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NFL 2014: As minhas apostas

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cab NFL

O futebol americano está finalmente de volta. Decidi, por isso, fazer uma série de apostas em relação à NFL 2014. Quais serão records das equipas no final das dezasseis jornadas da época regular? Quem chegará aos play-offs? E quem levará os prémios individuais no final da época? Vamos então à previsão, divisão por divisão, daquilo que se passará nas duas conferências da competição – a AFC (American Football Conference) e a NFC (National Football Conference).

 

AFC East – Buffalo Bills, Miami Dolphis, New England Patriots e New York Jets

Desde que Tom Brady assumiu a posição de quarterback titular no ataque de New England em 2001, os Patriots são favoritos para ganhar a divisão e um dos candidatos principais à vitória no Super Bowl. Este ano não deve ser diferente. A divisão continua fraca, com os Dolphins a apresentarem a única visível concorrência, tal como demonstrado na vitória na primeira jornada em Miami, sobre os Pats, por 33-20, depois de uma segunda parte completamente horrível por parte dos comandados de Bill Belichick.

Os Patriots reforçaram a sua defesa com um dos melhores cornerbacks da liga, Darrelle Revis, e vão beneficiar do regresso de Wilfork e Mayo, que passaram a maior parte da época transacta no estaleiro por lesão. O grande problema continua a ser o ataque: a offensive line abre demasiados buracos, o running game parece continuar mediano e tirando o tight end Rob Gronkowski, que tem sempre um risco altíssimo de lesão, Brady não tem nenhum pass catcher de elite. Mas já no ano passado isto se verificava e Brady sem limões fez limonada, conduzindo os Pats à final da AFC, onde caíram aos pés do favoritos Broncos. Logo, se há coisa que aprendi foi a não duvidar da dupla Brady-Belichick.

Os Bills, apesar da vitória surpreendente em Chicago contra uns perdulários Bears por 23-20, continuam com uma das equipas mais fracas da liga e ficaria admirado se ganhassem um único jogo dentro da divisão. Os Jets de Rex Ryan, apesar da adição do wide receiver Eric Decker, que fez uma grande época aos serviço dos Broncos com Peyton Manning a mandar-lhe a bola, tem agora ao meio Geno Smith, o que só pode significar uma descida drástica em termos de produtividade. Os Jets vão então, para variar, apoiar-se na sua grande defesa, a grande característica de Rex.

Previsão – Bills: 4-12; Dolphins: 8-8; Patriots 11-5; Jets: 6-10.

Tom Brady e Bill Belichick vão tentar conquistar a divisão pelo sexto ano consecutivo  Fonte: zimbio.com
Tom Brady e Bill Belichick vão tentar conquistar a AFC East pelo sexto ano consecutivo
Fonte: zimbio.com

AFC North – Cincinnati Bengals, Pittsburgh Steelers, Cleveland Browns e Baltimore Ravens

Devemos ter uma luta a três, entre Bengals, Steelers e Ravens. Em 2013 os Bengals venceram a divisão com um record de 11-5, num ano em que os Ravens tiveram a sua “ressaca” do Super Bowl e os Steelers estiveram apenas irreconhecíveis.

Os Browns são a equipa mais fraca da divisão e deverão ficar-se pelo último lugar. A defesa é razoável, possuindo mesmo algumas grandes individualidades como Joe Haden e Alex Mack, mas há demasiadas interrogações no ataque, como a luta pela posição de quarterback entre Brian Hoyer e Johnny Football (ou Johnny Clipboard?), não estando nenhum deles preparado, de momento, para conduzir a equipa aos play-offs, sendo que a suspensão da estrela do ataque, o wide receiver Josh Gordon, até ao fim da época (que pode vir a ser diminuída) só veio prejudicar os Browns, que esperavam fazer melhor este ano. Os Browns contam, no entanto, com o melhor offensive tackle em toda a NFL: Joe Thomas.

Os Ravens foram assombrados pelo caso de violência doméstica do seu running back titular, Ray Rice, que acabou por ser suspenso pela liga e dispensado pela equipa, e esperam agora que Joe Flacco, o MVP do Super Bowl de há dois anos, possa repetir as proezas dessa época e conduza a equipa pelo menos aos play-offs. Com os Ravens nunca se sabe, mas a concorrência dos Bengals e dos Steelers na mesma divisão, duas equipas que parecem muito mais equilibradas e “playoff ready” do que os Ravens, não ajuda. Os Bengals continuam com uma das melhores defesas da liga, com jogadores como o defensive tackle Geno Atkins e o linebacker Vontaze Burfict, e o seu ataque tem jogadores extremamente produtivos e capazes de resolver qualquer jogo, como o wide receiver AJ Green e o running back Gio Bernard. Mas é o quarterback Andy Dalton que preocupa: tem conduzido os Bengals aos play-offs nos últimos anos e cumprido sempre na época regular, mas desaponta sempre nos play-offs.

Os Steelers são treinados por uma das melhores mentes da NFL, Mike Tomlin, e com Big Ben a quarterback, com Le’Veon Bell a vir do backfield e Antonio Brown a apanhar bolas, esta equipa pode causar mossa, contando que a defesa se porte melhor do que na época passada, onde não conseguiu parar ninguém.

Previsão – Bengals: 10-6; Steelers: 9-7; Browns: 5-11; Ravens: 8-8.

Os Bengals partem como os grandes favoritos na AFC North, muito por causa do fabuloso AJ Green  Fonte: chatsports.com
Os Bengals partem como os grandes favoritos na AFC North, muito por causa do fabuloso AJ Green
Fonte: chatsports.com

AFC South – Tennessee Titans, Houston Texans, Indianapolis Colts e Jacksonville Jaguars

Os Colts ganham esta divisão por um único motivo: o seu quarterback, Andrew Luck. Luck compensa qualquer falha que a equipa possa ter com a sua inteligência e qualidade dentro de campo, e com o regresso do wide receiver Reggie Wayne, nada leva a crer que o título desta divisão lhes escape.

Os Texans, depois de uma época abismal em que tiveram um registo de 2-14, algo apenas impensável para uma das melhores defesas da liga, vão tentar este ano lutar pela divisão, carregados pelo incansável J.J. Watt, um dos melhores defesas da liga. O horrível Matt Schaub foi despachado e Ryan Fitzpatrick ocupa agora o seu lugar – uma melhoria que não deverá ser o suficiente para empurrar esta equipa para os play-offs, principalmente porque os Colts mantiveram o seu nível e os Titans estão a construir uma equipa jovem e cheia de potencial que pode vir a surpreender. O último lugar desta divisão irá com certeza para os Jaguars, que vão tentar continuar a construir para o futuro através do draft e de free agents, mas que de momento não têm equipa para competir, tal como se viu neste fim-de-semana, quando chegaram a estar a ganhar por 17-0 frente aos Eagles e depois encaixaram 34 pontos sem resposta.

Previsão – Titans: 7-9; Texans: 7-9; Colts: 10-6; Jaguars: 4-12.

Luck e Watt deverão protagonizar um dos confrontos mais interessantes na AFC West  Fonte: zimbio.com
Luck e Watt deverão protagonizar um dos confrontos mais interessantes na AFC West
Fonte: zimbio.com

AFC West – Denver Broncos, Oakland Raiders, Kansas City Chiefs e San Diego Chargers

Não há sombra de dúvida de que esta divisão vai ser dominada pelos Broncos, que provavelmente dominarão também a conferência. Há uma grande probabilidade de irem ao Super Bowl de novo. Liderados por Peyton Manning, os Broncos possuem um dos melhores ataques da liga e do lado defensivo a equipa é bastante acima da média, contando com o fenomenal outside linebacker Von Miller. Os vice-campeões quererão pôr para trás a humilhação que sofreram no Super Bowl às mãos de Seattle e dar a Peyton Manning mais uma oportunidade de conseguir o seu segundo anel, igualando dessa forma o seu irmão Eli Manning.

Os Raiders continuam fraquíssimos e terão com certeza mais um ano para esquecer, enquanto que os Chiefs, depois de um fenomenal  record de 11-5 na época passada, deverão sofrer um grande tombo, uma vez que dependem demasiado da produção do seu fantástico running back, Jamaal Charles.

Os Chargers são uma equipa bastante equilibrada e que pode surpreender: no ano passado Rivers teve um dos melhores anos da sua carreira, se não o melhor, e a equipa tem talento para chegar aos play-offs, embora não chegue para desafiar a hegemonia dos Broncos nesta divisão.

Previsão – Broncos: 13-3; Raiders: 4-12; Chiefs: 6-10; Chargers: 9-7.

Os Broncos de Manning partem como favoritos para chegar ao Super Bowl de novo, depois do desaire do ano passado  Fonte: zimbio.com
Os Broncos partem como favoritos para chegar ao Super Bowl, depois do desaire do ano passado
Fonte: zimbio.com

NFC East – Philadelphia Eagles, Washington Redskins, Dallas Cowboys e New York Giants

Em teoria qualquer uma destas quatro equipas pode ganhar a divisão. Os Eagles mostraram na primeira semana as suas debilidades defensivas e Nick Foles dificilmente terá um ano tão bom como aquele que passou; os Redskins continuam à espera que RGIII volte ao nível de há dois anos, antes de se lesionar gravemente; os Cowboys, apesar de serem provavelmente a pior defesa da liga, possuem um dos melhores ataques; e os Giants vão depender bastante da produção de Eli Manning, o líder em termos de intercepções da NFL em 2013.

Dependerá bastante do calendário, da sorte e das lesões. Os Eagles partem como os grandes favoritos, liderados pelo excelente Shady McCoy; os Cowboys, para ganhar, vão ter de marcar uma quantidade absurda de pontos, pois a sua defesa não consegue parar ninguém; os Redskins, se RGIII não voltar à sua forma, vão ser obrigados a jogar com o Kirk Cousins de início e rezar para que isso chegue para ganharem a divisão; e os Giants, pela performance contra os Lions, são neste momento a pior equipa da divisão, mas já aprendi a não apostar contra eles. Tal como disse, qualquer um pode ganhar.

Previsão – Eagles: 9-7; Redskins: 7-9; Cowboys: 8-8; Giants: 6-10.

NFC East, a única divisão sem um claro favorito, será desta que os Cowboys chegam aos playoffs?  Fonte: thacover2.com
NFC East, a única divisão sem um claro favorito: será desta que os Cowboys chegam aos play-offs?
Fonte: thacover2.com

NFC North – Minnesota Vikings, Detroit Lions, Chicago Bears e Green Bay Packers

Antes de a época começar estava dividido sobre quem ganharia esta divisão: se os Packers, se os Bears. Apesar de os Packers terem sido dominados na primeira semana por Seattle fora, a verdade é que perderam com a melhor equipa da liga, enquanto que os Bears conseguiram o impossível e perderam em casa contra os Bills, possivelmente a pior equipa da NFL.

Os Packers contam, discutivelmente, com o melhor jogador da NFL, o seu quarterback Aaron Rodgers, que perdeu sete jogos por lesão na época regular em 2013, e com um dos ataques mais potentes de toda a NFL, com jogadores como Lacy, Nelson ou Cobb. E apesar de o ataque dos Bears também ser de elevadíssima qualidade, Jeffery, Forte e Marshall serem todos elite, Jay Cutler, por muito bom que seja, não é nenhum Rodgers e a defesa dos Bears deixa muito a desejar. A diferença é que o ataque dos Packers pode compensar as falhas da defesa, enquanto que o dos Bears, pelo que vimos contra os Bills, não: cometeram bastantes turnovers.

Os Vikings parecem melhor do que no ano passado e podem tentar surpreender com Adrian Peterson e Cordarrelle Patterson, mas não possuem muito mais do que isso. Os Lions, por sua vez, contam com um bom quarterback em Stafford e beneficiam do facto de terem o melhor wide receiver da liga – quem tem Megatron pode sempre fazer coisas. Mas a equipa parece ainda estar atrás dos Packers e dos Bears. O que estas quatro equipas parecem ter em comum é um ataque muito superior à defesa – todas as defesas deixam muito a desejar.

Previsão – Vikings: 6-10; Lions: 8-8; Bears: 9-7; Packers: 12-4.

Depois de uma época em que falhou 7 jogos por lesão Rodgers está de volta para retomar o seu lugar no topo da NFL e tentar guiar os seus Packers até à terra prometida  Fonte: onlineathens.com
Recuperado fisicamente, Rodgers tentará guiar os seus Packers à “terra prometida”
Fonte: onlineathens.com

NFC South – Carolina Panthers, Atlanta Falcons, New Orleans Saints e Tampa Bay Buccaneers

Esta divisão foi ganha pelos Panthers em 2013, algo que não se deve repetir este ano. Apesar de a defesa continuar a ser uma das melhores da NFL, o ataque perdeu demasiados jogadores e Cam Newton não tem quase ninguém para passar a bola. O máximo que podem fazer é ficar em segundo e tentar ser um dos wildcards, mas mesmo isso parece forçado.

Tampa Bay foi quem mais melhorou em relação ao ano passado: a equipa reforçou-se em todas as zonas do campo e trocou de treinador, contando agora com o experiente Lovie Smith. Embora a defesa pareça bastante interessante, o ataque não tem o suficiente para competir com os Saints e os Falcons. Josh McCown não parece a escolha certa para uma equipa a tentar reconstruir-se.

Os Falcons foram absolutamente terríveis no ano passado, muito por causa da onda de lesões que assombrou a equipa, mas este ano, com todos os seus playmakers de volta, a equipa de Atlanta volta a ter possibilidade de causar mossa, tal como se viu na primeira semana, com a vitória por 37-34 em casa contra o grande favorito da divisão, os Saints. Apesar de a defesa deixar bastante a desejar, enquanto o ataque tiver Matty Ice, Julio Jones  Roddy White os Falcons são uma força a ter em conta.

Os Saints partem como os grandes favoritos. Como se não chegasse ter Drew Brees e Jimmy Graham no ataque, a equipa acrescentou Jairus Bird na defesa, um dos melhores safeties da liga, e tem um dos melhores treinadores da liga, Sean Payton. Os Saints partem então como um dos principais favoritos à conquista do Super Bowl.

Previsão – Panthers: 6-10; Falcons: 8-8; Saints: 11-5; Buccaneers: 6-10.

Os Saints de Brees e Graham são os grandes favoritos na NFC South, mas cuidado com o ataque dos Falcons e com a defesa dos Panthers!  Fonte: pinterest.com
Os Saints são os grandes favoritos na NFC South, mas cuidado com o ataque dos Falcons e a defesa dos Panthers!
Fonte: pinterest.com

NFC West – Seattle Seahawks, San Francisco 49ers, Arizona Cardinals e St. Louis Rams

A NFC West é, provavelmente, a divisão mais interessante na NFL: conta com dois candidatos à vitória final – Hawks e 49ers – e com quatro das melhores defesas da liga.

Os Hawks, vencedores do último Super Bowl, são claramente a melhor equipa da NFL: a sua defesa, que conta com a assustadora Legion of Boom, é de longe a melhor da liga e o ataque, que já era bastante bom, tornar-se-á excelente se conseguirem manter Percy Harvin em forma. Se havia dúvidas de que Seattle iria manter o nível de 2013, essas dúvidas foram dissipadas com o massacre a Green Bay na primeira jornada. Ah! Já agora, os Hawks só perderam um jogo em casa nas últimas três épocas: os oito jogos em casa são oito vitórias quase garantidas, e se a equipa conseguir home field advantage nos play-offs (melhor record da NFC) estará com certeza no Super Bowl do próximo ano a defender o seu título.

Os 49ers, não sendo a melhor equipa da divisão, continuam a ser uma das melhores equipas da NFC e estarão nos play-offs de certeza. O problema dos Niners são as lesões e as suspensões que assombram a equipa neste início de época: Aldon Smith cumpre uma suspensão de nove jogos; Bowman ainda recupera de uma lesão gravíssima e Vance McDonald poderá vir a ser suspenso por violência doméstica. A defesa continua a ter bastante qualidade, tal como se viu na primeira jornada contra os Cowboys, já que mantém jogadores como Patrick Willis e Justin Smith, mas os Niners vão ter de se apoiar bastante no seu ataque, que com Kaepernick, Frank Gore, Vernon Davis, Crabtree e Boldin deverá ser dos mais produtivos da liga.

Os Cardinals possuem uma defesa jovem e talentosa. A dúvida está no ataque, principalmente na forma do seu quarterback, Carson Palmer. Depois de uma boa exibição contra os Chargers com uma vitória por 18-17, os Cardinals podem ser um factor não apenas na divisão mas também na conferência.

Os Rams prometiam bastante até o seu quarterback titular, Sam Bradford, se lesionar. Agora nem mesmo aquela grande defesa os safa – é aguentar a época, que para o ano há mais. Não têm qualquer hipótese na divisão mais forte da NFL.

Previsão – Seahawks: 15-1; 49ers: 12-4, Cardinals: 8-8; Rams: 4-12.

Seahawks e 49ers protagonizam uma das rivalidades mais quentes da NFL  Fonte: bleacherreport.com
Seahawks e 49ers protagonizam uma das rivalidades mais quentes da NFL
Fonte: bleacherreport.com

QUEM CHEGARÁ AOS PLAY-OFFS?

Apuram-se doze equipas para os play-offs, seis de cada conferência: os oito vencedores das respectivas divisões e quatro wildcards (as duas equipas de cada conferência com o melhor record que não tenham ganho a respectiva divisão). Aposto nas seguintes equipas para chegar ao play-offs:

AFC – Denver Broncos, New England Patriots, Cincinnati Bengals e Indianapolis Colts; Wildcard – Pittsburgh Steelers e San Diego Chargers.

NFC – Seattle Seahawks, Philadelphia Eagles, Green Bay Packers e New Orleans Saints; Wildcard – San Francisco 49ers e Chicago Bears.

 

QUEM VENCERÁ OS PRÉMIOS INDIVIDUAIS?

MVP – Aaron Rodgers, QB, Green Bay Packers

Offensive Player of the Year – Aaron Rodgers, QB, Green Bay Packers

Defensive Player of the Year – J.J. Watt, DE, Houston Texans

Defensive rookie of the Year – Khalil Mack, LB, Oakland Raiders

Offensive Rookie of the Year – Brandin Cooks, WR, New Orleans Saints

Rookie of the Year – Brandin Cooks, WR, New Orleans Saints

Comeback Player of the Year – Rob Gronkowski, TE, New England Patriots

Coach of the Year – Pete Carroll, Seattle Seahawks

Vit. Setúbal 0-5 Benfica: E com o Artur a Titular!

cabeçalho benfica

Uma vitória folgada que se tornou fácil com golos nos momentos chave. O Benfica, sem fazer uma exibição de encher o olho, sai de Setúbal com os 3 pontos e o Vitória com a mala cheia.

A vitória encarnada começou-se a desenhar através do golo de Toto Salvio. Golo, não: golaço. Quando tudo dava a entender que o Benfica caminhava a passos largos para uma vitória tranquila, eis que o Vitória revela que tem uma palavra a dizer. Não se encolheu, tentou por todos os meios visar a baliza de Artur e conseguiu, até, introduzir a bola na baliza do contestado guarda-redes das águias, num lance mal ajuizado pela equipa de arbitragem. Azar dos sadinos, o jogo prosseguiu. E acabaram duplamente penalizados: com o segundo golo do Benfica, equipa contra quem estavam, de facto, a jogar, por intermédio de Talisca, homem do jogo, que fez o seu primeiro golo no jogo num lance algo fortuito. Cruzamento demasiado largo de Gaitán, mal aliviado pela defesa da equipa da casa, com a bola a sobrar para o brasileiro, que, sem cerimónias, colocou a bola rentinha ao poste.

A partir do segundo golo só deu Benfica. Podia ser mais simpático e afirmar que a posse de bola até foi repartida, que os sadinos ainda tentaram… balelas. Tentar, tentaram, mas nunca com  perigo digno de registo. Antes do término da primeira parte ainda houve tempo para mais um golo de Talisca, desta vez de livre directo, num remate colocadíssimo ao lado do guarda-redes. Intervalo, palestra de JJ bem mais facilitada pela vantagem folgada, talvez um tanto ou quanto injusta para os sadinos, mas o futebol nem sempre é justo.

Talisca foi o homem do jogo com 3 golos Fonte:  ZeroZero
Talisca foi o homem do jogo com 3 golos
Fonte: ZeroZero

No retomar das hostilidades a equipa da casa ainda tentou remar contra a maré mas de uma das incursões de Gaitán nasceu o quarto golo do Benfica e o terceiro de Talisca. O argentino, que come cereais com fibra de génio ao pequeno-almoço, fez uma jogada que só ele sabe fazer, ao nível de algumas do ex-colega Pablo Aimar: avançou pelo meio, tocou na esquerda e abriu as pernas para deixar passar para o colega que vinha em corrida; Salvio permitiu uma defesa incompleta ao Raeder e Talisca consumou o hat-trick. Perfeito, perfeito só se tivesse sido Talisca a finalizar de primeira a ideia genial do novo número 10 do maior clube do mundo.

Nessa altura o Setúbal já só queria que o jogo acabasse, mas Ola John ainda ia ter tempo para dizer um olá (que piada tão bem conseguida, meu Deus!) e fazer o gosto ao pé. Podia ainda ter sido marcado um pénalti a favor do Vitória, mas com o resultado em 5-0 não acredito que seja por aí que os anti-Benfica tenham razões de queixa. Uma exibição sólida de Samaris, uma exibição tremenda de Gaitán e uma exibição abismal de Talisca, que marcou os seus 1.º, 2.º e 3.º golos oficiais com a camisola encarnada. Esperemos que venham mais manitas.

A Figura:

Talisca – As razões são óbvias.

O Fora-de-Jogo:

Lukas Raeder – O guarda-redes sadino teve culpas em alguns golos, nomeadamente no 2.º e 3.º de Talisca.

Jonas: investimento inesperado

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paixaovermelha

De forma inesperada, a comunicação social portuguesa foi autenticamente brindada por mais uns dias de “mercado”. O período de transferências em Portugal fechou oficialmente no dia 1 de setembro. Mas a incompetência berrante por parte da direção do Benfica em contratar um avançado, durante todo o verão, vai, ao que tudo indica, obrigar os encarnados a optar por um free agent. Da lista dos jogadores livres, há um nome que salta imediatamente à vista, não só pela qualidade mas também pela necessidade (do Benfica): Jonas. Como é óbvio, a imprensa não pediu por favor e, nos dez dias que passaram desde o fecho de mercado, o avançado brasileiro foi capa nos jornais desportivos… todos os dias.

Fazem-me lembrar o filho do meu vizinho. Imagino a excitação do miúdo se, após umas semanas de férias no Algarve, vagabundeando diariamente entre AquaShow, Zoomarine, Aqualand e umas brincadeiras com os miúdos lá do Hotel, ouvisse o pai dizer: “filho, vamos voltar para o Algarve, as aulas este ano começam mais tarde”. Seria divino, aposto.

Como eu não estou aqui para criticar as linhas editoriais dos meus (possíveis) futuros empregadores – e bem sei que precisam de vender jornais – centro-me na minha opinião sobre o Jonas: já cá devia estar, ontem!

Jonas vem acrescentar qualidade ao plantel Fonte: imguol.com
Jonas era a peça que faltava ao Benfica
Fonte: imguol.com

O Lima precisa de um bom companheiro de ataque urgentemente. O Benfica precisa da mesma dose. Toda a equipa, aliás. Jonas é esse avançado: móbil, admirável tecnicamente e moderadamente forte na finalização. Os números não enganam: 51 golos e 23 assistências em 156 jogos pelo Valência. Ou seja, o internacional brasileiro marcou em 28% dos jogos. Longe de serem estatísticas estratosféricas, são percentagens benévolas para quem atua na Liga Espanhola.

Não esperem grande capacidade de explosão, ao estilo do Rodrigo. Podem esperar, sim, bastante disponibilidade no jogo entre linhas e muita criatividade. É jogador de qualidade e uma claro upgrade à equipa. Resta saber as condições financeiras (sabendo que, com 30 anos, será quase impossível haver um retorno do investimento) e, principalmente, do estado físico do atleta (que não treina em equipa há vários dias).

Mas, na verdade, Jonas é aquilo de que o Benfica precisa porque não há outra solução. Não há outra hipótese. Afinal não é só a imprensa que recebe dádivas inesperadas.

O preço de ser campeão

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O mercado de transferências da época 2014/2015 foi um dos mais agitados de sempre no Dragão. Lopetegui foi cedo anunciado e claramente preparou muito bem a abordagem ao mercado. No final desta janela de transferências, olho para o plantel e vejo uma equipa para ser campeã, com o máximo grau de certeza que é possível ter no futebol. Contudo, nem tudo nesta abordagem é positivo.

As muitas contratações que o FC Porto fez fecharam quase por completo a ténue abertura de progressão que havia para os jovens formados no clube (excepto para Ruben Neves) e isso aconteceu justamente quando surgiu uma fornada de jogadores na academia com a qualidade que há muito tempo já não se via. A contratação de Vincent Aboubakar e a permanência de Jackson hipotecaram as possibilidades (se não dos dois, pelo menos de um) que André Silva e Gonçalo Paciência poderiam ter na equipa principal – dois excelentes avançados que podem muito bem ser o futuro da selecção na posição 9. Por outro lado, as chegadas de Opare e José Angel impediram a promoção de Victor Garcia e Rafa, dois laterais de grande potencial que poderiam ser grandes soluções para as faixas laterais e que demonstram já demasiada qualidade para a Liga Cabovisão. Por último, as contratações de Óliver, Otávio e Evandro fecharam as portas a Tozé, ele que se poderia tornar numa excelente solução para a posição 8/10 ou ainda para actuar na ala esquerda como tantas vezes e tão bem o fez na época passada na liga Cabovisão.

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Rafa poderia ser uma solução interessante para a equipa principal
Fonte: fcporto.pt

Este é o preço de reduzir ao máximo a incerteza de ser campeão. O desespero em voltar a conquistar o título pode significar para o FC Porto o eclipse de uma das mais promissoras e brilhantes fornadas de jogadores que a cantera azul e branca já produziu. Recorrendo ao mercado de modo a minimizar os riscos e a construir um plantel que oferecesse garantias, o FC Porto, implicitamente, ancorou Rafa, André Silva, Gonçalo Paciência e Victor Garcia à equipa B e cedeu Tozé ao Estoril. Contudo, é de ressalvar que nem todas as soluções encontradas no mercado trouxeram mais garantias, no imediato, do que aquelas que dão alguns dos jovens descartados!

Os melhores no Estoril

cab desportos motorizados

Em tempos ensinaram-me que não se deve começar um discurso – neste caso um texto – a pedir desculpa. Mas tenho pedir desculpa a quem costuma acompanhar os meus textos, pois na semana passada não pude mesmo escrever.

Indo agora ao que interessa, estamos a cerca de um mês da realização das 4h do Estoril, competição a contar para o European Le Mans Series (ELMS), competição do género das provas de Le Mans e em que os vencedores terão direito a participar nesta prova mítica. Em Portugal vão estar carros e pilotos de alta categoria, entre eles Filipe Albuquerque, e a grande vantagem é que a entrada é gratuita, sendo que a visita ao paddock são 5€. Além destas vantagens no circuito ainda vai haver descontos na CP nas linhas de Sintra e Cascais (1€ ida e volta), assim como transporte destes locais para o autódromo também totalmente gratuito. Assim, não existe qualquer motivo para não assistir a esta prova.

Tenho que assumir que esta não é propriamente a modalidade que mais me agrada dentro dos desportos motorizados – como já devem ter reparado pelo que escrevo essa é, na verdade, o rali. No entanto, conto ir ao Estoril ver o que promete ser uma grande festa e aproveito para avisar já os que me são mais próximos que os vou chatear para me acompanharem. Como já devem ter reparado esta opção cai mais para os ralis e para a F1, apesar desta última estar-me a desiludir cada vez mais com estas decisões tomadas, o que acontece com muita gente.

Os ralis apareceram na minha vida ainda novo, sendo que as minhas primeiras memórias são do Sata Rallye Açores de 1998. Tinha eu quatro anos e lembro-me de estar na Tronqueira a ver passar os carros, com especial destaque os dois Renault Megane da equipa oficial portuguesa que na altura me fascinaram. Hoje em dia a paixão continua acesa, dando preferência aos ralis de terra. Um facto que comprova esta minha “maluqueira” por ralis é o de nos dois últimos anos ter-me deslocado de Lisboa para São Miguel de forma a poder ver o rali, sendo que este ano tive a oportunidade de cobrir a prova a nível oficial aqui para o site. Outro facto que reforça esta minha “maluqueira” são as mais de 120 miniaturas de carros de rali que tenho em casa.

O colombiano ficou em 3.º em dois mundiais Fonte: f1.wikia.com
O colombiano ficou em 3.º em dois mundiais
Fonte: f1.wikia.com

A F1 também apareceu cedo na minha vida, ainda no tempo em que a RTP1 transmitia. Comecei a acompanhar a modalidade por influência do meu pai, tendo um piloto em especial marcado a minha visão da F1 – falo de Juan Pablo Montoya que correu entre 2001 e 2006 na categoria estando agora na Indy Car ou F1 americana, como eu chamava quando era mais novo. Curiosamente, o grande campeão Michael Schumacher nunca foi um piloto do qual gostasse muito, talvez por correr numa equipa vermelha.

E vocês, caros leitores, quais as vossas modalidades preferidas dentro dos desportos motorizados?

Por fim, importa destacar a fantástica imprensa portuguesa, que quando há provas de ralis mundiais ou europeias mal dão destaque, mas hoje, que infelizmente houve um acidente que provocou mortes, até diretos no local já teve. A lamentar:  as mortes e esta busca por sangue por parte dos meios de comunicação social.

Um problema à direita

cab seleçao nacional portugal

Numa altura em que todos os pretextos são suficientes para se falar em renovações e mudanças de jogadores, Paulo Bento entra numa fase crítica do seu trabalho enquanto selecionador nacional de Portugal. Com um leque de opções cada vez mais reduzido – umas por envelhecimento dos jogadores, outras por divergências com o treinador – são cada vez maiores as dores de cabeça do treinador para formar um 11 verdadeiramente competitivo e capaz.

De entre as mais variadas críticas às opções de Paulo Bento, aquelas que me têm parecido ter ganho maior relevância nos últimos tempos são as ausências de Adrien e Quaresma das escolhas iniciais da equipa. Estas opções são, obviamente, discutíveis, mas estão longe de serem decisivas para o sucesso/insucesso da equipa. Isto porque tanto uma como a outra posição têm opções com qualidade suficiente para existir este tipo de opções do treinador. Sem recorrer a qualquer auxílio na Internet, lembro-me, de cabeça, de nomes como André Gomes (que é o atual detentor do lugar), João Mário, Rúben Amorim (lesionado), Rafa, Raúl Meireles ou mesmo Marcos Lopes, que podem atuar no lugar do jovem jogador leonino. Pela parte de Quaresma, há, de facto, menos qualidade, mas nomes como Bruma, Vieirinha, Varela, Ricardo Horta e os titulares, Ronaldo e Nani, garantem alguma qualidade ao posto.

Claro que, pela minha parte, eu seria o primeiro a defender a inclusão destes dois jogadores nos convocados habituais de Paulo Bento. Mas o que quero com isto dizer é que estas não são as situações de maior urgência na nossa seleção. O maior problema está lá mais atrás. E se há uns tempos, até Fábio Coentrão aparecer, Portugal tinha uma lacuna no lado esquerdo, agora tem outra do lado direito. Portanto, Paulo Bento e portugueses em geral: temos um enorme problema do lado direito. Não há quem tenha qualidade suficiente para assegurar a estabilidade daquele posto de forma segura para os próximos. Duvidam? Então vamos analisar.

João Pereira é o elo mais fraco da Seleção Portuguesa Fonte: topmercato.com
João Pereira é o elo mais fraco da Seleção Portuguesa
Fonte: topmercato.com

O atual detentor do lugar, João Pereira, está debaixo de fogo. E com clara justificação. João Pereira tornou-se, à vista de todos, no elo mais fraco da defesa por todos os erros que tem acumulado, desde que Paulo Bento lhe deu a titularidade, no início do seu trabalho. O lateral do Valencia tem vindo a perder todas as virtudes que, em tempos, o fizeram parecer um jogador aceitável para as ambições de uma equipa como a de Portugal. No entanto, com o passar do tempo, tem regredido a olhos vistos e transformou-se num lateral inseguro, que não tem capacidade para fechar a sua zona e recuar no terreno nos tempos corretos. Para além disto, nem no capítulo ofensivo – que até seria a sua melhor qualidade – tem conseguido compensar as suas debilidades defensivas. Tornou-se um desastre cada vez maior no capítulo do passe, já que raramente consegue acertar uma tabela, e a sua taxa de cruzamento de sucesso, arrisco eu, deve ter tido uma redução de mais de 50% nos últimos tempos. João Pereira é o reflexo do desgaste desta seleção e o nome que mais próximo deve estar de perder a titularidade com Paulo Bento. O problema, no entanto, são as (quase nulas) opções que o selecionador nacional tem, nesta altura, para o seu lugar.

Olhando para os nomes que, neste momento, estão na pole position para o lugar, consigo apenas encontrar um com capacidade para se elevar ao nível dos seus parceiros na defesa, sem que se notem diferenças desmedidas ao nível da qualidade: falo de Sílvio, que, infelizmente, continua a recuperar de lesão. O lateral de 26 anos, depois de Fábio Coentrão, é o melhor lateral português e a escolha natural para o posto. Rápido, seguro a defender, com uma técnica aprimorada para um jogador que ocupe as zonas mais recuadas do terreno e capaz de gerar grandes desequilíbrios a nível ofensivo. Não tenho dúvidas de que, quando recuperar, é o natural titular do lado direito português. Mas, enquanto tal não se sucede, o problema mantém-se. Olhando para os sub-21, está Ricardo Esgaio. Uma carta fora do baralho, dado que é um jogador inferior a João Pereira, tanto a defender como a atacar. Depois, poderia haver Miguel Lopes, se não estivesse arredado dos titulares no Sporting. A meu ver, depois de Sílvio, até poderia ser a melhor escolha para o posto. É um lateral experiente, com rotinas e que consegue balancear muito bem as suas investidas ao ataque com as suas responsabilidades defensivas. Tem técnica, mas decide muito mal. E, como já referi, não joga, nem vai jogar tão cedo, logo é também carta fora do baralho.

Sílvio seria a melhor opção para o lado direito de Portugal Fonte: wikimedia.org
Sílvio seria a melhor opção para o lado direito de Portugal
Fonte: wikimedia.org

Sobram Cédric Soares e André Almeida. O primeiro é o titular do Sporting e o segundo é pau para toda a obra no Benfica de Jesus. Por uma lógica comum de apostar no jogador que tem disputado mais partidas, a escolha recairia sempre em Cédric. Mas, na seleção, para além dos jogos, temos de olhar para outros fatores. E a qualidade é um deles. Cédric é um jogador dotado tecnicamente, capaz de conseguir boas investidas na zona mais ofensiva do terreno, mas que revela enormes debilidades a nível defensivo. É um jogador pouco seguro das suas ações e que, por norma, concede muito espaço ao seu opositor direto para ganhar terreno na lateral. Tem poucas noções do seu espaço enquanto defesa e a admiração que tem ganho nos últimos meses é única e simplesmente fruto da sua capacidade técnica, que disfarça todas estas componentes. Um pouco à imagem de João Cancelo – de quem até nem falei aqui –, que deslumbrou os críticos no início, mas que, pouco a pouco, foi demonstrando que era mais vocacionado para atacar do que para defender.

E como, nesta altura, Portugal necessita de maior segurança defensiva para o posto, e dado que Sílvio e Miguel Lopes estão indisponíveis, sobra apenas André Almeida. Parecerá mentira, mas o facto é que, atualmente, a melhor solução para o lado direito da nossa defesa é um médio de raiz. Pessoalmente, acho André Almeida um bom trinco – veja-se o bom jogo que fez contra o Sporting, por exemplo – e um competente lateral direito. Peca por não ser o protótipo de um jogador favorito do adepto comum, com uma técnica apurada, que faça arrancadas atrás de arrancadas. André Almeida não é um jogador tecnicista, mas corresponde a tudo aquilo que um treinador pode querer: é seguro, valoriza o espírito de equipa, poucas vezes erra e/ou inventa e não descura, em momento algum, as suas funções táticas básicas em campo. Não é um “lateral” ofensivo, mas confere estabilidade à equipa. E Portugal bem precisa disso. Para Paulo Bento, André Almeida seria a melhor opção para o momento. Por questões de segurança e para garantir que não surgem mais agravantes com a titularidade de João Pereira.

Kagawa: O Bom Filho a Casa Torna

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Shinji Kagawa está de volta ao sítio onde foi mais feliz. Pouco utilizado em Old Trafford, o jogador de 25 anos saiu de uma maneira que nunca se vaticinaria.
Depois das fantásticas épocas de amarelo e preto, o japonês não foi capaz de dar continuidade às boas exibições que levaram o United a contratá-lo.

Em Terras de Sua Majestade nunca conseguiu mostrar os argumentos que evidenciou aquando da sua passagem pelo Dortmund e isso deve-se muito à incapacidade dos treinadores – tanto Ferguson como Moyes – de entenderem que o seu talento seria exponenciado ao máximo no meio e não nas alas. A concorrência não ajudou e jogadores como Rooney e Mata foram-no empurrando para as laterais. A entrada de Van Gaal não trouxe nada de novo a Kagawa e este acabou por dar o melhor rumo à sua carreira: Signal Iduna Park. O japonês, que tinha custado 15 milhões aos cofres do United, foi “devolvido” por 8 milhões.

Kagawa regressa ao clube onde foi mais feliz  Fonte: dailyfootballnews.org
Kagawa regressa ao clube onde foi mais feliz
Fonte: dailyfootballnews.org

Quem rejubila com a chegada do nipónico é Jürgen Klopp, que vê o número de opções a crescer e as possibilidades de voltar a ser campeão a aumentar, mesmo tendo em conta que o Bayern continua a ser o natural favorito.

Juntar Kagawa, Reus, Hummels e Mkhitaryan é garante de espectáculo e resultados. O arménio deverá ser o “sacrificado” e passará a ter funções mais defensivas para libertar o japonês e deixá-lo soltar todo o talento que se lhe reconhece, mostrando as suas características mais fortes: visão de jogo, técnica acima da média e grande capacidade de decisão.

Os fervorosos adeptos do Dortmund já devem estar expectantes pela entrada de Kagawa no onze e, tal como eles, espero ver o nipónico a voltar ao nível que o elevou a um dos melhores jogadores da Bundesliga.

Depois do doping, o triunfo do US Open. A história de Marin Čilić

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cab ténis
A história de Marin Čilić, tenista croata, é digna de um livro. Depois de no ano passado ter sido suspenso após controlo um anti-doping em que acusou positivo, este ano o pupilo de Goran Ivanisevic, ex-vencedor de Wimbledon, conquistou o US Open sobre Kei Nishikori. O croata venceu o japonês por triplo 6-3, conquistando assim o primeiro troféu do Grand Slam, num US Open que não contou com um dos big four (Djokovic, Federer, Nadal ou Murray) no encontro decisivo.

Marin Čilić até iniciou a partida com pontos de quebra do seu serviço, mas acabou por dar a volta “ao texto” e conseguir quebrar o tenista japonês de forma a vencer a primeira partida por 6-3, distanciando-se a partir do 3-2. Na verdade, a história dos parciais não diferem muito uns dos outros. Aliás, o resultado é a prova máxima disso: no segundo set, Čilić quebrou do serviço do japonês no terceiro jogo e a partir daí foi gerindo a vantagem de forma a conquistar mais um parcial.
Na terceira partida, aquela que viria a ser a última, o ponto de break a surgiu ao quarto jogo e foi aproveitado pelo croata, que mais uma vez foi gerindo a vantagem até conseguir conquistar o ponto decisivo que o fez deitar-se no Arthur Ashe Stadium para celebrar a conquista do seu primeiro titulo do Grand Slam.

Marin Cilic com o troféu do US Open 2014 Fonte: The Telegraph
Marin Cilic com o troféu do US Open 2014
Fonte: The Telegraph

Marin Čilić tinha atingido o topo da sua carreira no ano de 2010 quando chegou ao 9º lugar do ranking mundial do ATP e a partir daí encontrou poucas vezes o caminho do sucesso, numa história que culminaria com a suspensão por controlo anti-doping positivo, em Munique, embora tenha ainda disputado o torneio de Wimbledon.

O croata pegou noutro croata, Goran Ivanisevic – até ao momento o único tenista que após ter recebido um wild-card (convite) conseguiu conquistar um torneio do Grand Slam -, que deixou o circuito de veteranos para o acompanhar e um ano depois os resultados estão à vista, com a conquista da edição de 2014 do US Open.

Regressando ao jogo, na verdade o japonês Kei Nishikori nem sequer jogou mal. Marin Čilić é que jogou muito bem. O croata distribuiu “pancada” de fundo de corte e foi assertivo na rede, matando assim por completo quaisquer hipóteses que Nishikori fosse criando. E o japonês, que até esteve para nem disputar o torneio, pode sair bem satisfeito com o facto de ter atingido a final deste US Open.

Para já, e após este último Grand Slam da temporada, Kei Nishikori ocupa o 8º lugar do ranking mundial e Marin Čilić o 12º, subindo três e quatro lugares, respectivamente. Na corrida aos Masters de Londres, o japonês ocupa o 5º lugar e o croata o 11º.

Preciso de ti, meu Porto

amarazul

Já mo disseram, e eu próprio já me mentalizei disso mesmo mas continuo a cair no mesmo erro. Todos os meses vejo a selecção a jogar e a sensação não é outra. Portugal joga (mal!), empata, perde. Também ganha (é raro…) e às vezes a jogar bem (ainda mais raro…).

Se fosse o meu Porto a jogar tudo seria diferente. O ritmo, o ânimo, o resultado, as reacções. Os jornais desportivos não teriam também de desperdiçar capas com prestações tão vergonhosas quanto esta. Vergonhosa, como destacam e bem. Se fosse o meu Porto a jogar assistiríamos a um espectáculo de magia, um verdadeiro show.

O problema, lá está, é este. Sempre este. Pelas ausências criadas no plantel, pela paragem no campeonato e perda de ritmo. E para quê?, começo eu a perguntar-me. Para ver uma selecção de segundo – perdão, quinto – escalão vir ao nosso país conquistar o resultado da história. Durante esses noventa minutos poderia estar a jogar o meu Porto, o nosso Porto. Poderia estar a jogar-se futebol.

E por isso preciso de ti, meu Porto. Tu não me desiludes. Preciso que voltes, bem rapidamente, e nos faças esquecer tudo isto. Vem sem medos e confiante como sempre nos habituaste. Vem para vencer, para deixar pelo caminho todos aqueles que à tua frente se atrevam a passar.

Vem, simplesmente vem.

A importância dos primeiros tira-teimas

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eternamocidade

O início de temporada do F.C. Porto trouxe 5 vitórias em 5 jogos e sobretudo uma coesão defensiva como há muito tempo não se via no Dragão. Mais do que os craques que o plantel coleciona do meio campo para a frente, aquilo que tenho gostado mais nestes primeiros jogos é a consistência que o quarteto defensivo composto por Danilo, Maicon, Indi e A. Sandro já demonstram após tão pouco tempo de Lopetegui à frente dos destinos da equipa. Contra o Moreirense, a ideia de posse de bola exaustiva manteve-se, com o F.C. Porto a demonstrar muitas dificuldades no primeiro tempo para furar a muralha defensiva contrária, muito em virtude da pouca profundidade que Adrián López demonstrava. No meio campo, a coexistência de Oliver e Brahimi não parece ainda consolidada. Com tanta magia nos pés do espanhol e do argelino, faltou alguém que desse outra capacidade física e que fosse mais capaz de apoiar Casemiro na primeira fase de construção ofensiva. Por isso mesmo, parece cada vez mais óbvia a importância de Herrera e a constante utilização de Evandro nesta altura da temporada. Numa posição fulcral como a posição 8, o FC Porto precisa, com este estilo de jogo, de um jogador que mesmo tendo menos recorte técnico seja um verdadeiro box-to-box.

No ataque, continuam os problemas em criar verdadeiras situações de golo – bem sei que para ganhar até pode bastar ter apenas uma oportunidade, mas admito que já esperava um futebol mais acutilante no último terço do terreno. Mesmo com Brahimi e Oliver Torres no onze, continua a faltar presença na área, com Jackson Martinez a ser alvo único das arrancadas de Danilo e Alex Sandro. Em jogos como o do último domingo, contra equipas predominantemente defensivas, é necessária mais presença na área adversária ou então esperar que, à semelhança do que tem acontecido neste início de época, Jackson Martinez resolva. Todos sabemos da enorme qualidade do colombiano – um jogador extremamente regular e eficaz – mas numa equipa com tantos jogadores de valor superlativo (Brahimi, Herrera, Oliver, Quaresma, Tello, Adrián, Quintero, Aboubakar, etc.), é arriscado basear apenas em Jackson a exigência de colocar a bola nas redes adversárias. A ideia que fica dos cinco jogos já realizados é que este F.C. Porto precisa de um adversário de qualidade superior para realmente testar os seus limites. Ao olhar para jogadores como Casemiro, Brahimi ou Oliver Torres, admito que questiono a capacidade destes atletas em puxarem dos galões e mostrarem que também sabem vestir o fato de macaco.

brahimi
Neste inicio de época, Brahimi tem estado em plano de destaque.
Fonte: fcporto.pt

O mês de Setembro traz, na minha opinião, os primeiros testes a sério para o FC Porto. Obviamente que o playoff da Liga dos Campeões trouxe uma equipa complicada como a do Lille, mas creio que as próximas semanas trarão obstáculos mais perigosos aos comandados de Lopetegui. Logo no dia 14, a deslocação a Guimarães surge como um verdadeiro perigo, num jogo contra um Vitória de Guimarães que se tem destacado como uma das principais revelações do campeonato até ao momento. A chegada da Liga dos Campeões, no dia 17, em casa, frente ao BATE Borisov, leva os portistas a estarem obrigados a vencer os bielorussos para mostrar desde logo o objetivo mínimo da equipa para esta competição. No fim-de-semana seguinte, o dérbi contra o Boavista perspetiva-se como o jogo teoricamente mais acessível neste ciclo de seis jogos, onde o clássico contra o Sporting, em Alvalade, a 27 de setembro, surge para muitos como o primeiro verdadeiro teste para os portistas. A deslocação a Lviv para defrontar o Shakhtar Donetsk e a receção ao Sp. Braga no primeiro fim-de-semana de Outubro completam o ramalhete de três semanas extremamente intensas para os portistas. O início da Liga dos Campeões e o duplo confronto com Sporting e Sp. Braga revelam-se como obstáculos de fogo para a equipa portista.

A dúvida que tenho é se com jogadores tecnicamente tão evoluídos poderá sobressair uma caraterística que é essencial para ganhar este tipo de jogos – a fibra. Em Alvalade e na Ucrânia, bem como no jogo com o Braga e em Guimarães, não é preciso só a magia de Brahimi, a extraordinária capacidade técnica de Oliver ou os golos de Jackson. Para além de todos esses predicados, é preciso ser uma equipa realista, uma equipa que compreenda que há momentos em que também pode ser dominada. É que o smoking só serve para ganhar jogos. O fato de macaco serve, na maioria das vezes, para ganhar títulos.