Creio que não é disparatado assumir que, excetuando naturalmente aquilo que sucede no desporto-rei, a maior rivalidade entre os dois grandes de Lisboa estende-se para outra modalidade em pleno crescimento no nosso país: o futsal. E este fim de semana, essa “guerra” vai conhecer mais uma batalha, agora no Pavilhão da Luz. É de esperar um jogo fantástico, imprevisível até ao último segundo e muito bem disputado (como qualquer embate que se preze entre estas duas formações).
Benfica e Sporting entram em campo separados por três pontos, com vantagem para a formação verde e branca. Contudo, o Benfica espera repetir a façanha da primeira volta, quando derrotou o seu rival numa deslocação a Loures, por 8-7. Não digo que este próximo jogo vá ter tantos golos como o anterior, mas pelo menos a emoção não vai faltar.
Águias festejam vitória frente ao seu rival. Será que a imagem irá repetir-se? Fonte: Agentedesportivo.com
É certo que este jogo nada vai decidir, até porque depois ainda será necessário discutir play-offs, mas qualquer uma das formações sabe perfeitamente que o 1º lugar no fim da fase regular transmite uma vantagem bastante relevante. Na final do play-off, o 1º classificado tem direito a três jogos em casa e apenas dois fora. A luta pela liderança inclui também o Braga, mas neste momento as equipas lisboetas levam ligeira vantagem.
Não faltam estrelas para rechear um jogo já à partida escaldante. Do lado do Sporting, os nomes mais sonantes são o guarda-redes João Benedito, um dos melhores do mundo, João Matos, Deo, Divanei ou Pedro Cary, entre muitos outros, não esquecendo o técnico Nuno Dias, que tem feito um trabalho notável ao serviço dos Leões. Já do lado das águias, é de destacar no plantel a presença do guarda-redes Marcão, e também de Gonçalo Alves, Rafael Hemni, Joel Queiroz e Ricardo Fernandes.
João Benedito, figura incontornável do futsal português Fonte: Record
É já neste fim de semana que este tão aguardado duelo irá decorrer, mas não é o único. O Braga, que em caso de vitória se aproxima de pelo menos um dos seus rivais, desloca-se a Coimbra, para defrontar a equipa da Académica, que se vai apresentando em campo com uma formação jovem, e que joga para manter o prestígio e a reputação que a AAC bem merece e justifica.
De resto, destaque para a visita dos LPS ao Porto, para jogar com o Boavista; a receção do SL Olivais ao Belenenses; o interessante duelo entre Fundão e Dramático de Cascais; a visita do Rio Ave à Povoa de Varzim, para jogar com o clube local; e, finalmente, o confronto entre o Modicus e o lanterna-vermelha Vila Verde, que se irá disputar em Sandim.
Como bom adepto do futebol português que sou, faço os possíveis para acompanhar só e somente…o meu Benfica. Com ironia o digo e com razão o reforço: é cada vez mais difícil, senão impossível, gostar da bola que rola neste país. Primeiro, porque está gasta. Segundo, porque já a furaram inúmeras vezes. Terceiro, porque a câmara de ar insiste em invadir o espaço das costuras. Quarto, porque o(s) dono(s) da bola chateia(m)-se se os outros jogadores também quiserem dar uns pontapés.
E pela linha nada doutrinária do pontapé é que vamos. Desde que este Sporting emergiu, comparticipado pelo surgimento e pela insurgência de Bruno de Carvalho – cavaleiro desejado no seio verde e branco, inútil no panorama global –, que a ordem natural das coisas ganhou novos contrastes. Não me queixo. Pelo contrário. Acho saudável que o Sporting queira voltar à Europa. Ao terceiro ou ao segundo lugar. Até mesmo aos campeonatos. Falamos de uma das instituições com mais história em Portugal, portanto compreende-se que os seus dirigentes – pelo menos um, desde Dias da Cunha – queiram reforçar a importância que os Leões têm no futebol nacional. Não querem é ficar por aí.
O cavaleiro Bruno de Carvalho e seus verdes paladinos anseiam hoje pela queda violenta e definitiva dos seus directos rivais. Legítimo, mais uma vez. Mas perigoso. E ridiculamente mal orquestrado desde o primeiro dia. Repito-me: hei-de estar mesmo muito, muito, muito enganado se, mais tarde ou mais cedo, os adeptos sportinguistas não se vierem a arrepender da Dinastia Carvalhista. É que este homem tomou conta de um clube quase morto, desistente em todas as suas práticas, até nos seus adeptos adormecido, e quer, de um dia para o outro, cumprir um sem número de objectivos que nem um grande colosso nacional e europeu conseguiria se tivesse uma direcção decente: matar o Porto e acabar com o tempo de Pinto da Costa, mostrar as debilidades de um Benfica a cargo de Luís Filipe Vieira, afirmar-se como o clube a seguir entre a esfera dirigente, manipular os árbitros e sua estrutura organizacional para “não errarem tanto”, ou para, pelo menos, errarem mais vezes para o lado que – admita-se – vai sendo menos beneficiado. E o tiro há-de sair pela culatra. Se é que já não saiu.
Actualmente em segundo lugar, com mais cinco pontos do que o Porto, os Leões reclamam ainda mais sete pontos – que lhes dariam o primeiro lugar, a par com o Benfica – e sustentam que o clube encarnado devia ter um ponto a menos. Já o Porto foi beneficiado em dois pontos, eventualmente quatro. Contas feitas e o Sporting ocuparia o primeiro lugar, com um ponto de avanço sobre o Benfica e 11, que poderiam até ser 13, sobre o Porto. É a matemática divina. É a matemática dos justos e dos iluminados, que vêem, em campo e fora dele, o que os outros não-omniscientes não conseguem descortinar. Porque a arrogância vale tudo.
Mais tarde ou mais cedo o plano cai por terra… Fonte: Maisfutebol
E tudo já vimos. Logo no princípio do campeonato, um Sporting que, inflamado pelas suas recentes conquistas e vitórias, quis fazer peito ao rival do Norte. Legítimo. Mas despropositado. Sem quês nem porquês, Bruno de Carvalho auto-intitulou-se persona non grata no reduto dos Dragões e quase exigiu ser mal recebido, isto de forma a provar que o Sporting já tinha pêlos no peito. E aconteceu. Depois queixou-se.
Assim como se queixou de um atraso de três minutos para justificar a sua continuidade na Taça da Liga. Arrastou mundos e fundos para afastar o rival da tal competição que não interessa a ninguém e que é apelidada de “Taça Benfica” ou “Taça da Cerveja”. Simplesmente paradoxal, até porque todos sabemos que dirigentes e adeptos verdes preferem antes um Chivas Regal com 18 anos.
Num último acesso de loucura, presenteou ainda a actualidade futebolística com ameaças legais e em tudo muito justificadas aos árbitros e seus dirigentes. Meteu a Liga ao barulho, atirou para a equação Porto e Benfica e exigiu não só pontos como avultadas quantias em dinheiro. Tudo como forma de compensar o imerecido segundo lugar que ocupam.
Passamos agora para o outro, mas igual, lado da moeda. O triste Porto. Se soube lidar com as acusações relativas à Taça da Liga e distanciar-se de grandes polémicas, não soube, por outro lado, censurar as atitudes dos seus adeptos na recepção aos Leões, ajudando ainda à festa com condições deploráveis e estratégias de backstage que todos nós conhecemos e reconhecemos como habituais no seio de tal instituição. Bonito.
Pinto da Costa já há muito que perdeu a força e a compostura Fonte: Record
Mas o mais grave surgiu há uns dias. O Porto, clube suspeito de presentear os árbitros com cabazes de fruta madura, veio a palco condenar não as decisões (pouco ou nada) desastrosas de Pedro Proença, mas a forma como o Sporting pressionou violentamente – através da conferência de imprensa de Bruno de Carvalho e do tal movimento “Basta”, que bastou para ajudar na vitória ao rival directo pelo segundo lugar – os órgãos de decisão da arbitragem, tendo ainda possivelmente condicionado Proença e o seu apito no decorrer do encontro. Se eu até vejo alguma razão nas palavras da estrutura portista, vejo ainda mais hipocrisia e falta de bom senso em tal manobra. Como é que é possível que tal instituição venha a público exigir que se retire entre cinco a oito pontos ao clube leonino? Como?! Mas anda tudo maluco?
Não bastando, saiu há pouco do forno um nada incendiário (e aziado) comunicado azul que acusa o Sporting de não ter recebido com pompa e circunstância a comitiva nortenha. Sim…depois de tudo o que aconteceu no Porto, é de facto uma pena que não tenham preparado canapés e café com leite. Já ter havido escolta policial deveria ser motivo de regozijo. Vejo-me obrigado a concordar com Bruno de Carvalho nesta: haja “senilidade”.
Contudo, concordo ainda mais com Jorge Jesus. Nós, Benfica, deixamos o que temos a dizer em campo. Até porque já não temos paciência para falar fora dele. E assim vos garanto que, este ano, o Benfica será campeão. Passei meses e meses sem abrir a boca ou o coração a tal possibilidade. Agora asseguro-a. Que se matem pelo vosso segundo ou terceiro lugar, que nós, cá no topo, temos outra conquista europeia para preparar, uma Taça de Portugal para oferecer ao pai do nosso mister e a tal “Taça da Cerveja” para irmos aproveitar a noite leiriense. Com isto dito, não estamos do lado de ninguém (ouviste, nada-faccioso-jornal-Record?). E nem vamos deixar que nos arrastem para tal contenda. O tempo do Benfica está a chegar. E isso percebe-se. Portanto, não é o crescendo do Sporting nem o diminuendo do Porto que incomodam…é o papel de protagonista do Benfica.
“BASTA”! Palavra mais utilizada antes e após clássico… Pois eu também a utilizarei: “BASTA” de choramingar! 6 golos em fora de jogo numa época parecem não chegar para reconhecer, tão e somente, que o Benfica está melhor e que este ano merece (realmente) ser campeão! Um Porto inexistente e um Sporting renascido das cinzas que, ainda assim, não tem estofo para andar lá em cima (em cima mesmo, não onde anda o Porto agora…). Este Sporting, que fez das tripas coração com todo o mérito, tem o demérito de, numa época fantástica de “renascimento”, usar a arbitragem como factor de impedimento para não ser campeão – um campeão que nunca seria merecido.
Quando Bruno de Carvalho assumiu o Sporting, eu disse, sem medos, que seria alguém que iria dar que falar. Mas só pensava que seria por bons motivos (desportivamente falando). Bruno de Carvalho dá que falar por isso mas também pelo seu sucessivo choramingar sobre árbitros, até cair no ridículo. Dizer que o lance do clássico (que objectivamente “roubou” o segundo lugar ao Porto) é de difícil análise, recorrendo a imagens totalmente fora de tempo quando toda a gente viu a “olho nu” que André Martins estava “acampado e a tomar café” na zona de conforto dos Dragões…
O fora-de-jogo no lance do golo é evidente Fonte: Record
Vamos mas é abraçar aquilo que é a verdade desportiva e reconhecer 3 coisas:
1) Benfica merece ser campeão pelo futebol que pratica;
2) Porto está a léguas daquilo que é (daí o Benfica ser campeão com tamanha facilidade);
3) GRANDE SPORTING em campo, pela vontade que demonstra, mas horríveis as desculpas usadas para justificar cada “não vitória”, assim como horrível foi este “movimento BASTA”, que condicionou (e de que forma) o clássico. Foi ganho, primeiramente, fora das quatro linhas. Feio também a imagem de Pinto da Costa nas notas que circularam por Alvalade: atitude de adeptos ignorantes e que não sabem que qualquer pessoa, até prova em contrário, é inocente. E que eu saiba Pinto da Costa foi absolvido de TUDO pelos tribunais judiciais. Bem tentaram, mas as “jogadas de bastidores” não foram suficientes para fazer (in)justiça… Veremos no que dá o processo movido pelo Porto ao Sporting, pela vergonha que foi o pré-clássico…
Nas últimas décadas, o número de troféus conquistados pelo FC Porto multiplicou-se a olhos vistos Fonte: fcporto1986.blogspot.com
Por fim, o tão falado “fim de ciclo” dos Dragões. Acho piada a quem acha que o Porto está em “fim de ciclo”. Definam “fim de ciclo”, por favor! É que oiço que Pinto da Costa está a chegar ao fim vai para 14 anos, quando Sporting e Boavista foram campeões! E nesses 14 anos, querem que relembre quantos títulos mais ganhámos? Mais do que a concorrência nos últimos… 30? Somos tri-campeões nacionais, temos domínio total nacional (comprovado internacionalmente!) e, por uma má época, estamos em “fim de ciclo”? Mais facilmente estaríamos em “fim de ciclo” na fatídica época em que fomos “comandados” pelo agricultor Octávio Machado (com todo o respeito pelos agricultores, é só mesmo a profissão do senhor) ou naquela em que tivemos três treinadores que, juntos, não faziam um (Del Neri, Luis Fernandéz e José Couceiro).
Não acredito nesse tal “fim de ciclo”, apenas acredito que existem mais equipas competentes e que fazem o possível para tirar o Porto da rota das (justas) vitórias e dos títulos. E essa equipa, este ano, foi o Benfica. Como sempre disse, um campeonato é difícil de “forjar”: são 30 jogos, não 10! Nunca me irei queixar de, no final do campeonato, não ter ficado em segundo pelo roubo de igreja que aconteceu em Alvalade ou até mesmo pela “brincadeira” que se viu na Luz, com dois penalties claros (e respectivas expulsões) por marcar e um fora-de-jogo assinalado. Porquê? Porque falamos aí de 2 jogos. E os outros 28? Sejamos justos e não tentemos tapar um grande buraco com um pouquinho de areia.
Voltaremos a ter no próximo ano um Porto forte e na luta pelo título, ao que tudo indica sob o comando de Marco Silva – as dúvidas quanto ao regresso de André Villas-Boas, que assinou pelo Zenit e levou com ele o “nosso” treinador de guarda redes, Will Coort, estão dissipadas. Sendo campeão, dificilmente Jorge Jesus abandonará a Luz.
Para finalizar este “desabafo”, espero que ganhemos ao Nápoles e assim possamos alimentar o sonho da Liga Europa! Saudações!
A oito jornadas do fim, apesar de o primeiro lugar estar atribuído há muito tempo, ainda se vivem momentos de aflição nos últimos lugares.
Com apenas 18 pontos em 25 jogos, o Eintracht Braunschweig parece estar já condenado à despromoção, terminando a edição 2013/2014 da Bundesliga em último lugar, na mesma época em que voltou à principal divisão alemã. A equipa de Marcel Correia, luso-descendente que fez os 90 minutos nas últimas cinco jornadas, vai voltar então ao segundo escalão germânico, para desilusão de todos aqueles que costumam encher os 23 000 lugares do Eintracht-Stadion. Não foi certamente o regresso esperado, mas a verdade é que é talvez a equipa com menos qualidade individual dentro do plantel, e mesmo a nível colectivo nunca mostraram estar a postos para se baterem com as outras equipas. A prova disso é a diferença de golos (-25), a pior da Bundesliga.
Apesar dos 10 golos de Ibisevic, o VfB Stuttgart vive momentos de aflição para se manter na primeira divisão alemã Fonte: stlbosnians.com
Com mais três pontos, surge o VfB Stuttgart num surpreendente 17º lugar. O clube que triunfou em 2006/2007, com Fernando Meira, está assim num lugar impensável, correndo sérios riscos de descida.
Ao contrário do Eintracht Braunschweig, a turma comandada por Huub Stevens (ex-Schalke 04 e PAOK) tem nas suas fileiras bons nomes do futebol alemão, como é o exemplo de Niedermeier, experiente central alemão, e de Arthur Boka, que, apesar de nunca ter confirmado as qualidades que prometia em 2006, também não se tornou numa desilusão, revelando ser um lateral esquerdo rápido e com um pontapé muito forte, mas não muito mais do que isso. No ataque também não parecem estar mal servidos, pelo menos a título individual, já que contam com Ibisevic, Martin Harnik e Cacau. Mas a verdade é que “a equipa da Mercedes” fez balançar as redes ‘apenas’ por 39 vezes, tendo sofrido 52 tentos adversários. O grande problema parece residir no centro do terreno, já que o melhor jogador para aquela zona é Moritz Leitner, um jovem de apenas 21 anos, emprestado pelo Borussia Dortmund.
No 16º posto (lugar que dá acesso ao play-off de despromoção) está o SC Freiburg, com 22 pontos. Esta é a equipa que parece ter o calendário mais favorável daquelas que se encontram sob a linha de água, apesar de uma deslocação a Stuttgart poder mudar completamente a tabela final da Bundesliga. A época da equipa comandada por Christian Streich não tem sido fácil, e um plantel à sua disposição também não é o melhor. Coquelin, francês emprestado pelo Arsenal, e Gelson Fernandes são quem tem como papel fundamental a construção de jogo dos alemães, enquanto Václav Pilař é quem mais desequilibra nas laterais. A grande esperança dos adeptos que se deslocam ao Mage Solar Stadion reside no jovem de 23 anos emprestado pelo Dynamo Kyiv, o tunisino Admir Mehmedi, que é avançado e fez oito golos esta época.
Com mais um ponto (23 no total), está o FC Nürnberg. Gertjan Verbeek chegou a meio para tentar salvar a época, e a verdade é que a equipa ocupa agora uma posição que garante a manutenção. Raphael Schäfer, o veteraníssimo guarda-redes de 35 anos e figura incontornável do clube, foi uma autêntica muralha, salvando a equipa em alguns jogos difíceis, mas pode não ser o suficiente. Os experientes Emanuel Pogatetz e Per Nilsson são o esteio da defesa, o meio-campo está entregue a Feulner, a Hiroshi Kiyotake, a Mike Frantz e a Hloušek, enquanto quem ocupa a posição goleadora é Daniel Ginczek e o quarto melhor marcador do campeonato – Josip Drmić. O suíço já festejou por 12 vezes, as mesmas de Adrián Ramos, Thomas Müller e Roberto Firmino. A equipa de Nürnberg tem pela frente jogos com alto grau de dificuldade, como as recepções ao Borussia M’gladbach e Bayer Leverkusen e mesmo as deslocações aos terrenos do VfL Wolfsburg e Schalke 04. Os jogos chave serão nas jornadas 27 e 28, sendo estas disputadas com a diferença de apenas três dias entre elas. O primeiro será em casa, contra o VfB Stuttgart, e terá depois uma deslocação que se espera muito difícil a Freiburg.
Mirko Slomka mudou completamente o jogo do Hamburg Fonte: media.bundesliga.com
Quando Mirko Slomka assumiu o cargo de técnico do Hamburg, em meados de Fevereiro, a equipa do ‘benfiquista’ Ola John ocupava um preocupante 16º lugar, que, a manter-se, conduziria a equipa a uma despromoção vergonhosa face à qualidade dos seus jogadores. A verdade é que, apenas um mês volvido, a mesma equipa encontra-se num aparente confortável 14º lugar, dividido com o Nürnberg, e a três pontos do Eintracht Frankfurt.
À semelhança do Nürnberg, o Hamburg terá dois jogos seguidos importantíssimos. Terão lugar já nas duas próximas jornadas: o primeiro é uma difícil deslocação ao terreno do VfB Stuttgart; a outra partida terá lugar no seu estádio, frente ao SC Freiburg. Nestes dois jogos, Slomka poderá garantir uma importante vantagem de três pontos para dois concorrentes directos. Contudo, se olharmos para os jogos seguintes, não têm nada de fácil: mais uma deslocação muito difícil a Monchengladbach e recepções igualmente difíceis perante equipas como o Bayer Leverkusen, VfL Wolfsburg e Bayern München.
Slomka, ainda assim, é talvez o treinador com mais sorte, já que é aquele que tem ao seu dispor o plantel mais forte de todos aqueles que se encontram nos últimos lugares da tabela. René Adler na baliza, Dennis Diekmeier, Michael Mancienne, Heiko Westermann, Johan Djourou e Jonathan Tah na defesa, Tomás Rincón, Hakan Çalhanoğlu, Ivo Ilicevic, Milan Badelj, Petr Jirácek, Rafael van der Vaart e Ola John no meio campo, e Pierre-Michel Lasogga no ataque constroem um plantel que, em condições normais, estaria com Bayer Leverkusen, 1. FSV Mainz 05, VfL Wolfsburg, Borussia M’gladbach, FC Augsburg e Hertha BSC a lutar por um lugar europeu.
Destas cinco equipas, duas vão descer, uma disputará o play-off de despromoção e outras duas irão permanecer na Bundesliga. Quais serão?
Dia 13 de Maio de 2012. O City e o United entravam para a última jornada com hipóteses de se sagrarem campeões. A vantagem estava do lado dos citizens, que apenas precisavam de vencer o QPR no Etihad para quebrarem um jejum de 44 anos. Conseguiram-no, mas a verdade é que foi preciso um “milagre”. O jogo acabou por ser, provavelmente, o mais emocionante do século XXI, a par do Liverpool-Milan da final da Liga dos Campeões 04/05. Será que a Premier League deste ano voltará a proporcionar um espectáculo semelhante?
À partida, o jogo com o QPR não tinha um grau de dificuldade elevado. O conjunto orientado por Mancini era claramente favorito e chegou ao intervalo a vencer por 1-0, com golo de Zabaleta. Contudo, os londrinos surpreenderam na segunda parte, dando a cambalhota no marcador por intermédio de Cissé e Mackie. Entretanto, o United ia derrotando o Sunderland por 1-0, resultado que dava provisoriamente o título à equipa de Alex Ferguson. O City ia massacrando um QPR já reduzido a 10 elementos, mas a bola não queria entrar. O desespero instalou-se e, aos 90 minutos, pouca gente acreditava que os citizens pudessem ser campeões. No entanto, Dzeko marcou no minuto seguinte e deu alguma esperança aos adeptos, que, pouco depois, ficaram a saber do triunfo do United. Aos 94’, com os jogadores dos red devils à espera no relvado, Agüero consumou a reviravolta no Etihad.
Esta “máquina do tempo” serve, em primeiro lugar, para expressar o meu desejo de que a Premier League volte a ter um final de campeonato tão emocionante como o da época 2011/2012. Neste momento, com 8 jornadas por disputar, o Chelsea segue na liderança, com 4 pontos de vantagem sobre Liverpool e Arsenal (1 jogo em atraso) e 6 sobre o Manchester City (3 jogos em atraso). Com a derrota no terreno do Aston Villa, os blues deram alguma margem aos citizens, que podem finalmente concentrar as atenções no campeonato. Os reds, muito bem orientados por Brendan Rodgers, têm um calendário acessível e podem aproveitar o facto de receberem as equipas de Pellegrini e Mourinho. Em relação ao Arsenal, que se desloca a Stamford Bridge na próxima jornada, parte em último na luta pelo título. Ainda assim, os gunners têm tudo para vencer a FA Cup, já que os adversários são o Hull City, o Wigan e o Sheffield United.
O regresso ao passado serve também para lamentar a falta de competitividade no futebol actual. Tirando a La Liga, onde ainda há possibilidades de termos uma luta até final (embora o Real tenha uma vantagem importante), todos os outros campeonatos estão decididos há bastante tempo. Na Alemanha, já se sabia à partida que o Bayern venceria a Bundesliga com facilidade; em Itália, apesar do bom início da Roma, a Juventus vai revalidar o título tranquilamente; em França, o investimento do Mónaco ainda não chegou para fazer frente a um PSG cada vez melhor. Não é bom que haja clubes tão dominadores. A emoção faz falta ao futebol. É por isso que, para muitos, a Premier League é a melhor liga do mundo.
Associação Académica de Coimbra, histórico clube português já com 138 anos de existência. Este ano, como não tem sido hábito, a Académica parece estar a dois passos de garantir a manutenção. E também para ir contra os seus hábitos de garantir a permanência nas jornadas finais do campeonato, a Briosa está a apenas cinco pontos dos lugares europeus.
Sérgio Conceição, o técnico da Académica, já avisou que a equipa não está para brincadeiras e que se tiver de assumir um lugar europeu irá fazê-lo sem medos. Contudo, e vendo bem o passado recente da Académica, parece inviável que um clube com esta dimensão (pequena, apesar da gigante história) chegue à Liga Europa. Os constrangimentos seriam demasiado grandes para que a AAC conseguisse ter estabilidade e não fosse mais um Paços de Ferreira, que após uma presença breve na Liga dos Campeões passa agora por dificuldades na luta pela permanência.
Certo é que em Coimbra ninguém assumiu nenhum objetivo que não fosse a manutenção, mas também certo é que nenhuma equipa joga para perder e Sérgio Conceição, ambicioso e competente como é, quis deixar isso claro.
A próxima jornada contra o Benfica decidirá muito nas contas da equipa de Coimbra. Em caso de vitória sobre as águias, a Académica assume-se como um claro candidato à Liga Europa, com condições para lutar até ao fim pelo 5º lugar. Em caso de empate ou derrota, a equipa parece perder o comboio dos lugares europeus e irá trabalhar para consolidar um lugar no meio da tabela.
Sérgio Conceição, treinador da Académica Fonte: ZeroZero (Catarina Morais)
Na próxima semana veremos se a Académica consegue passar o teste de fogo que é o Benfica e colocar pressão nos seus adversários, que também almejam os cinco primeiros lugares.
A mim parece-me que esta Académica precisa de mais uma ou duas boas épocas para consolidar tanto o seu futebol como a sua estrutura ganhadora, e, aí sim, pensar em voos europeus. Contudo, será com todo o agrado que irei ver este histórico a disputar a Liga Europa. Um dos meus desejos não é com certeza ver a AAC a passar as dificuldades do Paços de Ferreira, porque o futebol vive de história e a história da Académica é grande demais para se dissipar com a possibilidade de cair em divisões inferiores.
Não sei se aqueles que viram o clássico do passado Domingo na TV tiveram oportunidade de assistir às sucessivas manifestações de garra e de emoção de Marcos Rojo, no final da partida, no relvado de Alvalade. Quem lá esteve, no estádio, não me deixa mentir: o argentino era um dos mais efusivos perante o aproximar da vitória. No fim, deslizou de joelhos tal qual faria o mais ferrenho dos adeptos sportinguistas, se tivesse oportunidade. Mas o que há, no central internacional argentino, além do querer e da vontade?
É com estranheza que constato que os órgãos de comunicação social não têm dado realce à que tem sido uma das melhores épocas defensivas do Sporting: em 28 jogos oficias realizados, a equipa de Leonardo Jardim sofreu golos apenas em metade, 14. Em 50% das partidas oficiais desta época, o Sporting não sofreu qualquer golo. Se nos focarmos apenas no campeonato, temos de recuar até à época de 2008/2009 para encontrar um ano em que os leões tivessem concedido menos golos à 24ª jornada. Na altura, o Sporting de Paulo Bento tinha sofrido 15 golos. Este ano, a equipa sofreu 16. Apenas mais um.
Rojo foi dos melhores em campo frente ao melhor marcador do campeonato, Jackson Martinez Fonte: foradejogo08.blogspot.com
Estes são os dados factuais, mas são também consequências do que tem sido feito e alterado no conjunto verde e branco. O que terá sido? Esta é a pergunta que dá espaço a todas as especulações, conjecturas e opiniões que, cada uma delas, vale o que vale. Apesar de nem só o ataque ser responsável pelos golos marcados, nem só a defesa o ser pelos sofridos, a construcção de uma equipa edifica-se através de bases sólidas, ou acabará por ruir. O Porto que foi a Alvalade é exemplo disso: Abdoulaye nunca transmitiu a segurança necessária e acabou por ser ele a falhar na marcação a Slimani, no lance do golo.
A meu ver, é aí que reside uma das alterações fulcraisno Sporting de 2013/2014. Marcos Rojo foi, a par de Adrien, aquele que mais subiu de rendimento se tivermos a época passada como ponto de comparação. Proveniente do Spartak de Moscovo, o nº 5 do Sporting apresenta, já aos 23 anos, números de cariz excepcional: desde que se tornou sénior (aos 19), Rojo só jogou menos de 24 partidas no Spartak. Pela selecção, já leva 20 presenças, todas (!) como titular. Tudo isto tendo em consideração que os defesas são os que mais tarde se costumam impor nas suas equipas. Por exemplo Garay, que hoje tem 27 anos, ainda só foi internacional por 18 vezes.
Marcos Rojo ao serviço da sua selecção, frente à Arábia Saudita Fonte: Olé
Estes números, muito embora a comunicação social e a generalidade dos adeptos não o admitam, têm explicação: Rojo tem qualidades que o podem elevar a um nível muito próximo dos melhores da Europa, se conseguir continuar a evoluir como até aqui. Forte no ar e com poder de choque para marcar pontas-de-lança possantes, com os quais se sente mais confortável; mas também rápido e com capacidade de antecipação para marcar os mais velozes, onde ainda sente mais dificuldades. Com bola, é evoluído tecnicamente, forte no cruzamento e dono de um remate poderoso, características que o fazem jogar também na lateral esquerda (onde é titular na Argentina, ao invés de Insúa ou Ansaldi). Pelo contrário, apresenta ainda um temperamento vincado e falta de clarividência que o levam ao excesso de agressividade e má avaliação de lances que podem comprometer aquilo que de bom faz. Esses são os factores que mais rapidamente tem de alterar se quer dar o salto qualitativo que o tornariam num dos melhores. Em entrevista recente ao jornal O Jogo, foi ele o primeiro a admitir isso mesmo, o que só prova que tem a consciência e a humildade necessárias à evolução.
Recuando à questão de partida: em Rojo há muito além do querer e da vontade. Mas num clube em que, no ano passado, existiam tantos jogadores – estrangeiros, principalmente – com falta de atitude e de amor à camisola, esta entrega que o argentino revela deve ser mais valorizada. Parece-me que, de entre colegas, treinadores, adversários e adeptos, são estes últimos os que menos reconhecem as qualidades do jogador do Sporting. Nos últimos anos, quantos centrais melhores tem tido a equipa de Alvalade?
Lembro-me de ouvir esta expressão desde pequeno quando uma assistência era tão boa e bem direccionada que equivalia realmente a 50% de um golo. Todos os misters mo diziam; todos os comentadores o dizem actualmente em relatos de jogos. O Porto tem mil e um problemas, mas tem sido cada vez mais notória a dificuldade que há em completar os 50% das jogadas perigosas – a finalização.
O passado jogo contra o Sporting mostrou mais uma vez os problemas que o Porto tem para marcar golos. Jackson está em má forma deste Setembro; Varela continua a ser o trapalhão do costume; todos os outros ou não têm a coragem para rematar à baliza, ou não têm o talento para fazer a bola chegar ao fundo das redes; apenas uma excepção: Ricardo Quaresma. A primeira parte do Mustang em Alvalade lembrou o seu passado dourado na equipa e, se não fosse o seu trabalho, estou certo de que a equipa de Luís Castro teria criado apenas um lance perigoso.
É Quaresma, tal como no passado, que acaba por fazer tudo… Fonte: http://www.fcportoonline.com/
O Porto tem uma média de 1,87 golos na 1ª Liga e um total de 43 golos. Se compararmos com os adversários mais directos (correcção, com os outros 2 grandes, já que neste momento o Estoril está mais perto do 3º lugar que o Porto do 2º), Benfica tem mais um golo e Sporting apresenta o mesmo número de golos marcados. Aparentemente, e se analisarmos apenas este indicador, não existe qualquer problema, mas quem vê os jogos do Porto não sente o mesmo. De facto, custa culpabilizar qualquer que seja o treinador por esta realidade. Mas quem devemos culpar? Jackson? Afinal ele é o melhor marcador da 1ª Liga, com 15 golos (média de 0,65 por jogo)…
O problema da finalização não se resolve com a mudança de um triângulo, nem se resolve com a mudança de um treinador. Poder-se-ia, eventualmente, resolver com a troca de jogadores na frente de ataque, mas essa nunca foi uma solução este ano. Afinal, quem ousaria pôr o melhor marcador da equipa no banco? Só mesmo alguém como Leonardo Jardim, que age consoante a melhor ou a pior forma dos seus jogadores – e por isso mesmo volto a elogiar o treinador do Sporting, cuja aposta em Slimani se tem vindo a provar essencial nos últimos jogos da sua equipa.
Não me cabe a mim dar uma solução para este problema porque honestamente não a sei a dar. Sei que Quaresma dá meios-golos, sei que Danilo e Alex Sandro também o fazem constantemente, mas quem é que faz o resto? Há mais algum avançado no banco? Por acaso até há, e até tem sido decisivo em vários jogos, mas, tal como nos últimos anos do Dragão, a chata tradição de o segundo avançado nunca sair do banco até aos 85 minutos ou em jogos da Taça da Liga parece continuar…
O Club Atlético Boca Juniors foi formado a 3 de Abril de 1905 por cinco imigrantes italianos de Génova na Plaza Solís, na cidade de Buenos Aires. O clube é também conhecido como Los Xineizes (os genoveses) devido às suas origens.
O Boca é o clube que mais troféus conquistou na Argentina – com mais de cinquenta títulos oficiais no seu palmarés, é também um dos clubes mais titulados de todo o mundo do futebol. Entre muitos, destacam-se os trinta campeonatos conquistados – vinte e quatro profissionais e seis amadores -, as seis Copas dos Libertadores e as três Taças Intercontinentais. Muito por isto, o clube foi considerado o maior clube sul-americano da primeira década do século XXI (2001-2010) pela IFFHS.
O Boca conquistou o seu primeiro título profissional em 1931. Até lá, já tinha no seu currículo seis títulos amadores, ganhos entre 1919 e 1930. Os melhores anos do clube tiveram início na década de 60, quando conquistou o campeonato por quatro vezes. Durante a década de 70, conquistou mais três campeonatos a nível interno e venceu os primeiros grandes títulos internacionais: duas Copas Libertadores – a primeira delas em 1977, a segunda no ano seguinte, em 1978. Nos anos 80, mais precisamente na época 1981/1982, o Boca pagou pouco mais de um milhão por um jogador do Argentinos Juniors que dava pelo nome de Diego Armando Maradona. 40 jogos e 28 golos pelo clube fizeram-no conquistar o campeonato dessa época e o admiração de toda uma nação antes de se transferir para o Barcelona. Infelizmente, essa foi a única alegria do clube até 1992, ano em que voltou a erguer um troféu, desta vez o Torneo Apertura.
Carlos Bianchi no seu regresso ao Boca Fonte: vivelohoy.com
Foi quando Carlos Bianchi assumiu o cargo de treinador do Boca, em 1998, que os melhores anos do clube tiveram lugar, tendo o Boca conquistado, sob o comando do El Virrey (o vice-rei), nove títulos em quatro anos. Tudo começou com o Apertura de 1998, quando o Boca foi coroado campeão ao ganhar o torneio sem qualquer derrota, algo inédito na história do clube. Seguiu-se o Clausura de 1999, o que fez com que o Boca conquistasse sucessivamente o Apertura e o Clausura pela primeira vez desde a criação do torneio. Mais impressionante do que isso foi o facto de o clube ficar invencível durante quarenta jogos internamente, record que ainda hoje se mantém e que destronou a marca anterior de trinta e nove jogos sem derrotas do Racing Club durante os anos 60. O ano 2000 é considerado o melhor na história do clube. Além de voltar a conquistar o Clausura, o Boca voltou a erguer, vinte e dois anos depois, a tão cobiçada Copa Libertadores, derrotando o Palmeiras nas grandes penalidades e vencendo o Real Madrid por 2-1 na Taça Intercontinental, com dois golos do melhor marcador da história do clube, o eterno Martín Palermo (236 golos). Em 2001, novamente nos penáltis, o Boca renovou o título da Libertadores, desta vez batendo o Cruz Azul, do México. Em Dezembro de 2001, após um desentendimento com o presidente do clube, Bianchi demitiu-se, tendo, no entanto, voltado ao comando técnico do clube em Dezembro de 2002. Nesta segunda passagem d’El Virrey pelo Boca, o clube conquistou mais uma vez o Apertura, a Copa Libertadores e a Taça Intercontinental, batendo o Santos de Diego, Robinho, Léo e Paulo Almeida e o Milan de Rui Costa – tudo isto em 2003. Em 2004, depois da derrota na final da Libertadores diante do Once Caldas, que viria a perder a Intercontinental contra o Porto, Bianchi voltou a demitir-se do cargo de treinador do clube.
Palermo e Riquelme, dois dos maiores nomes da história do clube Fonte: taringa.net
Depois da saída de Bianchi o clube teve vários treinadores até assentar, em 2005, com Alfio Basile, que voltou a conquistar sucessivamente o Apertura e o Clausura, em 2005 e 2006, pela segunda vez na história do clube. Basile trocou o comando técnico do Boca pela selecção da Argentina após a eliminação da selecção das Pampas aos pés da Alemanha no Mundial de 2006.
Seguiram-se Ricardo Lavolpe, que se demitiu após terminar o Apertura de 2006 em igualdade pontual com o Estudiantes, tendo perdido 2-1 o jogo de desempate; Miguel Ángel Russo, que conquistou a Copa Libertadores de 2007 – ano que ficou marcado pelo regresso de Riquelme ao clube – mas perdeu a Intercontinental com o Milan; e Carlos Ischia, que terminou o Apertura de 2008 em igualdade pontual com o San Lorenzo e o Tigres, mas desta vez levando o Boca a sair por cima no torneio de desempate. Para gáudio de muitos adeptos do Boca, 2008 foi também o ano em que o eterno rival River Plate desceu de divisão.
Depois de dois anos para esquecer, chegando o clube a acabar em décimo primeiro no Apertura de 2009, o Boca voltou a encontrar o caminho do sucesso com a conquista do Apertura de 2011, sendo mais uma vez campeão sem perder um único jogo e desta vez concedendo o menor número de golos na história da competição. Infelizmente foi derrotado pelo Corinthians na final da Libertadores – tudo isto sob o comando do Julio César Falcioni, que orientou o clube entre 2010 e 2012.
Em Dezembro de 2012, Carlos Bianchi voltou ao clube, assumindo o cargo de treinador principal do Boca pela terceira vez, e por lá continua, estando o Boca actualmente em sétimo lugar no Clausura, a quatro pontos do primeiro.
O clube joga actualmente no estádio Alberto J. Armando, comummente denomidado La Bombonera (a caixa de chocolates) por estar situado no distrito de La Boca, em Buenos Aires. O estádio tem capacidade para quarenta e nove mil adeptos e possui uma excelente acústica graças à sua forma incomum, o que levou a que os adeptos do clube passassem a ser apelidados de “La Doce” (o décimo segundo jogador).
Maradona na sua primeira passagem pelo clube, num jogo contra o Flamengo de Zico Fonte: Revista ALFA
O maior rival do Boca é o River Plate, clube com o qual disputa o Superclásico, sendo esta considerada uma das maiores rivalidades do mundo do futebol. Nos 338 jogos disputados entre as duas equipas, o Boca leva vantagem, com 126 vitórias contra 107 vitórias do River e 105 empates. Esta é uma rivalidade de classes, representando o Boca a working classe o River a upper class.
Aproximadamente, 40% dos argentinos torcem pelo Boca, o clube mais popular do país, cujos adeptos são auto-intitulados “la mitad más uno”. Um pouco incorrectamente, mas percebe-se a intenção.
O Boca é conhecido pelas suas excelentes camadas jovens, tendo produzido talentos como Riquelme, Burdisso, Gago, Banega, Tévez ou Gaitán. Além dos jogadores formados no clube, o Boca já foi casa para jogadores como Maradona, Caniggia, Batistuta, Ibarra, Abbondanzieri, Palacio, Palermo, Samuel, Cordoba ou Schelotto. Destes nomes todos, destaca-se, claro, o grande Diego Armando Maradona, para muitos o melhor jogador de sempre. Mas o melhor jogador da história do clube – o que mais conquistou e o que mais deu ao Boca e aos seus adeptos – é Juan Román Riquelme, simultaneamente o melhor jogador que alguma vez saiu da academia do clube. Riquelme é, neste momento, o décimo melhor marcador de sempre do Boca e o nono jogador com mais presenças pelo clube, tendo conquistado uns fabulosos onze troféus com a camisola do Boca, entre eles cinco campeonatos, três Libertadores e uma Intercontinental.
Últimos metros da última etapa do Paris-Nice e Rui Costa tenta a todo o custo chegar à liderança da prova. No entanto, uma queda não o permite lutar por este objetivo, ficando “apenas” no segundo posto.
Para quem não está muito por dentro do ciclismo, o Paris-Nice é uma das mais importantes provas da modalidade. Este ano, o vencedor foi Carlos Betancur, ciclista colombiano da AG2R- La Mondiale, que percorreu a prova em menos 14 segundos do que o campeão do mundo.
Rui Costa acabou em segundo Fonte: letour.fr
Vou-me focar, agora, no nosso campeão do mundo, que teve uma grande exibição e que já se mostra a grande nível nesta altura da temporada, fazendo acreditar que um bom resultado no Tour não é de todo impensável. Rui Costa esteve fortíssimo na etapas finais, com dois segundos lugares que lhe valeram a melhor classificação de um português nesta prova, melhorando o quinto posto alcançado por José Azevedo em 2001. Consegue ver-se que a forma física do poveiro está a melhorar, não só pelas provas, mas também pela forma confiante em que se apresenta em cima da bicicleta.
Em França estiveram mais dois ciclistas portugueses. Nelson Oliveira, colega de Rui Costa na Lampre-Merida, terminou na 72ª posição, enquanto André Cardoso, da Garmin-Sharp, ficou em 30º. Bons resultados para os portugueses, visto que o seu objetivo para esta prova era trabalhar para outros ciclistas.
Agora falando do vencedor da prova, o ciclista colombiano é cada vez mais uma certeza do ciclismo mundial, mesmo aos seus 27 anos. Tal como quase todos os ciclistas deste país, Betancur é muito forte na montanha, a sua grande mais-valia, como mostra o quinto posto no Giro do ano passado, prova em que foi o melhor jovem (até 25 anos). No Paris-Nice, venceu duas etapas, sendo por isso um justo vencedor, por muito que nos custe devido ao Rui Costa.
Quanto à prova em si, deu-nos tudo o que se podia esperar: luta pela vitória, emoção, bonitas paisagens… Sim: está provado que a maioria das pessoas vê ciclismo não pela prova em si, mas pelas paisagens.
Resta-me destacar a TVI24 por estar a apostar nesta modalidade. Ter um campeão mundial deve ajudar.