É hora de assumir o comando, Benfica. O dia de amanhã poderá ser um dos mais marcantes da época. Espero, por isso, que o seja e que daqui a uns meses o recorde com muita emoção e alegria. Aquilo que estou a dizer pode parecer descabido e exagerado, mas o jogo de amanhã frente ao Rio Ave é de uma importância considerável. A derrota de hoje do F.C.Porto faz com que, em caso de vitória, o Benfica assuma a liderança do Campeonato. Resta saber se será partilhada com o Sporting ou não. Ainda assim, comandar a tabela neste momento tem tudo para beneficiar a nossa equipa, que poderá ganhar um ânimo extra e uma dose de motivação que nos faça rumar ao título.
Para que este cenário se concretize é preciso ir buscar os três pontos a um campo historicamente difícil para os adversários. É certo que, nesta temporada, o Estádio dos Arcos não se tem assumido como a fortaleza de um Rio Ave que ainda só venceu um jogo em casa e perdeu quatro. Contudo, ir jogar a Vila do Conde nunca será tarefa fácil e todos os cuidados são poucos para uma equipa que conta com jogadores de inegável talento, como são Ukra, Tarantini ou Diego Lopes.
O duelo será duro e disputado, mas, como é natural, exige-se ao Benfica a vitória e consequente subida ao primeiro posto da tabela. O jogo de amanhã é um daqueles em que não se pode vacilar e em que o único resultado aceitável é a vitória. É certo que no nosso clube essa lógica é imperial, mas para este jogo a mesma acresce. Por termos a possibilidade de comandar o campeonato pela primeira vez esta época, mas sobretudo por dispormos da hipótese de nunca mais a largar e arrecadar o título nacional. Para qualquer equipa o facto de liderar uma competição traz uma motivação fundamental para o grupo e para a massa adepta. Podemos passar a ser o alvo a abater, aquela equipa que qualquer adversário quer derrotar. Ou podemos ganhar uma dose adicional de pressão. Mas um clube como o Benfica sempre viveu e viverá com isso e tem de saber lidar perfeitamente com tais vicissitudes.
Vitória em Vila do Conde garante liderança Fonte: Record
Para concluir, reforço a relevância do jogo de amanhã para aquilo que será o resto da temporada. A vitória de amanhã poderá ser o início de um caminho glorioso para a equipa e por isso não a podemos deixar escapar. É crucial que façamos um bom jogo, com a consistência e dinâmica necessária para arrecadar os três pontos e saltar para o primeiro lugar, aquele nos deve pertencer sempre. Depois é aguentar a pressão de sermos primeiros e, de uma vez por todas, não deixarmos escapar a liderança. Quem está na frente e comanda deve fazer de tudo para não perder essa posição e focar-se exclusivamente nesse objectivo. Nem que para isso tenhamos de abdicar de lutar por um título europeu. A este Benfica pede-se que ganhe sempre, mas implora-se pelo título de campeão nacional e esse terá de ser sempre objectivo número um do clube. Amanhã poderemos ser primeiros e nunca mais deixar de o ser. Tem isso presente, meu querido Benfica.
Desde que Bruno de Carvalho irrompeu no universo leonino que me identifico com as ideias – e ideais – que advoga. Quando concorreu, pela primeira vez, à presidência do Sporting Clube de Portugal não hesitei em declarar que aquele seria o candidato que apoiaria. O empresário representava o corte inexorável com duas décadas de erros atrozes e derrotas desonrosas com consequências funestas para o clube de Alvalade. Porém, por entre votos escondidos, contagens e recontagens de votos, e outras trapaças, Godinho Lopes venceu as eleições de 2011. A esperança legítima de que, finalmente, o Sporting tomaria rumo diferente esbateu-se. Até Março de 2013.
O mandato de Godinho Lopes pautou-se pelo extremismo aplicado em muitas decisões. Desde as contratações em catapulta até à parada de treinadores que orientaram o Sporting durante o período do mandato do engenheiro. O entusiasmo inicial da massa adepta conjugado com o bom nível exibicional da equipa fizeram crer que os leões haviam encontrado um timoneiro à altura. Mas a época transacta foi o perfeito espelho da política errónea de Godinho.
Bruno Carvalho tem demonstrado ser um Presidente diferente dos antecessores / Fonte: Público
Em Março passado, Bruno Carvalho venceu as eleições para Presidente do Sporting Clube de Portugal, derrotando José Couceiro e Carlos Severino. Desde o primeiro minuto, foi perceptível a diferença entre o agora Presidente e os seus antecessores. O fundador da Fundação Aragão Pinto encetou esforços para reduzir a despesa leonina, seja em jogadores, seja em funcionários, não se aventurou no sempre tentador defeso e passou a ocupar um lugar no banco de suplentes. Medidas louváveis. Paralelamente, os resultados no relvado são deveras positivos.
No que toca à forma como se posiciona no panorama futebolístico português, Bruno Carvalho assume, igualmente, uma postura peculiar, ainda que nem sempre correcta. As recentes declarações , feitas à margem de um encontro de sportinguistas, revelam um exagero desmedido. Bruno de Carvalho não necessita de picardias para demonstrar ser um bom presidente. Pessoalmente, repugno o que disse acerca do vermelho da bandeira portuguesa. Associar o valor cromático da bandeira à cor do clube rival é uma “piada” desnecessária e de um garoto de cinco anos. O vermelho presente na bandeira simboliza o sangue derramado pelos portugueses nas inúmeras batalhas que travaram ao longo de séculos. A cor do clube do Colombo nada interfere nisto.
Continuo a ter a mesma ideia de Bruno Carvalho: homem sério, competente e com um coração marcadamente sportinguista. Todavia, a minha admiração por ele não me impede de o criticar quando acho pertinente. Este é um desses casos.
Conhecido pela sua postura irreverente, frontal e polémica, José Mourinho tem sido decisivo nos clubes por onde passa, não só pelas variadas conquistas, mas também pelo impacto que a sua figura tem nas estruturas do futebol.
O técnico português ganha uma notoriedade que se sobrepõe à do próprio clube onde trabalha, seja em Portugal, Inglaterra, Itália ou Espanha. O Special One logrou conquistar a Liga Inglesa por um clube que já não vencia a competição há cinquenta anos, venceu campeonato e Liga dos Campeões no Porto e no Inter e foi ainda capaz de bater o histórico Barça de Guardiola, ao vencer a Liga Espanhola na temporada 2011/2012. Ao todo são já vinte os títulos conquistados por Mourinho enquanto treinador.
Mas, se é um sonho para os adeptos tê-lo no clube (a maior parte dos do Real Madrid constituem a excepção), a verdade é que se torna um pesadelo vê-lo partir para outras paragens. A ressaca pós-Mourinho é particularmente visível em Milão, onde o Inter nunca mais conseguiu ser o mesmo após a saída do técnico português.
A final da Champions frente ao Bayern em Madrid foi o último jogo de Mourinho no banco do Inter. Conquistou a competição, festejou no relvado, mas não seguiu com a comitiva de regresso ao Norte de Itália para festejar com os inúmeros tiffosi que inundaram as ruas milanesas. O abraço de Mourinho a Materazzi, já no exterior do Barnabéu, em que ambos se desmancham em lágrimas, foi o ponto de partida para um deserto de títulos e bons resultados para os nerazzurri.
Mourinho erguendo o troféu da Liga dos Campeões perante os seus jogadores / Fonte: espnfc.com
Desde aí, o Inter terminou os campeonatos em segundo, sexto e nono, num percurso em que participaram cinco treinadores. É verdade que da equipa de Mourinho muitos jogadores saíram, mas muito dinheiro foi gasto em contratações falhadas. Ver o histórico Zanetti capitanear uma equipa que termina em nono é particularmente chocante.
Falhadas as passagens de Gasperini, Leonardo, Ranieri, Benítez e Stramaccioni, Moratti apostou esta temporada em Walter Mazzarri para orientar a sua equipa. Técnico experiente de cinquenta e dois anos, fez quatro épocas excelentes no Nápoles e é a esperança dos tiffosi nerazzurri para acabar com o trauma pós-Mourinho.
Para já, a equipa está no quarto lugar, a apenas dois pontos de um lugar de Liga dos Campeões, mas já a oito pontos da líder Juventus. Sinal positivo é o facto de a equipa ainda não ter perdido fora de portas e só ter mesmo uma derrota em treze jornadas já disputadas. Bons sinais também a nível ofensivo, uma vez que o Inter é a equipa com mais golos na prova. O esquema, em 3-5-1-1, explora a velocidade das laterais – de jogadores como Nagatomo e Álvaro Pereira -, aliando a isso um meio-campo musculado onde Cambiasso continua a ter um papel fundamental. Na frente, os argentinos Palacio, Icardi e Milito lutam por um posto à frente de Guarin.
Cambiasso cumpre a décima primeira época no Inter / Fonte: focuscalcio.it
Os sinais vindos de San Siro dão conta de uma equipa mais coesa e aparentemente mais fiável. Veremos se Mazzarri terá a capacidade para a fazer crescer e a levar para patamares mais altos, fazendo esquecer de uma vez por todas o fantasma Mourinho, que ainda paira em Milão.
Marcado por mais um feito português, esta semana o surfista Frederico “Kikas” Morais deixou novamente a sua marca, mas desta vez em mar havaiano. Na prova em que o surfista taitiano, Michel Bourez, saiu vencedor, o surfista da Praia Grande foi eliminado logo no primeiro heat da primeira etapa do Vans Triple Crown, em Haleiwa. Mas nem os melhores surfistas do mundo nem as ondas havaianas intimidaram Kikas. Apesar da derrota, o campeão nacional também estava inscrito na segunda etapa em Sunset Beach para limpar tudo e todos – quais campeões ou ex-campeões mundiais! O surfista da Praia Grande apanhou no primeiro heat a lenda e campeão mundial de 2000 que por acaso tinha apanhado uns dias antes na primeira prova. Mas agora tudo mudou… Com ondas a rondar o metro e meio, Kikas somou um 7.50 ao seu 6.50, dando assim um total de 14 pontos em 20 pontos possíveis. Deste modo assegurou o 1º lugar na bateria, o que lhe permitiu passar à ronda seguinte. Em 2º lugar e também se qualificado para a próxima ronda ficou Joshua Moniz (11,24 pontos). Em 3º e 4º lugar e directamente eliminados ficaram Messias Felix e Sunny Garcia, respectivamente.
Junto a este português estava também o luso-germânico Nicolau Von Rup. Infelizmente o surfista, que agora também representa Portugal, não conseguiu ficar num dos dois primeiros lugares da bateria, saindo assim eliminado da competição.
Este fim-de-semana terminou o Circuito O’Neill Junior Caparica Tour 2013 e o principal destaque foi para Francisco Cabim e Inês Bispo, que foram os primeiros vencedores do Circuito regional junior (sub 20), uma vez que este foi o primeiro ano em que um circuito destes se realizou no nosso país.
Num evento que é constituído por três etapas, esta foi a última e o vencedor da mesma foi Luis Perloiro, que, apesar do 1º lugar, não se conseguiu sagrar campeão. Em segundo lugar ficou o jovem Aran Strong, e logo atrás ficaram Francisco Cabim e Henrique Pyrrait. Apesar de o surfista da Costa da Caparica ter ficado em 3º lugar, conseguiu pontos suficientes para somar aos das duas primeiras etapas, conseguindo ficar em 1º lugar no fim do Circuito.
Nas raparigas, a vencedora da etapa foi Beatriz Lafuente, que, ainda assim, não conseguiu sagrar-se campeã nacional. Inês Bispo, que ficou em 2º lugar, tornou-se a grande campeã, uma vez que a soma total dos pontos das três etapas foi superior à de Lafuente.
O alemão obriga-me a falar sobre ele novamente. Este final de época de Vettel é brilhante, foram nove vitórias consecutivas e 13 vitórias nas 19 corridas da temporada. Um recorde, ou melhor, um recorde igualado, já que Michael Schumacher já tinha conseguido 13 vitórias em 2004.
Um registo brilhante, sem dúvida, que o coloca como o quarto piloto com mais vitórias de sempre na F1. O alemão venceu 39 vezes em 120 Grandes Prémios (GP), o que corresponde a 32% de vitórias.
O próximo ano vai ser muito importante para a F1, devido às mudanças de que já falei aqui, e caso a Red Bull mantenha toda a sua qualidade, que já mostra há quatro/cinco temporadas, Vettel pode igualar mais um feito do seu compatriota, Schumacher, com cinco títulos seguidos. Para mim, é precisamente isto que vai acontecer, desde que a equipa continue competitiva, tal como disse anteriormente.
Por que razão digo isso com tanta convicção? Porque simplesmente ele é o melhor piloto da actualidade, quer se queira quer não. A maioria das pessoas não gosta dele por não ser tão emotivo como a maior parte dos pilotos, mas as vitórias provam quem é o melhor. Se não deixa de ser verdade que tem um dos melhores carros, se não mesmo o melhor, também é verdade que o seu companheiro de equipa nunca conseguiu vencer este ano e que, em 19 corridas, apenas por uma vez ficou à sua frente, facto que se deveu à desistência de Vettel.
É precisamente sobre o companheiro de Vettel que vou falar agora. Mark Webber acabou a carreira como piloto de F1, mudando-se para o Mundial de Endurance com a Porsche.
O último pódio de Webber (2º lugar Brasil 2013) Fonte: autosport.pt
Webber sempre foi um dos meus pilotos favoritos, mas sinceramente não sei explicar a razão; afinal, nunca foi campeão do mundo e, em 12 temporadas, apenas conseguiu nove vitórias, todas na Red Bull, equipa em que esteve entre 2007 e 2013. Foi precisamente na formação austríaca que teve as suas melhores temporadas, terminando por três vezes em terceiro lugar no campeonato, uma delas este ano (as outras foram 2010 e 2011).
Um piloto que vai deixar saudades, pelo menos a mim.
Neymar foi a contratação mais sonante do Barcelona no último verão e fez crescer o entusiasmo à volta do clube catalão. Porquê!? Porque Neymar não é o típico jogador de equipa. É um jogador de desequilíbrios, de fintas, de perder a bola só porque sim. O estilo do Barcelona privilegia o controlo da redondinha; o jogo de equipa faz parte do ADN do clube e apenas esporadicamente “permite” ações individuais – essencialmente a Messi e Alexis Sánchez.
Com a entrada do internacional brasileiro, é natural que os adeptos do futebol esperem um Barcelona menos controlador e, por oposição, que favoreça as capacidades individuais dos jogadores mais técnicos presentes na equipa. Neymar faz parte desse lote. É um jogador soberbo (nos dois sentidos da palavra) e é um crime retirar-lhe a irreverência e a fantasia do seu futebol. Neymar tem de ter liberdade para errar porque, acreditem, vão ser tantas as vezes em que ele vai limpar quatro ou cinco adversários e marcar golo que todo esse espetáculo compensará uma ou outra perda de bola.
A verdade é que eu sou suspeito. O futebol do Barcelona não me fascina de todo, mas tenho obrigatoriamente de reconhecer a gigantesca qualidade e competitividade demonstradas nos últimos anos. Somente um “Special One Mourinho” e também um “super Bayern Munich” foram capazes de abanar os alicerces catalães.
No entanto, mesmo com o novo treinador, Tata Martino, o estilo de jogo manteve-se e Neymar teve necessariamente de se adaptar ao estilo do Barcelona. A lógica diz que é assim que deve ser… mas o talento de Neymar não é lógico.
Neymar felicita Messi / Fonte: www.imguol.com
Partindo para os números: Neymar fez até ao momento 19 jogos pelo Barcelona, distribuídos pela Liga Espanhola, Copa Del Rey e Liga dos Campeões. No total, o brasileiro tem cinco golos e nove assistências. Até aqui podemos verificar uma tendência para a “coletivização” de Neymar. Atenção: não considero más as estatísticas do avançado, principalmente para quem acabou de chegar ao futebol europeu; elas servem apenas como prova de que o talento puro do brasileiro tem sido ligeiramente repelido.
Por outro lado, é preciso compreender que ser colega de Messi, Xavi, Iniesta ou Busquets tem, apesar dos mais variados fatores positivos, um lado negativo; é certo que qualquer que avançado que tenha Iniesta como companheiro sabe que a probabilidade de fazer golos sobe a pique. Todavia, os jogadores do Barcelona que referi têm um prestígio colossal e fazem parte da geração de ouro do clube espanhol. Neymar tem obrigatoriamente de respeitar a hierarquia do Barcelona. Esse fator pode, evidentemente, intimidar a vontade natural das pernas do brasileiro.
Para além disso, Neymar já era uma super-estrela antes de emigrar para a Europa. Chegar a um clube que ganhou tudo o que havia para ganhar na última década e que tem grande parte dos últimos campeões europeus e do mundo é uma pressão muito grande para quem já tem de justificar o colossal investimento feito pelo Barcelona – 50 milhões de euros foram os números avançados.
Dribles: uma imagem de marca de Neymar / Fonte: www.gizabest,com
Eu não acho que o Barcelona tenha de mudar integralmente o seu estilo de jogo, nem penso que isso fosse um benefício neste momento. Porém, o Barcelona já não é a mesma equipa imbatível, já não transmite a sensação de implacabilidade que perdurou ao longo de todos estes anos – vejam a derrota na terça-feira passada frente ao Ajax por 2-1, para a Liga dos Campeões.
Na minha ótica existem duas certezas: a primeira é a de que qualquer clube precisa de um jogador como Neymar e a segunda é a de que Neymar necessita de autonomia para exibir o seu futebol. Obviamente que o internacional brasileiro deve jogar em equipa e o coletivo é indispensável para ser bem-sucedido a todos os níveis. Cabe então ao Barcelona vislumbrar se o futuro passa por realizar uma reforma do “tiki-taka” ou se é hora de atenuar essa posse de bola quase obsessiva. Não sei até que ponto Neymar pode marcar o fim de uma geração e demarcar o início de outra.
A verdade é que o Barcelona vai ganhando e efectuando boas exibições. Falta saber até quando Neymar vai aguentar essa “detenção” do seu individualismo inerente e protagonizar uma “revolução” no seio do tão reservado balneário catalão.
Desafiarem-me a escrever sobre o meu clube seria, em qualquer altura, um prazer. Porém, neste momento, revela-se, em igual medida, angustiante.
Olho para este Porto versão 2013/2014 e vejo uma manta de retalhos. As questões amontoam-se; tantos são os equívocos, tamanhos são os erros que, seguramente, uma bela colectânea de artigos não chegaria para analisar e deslindar tudo o que (de mau) vai acontecendo no reino do Dragão.
Ainda assim, proponho-me a tal, começando por tratar de algo que me parece evidente: Lucho González. Ou, se quiserem, o luxo que vamos desperdiçando.
Paulo Fonseca, líder incontestável em Pinhal Novo ou na Vila das Alves, do alto do apuramento conseguido para o Play-Off da Liga milionária com os ‘castores’ de Paços, decidiu replicar no Dragão – com a promessa de revitalizar o tri-campeão amorfo e sonolento de Vítor Pereira – o 4-2-3-1 que tanto sucesso lhe tinha garantido. Mais do que discutir um sistema táctico – que, per si, de pouco vale, diga-se –, a questão passa por perceber o que deseja, afinal, o Mister do núcleo central da equipa, exactamente aquele que de uma forma mais directa se propôs alterar.
Lucho e Fernando, dois símbolos do actual FC Porto. Fonte: dn.pt
Com um trinco como Fernando, ‘o Polvo’, e dispondo de um jogador com a classe, experiência, inteligência e visão de jogo de Lucho González, o problema passaria por saber quem assumiria o papel de intermediário entre estes dois. Castro? Defour? Herrera? Josué? O primeiro foi, mais uma vez, emprestado, por forma a ganhar a experiência e a maturidade de que, ano após a ano, continua a carecer, dizem; por já não haver Moutinho, o belga e o mexicano, pela lógica, discutiriam o lugar, havendo ainda o nome de Josué para baralhar as contas.
Ora, estamos em finais de Novembro, a Champions esvai-se por entre os dedos e a liderança do Campeonato é trémula. Ainda que os problemas da equipa azul e branca não se possam – infelizmente! – reduzir a este ponto, parece-me que a questão-chave pode passar por aqui.
No meio-campo que Fonseca vem idealizando, Fernando é indiscutível, Herrera e Defour alternam entre si e Lucho vive como uma uma ilha, a 20/30 metros destes dois. Perto da baliza (e de Jackson), longe do jogo.
Confesso, no início a ideia pareceu-me plausível: em processo ofensivo, El Comandante tem uma capacidade de último passe acima da média, sabe jogar ao primeiro toque, conserva uma capacidade finalizadora respeitável, é inteligente e, recebendo jogo, poderia funcionar como placa giratória, permitindo as combinações e tabelinhas com os extremos e laterais (e mesmo médios) surgidos desde trás.
Paulo Fonseca – mudar será um sinal de inteligência. Fonte: uefa.com
Contudo, tal esquema versão ‘Porto Fonseca’ defronta-se com um duplo problema: atrás, com Defour ou Herrera, não há ninguém que tenha capacidade para pegar no jogo, para construir organizada e pausadamente, para entender os momentos em que se deve temporizar, acelerar ou arriscar um passe que queime linhas e desorganize o adversário (em vez de somente lateralizar ou procurar a linha de passe 100% segura) ou, pelo menos, que se disponha a transportar bola, galgando metros, levando-a até ao argentino e permitindo o desequilíbrio, assumindo-se como um verdadeiro box-to-box (um comparativo: Dortmund e Real vivem em duplo pivot e sentem-se confortáveis com isso – com outra dimensão, é certo, Xabi Alonso e Bender assumem o jogo organizado desde trás; Khedira e Gundogan têm capacidade para, em transporte, queimar linhas e fazer a bola chegar mais à frente). Por outra, o ex-Marselha vive demasiado longe do núcleo central do campo, desligado, muitas vezes a par de Jackson (no último jogo frente ao Nacional, foi notório, em alguns momentos, a convivência na mesma linha), recebendo frequentemente a bola de costas e sem apoios. Descontando, claro está, o tempo em que anda desaparecido do jogo por, precisamente, não a receber.
A par desta situação, o esquema de Fonseca obriga a que Lucho seja o primeiro homem a pressionar perante a perda de bola (pressão essa frequentemente deficiente, dada a distância entre as linhas do meio-campo, justamente), não protegendo fisicamente aquele que, em condições normais, seria o cérebro da equipa e que, convenhamos, conta já com quase 33 anos.
«Sempre admirei Lucho Gonzalez», Paulo Fonseca. Fonte: reflexaoportista.pt
Perante este cenário, acredito que a solução para tornar o jogo do Porto mais fluído e escorreito, organizado e passível de criar mais problemas ao adversário, passa por recuar El Comandante para, junto de Fernando, dar forma ao duplo pivot de que (aparentemente) Fonseca não abdica. Com isto, Lucho passaria a estar ‘dentro’ do jogo, a encará-lo de frente, podendo, com a qualidade que Defour nunca terá e que Herrera ainda não tem, assumir as rédeas da equipa e fazê-la jogar.
Questão igualmente relevante seria a de, colateralmente, Quintero assumir o seu espaço nas costas de Jackson, vagabundeando por toda a frente atacante.
Acredito – e isto é realmente mera convicção pessoal – que, com posse de bola, os melhores momentos do Porto passar-se-iam em função de um meio-campo desenhado por Fernando (o guarda-costas); Lucho (a soltar-se do duplo pivot); Quintero (tendencialmente ao centro), com capacidade de explosão, drible curto e rápido, remate violento; e Josué (falso extremo à semelhança de James, vindo da direita em movimentos interiores), com inteligência de jogo e capacidade de passe, permitindo abrir espaços para Danilo fazer o que melhor sabe (surgir embalado desde trás) e com um extremo, do lado oposto, que ofereça largura e profundidade ao jogo da equipa
Talvez quando Fonseca perceber isto (e que não seja tarde de mais!), todos os males de que este Porto padece (mau planeamento do plantel, erros individuais em doses anormais, falta de punição para os reincidentes em erros, fraca organização defensiva, baixos índices de eficácia, substituições tardias, …) possam ser mais facilmente camufláveis e a crítica de que não se adaptou à realidade onde caiu seja, então, injusta. Até lá, porém, continuarei sem ser desmentido.
Começo a ficar sem condições para assistir a partidas do Sport Lisboa e Benfica. Não há nada que mais prazer me dê na vida, mas caramba! O meu sistema cardio-respiratório já conheceu melhores dias, e eu queria ver se ainda aguentava mais uns aninhos. É que não há jogo em que o Benfica não passe por apuros, não há jogo em que o Benfica não esteja a perder, não há jogo em que o Benfica não cometa falhas ridículas, não há jogo em que alguns jogadores do Benfica não se encontrem sob um visível estado de dormência.
E isto porquê? Pois, também gostaria de saber, mas mesmo assim penso que posso enumerar alguns possíveis factores para tão grande drama. A equipa do Benfica, notoriamente, ainda não apresenta grandes níveis de confiança. Jogadores como Lima e Rodrigo (apesar do golo na partida de ontem) parecem quase anestesiados; Markovic parece jogar num mundo encantado, completamente à parte dos restantes companheiros; Siqueira e Rúben Amorim passam mais tempo na enfermaria do que nos relvados. E depois…bem, e depois temos os já sobejamente conhecidos problemas nas bolas paradas defensivas, onde cada cruzamento para a área do Benfica se transforma numa agonia, para total desespero da nossa massa adepta.
Festa do golo em Bruxelas Fonte: Maisfutebol
Agora estão no direito de me perguntar o porquê de eu estar com este discurso um pouco catastrofista, depois de o meu querido clube ter conquistado uma importante vitória. Pois bem, cá vai a resposta: eu sou um adepto exigente, porque apoio incansavelmente um dos maiores clubes deste planeta, e por isso mesmo não concebo que o Benfica, que foi cabeça-de-série à partida para a presente edição da Liga dos Campeões, esteja com tanta dificuldade em passar aos oitavos-de-final, num grupo onde compete com esses papões chamados Anderlecht e Olympiakos.
E depois, lá está o tal lado sádico do Sport Lisboa e Benfica, que parece gostar de sofrer até ao último segundo. Seja contra quem for, seja em que estádio for, o sofrimento estará presente. Começo a ficar sem voz, começo a ficar sem ar, começo a bloquear mentalmente, começo a suar, começo a sentir um fraquejar do coração, começo a ficar nervoso uma semana antes de cada desafio deste clube tremendo.
Portanto, como tenho apenas 24 anos e como ainda te quero ver a ganhar muita coisa, peço-te, meu lindo Benfica: ganha, pelo menos, um jogo nos próximos tempos, por uma margem dilatada! Dá-me a oportunidade de poder sorrir enquanto te vejo jogar, dá-me a oportunidade de me poder deliciar ao ver-te jogar, dá-me a oportunidade de não temer um jogo teu defronte do Macedo de Cavaleiros. Os outros é que têm de sofrer, nós somos o Sport Lisboa e Benfica!
Ah, e para terminar, obrigado, caro Rodrigo! Quando eu pensava que o Hospital de Santa Maria seria o meu destino final na noite de ontem, eis que me mudaste as minhas previsões! E ainda bem que mas mudaste, porque eu tinha uma apresentação oral para fazer hoje, numa aula do curso de Jornalismo, e porque eu detesto quando o Benfica não ganha…
Após o primeiro particular frente às Flying Fijians, a Selecção Nacional de XV voltou a demonstrar que a aposta nos jogadores mais jovens, juntamente com os Lobos mais experientes, por parte do novo seleccionador Frederico Sousa tem sido certeira. No dia 15 de Novembro, os Lobos venceram a Selecção Brasileira por 68-0, marcando a história do rugby mundial, não só por ter sido o primeiro jogo entre estas duas equipas, mas também por terem alcançada a sua segunda maior vitória.
A equipa lusitana demonstrou uma atitude louvável de garra, mantendo o ritmo durante todo o jogo e conjugando a aposta nas novas gerações com a experiência e sabedoria dos Lobos com mais internacionalizações.
O atleta Vasco Uva foi homenageado por se ter tornado o jogador português com mais internacionalizações, ao disputar o seu 88º jogo internacional, tendo superado o jogador Joaquim Ferreira.
O primeiro ensaio surgiu logo no início da primeira parte e foi marcado por Gonçalo Uva, tendo sido convertido por Pedro Leal. Depois, foi tempo de António Duarte e Frederico Oliveira marcarem ensaio (convertidos por Pedro Leal) e de colocarem o resultado a 26-0 (com um ensaio de penalidade).
Na segunda parte, Gonçalo Foro demonstrou também a sua experiência na modalidade ao marcar dois ensaios. Rafael Simões, Vasco Uva e Julien Bardy marcaram o jogo com um ensaio de cada. Adérito Esteves fechou o resultado com uma jogada muito bem conseguida com Pedro Leal.
Pedro Leal marcou o jogo também com os seus 18 pontos, demonstrando que a sua experiência e sabedoria na modalidade se destacam, quer em Sevens, quer em XV.
No dia 23 de Novembro, foi tempo de defrontar o Canadá. No entanto, o último teste da janela internacional já não correu tão bem, tendo os Lobos perdido por 52-8.
Apesar da derrota, foi mais uma excelente oportunidade para o seleccionador colocar todos os 23 jogadores em campo, tendo o atleta Luís Portela, irmão do antigo internacional Miguel Portela, celebrado a sua primeira internacionalização.
Os pontos de Portugal foram conseguidos com uma penalidade por Pedro Leal e um ensaio por Pedro Bettencourt.
Depois de tanto debate em torno desta modalidade acerca da idade dos jogadores convocados para as Selecções – sendo que há quem defenda que investir em jogadores mais velhos é insistir em manter a equipa do Mundial de 2007 e não a renovar – é bom ver que o novo selecionador consegue conjugar da melhor forma a experiência que a nossa Selecção tem alcançado com a aposta em jogadores mais novos, mas que trazem também grandes resultados das Selecções dos escalões mais jovens.
Não é só o futebol que passa por um período de defeso. O ténis também o tem, e é por épocas do natal. Terminada a temporada tanto no circuito masculino como no feminino, alguns dos tenistas e das tenistas de top começam a anunciar a sua mudança de treinadores.
Roger Federer é o exemplo máximo destas alterações. O tenista suíço, actual nº6 do ranking ATP, dispensou Paul Annacone como seu técnico principal. Federer tinha escolhido o treinador responsável pela parte final da carreira de Pete Sampras para o orientar nesta fase mais avançada da sua carreira; no entanto, Federer continuará a jogar pelos court’s mundiais sem a companhia do técnico norte-americano.
Enquanto treinador de Roger Federer, Annacone ajudou o tenista a conquistar duas competições de final de temporada (o ATP World Tour Finals), bem como um título de Wimbledon, para além de ter feito com que o suíço regressasse ao topo do ranking mundial.
Pode-se concluir que foi uma relação frutífera e na verdade Paul Annacone está a protagonizar este período de defeso, visto não ter tido um único dia de descanso. O ex-nº12 ATP já está a orientar Sloane Stephens, uma talentosa tenista norte-americana, actual nº…12 do ranking feminino, e que este ano atingiu as meias-finais do Austrália Open. Tal como com Federer, Annacone estará à experiência antes de avançar para uma parceria a título definitivo.
Outro dos destaques desta pré-temporada tenística prende-se com Caroline Wozniacki, ex-nº1 mundial, que atingiu a final do US Open em 2009; deixou de ser orientada pelo seu pai, Piotr Wozniacki (numa relação parecida à de Michelle Brito com o seu pai), passando a ser agora treinada por Thomas Hogstedt, ex-tenista sueco e ex-treinador de Maria Sharapova, que viu a relação ser terminada após a derrota da russa frente a Michelle Larcher de Brito, na 2ªronda do grand slam de Wimbledon este ano. Curiosamente este encontro foi eleito pelo WTA (Associação Feminina de Ténis) como uma das maiores surpresas do ano.
João Sousa e o seu treinador, Frederico Marques Fonte: Wikipedia
Nesta época de defeso atarefada, só os portugueses parecem passar ao lado de todas estas mudanças. João Sousa continuará ligado a Frederico Marques, que o acompanhou neste ano fantástico, enquanto Gastão Elias deverá manter a sua ligação de longo termo com Jaime Oncins. Rui Machado continuará também, ao que tudo indica, a contar com a colaboração de André Lopes (agora em acumulação com o cargo de seleccionador nacional da Fed Cup), enquanto Frederico Gil continuará concentrado na sua recuperação. A “jovem estrela” Frederico Silva manterá os laços que o ligam a Pedro Felner, isto depois de ter conquistado o Nacional de Equipas pelas Caldas da Rainha, tendo no entanto rescindido com a sua agência de gestão de imagem, a IMG.
Por outro lado, António Van Grichen, um dos treinadores portugueses com mais sucesso pelo mundo, continua ligado à Federação Australiana de Ténis, onde colabora com a equipa técnica da Fed Cup, para além de colaborar pontualmente com outras tenistas do circuito mundial.