Em mais uma tarde de domingo, o Benfica recebeu em casa a equipa da Académica em jogo a contar para 24ª jornada do campeonato nacional. A Luz esteve composta (cerca de 50 mil adeptos) para ver o Benfica a confirmar um resultado que não poderia ter sido outro. Apesar da influência que a deslocação ao Dragão, marcada para a próxima quarta-feira, poderia ter nas contas de Jesus, o técnico encarnado não poupou nenhum dos jogadores disponíveis e colocou em campo aquela que tem sido a formação mais utilizada (apenas Sílvio ocupou o lugar de Maxi Pereira). É evidente a atitude com que Jorge Jesus tem encarado os jogos para o campeonato, fazendo de cada partida uma final, naquilo que é decerto a preocupação de não voltar a cometer erros passados. E a família benfiquista agradece.
Para além dos golos, a história do jogo é curta, pelo que o desafio teve sempre apenas um sentido. Um Benfica peremptório entrou muito forte no jogo, querendo impor rapidamente o seu futebol, como nos tem habituado nos últimos tempos. Até ao primeiro golo, apontado por Lima (na sequência de um lance em que Rodrigo enviou a bola ao poste), o jogo esteve muito aberto e foi feito de transições rápidas. O Benfica soube aproveitar esse espaço e colocou-se em vantagem aos 11 minutos. A equipa dos estudantes reconfigurou-se e jogou muito mais compacta daí em diante, sempre na expectativa e a aguardar o erro para iniciar o contra-ataque.
Aos 28 minutos Lima bisa na partida. Depois de Sílvio ter colocado a bola em Markovic no flanco direito, o sérvio fez um cruzamento rasteiro milimétrico que descobriu Lima nas costas de Marcelo que, à boca da baliza, só teve que encostar. Antes do intervalo, uma jogada motivada por Siqueira não terminou em golo por acaso. É de assinalar, de facto, a iniciativa ofensiva dos laterais encarnados. Sílvio e Siqueira foram fundamentais na construção ofensiva do jogo do Benfica e tornaram os flancos da equipa encarnada uma verdadeira arma apontada à baliza de Ricardo.
Lima apontou dois golos e foi decisivo na vitória encarnada Fonte: ZeroZero
Na segunda parte, na sequência de um erro da defesa da Académica, Enzo Pérez aproveita para combinar com Rodrigo, que devolve ao argentino, e marca o terceiro das águias, na cara do guarda-redes da Briosa. A Académica não conseguia lidar com a supremacia do Benfica e foi impotente para evitar aquele que viria a ser o último golo da partida.
No fim dos 90 minutos, o resultado não foi mais amplo porque Ricardo, guarda-redes dos estudantes, e o excesso de pontaria (o ataque do Benfica colocou três bolas no ferro) não deixaram. Não posso fechar esta análise sem assinalar a excelência da circulação e posse de bola do Benfica assim como a capacidade de gerir o jogo quando em vantagem. O Benfica está na melhor forma da época e conseguiu hoje manter a distância confortável que tem em relação ao Sporting, o seu adversário mais próximo.
A Figura Lima – Para além dos dois golos que apontou, o avançado brasileiro foi um verdadeiro lutador no meio campo, tendo vindo muitas vezes buscar a bola atrás, sendo uma peça fundamental na transição para o ataque.
O Fora-de-Jogo Académica – A equipa da Briosa não foi capaz de impor o seu futebol em momento algum do jogo. À excepção de um livre executado por Marcos Paulo que ainda beijou o poste da baliza de Oblak, a equipa dos estudantes não teve, como disse o seu treinador, Sérgio Conceição, ambição nem atitude.
Estamos neste momento a nove jogos do fim da Ligue 1 de 2013/2014, e a classificação está inclinada para o PSG renovar o seu título, levando oito pontos de vantagem sobre o segundo classificado (Monaco) e 17 sobre o terceiro (Lille).
Isto não vem como surpresa. Apesar de o Monaco ter gastado milhões em reforços, acabaram de subir de divisão, o plantel não tem ainda opções para desafiar o domínio de um PSG recheado em todas as zonas do campo. Tiveram azar com a lesão do seu melhor jogador (Falcao), mas, parecendo que não, continuam a ser treinados pelo Ranieri. Não se pode pedir milagres.
Com o título “entregue” e o segundo lugar bastante seguro nas mãos do Monaco, resta-nos uma recta final com uma luta a quatro pelo último lugar de acesso à tão cobiçada Liga dos Campeões. De momento, o Lille, liderado pelo ex-Chelsea Salomon Kalou, ocupa o terceiro lugar, mas é seguido de perto pelo Saint-Étienne, de Ruffier, que está apenas a cinco pontos, estando o Lyon, de Gourcuff e Grenier, a oito pontos e o Marselha, de Valbuena e Gignac, a nove. Esta luta vem trazer um pouco de emoção a um campeonato que foi dominado pelo clube de Paris, que provavelmente com a sua equipa suplente conseguiria competir pelo título de França, tal é a profundidade do plantel.
Falcao foi a grande baixa do Monaco Fonte: goal.com
O Ajaccio parece ter o seu destino traçado, levando apenas 15 pontos em 29 jornadas, e estará certamente a caminho da Ligue 2. Contudo, não estará sozinho, sendo que entre o Sochaux, que é o 19º classificado, e o Nice, que ocupa actualmente a 10ª posição na liga, vão 12 pontos de diferença e ainda estão em disputa 27 pontos. Quaisquer dois deste dez clube – Sochaux, Valenciennes, Évian, Rennes, Nantes, Montpellier, Guingamp, Lorient, Bastia e Nice – poderão fazer companhia ao Ajaccio no próximo ano na Ligue 2.
É pena que a luta pela sobrevivência esteja a ser mais entusiasmante do que a luta pelo título, mas, devido às dispariadades que se verificam entre o PSG e o Monaco e o resto dos participantes na Ligue 1, não era nada que não fosse previsível, e provavelmente para o ano teremos mais do mesmo.
Os clubes que mais têm desiludido têm sido o Rennes, que se esperava que conseguisse lutar pela qualificação para a Liga Europa, o Bordéus, de quem se espera sempre mais do que um 9º lugar, e o Montepellier, cujo 14º lugar é apenas vergonhoso para quem foi campeão há duas épocas. Pelo contrário, quem mais tem impressionado é o Stade de Reims, um clube que já foi grande nas décadas de 1950 e 1960, e que era um dos candidatos à descida. No entanto, ocupa um fabuloso sétimo lugar de momento. Também o Saint-Étienne tem surpreendido, já que, mesmo depois de perder o seu melhor jogador, Aubameyang, para o Dortmund, continua mais um ano na luta pelos lugares europeus até ao fim.
O prémio de treinador do ano deverá ir para Laurent Blanc, que fez da Ligue 1 um passeio. Ajuda ter os dois melhores marcadores do campeonato na sua equipa, Ibrahimovic, que leva uns fantásticos 25 golos em 29 jogos, os mesmos que Ronaldo leva em Espanha e Suarez em Inglaterra, e Cavani, com os seus 14 golos. O jogador do ano deverá ser Zlatan Ibrahimovic. Se ele, no ano passado, dominou a competição, este ano dizimou. Não há resposta para ele no campeonato francês e desconfio de que continuará a não haver no futuro, o que diz mais sobre a qualidade do jogador do que da qualidade da liga.
Laurent Blanc é o timoneiro da equipa parisiense Fonte: The Daily Telegraph
Relembro que estamos a nove jornadas do fim mas queria terminar deixando aqueles que, para mim, mais me impressionaram em França esta época. Até ao momento, o onze do ano, condicionado pelas nove jornadas que faltam: Sirigu (PSG) na baliza, Thiago Silva (PSG) e Kjaer (Lille) como centrais, Van der Wiel (PSG) e Maxwell (PSG) nas laterais, Moutinho (Monaco), Matuidi (PSG), Grenier (Lyon) e Payet (Marselha) no meio campo e Ibrahimovic (PSG) e Kalou (Lille) no ataque.
Permite-me que cometa a ousadia de te deixar umas palavras. Sendo um perfeito leigo no mundo dos automóveis, sempre procurei, desde cedo, entender o verdadeiro motivo pelo qual muitos aficionados olham para esta modalidade com olhos apaixonados. O som dos motores, as ultrapassagens, as colisões, o passar a meta… Em criança, tudo me impressionava no mundo da Fórmula 1. As minhas manhãs de domingo eram passadas em frente à TV a ver e a tentar perceber tudo aquilo que fascinava os amantes desta modalidade. Lembro-me de que não conhecia os pilotos, mas, no início, sempre que via as corridas, havia um sujeito que me intrigava. O seu uniforme era sempre tingido de vermelho e era o mais rápido de todos. Tanto me intrigou que procurei saber e interessar-me mais por ele e por aquilo que fazia nas pistas de corrida. Uma rápida intervenção do meu pai à minha jovem cultura fez-me perceber que essa pessoa que desconhecia era tão-somente o melhor piloto de sempre. Falo, claro, de ti, Michael.
Conseguiste fazer com que alguém que mal sabe distinguir um Mercedes de um BMW se interessasse por uma modalidade de carros. Contigo descobri o que significava a Ferrari para a F1. Vi o que era dominar um desporto com 7 títulos de campeão do mundo. Encontrei também novas formas de encarar uma competição, uma rivalidade e, acima de tudo, uma amizade. Mais do que um grande vencedor, és um competidor que sempre valorizou a lealdade e aqueles que contigo lutam por um lugar entre os melhores. Impossível esquecer os teus míticos duelos com Mika Häkkinen, em que quase sempre saías a ganhar.
Häkkinen e Schumacher – Uma amizade mais forte do que qualquer rivalidade Fonte: tz.de
Tu revolucionaste a Fórmula 1 e foste um verdadeiro embaixador de uma competição que cada vez mais se preocupa com o lucro e em fazer grandes prémios em regiões de interesses como o Dubai, e menos com os amantes da modalidade. Sabes tão bem como eu que antes é que ganhavam os melhores. Hoje ganham os que estão mais apetrechados nos motores. Quando decidiste sair e dar oportunidades a outros, deves saber que parte da Fórmula 1 morreu. Em 2010, quando tentaste voltar, já era tarde demais. Aquilo já não era o mesmo. Levaste o encanto e a magia da competição contigo. Tudo aquilo que antes parecia ser apenas uma corrida de carros passou a ser mais adaptado a uma corrida de interesses e de fins publicitários. Os tempos de Häkkinen, Irvine, Coulthard, Montoya, Villeneuve ou do teu irmão, Ralf, acabaram. Não voltarão, nem tão pouco conseguiremos restaurar alguma da emoção antiga que tu e todos eles trouxeram para a Fórmula 1. No entanto, todos nós guardamos a recordação desses bons tempos de competição. Com saudade, mas também muito orgulho pelos fãs que conseguiram conquistar.
És um vencedor. Sempre lutaste por fazer mais e melhor. Nunca desististe e quiseste sempre vencer. E é isso que quero que continues a fazer. Desde 29 de dezembro de 2013, que entraste numa nova corrida. Esta bem mais complicada e dolorosa. Para ti, para a tua família e para os teus fãs, que, como eu, torcem para que voltes a vencer. Mais do que ninguém, tu sabes que és capaz. Em 306 corridas na Fórmula 1, ganhaste 91 provas, fizeste 1566 pontos e garantiste 155 pódios. Agora tens a 92ª corrida para ganhar. Esta é importante e quero que a venças. Não só por mim, mas por todos aqueles que começaram a olhar para ti como um exemplo. Força, Schumi!
“Faz-me um favor: só desta vez, não tentes superar o relógio. Não tens de cravar o melhor tempo na corrida. Tens de tomar todo o tempo de que precisas. Vai com calma. Mika Häkkinen” – Do teu rival e amigo de sempre.
Tive um ídolo. Era pequeno. Andava com um ombro levantado, e o Estádio da Luz transformava-se num inferno quando os defesas direitos o rasteiravam. Chamava-se, chama-se, António Simões. Era o extremo esquerdo do Benfica que viajou pelos píncaros do futebol europeu e mundial. Era “O Miúdo”, e o grito saído da garganta profunda do Estádio da Luz inflamado era um imperativo: “larga o Miúdo”. Entrou para o Benfica na época 1959-1960, depois da antecipação contratual do Benfica ao Sporting. Foi parar aos júniores, onde se encontrou com um forjador de talentos chamado Valdevieso. Foi mais um grande do futebol português que veio da “outra banda”, neste caso de Almada e do Almada F. C.
Só o Simões foi, ou era, mais aclamado do que o imortal Eusébio. Só o Rato Mickey levantou tantas ou mais paixões que Eusébio. Ver este jogador recolher a bola antes da linha do meio-campo e começar a encarar contrários era o delírio. Estes dois nomes, Eusébio e Simões, Simões e Eusébio, eram tão diabólicos e tão complementários que é escusado dizer que um sem o outro seria na mesma um grande do futebol, mas jamais se poderia realizar a cerimónia mágica que estes dois fora de série celebravam sobre os campos de futebol do Mundo. Simões era o meu ídolo, e por este jogador gritei e festejei numa bancada como jamais voltei a festejar ou gritar.
Esta linha avançada, esta equipa Fonte: imortaisdofutebol
Campeão da Europa à mais tenra idade, membro da linha atacante com mais classe, génio e contundência resolutiva que vi sobre um relvado: José Augusto, Coluna, José Águas, Eusébio e Simões. Nesta linha avançada estavam os dois melhores extremos de Europa. Um dos melhores, se não o melhor, avançado centro da Europa, o poderoso Coluna, e o irrepetível Eusébio. Vê-los evolucionar sobre o terreno era uma sensação especial. Bella Gutman começou a puxar pelo Simões já na época 1960-1961. Na época seguinte recuou o Cavém para médio de ataque e entregou a camisola número 11 a Simões. Nesse ano deram-se uns jogos empolgantes com o Sporting. O lateral direito do Sporting era o internacional Mário Lino.
Era um defesa conceituado, e a defesa do Sporting nadava em prestígio. Mas, lançado na equipa do Benfica, estava um tal Simões. Situado a dois, três metros atrás da linha do meio-campo, recebia a bola do Senhor Germano ou do jovem, também, Fernando Cruz, e “o Miúdo” corria com a bola entre os dois pés de cara a Mário Lino. Como se acontecesse uma saída da manga do Mago de um coelho via-se o Lino fintado e estatelado; mas vinham mais, e via-se mais e mais estatelados no relvado da Luz. A última imagem que tenho deste tipo de jogada é o defesa central brasileiro Lúcio, de joelho em terra, e ver o Eusébio chegar a trotar à entrada da grande área; o Simões, jogador assistente e clarividente, a passar-lhe a bola rasteirinha, e o Eusébio a acelerar para a bola, chutar e… golo. O Estádio da Luz do avesso e o Miúdo a correr a festejar, o Pantera aos saltos a festejar, e todos a correr para um abraço coletivo. O que se via era magia e feitiço.
Ausente já o José Águas, somou-se ao quinteto José Torres. Anos mais tarde, no Mundial de Inglaterra, criou-se a lenda dos Magriços, e Portugal ficou em terceiro lugar. Simões foi tão importante como o mais importante, e a Seleção do Campeonato incluía como extremo esquerdo Simões. Ganhou uma dezena de Campeonatos Nacionais e cinco Taças de Portugal. Venceu o Real Madrid na final de Amesterdão e teve a oportunidade de ganhar mais três, mas não aconteceu. Despediu-se do Benfica na época 1974-1975 e rumou aos Estados Unidos. Nos intervalos do seu períplo americano, jogou no União de Tomar e no Estoril. Simões, o companheiro inseparável de Eusébio, também está no Olimpo do futebol mundial.
Terminou há pouco a partida no estádio dos Barreiros referente à 24ª jornada do campeonato nacional. Num terreno onde Benfica e Porto perderam pontos esta época, e com os insulares a perseguirem ambições europeias, o embate entre Leões da Madeira e de Lisboa prometia.
O Sporting alinhou com Mané no lugar do lesionado André Martins, quando muitos adivinhavam a presença de Gerson Magrão no apoio a William e Adrien. Havia também alguma especulação no que diz respeito à companhia de Rojo na dupla de centrais. Jardim fez regressar Maurício apesar da excelente partida de Dier no clássico da semana passada. O Sporting começou bem desde o pontapé de saída com Heldon e Mané, tal melhores amigos, traquinas, a darem um ar da sua graça na ala direita do ataque. Aos 90 segundos do jogo, os adeptos leoninos sacudiram as migalhas do bolo do caco do colo, resultado da marcação de penalti por falta clara sobre Carlos Mané em mais uma investida atacante. Adrien “ice man” Silva concretizou. Estava feito o 1-0.
O Marítimo reagiu bem e nem 5 minutos após o golo do Sporting, marcou o golo do empate após uma boa triangulação no ataque. Depois de meia dúzia de minutos frenéticos de jogo, pedia-se ao Sporting que pegasse no jogo, serenasse os ânimos e fosse em busca do 2-1. O meio campo funcionou bem. William esteve mais uma vez imperial. Adrien, concentrado, maduro e com menos pressão para ser ele a fazer o passe de ruptura pelo envolvimento de Mané na segunda fase de construção. Capel, Heldon, Jefferson e Cédric devoraram os corredores e não fossem as 1001 faltas do meio-campo e defesa do Marítimo, muitos mais cruzamentos poderiam ter surgido para servir Slimani. Não obstante, o Sporting estava por cima do jogo. Aos 38 minutos, na sequência de um canto, William Carvalho disferiu um pontapé num jogo teimoso que parecia querer fugir ao Sporting. Estava feito o 2-1 que se pedia para ir para o descanso com mais tranquilidade.
O Madeirense voltou a gerir bem o jogo Fonte: ZeroZero
No arranque da segunda parte, o Sporting voltou a entrar melhor. Quer pelas alas, quer pelo centro, e sempre organizado na zona mais recuada do terreno. O Marítimo, pressionado pelo resultado desfavorável, viu-se forçado a reagir e o Sporting, confortavelmente deu a iniciativa aos homens de Pedro Martins, adaptando a sua estratégia atacante para saídas rápidas e dinâmicas de contra-ataque. Numa destas jogadas, ao quarto de hora da segunda parte, Slimani quase mata o jogo, no cara-a-cara com o guardião adversário, com uma grande defesa do francês Salin.
Pedro Martins, homem-das-camisas-dois-tamanhos-abaixo, arriscou, lançando homens de ataque, na tentativa de empurrar o Sporting para o seu último terço defensivo. O Sporting recuava com relativa segurança defensiva e contra-ataques de relativo perigo. Leonardo Jardim não deixou a sorte (ou falta dela) decidir o resultado do jogo de hoje. Respondeu com as entradas de La Culebra e El Avioncito. A 5 minutos dos 90′, numa saída de rápida através de Adrien, Jefferson sprintou até à área e disparou decidido para o 3-1 final. Houve ainda tempo para Slimani marcar, mas mais uma vez, o golo seria anulado, por “pé em riste” de Montero, na assistência para o argelino. Mal, a meu ver.
Na hora das reacções, muita calma, muita serenidade e muita maturidade. O discurso não muda – jogo a jogo, pensar já no próximo, as contas fazem-se no fim. Hoje bebe-se umas ponchas, amanhã folga-se e Segunda-feira voltamos ao trabalho. Mais 3 pontos, mais um objectivo cumprido. Em jogo de Leões, hoje ganhou quem teve mais coração.
A Figura
William Carvalho – Podia ser Adrien, podia ser Mané, podia ser Jardim, podiam ser outros, mas hoje foi William Carvalho. Porque marcou um golo importantíssimo, porque continua a evoluir, porque parece que melhora todos os jogos, porque é o nosso William Carvalho.
O Fora-de-Jogo
Ninguém em particular – Seria injusto, na minha opinião, atribuir este título a qualquer elemento das três equipas em campo hoje. Aceitam-se opiniões contrárias na caixa de comentários abaixo.
Desde a última vez que fui ‘titular’ neste espaço, o FC Porto pisou dois palcos tremendos (descontando o jogo, no Dragão, diante do Arouca) – Alvalade e San Paolo. De ambos ficam histórias para contar, sendo que a última noite de Quinta-Feira devolveu algum orgulho à nação azul e branca – aquele que ainda não tinha sentido esta época.
O ridículo
Porém, antes de ir eliminar o Nápoles, o Dragão teve um duro combate pela frente – o jogo de Alvalade durou, infelizmente, muito mais do que 90 minutos. O domicílio do Sporting tornou-se num palco de fazer inveja à casa de Victor Hugo Cardinali: os leões nunca faltaram, mas a verdade é que a semana anterior ao Clássico foi pródiga em momentos (e movimentos) originais e risíveis. O objectivo, esse, estava identificado: a moralização do futebol português e a luta pela verdade desportiva, dizem-nos.
Ainda que este espaço seja curto, convém aproveitá-lo para, enumerando, mostrar como se moraliza o futebol português. Então é assim: começa-se por dar uma conferência de imprensa (a propósito do jogo de Setúbal), transformando uma péssima arbitragem para ambos os lados no maior roubo da história do futebol português; segue-se a promoção de um ‘Jantar de Senadores Sportinguistas’ para dar ainda mais eco à revolta; logo de seguida edita-se um artigo tão criativo quanto colorido no jornal do Sporting a propósito da “verdade dos números”; pelo meio visita-se a residência oficial do Presidente da República levando a solução para todos os males do futebol português; posteriormente promete-se a interposição de acções judiciais contra os árbitros “que deixaram o Sporting fora da Europa”; por último, mas não menos importante, institui-se um movimento ‘Basta’, cujo expoente máximo acontece na tarde de Domingo, com a proliferação de figuras e figurinhas, em cima de um palanque, num estilo à la ‘Homens da Luta’, a entoar palavras de ordem e a buscar, nas entidades alheias, responsabilidades pelos fracos resultados desportivos. O que dantes, para Bruno de Carvalho, era culpa de Dias da Cunha, Bettencourt, Soares Franco ou Godinho Lopes é hoje assacado a outros homens. Coerências de quem tem um objectivo bem definido e que, quando confrontado, prefere invocar a (suposta) senilidade do seu opositor. Elevado de carácter este moralizador do futebol português.
Tão factual quanto os acontecimentos que fizeram de Alvalade o centro das notícias da semana, foi o desfecho do jogo (propriamente dito). A partida foi bastante equilibrada, ainda que as melhores oportunidades tenham sido dos Dragões. De todo em todo, o Sporting acabou por vencer porque soube condicionar mais o jogo do FC Porto do que o inverso – em campo, com Leonardo Jardim a ler bem o jogo ao intervalo e a incentivar os seus jogadores a pressionar uma equipa do Dragão que ainda não é confiante de si, provocando imensas dificuldades na primeira fase de construção de jogo do FC Porto (Mangala e Abdoulaye estiveram péssimos neste particular); fora de campo, porque toda a campanha circense montada ao longo da semana teve como resultado uma pressão acrescida sobre Pedro Proença (excelente árbitro), que redundou num golo ferido de ilegalidade e num penalty por marcar sobre Jackson Martinez (com consequente expulsão de Cédric).
Há quem diga que o Homem, na sua vida e em cada um dos seus comportamentos, deve pautar-se pelo medo do ridículo. Toda e qualquer luta pode ser legítima se acontecer até ao limite do razoável – a semana passada (e o comportamento pós-jogo) serviu para perceber que há lutas, promovidas por certas personagens ávidas de protagonismo, que se norteiam por agendas ocultas, e que, por isso, são irrazoáveis e batem os limites do ‘ridiculometro’. Talvez baste ou talvez para eles ainda não chegue.
No duelo de argelinos, apenas Slimani marcou Fonte: ZeroZero
O pequeno orgulho azul
A última noite europeia do San Paolo ficará ligada a uma bonita página do FC Porto. Parece-me indiscutível que a equipa está ainda longe de ser brilhante, exuberante ou até mesmo consistente. Na realidade, o FC Porto sofreu a bom sofrer durante os primeiros 60 minutos do encontro; aliás, dificilmente se poderia eliminar uma equipa com o poder de fogo do Nápoles (Higuain, Pandev, Hamsik, Callejon, Insigne ou Mertens não são propriamente moços de recados) sem que houvesse uma quota-parte de sofrimento.
É, ainda assim, lamentável ter sido preciso esperar por Março para a nação azul e branca sentir, finalmente, uma pontinha daquele orgulho azul nesta equipa. Chegar a San Paolo com ‘a defesa da equipa B’ (passe o exagero), sofrer um golo cedo mas ter capacidade para aguentar e reerguer-se foi uma demonstração de bravura. Fabiano esteve intransponível, Danilo alternou péssimas abordagens com cortes decisivos, Reyes foi crescendo com o decorrer dos minutos, Mangala rubricou uma bela exibição e mesmo Ricardo, com todas as dificuldades óbvias de um extremo direito adaptado a lateral esquerdo, não soçobrou. Daí para a frente, esperava-se que a equipa soubesse estar em campo mais tranquila e pudesse, com uma gestão da bola e dos tempos criteriosa, dar possibilidade a uma defesa em retalhos de respirar. O certo é que isso acabou por não acontecer, muito fruto das más exibições de Carlos Eduardo e Varela e da distância da equipa face a Jackson.
No meio destes problemas, eis que – e há quanto tempo isso não acontecia! – o segredo esteve no banco. Duplamente no banco! Luís Castro fez aquilo que é suposto um treinador fazer: leu o jogo, percebeu as lacunas e as dificuldades da equipa e mexeu no jogo da única forma directa que pode. Retirou os tais apagados Carlos Eduardo e Varela e lançou Josué e Ghilas. O português veio dar outra alma e intensidade ao meio-campo da equipa, mostrou-se ao jogo, assumindo-o, e sem medo de ter a bola, fazendo com que o FC Porto tivesse, enfim, efectiva superioridade nesse sector do terreno; o argelino, com a sua raça e combatividade, mas também com o faro de golo que demonstra, tornou o FC Porto bem mais ameaçador.
Os frutos surgiram de imediato, em duas belas jogadas colectivas, culminadas com execuções primorosas. A de Quaresma então é de uma beleza rara e a prova de que o futebol continua a ser mais talento (ao serviço do colectivo) do que qualquer outra coisa – o ‘Harry Potter’ lá pegou na sua varinha mágica, vingou a sua discreta passagem por Itália e voltou a colocar o seu nome na boca da Europa. Quaresma já fazia isto aos 19, aos 22, aos 26, e hoje aos 30, mas continuará a fazer aos 63 quando estiver a jogar com os netos. Porque magia é algo que nunca lhe faltará.
Ricardo Quaresma. Ou ‘Harry Potter’, em Nápoles Fonte: ASF
Sempre me pareceu evidente que o problema deste FC Porto não era apenas o seu treinador. Chegar a Nápoles com a defesa remendada, sem alternativas sólidas a Alex Sandro ou Danilo (mesmo sem um central de categoria para a parceria com Mangala) e sem um verdadeiro extremo que faça sombra a Varela e Quaresma (Ghilas, reencarnando Derlei, é agora a aposta) é a demonstração de que o FC Porto não foi suficiente previdente e responsável na formação do plantel, permitindo-se correr riscos desnecessários (algo que voltará a acontecer diante do Belenenses).
Por outro lado, é evidente que, num dado momento, a questão também já era Paulo Fonseca. E este jogo, esta eliminatória, estas semanas com Luís Castro provam-no: a equipa está mais organizada, mais compacta e há jogadores que parecem ter ganho alguma vida. Mais do que isso, em Nápoles, ficou evidente que o pensamento do agora treinador do FC Porto é bastante diferente do de Paulo Fonseca: quando a equipa estava perdida, foi Luís Castro que a agarrou, com uma dupla substituição que a devolveu ao jogo, fazendo-a olhar para a frente e para a baliza de Reina mais do que para a baliza de Fabiano; fazendo-a pensar em marcar e não em não sofrer; em suma, lembrando aos seus jogadores que era o FC Porto que ali estava.
Chegados aos quartos-de-final da Liga Europa, o número de clubes presentes em prova é já tão curto que se torna possível apontar favoritos com maior grau de precisão. Com Benfica e FC Porto ainda na corrida, a grande favorita, apontada pela maioria da comunicação social, é a Juventus. Não só porque se encaminha a passos largos para o tricampeonato em Itália, mas também porque joga com a motivação extra de poder disputar a final desta Liga Europa no seu estádio. Mas será que a formação de Antonio Conte é mesmo a grande candidata à vitória?
Antonio Conte, o técnico que trouxe a Juve de regresso às vitórias. Fonte: u.goal.com
Pessoalmente, a minha linha de pensamento vai ao encontro da maioria, isto é, a Juve é, também para mim, a principal candidata. Primeiro porque tem um plantel e sobretudo um onze muito equilibrado, que tem dado provas evidentes de qualidade na Serie A. Estamos a falar de uma equipa que ganhou 24 dos 28 jogos disputados no principal escalão do futebol italiano, tendo ganhado 18 dos últimos 20. Junta a isso o melhor ataque da prova, com uma média superior a dois golos por jogo.
No meio daquele 3-5-2, que contempla o imortal Buffon, o espirituoso líder Chiellini, o jovem talentoso Pogba, o irreverente Vidal e o matador Tevez, mora um dos mais fantásticos jogadores da última década: Andrea Pirlo. A chamada de atenção para o veterano de 34 anos de idade surge num momento em que este génio deu a vitória à sua equipa nos dois últimos jogos. E deu de forma idêntica: através de dois livres directos executados de forma soberba, só ao alcance de autênticos predestinados. É sob a batuta de Pirlo, e não Pirrlo, como tanta gente diz (e a confusão que isso me faz), que a Juve pode acertar o passo para voltar a conquistar uma prova europeia, algo que não acontece desde 1996.
Golaço de Pirlo frente à Fiorentina. Fonte: static.weltsport.net
Com o campeonato no bolso, a Juventus vai apostar tudo na Liga Europa, tentando remediar o fracasso que foi a não qualificação para os oitavos de final da Champions, onde caiu perante o Galatasaray.
Do pesadelo da Serie B, onde “cumpriu pena”, à conquista de campeonatos, a Juve espera este ano completar a sua reabilitação com o triunfo numa prova europeia. Será que vai conseguir confirmar esse favoritismo? Essa é uma pergunta que só vai ser respondida mais à frente no tempo, e para a qual Benfica e FC Porto têm uma palavra a dizer. Aguardemos.
No passado domingo, tivemos o primeiro Grande Prémio (GP) da temporada, o GP da Austrália. Os motores Mercedes ocuparam os três lugares no pódio – para já, ainda só se pode dizer isto de forma provisória, devido ao recurso da Red Bull em relação à desclassificação de Ricciardo do segundo posto ganho em prova, algo a ser tratado mais à frente no texto. Em primeiro ficou Rosberg; o alemão da equipa da Mercedes fez uma excelente prova e teve uma vitória justa. Os dois Mclarem-Mercedes fecharam então o pódio, com Kevin Magnussen em segundo e Jason Button em terceiro. A prestação do dinamarquês é brilhante, pois este GP foi a sua estreia na F1, sendo uma das melhores prestações de sempre de um rookie, ficando apenas atrás de Giancarlo Baghetti, vencedor do GP de França de 1961 com um Ferrari, curiosamente a sua única vitória.
Alonso ficou em quarto, com o primeiro Ferrari, e a Williams, com Bottas, ficou em quinto. Destaque ainda para o russo que “roubou” o lugar a Félix da Costa, que terminou em nono. O GP ficou ainda marcado pelas desistências de Vettel e Hamilton logo nas primeiras voltas. Estes vão ser dois dos maiores animadores da temporada, ou pelo menos assim é esperado. Massa também desistiu logo na primeira curva, depois de ter sido abalroado por Kobayashi.
O lado positivo deste GP é que parece que a Red Bull não está morta. Ricciardo conseguiu terminar em segundo no GP do seu país, mas acabou desclassificado – o recurso está a decorrer – e viu assim perder o pódio. Tal aconteceu devido a uma nova regra que diz que não se pode exceder o fluxo de 100kg/hora de combustível. Uma regra negativa, pois não vai permitir aos pilotos andarem sempre ao ataque, para terem de controlar este fator.
Não podia falar sobre este GP sem falar do som dos carros. Quando vi pela primeira vez este vídeo, perguntei a mim próprio “que raio é isto?”. Sempre me lembro do som forte dos carros de F1. Este ano, este som parece muito abafado e fraco, aproximando-se muito dos carros de fórmulas de promoção. É um som mesmo muito mau. Não sei como mas espero que consigam mudar isto ainda durante esta temporada.
Tal como em todo o Universo, não há nenhuma estrela no futebol que um dia não se apague. Ok, talvez seja uma frase cliché. Ou, como diria um dos melhores professores que já tive, muito kitsch – forma sublime de dizer parolo. Mas, kitsch ou não, esta é uma verdade inquestionável.
Outra verdade, também ela inquestionável, é que Francisco Suárez, mais conhecido como Isco, há já algum tempo que deixou de brilhar. Ainda é uma estrela, claro está. Mas esse é um estatuto que se alcança simplesmente por jogar no Real Madrid. E se jogar no maior clube do mundo (maior não é sinónimo de melhor) tem os seus benefícios e vantagens, tem também alguns inconvenientes e problemas.
Voltando a ser kitsch, uma das maiores vantagens em jogar no Real Madrid é ter a oportunidade de brilhar como em nenhum outro lado. Digam o que disserem, jogar no Santiago Barnabéu ainda é o topo do futebol mundial. Há outros clubes que talvez se possam comparar mas nenhum ultrapassa o prestígio do colosso espanhol. As nove Ligas dos Campeões conquistadas pelos merengues pesam demasiado na história do futebol, e dificilmente encontrámos um jogador que não tenha, pelo menos, um certo guilty pleasure sobre o Real Madrid.
Mas, voltando ao cerne da questão, do outro lado da barricada, o das desvantagens, encontrámos um problema que já todos conhecemos: o excesso de estrelas.
Isco foi uma das contratações para a nova temporada. Fonte: lancenet.com.br
Cristiano Ronaldo, Gareth Bale, Benzema, Di Maria, Sérgio Ramos, Modric, Pepe… a lista continua, como vocês sabem. No entanto, e mesmo tendo Cristiano Ronaldo como colega, todos os jogadores têm espaço e azo para brilhar. O dilema principal é que algumas das “estrelas” vão brilhar mais do que outras. O talento, o profissionalismo, os golos marcados, o futebol jogado, enfim, são vários os fatores que condicionam a intensidade e a duração com que brilham.
Então, por que razão deixou Isco de brilhar? É difícil responder quando todos lhe reconhecem um talento bem acima da média. O médio espanhol é dono de uma técnica apuradíssima, capaz de fazer magia em qualquer relvado. O pé direito do jogador, nascido em Benalmádena, é, tenho a certeza, um dos melhores da Europa. É difícil, de facto, entender porque não joga.
Recorrendo aos números, o virtuoso médio espanhol até teve um excelente início de época: foi titular nas primeiras nove jornadas da Liga Espanhola e faturou cinco golos.
Porém, a partir de dezembro, a produção do jogador caiu a pique. Em poucos meses passou de titular a jogador que entra nos minutos finais para refrescar a equipa. Lamentável, mas é a lei do futebol.
Curioso é que, desde que Ancelotti escolheu Di Maria em detrimento de Isco, a equipa melhorou muito a sua performance e qualidade futebolística. Não acredito que a culpa do futebol menos encantador do início da temporada, comparativamente ao atual, fosse culpa de Isco. Mas, no entanto, é incontestável que a equipa subiu de rendimento com o ex-benfiquista em campo.
No passado dia 15, frente ao Málaga, Isco foi novamente titular na equipa merengue. Algo que para a Liga não acontecia desde o dia 6 de janeiro, aquando da receção ao Celta de Vigo.
No jogo do La Rosaleda, que marcou o regresso de Isco ao clube que o tornou famoso, o médio do Real Madrid apresentou-se a um nível muito fraco. Longe do jogo, raramente teve a bola e, quando a teve, as decisões nem sempre foram as melhores. O jogo frente ao Málaga foi, tal como se esperava, de dificuldade elevada. Mas, mesmo assim, Isco deveria ter feito muito mais e muito melhor. Tenho a impressão de que Ancelotti deu a titularidade ao médio espanhol com esperança de que um confronto com a ex-equipa surtisse nele um efeito motivador e que originasse um boost extra de qualidade. Tal não aconteceu e a substituição, aos 63 minutos, pelo canterano Jesé Rodriguez não estranhou.
Faltam poucos meses para o final da temporada 2013/2014 e, com o Mundial do Brasil mesmo à porta, as perspetivas de Isco ser um dos 23 eleitos de Vicent del Bosque para representar a Espanha são, no mínimo, escassas. Contudo, até que a lista definitiva seja publicada, a porta mantem-se aberta. Será que Isco ainda vai a tempo de brilhar?
Ivan Lendl e Andy Murray encerraram a ligação de dois anos que levou o tenista britânico a uma medalha de ouro dos Jogos Olímpicos de Londres e à vitória do seu primeiro Grand Slam, o US Open e posteriormente Wimbledon.
Foi uma decisão que caiu que nem uma bomba no mundo do ténis profissional. A parceria entre Murray e Lendl foi uma das de maior sucesso nos últimos tempos no circuito profissional masculino e nada fazia prever uma decisão destas.
Andy Murray disse em comunicado no seu site oficial que vai estudar o futuro em conjunto com a restante equipa técnica de forma a não tomar decisões precipitadas. É uma atitude sensata e humilde de Murray, que entende certamente a importância que Ivan Lendl teve no seu jogo e sobretudo no seu desbloqueio psicológico.
A parte mental era a mais complicada do quotidiano de Andy Murray, e aquela cuja experiência ao mais alto nível de Ivan Lendl ajudou a “descomplicar”, permitindo-lhe assim alcançar os sonhados títulos do Grand Slam, calar os críticos e colocar o seu nome na história do ténis mundial, confirmando-se como um dos tenistas de topo desta geração.
Andy Murray e o titulo de Wimbledon Fonte: Huffingtonpost.com/
Entretanto, Roger Federer continua a somar sucessos nesta primeira fase de 2014, surpreendendo o mundo por estar a conseguir jogar de igual para igual com Djokovic, Nadal, entre outros. O tenista suíço admitiu que a idade é apenas um número e a verdade é que Roger Federer continua a estar ao mais alto nível, e embora não tendo ganho nenhum título em especial este ano, está a jogar a um nível que há muito não se via.
Em 2012 Federer venceu seis títulos e em 2013 apenas um, o que levou novamente os arautos da desgraça a vir a público dizer que o suíço estava acabado. Eu não posso dizer muito mais; já me mostrei um defensor indefectível de Roger Federer, apesar dos seus maus resultados.
Mais uma vez, teremos um Portugal Open com um excelente cartaz. Stanislas Wawrinka vem defender o título e é a melhor contratação que João Lagos podia fazer este ano. É um jogador em excelente forma, simpático e disponível. Raonic estará de regresso, e Tursonov é uma surpresa a observar. O talentoso e excêntrico Benoit Paire também vai desfilar pelo Jamor, embora as grandes esperanças recaiam sobre João Sousa, que aliás se deu a conhecer ao mundo no Estoril Open de 2008.
Em femininos, Roberta Vinci, Samantha Stosur e Suarez Navarro garantem a festa, numa lista que inclui ainda outras tenistas de qualidade, como Sorana Cirstea, Maria Kirilenko, Svetlana Kuznetsova, Shuai Peng e Francesca Schiavone, com um número considerável de atletas que venceram já torneios do Grand Slam.
Os dados estão lançados; agora é vender bilhetes, e vamos a isto!