Fonte: Facebook de Ruben Neves
A honra de ser capitão
Fonte: Facebook de Rúben Neves

Rúben já conquistou Portugal inteiro (menos os responsáveis da seleção), com as suas preciosas habilidades. Mas também o futebol internacional já se rendeu ao youngster português. Nas mais recentes semanas somam-se interesses dos tubarões europeus – um por um, todos querem este craque. Primeiro o Chelsea de José Mourinho, que ficou rendido às qualidades do futebolista de 18 anos no jogo a contar para a Champions. Depois, de acordo com o Calciomercato, Real Madrid, Barcelona e também o milionário Manchester City estarão interessados em contratar o médio, de preferência já no próximo mercado de inverno.

O site francês mercato365 dá conta do interesse de Paris Saint-Germain, que levou os seus observadores a Penafiel, ver o jogo de Rúben frente à seleção de sub-21 da Hungria. O camisola 6 dos dragões tem sido alvo de assédio de várias potências internacionais, mas quem se destaca mais é o Liverpool FC de Jurgen Klopp. O novo treinador dos “reds” já se debruçou sobre alguns possíveis reforços e o médio do FC Porto é o um dos mais solicitados. Levando até o Daily Mirror a escrever que os reds terão feito recentemente uma “abordagem informal” junto dos representantes do jogador.

Rúben Neves, um dos talentos mais promissores do FC Porto, poderá sair no mercado de inverno pela quantia modesta de 40 milhões de euros e tem literalmente o mundo “a” e “nos” seus pés. Quem sabe se não se tornará o “teenager mais bem pago do Mundo”? É de esperar para ver.

Foto de Capa: Facebook de Rúben Neves

Alen Halilovic: O novo príncipe das Astúrias

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cab la liga espanha

…vamos a ver ese balón que le hega a Halilovic, busca el disparo, la rosca y el gol…gol,gol, gol, gol, gol…gol de Halilovic, yo no diría gol, diría golazo…” – (relato do jogo entre o RCD Espanyol e o Sporting de Gijón do passado dia 3 de Outubro)

Depois de David “El Guaje” Villa, o Sporting de Gijón conta esta temporada nas suas fileiras com um novo “miúdo” que, ao contrário do talentoso avançado de 33 anos, não nasceu em território espanhol, mas sim a muitos e muitos quilómetros de distância, na cidade croata de Dubrovnik. Alen Halilovic, de apenas 19 anos de idade, chegou no final de Agosto à cidade asturiana por empréstimo do FC Barcelona e não demorou muito a encantar os exigentes adeptos Rojiblancos, que por sua parte o apelidaram carinhosamente de “Guajilovic”. Não terão sido os adeptos, segundo Halilovic, que deram o mote para que se começasse o ouvir tal palavra nas bancadas do El Molinón, mas sim o preparador físico do clube, Gerardo Ruiz. O jogador confessou, numa entrevista recente, que nos primeiros momentos chegou mesmo a pensar que os adeptos não sabiam dizer o seu nome, mas logo percebeu que a palavra em questão se tratava de uma “versão croata” do original “Guaje”, que em asturiano significa miúdo.

Alen Halilovic despertou para o mundo do futebol nas escolas do GNK Dínamo Zagreb e foi nesse histórico emblema dos Balcãs que, aos 16 anos de idade, o jovem prodígio se estreou pela primeira equipa e logo no Dérbi Eterno, frente aos rivais de longa data, o Hajduk Split. O astro croata tornava-se assim no mais jovem jogador de sempre a estrear-se na primeira equipa do seu amado Dínamo, mas não esperou muito até quebrar novos recordes, uma vez que uma semana depois apontou um dos golos da sua equipa frente ao Slaven Belupo, tornando-se assim também no mais jovem jogador de todos os tempos a marcar na liga de futebol croata, assim destronando o feito do seu amigo e antigo companheiro de equipa Mateo Kovacic, que actualmente faz parte da equipa do Real Madrid CF.

Alen Halilovic ao lado do antigo presidente do GNK Dinamo Zagreb, Mirko Barisic Fonte: gol.dnevnik.hr
Alen Halilovic ao lado do antigo presidente do GNK Dinamo Zagreb, Mirko Barisic
Fonte: gol.dnevnik.hr

O enorme talento de Halilovic não passou despercebido aos olheiros dos grandes clubes europeus e, por esse motivo, não foi de estranhar a enorme especulação que foi criada em seu redor nas duas épocas em que integrou a equipa profissional do GNK Dinamo Zagreb. Em Março de 2014, após várias abordagens de clubes ingleses, Halilovic assinou um contrato válido por cinco anos com o clube que ainda recentemente admitiu ser a sua maior ambição, o FC Barcelona.

No Livro do Desassossego, Bernardo Soares (um dos heterónimos de Fernando Pessoa) dizia-nos que “de sonhar ninguém se cansa” e Halilovic não só não se cansou de sonhar, como fez ainda com que o sonho se tornasse realidade, quando, acompanhado do seu pai, Sejad Halilovic (também ele um antigo jogador de futebol), chegou a acordo com a direcção do FC Barcelona há aproximadamente um ano e meio.

O sonho de Halilovic foi, no entanto, transformando-se a pouco a pouco num pesadelo com cerca de 30 capítulos ao serviço da equipa B do FC Barcelona durante a temporada passada, não demorando muito até que todo o seu talento e o investimento, ao que se sabe ainda que bastante modesto, que o emblema catalão fez nele começassem a ser postos em causa. A chegada do prodígio croata ao clube catalão coincidiu possivelmente com um dos anos mais negros da história da equipa, que acabou despromovida para as catacumbas da Segunda Division B espanhola após uma época verdadeiramente medíocre.

No seu ano de estreia no futebol espanhol, Halilovic não foi capaz de demonstrar tudo aquilo de que é capaz e algumas das suas atitudes aquando de substituições deixaram transparecer quer um certo vedetismo, quer uma mais do que justificada angústia que estava a viver naquele momento. Quatro golos em 30 jogos e um arrufo com o treinador Jordi Vinyals no jogo contra o AD Alcorcón foi a imagem deixada pelo jovem croata na temporada passada e tudo fazia indicar que nesta época Halilovic optasse por uma outra liga europeia, para poder prosseguir a sua carreira. Essa mudança só não aconteceu porque o Sporting de Gijón de  Abelardo Fernández surgiu na equação e após alguma ponderação e conversas entre este antigo central do FC Barcelona, o actual técnico do emblema catalão, Luis Enrique, Alen e o seu pai Sejad, foi possível considerar que uma mudança para o El Molinón possibilitaria ao jovem croata uma positiva oportunidade para evoluir.

No passado dia 21 de Agosto, Halilovic chega a acordo com o emblema asturiano para um empréstimo de uma temporada e, apenas oito dias mais tarde, tem a sua estreia na Liga BBVA no estádio Anoeta frente à Real Sociedad.

O dia em que Alen Halilovic se estreou pelo Sporting de Gijón frente à Real Sociedad Fonte: weloba.cat
O dia em que Alen Halilovic se estreou pelo Sporting de Gijón frente à Real Sociedad
Fonte: weloba.cat

Nas Astúrias, mora uma equipa que joga um futebol de elevada qualidade que em muito se deve ao notável trabalho que Abelardo Fernández tem vindo a desenvolver desde que assumiu o comando da equipa principal em 2014. Adepto do futebol de passe curto e da posse de bola efectiva, Abelardo criou uma equipa aguerrida, mas com um cunho futebolístico de bitola elevada, que na temporada passada conseguiu o segundo lugar na Liga Adelante, sendo dessa forma premiada com a subida de escalão.

O estilo de jogo do Sporting de Gijón serve na perfeição ao jovem Halilovic, que tem assumido as funções de um número 10 à moda antiga, assumindo-se como o organizador do jogo atacante da sua equipa. Halilovic precisou de aproximadamente um mês para mostrar tudo aquilo que é realmente capaz e aproveitou a visita da sua equipa ao Riazor para verdadeiramente abrir o livro. Um toque de calcanhar soberbo para Alberto Lora num dos golos de Antonio Sanabria, uma excelente assistência para o golo de Álex Menéndez, toques de bola de elevada qualidade, passes primorosos e uma entrega total foram o resultado dos 67 minutos que esteve em campo contra o Deportivo La Coruña e que foram suficientes para que a sua equipa saísse do Riazor com os três pontos.

Halilovic e Abelardo – Uma parceira de sucesso Fonte: asturias.eldesmarque.com
Halilovic e Abelardo – Uma parceira de sucesso
Fonte: asturias.eldesmarque.com

Algumas semanas mais tarde, perante o RCD Espanyol, Halilovic não deixou os créditos por mãos alheias e brindou mais uma vez os adeptos com uma excelente exibição e com um golo de se lhe tirar o chapéu, ajudando dessa forma o Sporting de Gijón a conseguir a sua segunda vitória da temporada. As suas excelentes exibições garantiram-lhe o prémio “Jugador Cinco Estrellas”, atribuído ao melhor jogador do mês da equipa asturiana por um dos seus patrocinadores após votação dos adeptos através da rede social Twitter.

Este é o Halilovic dos tempos do GNK Dínamo Zagreb, mais refinado, certamente, mas com um talento e espontaneidade muito acima da média, que, tendo em conta aquilo que se tem passado no FC Barcelona esta temporada, nos faz questionar se um jogador como este que Abelardo “redescobriu” não seria digno de ingressar nas fileiras do gigante catalão.

Foto de Capa: asturias.eldesmarque.com

O Passado Também Chuta: O Visconde de Alvalade

o passado tambem chuta

O Sporting é um clube com História e muitas lendas. Nasceu nos primeiros tempos do futebol em Portugal, e o seu primeiro presidente, o Visconde de Alvalade, e o seu neto José Alvalade foram determinantes. Vivia-se o fim da Monarquia. Dom Carlos outorgou o título nobiliário ao bacharel em Direito Alfredo Holtreman, antes de ser constituído o Sporting como tal. O monarca, entre os seus ócios, tinha o de assistir a alguns jogos de futebol. Curiosamente, o Visconde de Alvalade é antepassado de duas personalidades bem conhecidas do grande público; uma ligada ao clube, José Roquette, e outra ligada à grande banca e empresa, José Maria Ricciardi. Era homem de vasta fortuna; a sua quinta do Lumiar ocupava terras do Lumiar, Campo Grande e Alvalade. E, como homem de época e da época, com amores variados. A sua herança foi problemática e acabou 15 anos depois do seu falecimento, em 1920, no Tribunal Supremo. No entanto, o Sporting já caminhava. Mas o Visconde, depois de 1910, implantação da República, além de exilar-se em Londres, viveu um abatimento pela morte de um descendente, retirando-se das lides do clube, de que foi fundador e mecenas.

José Alvalade, na reunião de amigos que entraram em conflito pela vertente social que estava a seguir o Campo Grande Futebol Clube, disse: “vou pedir dinheiro ao meu avô e ele me dará dinheiro para fundar outro clube.” A Pastelaria Café Bijou, da Avenida da Liberdade, e a casa de um dos conspiradores viveram este parto. O Visconde de Alvalade não só deu duzentos mil réis ao seu neto como também lhe deu parte dos terrenos da sua quinta, no Lumiar, para as instalações. O Sporting Clube de Portugal nascia debaixo da tutela de um idoso mas impulsado pela energia do jovem de 21 anos José Alvalade e dos seus, também, jovens amigos.

Eis o Visconde de Alvalade Fonte: Wikipédia
Eis o Visconde de Alvalade
Fonte: Wikipédia

O Sporting nasceu com propósitos. As palavras do ato fundacional foram claras e cristalinas: “Queremos que o Sporting seja um grande Clube, tão grande como os maiores da Europa”. E aqui aparece o verde nas suas camisolas, simbolizando a esperança. José Roquette, José Alvalade como era conhecido, foi também constante na direção do Sporting; inclusivamente, foi o seu terceiro presidente. Além disso, notabilizou-se como um criador de instalações. O Sporting nasce como um clube virado para as modalidades desportivas. É um clube grande no mundo do Futebol, mas os louros conquistados no mundo do Atletismo situaram-no como um clube de dimensão mundial e olímpica. Desde Manuel Faria a Carlos Lopes gerou atletas de todos os níveis e de todos os triunfos. Esse sonho, essa ambição concretizou-se.

O novo clube nasceu no dia 1 de junho de 1906. No ano 1912 começou a ganhar campeonatos. Neste mesmo ano, o ciclista do Sporting Laranjeira Guerra ganha uma corrida clássica que através dos tempos se afirmou como mítica: o Porto-Lisboa. A utopia daqueles jovens da Pastelaria Bijou já tinha pernas e louros quando o seu fundador-mecenas faleceu. Até aos nossos dias o Sporting tem vivido e vive situações boas e más, no entanto, o seu campo continua a recordar aquela gesta ao manter o nome de José Alvalade, o jovem neto do Visconde de Alvalade.

Foto de Capa: Wikipédia

Varzim 0-2 FC Porto: Apuramento à velocidade de Tello

cabeçalho fc porto

Festa da Taça em Varzim, e com um protagonista à cabeça: Cristian Tello. No meio do ritmo pouco intenso que foi pautando a partida, foi sempre o espanhol o jogador mais decidido. Mas vamos por partes: tal como seria expectável, Julen Lopetegui mudou praticamente a equipa toda para o duelo desta noite. Objetivamente, do onze que iniciou o encontro com o Varzim, apenas Layún e Imbula têm sido opções consecutivas do treinador espanhol.

Tal facto não poderia, ainda assim, servir de desculpa para uma prestação menos conseguida. A verdade é que os primeiros minutos trouxeram um figurino que possivelmente os dragões não estariam à espera. Apesar do caráter aguerrido do Varzim, não era previsível uma postura tão positiva como a que os poveiros tiveram durante o primeiro quarto de hora. Percebeu-se que Quim Berto estudou bem o adversário, procurando não raras vezes colocar o seu tridente ofensivo na pressão à primeira fase de construção portista. Com Igor Lichnovsky com pouca capacidade para desempenhar esse papel de construtor, Imbula viu-se obrigado a recuar demasiado para junto de Martins Indi com o intuito de suster a forte pressão da equipa da II Liga.

Uma capacidade que foi apenas um fogacho e que durou 15 minutos. À passagem desse período, nunca mais o Varzim foi capaz de colocar um bloco tão alto como tinha feito. A partir daí, apareceu na Póvoa um FC Porto controlador, com e sem bola, esperando pelo momento certo para entrar na defensiva contrária. Essa foi a fórmula que permitiu, aos 20 minutos, a Bueno ver Tello que dominou bem e arrancou de forma impressionante para um golo com toda a tranquilidade.

Em ambiente festivo, o golo inaugural portista acabou por desanimar as hostes poveiras, dentro e fora de campo. É verdade que o Varzim, até intervalo, procurou uma e outra vez acercar-se com mais perigo da baliza do regressado Helton mas, objetivamente, durante esse período apenas um remate de Rui Coentrão fez ameaçar a vantagem portista. Imbula e Evandro eram donos e senhores do miolo e a capacidade desequilibradora de Cristian Tello e Silvestre Varela tornavam este Varzim cada vez mais um adversário à mercê do jogo ofensivo portista. Até ao intervalo, os milhares de adeptos que praticamente encheram o reduto poveiro ainda foram a tempo de ver o primeiro de três falhanços clamorosos de Pablo Osvaldo, perante Ricardo Silva.

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André André voltou a fazer o gosto ao pé
Fonte: jn.pt

No segundo tempo, o figurino pouco mudou. Percebeu-se, a partir dos primeiros instantes, que à medida que o relógio corria, a capacidade física do Varzim diminuía. A pressão revelou-se praticamente inexistente e era um FC Porto completamente no campo do adversário que dominava por completo o segundo tempo. Depois de uma grande penalidade por assinalar a seu favor por mão de Sandro, viu-se uma equipa portista a controlar o jogo, mas não o resultado. Ou seja, apesar do Varzim não ter incomodado Helton, a verdade é que Julen Lopetegui viu-se obrigado a mexer no meio campo para que a agressividade tática da equipa não diminuísse.

Danilo Pereira foi um elemento preponderante nesse aspeto, não só para imprimir um ritmo mais alto com bola mas também pela capacidade impressionante que tem em posicionar-se. Com a entrada do português, Imbula e Evandro subiram no terreno e a classe técnica de Bueno foi desmontando as peças que ainda restavam da defensiva contrária. Apesar de Osvaldo ainda ter falhado mais dois golos “cantados”, os últimos minutos trouxeram ainda o regresso de André André à casa que o viu nascer como futebolista. Um regresso culminado com um golo de belo efeito – mais um esta época do médio português – após excelente lance de Imbula.

Vitória justa mas que peca por escassa numa noite onde, apesar das segundas linhas, o FC Porto mostrou estofo e respeito por um adversário que mostrou bons pormenores. Ainda assim, apuramento natural para a 4.ª eliminatória, numa competição onde o FC Porto pode e deve chegar muito longe. E isto porque, Taça que é Taça, tem de ser sempre a prova rainha.

A Figura:

Tello – O extremo espanhol aproveitou da melhor maneira a oportunidade que Lopetegui lhe deu. É certo que nem sempre decidiu bem, mas a velocidade que imprimiu aos lances, aliado ao golo, fazem com que Tello tenha de ser nomeado como figura do jogo.

O Fora-de-Jogo:

Osvaldo – A nomeação não tem que ver com a exibição do italo-argentino. Aliás, o esforço que mostrou em Varzim mostraram um jogador que pede mais minutos a Lopetegui. Ainda assim, esse pedido viria com carimbo se Osvaldo tivesse cumprido da melhor forma a sua obrigação em marcar golos. Osvaldo teve três golos feitos para fazer e a verdade é que em termos de eficácia foi uma completa nulidade. Um aspeto a rever em próximos jogos.

Vilafranquense 0-4 Sporting: Estreias e confirmações na Amoreira!

sporting cabeçalho generíco

O Sporting iniciou hoje da melhor maneira a defesa da Taça de Portugal ganha em maio passado. A equipa leonina goleou o Vilafranquense e, além do bom resultado, foram os jovens o grande destaque da partida. Mas já lá vamos…

Jorge Jesus colocou em campo um misto de jogadores habituais com alguns menos utilizados. Na defesa, à frente do guarda redes Marcelo Boeck, Ricardo Esgaio e Jefferson cederam os seus lugares a João Pereira (mais um jogo abaixo das expetativas) e Jonathan Silva, enquanto Paulo Oliveira e Ewerton (ambos regressados de lesões) formaram a dupla de centrais. No centro do terreno, o capitão William Carvalho ocupou o seu “trono” habitual, mas desta vez teve à sua frente um estreante: Bruno Paulista. O jovem vindo do Bahia cumpriu os seus primeiros minutos de leão ao peito e mostrou algumas qualidades, principalmente na pressão sobre o adversário e na recuperação de bolas. A nível do passe, esteve um pouco trapalhão. Na frente, Aquilani jogou no apoio a Montero, enquanto as alas ficaram entregues a Carlos Mané e Matheus Pereira.

Foi precisamente o jovem brasileiro que começou a mexer com o jogo. Na sua segunda aparição a titular, depois de se ter estreado em Istambul, Matheus Pereira bisou em menos de 20 minutos. Com dois remates de pé esquerdo dentro da área (destaque também para o excelente cruzamento de Jonathan Silva no segundo golo), o jovem extremo desbloqueou o encontro a favor do Sporting, que dominou os 90 minutos de forma clara. A partida desenrolava-se maioritariamente no meio campo do Vilafranquense, com William Carvalho e os centrais a eliminarem todas as tímidas ameaças que a equipa do Pró-Nacional ia produzindo. Por isso, não foi surpreendente a chegada do terceiro golo ainda antes do intervalo. Após um canto de Aquilani, Bruno Paulista saltou mais alto que todos e cabeceou para as redes de Nélson Pinhão. Antes disso, o guarda redes negou o golo de uma vida a Carlos Mané. O “36” verde e branco tentou um chapéu do meio campo e a bola ia entrar perto do ângulo. Contudo, Pinhão recuperou rapidamente e evitou o festejo do internacional sub 21 português.

Bruno Paulista fez a estreia absoluta na equipa principal e coroou-a com um golo. Fonte: Facebook oficial do Sporting Clube de Portugal
Bruno Paulista fez a estreia absoluta na equipa principal e coroou-a com um golo.
Fonte: Facebook oficial do Sporting Clube de Portugal

À entrada para a segunda parte, Jesus colocou em campo um dos jogadores mais queridos entre os sportinguistas: Junya Tanaka. O japonês entrou para o lugar de William, fazendo assim com que Paulista recuasse para “6” e Aquilani para “8”. Sem surpresa, o Sporting continuou a dominar, mas sem acelerar muito. Contudo, a entrada de Gelson Martins para o lugar de Matheus veio dar outra alegria ao jogo e começou o festival de Nélson Pinhão. O guarda redes negou o golo várias vezes a Montero e a Gelson, deixando mesmo o avançado colombiano à beira de um ataque de nervos por não conseguir marcar.

Até ao fim, destaque para o 4-0, apontado por Gelson num remate rasteiro após assistência de Carlos Mané e para uma excelente mancha de Marcelo Boeck a evitar o golo de Luquinhas, o melhor jogador de campo da equipa da distrital.

Em suma, foi um jogo sem grande história e que valeu pelas boas prestações e golos dos jovens Matheus Pereira, Bruno Paulista e Gelson Martins e pela competição dada a Paulo Oliveira e Ewerton, que provavelmente farão dupla de centrais dentro de uma semana, no dérbi eterno.

A Figura:

Matheus Pereira – O jovem brasileiro apontou dois golos de rajada no início do jogo, desbravando caminho para a vitória leonina. Além disso, evidenciou muito bons pormenores técnicos em jogadas de 1×1. Numa altura em que Carrillo continua (quanto a mim, merecidamente) de fora, Matheus mostra que pode ser mais uma opção válida para a posição de extremo.

O Fora-de-Jogo

João Pereira – O lateral direito continua muito longe de uma forma aceitável para lutar pelo lugar de titular. Claro que a nível defensivo não teve muitos problemas hoje, mas a nível ofensivo esteve quase sempre mal. Em jogos mais renhidos e em que o Sporting esteja aflito para marcar, isto pode levar os adeptos leoninos ao desespero…

Foto de Capa: FPF

Futsal: Benfica 2-1 Sporting – Vitória da astúcia sobre o esforço leonino

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cab futsal

O derby começou de forma muito intensa, como já é habitual, com o Sporting Clube de Portugal a querer tomar conta das incidências da partida logo desde o início e consequentemente a criar algumas ocasiões, com Juanjo a demonstrar que é um guarda-redes de classe mundial. Apesar da intensidade verificada na partida, notou-se sobretudo a ausência de Rodolfo Fortino, expulso na jornada anterior, para o lado leonino, e de Chaguinha, a contas com uma lesão muscular, para o lado do Sport Lisboa e Benfica, assim como Rafael Hemni, expulso no reduto do Boavista por agredir um adversário. Após esse início mais forte dos leões, o Benfica equilibrou a contenda e conseguiu, através de Fábio Cecílio, o único golo da primeira parte, quando faltavam apenas 10 segundos para o intervalo.

A toada do jogo manteve-se na segunda metade, com o Sporting agora a correr atrás do marcador e a ter de assumir riscos, mas o certo é que aos 8 minutos da segunda metade Miguel Ângelo marcou o golo do empate, num lance em que o jogador leonino engana o guarda-redes espanhol do Benfica, que contava com um cruzamento e foi assim traído. Pouco depois, Alessandro Patias é expulso e os encarnados foram forçados a defender e a evitar o golo do Sporting, que jogava em superioridade numérica. O objetivo foi cumprido e logo no lance em que o Benfica fez entrar o seu 5º elemento, num rápido contra-ataque, Gonçalo Alves finalizou da melhor maneira e recolocou as águias no comando do marcador, quando faltavam cerca de 6 minutos para acabar o jogo.

Até ao fim, o Sporting arriscou no 5×4 mas não foi capaz de inverter o marcador, muito em parte graças ao jogo inspiradíssimo do guarda-redes encarnado Juanjo, que assinou uma exibição magnífica, a fechar a porta ao Sporting sempre que o perigo rondava a baliza benfiquista.

Quero aproveitar para felicitar também o técnico Joel Rocha, que provou mais uma vez que os treinos servem para criar mecanismos na equipa capazes de surpreender os adversários, e o 1º golo é um bom exemplo disso, conforme o jogador Fábio Cecílio admitiu na “flash-interview”, que o lance do golo foi preparado na pausa técnica.

                         Um dos grandes obreiros do triunfo suado do Benfica, Joel Rocha Fonte: facebook “ SLB-modalidades”
Um dos grandes obreiros do triunfo suado do Benfica, Joel Rocha
Fonte: Sport Lisboa e Benfica

Num jogo que, face ao peso que tinha, acabou por não ser muito bem disputado em alguns momentos, e a verdade é que o mais importante era ganhar, algo que o Benfica conseguiu. A “nota artística” fica para outros jogos, pois agora, isolados no comando, os encarnados irão ter outra confiança para continuar a disputar todas as competições em que as águias estão inseridas (campeonato, taça de Portugal e UEFA futsal Cup).

Liga Inglesa: Tottenham 0–0 Liverpool – Klopp começa a pôr mãos à obra!

cab premier league liga inglesa

O Liverpool empatou hoje 0-0 no mítico White Hart Lane, frente ao Tottenham. No jogo que marcou a estreia de Jürgen Klopp como técnico dos “reds”, o empate foi até um mal menor para o Liverpool, que se apresentou muito desfalcado.

Sem poder contar com elementos importantes na equipa, como Jordan Henderson, Benteke, Lovren ou Daniel Sturridge, Klopp montou uma equipa numa espécie de 4-3-3, com Lucas Leiva, Milner e Emre Can no meio  campo, e Lallana e Coutinho a tentarem apoiar Divock Origi, que foi a referência ofensiva da equipa. Na defesa, Alberto Moreno voltou a ser lateral esquerdo, depois de Brendan Rodgers ter preferido Joe Gomez no início da época.

O Liverpool até entrou bem no jogo, pressionante, sem deixar que o Tottenham entrasse nos últimos 40 metros com a bola devidamente controlada. À passagem dos 10 minutos, ocorreu aquela que viria a ser a melhor oportunidade dos “reds” ao longo de todo o jogo. Após um canto de James Milner, Origi cabeceou à barra da baliza de Lloris. Depois, o Tottenham foi subindo no terreno e pôs a nu uma das maiores fragilidades do Liverpool: a falta de uma referência, um portento físico, à frente do seu setor defensivo. Tendo em conta que estamos a falar do campeonato inglês e que Skrtel e Sakho são limitados tecnicamente, é necessário que o pivot defensivo seja, ao mesmo tempo, um jogador forte a nível físico e um elemento que saiba transportar e construir jogo ofensivo. Ora bem, é isso que o Liverpool não tem nesta altura. Lucas Leiva é um bom jogador, mas não é nenhum “tanque” e já vai deixando alguma coisa a desejar a nível construtivo. Como Milner e Emre Can também nunca se conseguiram destacar, o jogo do Liverpool “emperrou” constantemente no meio campo.

A equipa tinha garra e pressionava os “Spurs”, mas, quando ganhava a bola, não havia grandes ideias e assim não houve maneira de obrigar Hugo Lloris a ter muito trabalho. Quem teve esse trabalho foi Simon Mignolet. Tenho de tirar o meu chapéu ao guarda redes que tanto critiquei quando chegou a Anfield Road. O belga esteve impecável na tarde de hoje e começou a dar espetáculo na primeira parte. Primeiro perante uma trivela de Clinton Njie, depois perante Harry Kane. Em ambas as situações, Mignolet fechou a baliza com muita qualidade. Voltou a repetir o feito aos 84 minutos, com mais uma enorme defesa a negar as intenções de Kane.

: Mignolet disse “presente” no primeiro jogo de Klopp ao comando do Liverpool Fonte: Facebook oficial do Liverpool FC
: Mignolet disse “presente” no primeiro jogo de Klopp ao comando do Liverpool
Fonte: Facebook oficial do Liverpool FC

Como tinha muitas baixas, Klopp tinha vários jogadores menos utilizados no banco, entre eles o jovem português João Carlos. O médio formado no Sporting foi convocado pelo técnico alemão, mas acabou por não sair do banco de suplentes durante todo o encontro. Esperemos que João Carlos vá tendo mais minutos esta época, começando a cimentar o seu lugar na Premier League. Já Jürgen Klopp vai ter muito trabalho para colocar o Liverpool novamente na alta roda do futebol inglês, mas pelo menos a equipa mostra uma atitude mais positiva perante o jogo, tentando apagar a monotonia que se tinha instalado no consulado de Brendan Rodgers.

A Figura:

Simon Mignolet –  O guardião belga foi o jogador mais decisivo da partida, com três excelentes defesas a evitar golos do adversário. Mignolet atravessa uma ótima fase, sendo uma das principais figuras da sua equipa, e após ter substituído Thibaut Courtois na seleção do seu país, enqaunto este está lesionado.

O Fora-de-Jogo:

Harry Kane – O avançado inglês não conseguiu ainda chegar ao nível apresentado na época anterior, e hoje teve duas oportunidades. Se na segunda o maior mérito é de Mignolet, na primeira é mais demérito de Kane. O avançado inglês tinha de ter feito muito melhor: estava praticamente isolado mas apenas rematou à figura. Se o Tottenham quer fazer figura esta temporada, precisa de ter o seu ponta de lança na melhor forma…

Regressar em festa à festa do Futebol Nacional

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a norte de alvalade

Para atenuar os efeitos do síndroma de abstinência entretanto instalado, o futebol nacional regressa este fim-de-semana. Será, como convém nestas circunstâncias, servido em dose aligeirada, para que os adeptos não se ressintam, mas em volume suficiente para preparará-los para o grande embate que é o dérbi, que ocorrerá no fim-de-semana seguinte.

Não será apenas pelo respeito que é devido a todos os oponentes em qualquer competição desportiva, mas também por uma certa tradição que é a ocorrência de resultados inesperados praticamente em todos os anos da prova, que o Sporting deve encarar o embate com o Vilafranquense com seriedade. O dérbi só chegará depois desse jogo; é bom que isso esteja na cabeça dos jogadores. Com este aviso à navegação não se pretende agoirar um mau resultado mas tão somente lembrar como tudo é eventual no futebol até o árbitro apitar para o fim do jogo.

O Sporting tem a ambição de voltar a vencer a Taça... Mas não pode descuidar-se com o Vilafranquense.  Fonte: Facebook Oficial do Sporting CP
O Sporting tem a ambição de voltar a vencer a Taça… Mas não pode descuidar-se com o Vilafranquense.
Fonte: Facebook Oficial do Sporting CP

Para exemplificar o que acabo de dizer acima, e aproveitando para fazer uma pequena revisitação à nossa história, lembro um dos nossos piores desaires. Não foi vivido por mim, mas os diversos Sportinguistas que tiveram essa infeliz oportunidade e que fizeram o favor de a testemunhar fizeram-no com tal veemência que acabou por me marcar. Falo da derrota ante o Tirsense, ocorrida no dia 17 de Abril de 1949.

É difícil não imaginar que quando a equipa deixou Lisboa em direcção “à província” ninguém terá pensado por um minuto que fosse em quem era o Tirsense. A equipa de Santo Tirso militava então na longínqua 3.ª divisão nacional, e nós carregávamos a até aí inédita proeza de nos termos sagrado tri-campeões nacionais, onde pontificavam então os Cinco Violinos (Jesus Correia, Vasques, Albano, Peyroteo e Travassos).

Éramos considerados uma das melhores equipas da Europa e aprestávamo-nos para jogar a final da primeira edição da Taça Latina, com o Barcelona. Era provavelmente aí que estaria a cabeça dos jogadores e quiçá dos responsáveis. E foi por aí que ficámos nessa edição, onde havíamos chegado como titulares do troféu pela terceira vez consecutiva. Provavelmente foi por aí que começámos a perder também a final da Taça Latina, que a equipa da cidade catalã haveria de vencer por 2-1.

Mas deixemos cair a cortina do tempo sobre a história e centremo-nos na competição que este fim-de-semana começa e da qual somos novamente os vencedores em título. Porque, afinal, a Taça é também a festa do futebol nacional.

É impossível esquecer a alegria esfuziante que aquele momento significou para todos nós, em particular os que tivemos o privilégio de viver a montanha russa de emoções que culminou com o levantar do troféu e os dias que se seguiram. Não é demais também lembrar a importância daquele momento, por representar o regresso às conquistas importantes no futebol, reconquistando simultaneamente a vice-liderança na hierarquia dos vencedores da competição, que foi nossa por muitos anos e que havíamos deixado fugir paulatinamente.

Foto de capa: Facebook Oficial do Sporting CP

O cheiro a Taça e a mar

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cabeçalho fc porto

Antes de começar a percorrer as linhas deste texto, aqui fica o aviso, caro leitor: sou um fã ávido da Taça de Portugal. Por tudo aquilo que representa, mesmo que não tenha o encanto de outros tempos já há muito idos, continua a ser, no meu imaginário (e sei que no de muitos mais), a prova-rainha, a fonte das maiores surpresas e dos heróis inesperados. Vamos avançar?

Falando de coisas sérias: o FC Porto inicia a campanha deste ano na Póvoa de Varzim, cidade de futebol, e de tardes históricas. É ou não é o Varzim um dos clubes mais badalados e respeitados da esfera futebolística lusa? Teste de dificuldade média-baixa para os pupilos de Lopetegui, que vão defrontar um clube recém-promovido ao segundo escalão do nosso futebol, mas que vai entrar em campo cheio (não, repleto!) de “ganas”. Ou não fosse o visitante um rival histórico.

Oportunidade para o técnico basco dar minutos a nomes menos utilizados? Sim. E, acima de tudo, dar descanso aos mais rodados. A semana foi de seleções, e alguns passaram-na do outro lado do globo. O cansaço é inimigo certo, e, por muito que Lopetegui diga que “os jogadores estão prontos para jogar a qualquer momento”, sabemos que em termos práticos nem sempre funciona assim.

Conhecendo a convocatória, deteto imediatamente pecado capital – Sérgio Oliveira não integra a comitiva. Ora pois, que lógica tem? Logo numa altura em que tão elogiada tem sido a política de aposta pouco receosa nos jovens valores e afirmação, consumada ou iminente, dos próprios… O médio ex-Paços de Ferreira foi formado no Dragão e é de qualidade comprovada, conforme se viu no último Europeu de sub-21. Maturidade acima da média, noção tática e remate. Não vai jogar contra os poveiros. Outra oportunidade surgirá? Assim espero.

Sérgio Oliveira (à direita) não foi convocado e terá de esperar por nova oportunidade Fonte: Página do Facebook de Sérgio Oliveira
Sérgio Oliveira (à direita) não foi convocado e terá de esperar por nova oportunidade
Fonte: Página do Facebook de Sérgio Oliveira

Valerá ver Helton de regresso à baliza; é sempre um misto de saudosismo e garantia de qualidade ver o capitão entre os postes. Cissokho quererá agarrar segunda oportunidade depois de desastrada exibição nos Barreiros, já em agosto. Herrera e Varela voltarão com novo fôlego? E Bueno, que tempo de amostra teremos desta vez para avaliar o espanhol?

Importantíssimo: assegurar a concentração e consolidar processos de jogo. Se a vitória tem de ser uma certeza, pelo menos que venha acompanhada de laivos de brilhantismo, mesmo que o entrosamento seja pouco. O adversário é mais fraco, mas não há tempo para adormercer. “Nesta competição não há segunda vez”, disse o mister. E é para ganhá-la. No Jamor!

Uma nota final para a partida de terça-feira, já mais exigente, ou não fosse de Liga dos Campeões. FC Porto claramente mais valoroso a nível individual e coletivo, mas recomenda-se cautela frente a um Maccabi matreiro. Um avançado de tarimba internacional, bem conhecido de muitos portugueses (eles sabem quem são), Eran Zahavi. O experiente, mas duro de rins, Tal Bem Haim na defesa, e o homónimo na ala. Mas quem vence o Chelsea e empata em Kiev tem obrigação de vencer estes israelitas no covil do Dragão. Assim como à beira-mar, já amanhã. É a festa da(s) Taça(s)!

Foto de capa: Página de Facebook do FC Porto