Começo a notar que caso o Porto não tivesse Quaresma estava ainda pior. O extremo português tem feito boas exibições e aparenta ser o jogador em melhor forma no plantel azul e branco. Na verdade, é Quaresma que faz algo para agitar o ataque do Porto.
Quando a notícia oficial do regresso de Quaresma foi anunciada fiquei com sentimentos mistos. Por um lado, o plantel portista necessitava de um extremo puro, bom no um-para-um com capacidades de mexer com um jogo a partir das alas. Por outro, Quaresma vinha de uma liga sem grande prestigio, vinha de um lesão no joelho, que é sempre complicada num jogador, e, por fim, chegava ao Dragão já com uma idade avançada (30 anos), o que para um extremo implica, na grande maioria, final de carreira com decréscimo das habilidades.
Porém, Quaresma surpreendeu e fez por merecer o estatuto de que agora dispõe de titular incontestável. Após os primeiros jogos de dragão ao peito, que serviram para recuperar a forma, está a apresentar um grande nível de futebol. Grandes golos, assistências, dedicação e, claro, as trivelas que se tornaram a sua imagem de marca. No entanto, no meio da desorganização ofensiva e defensiva do Porto, se for apenas o Mustang a remar, o barquito não anda.
A história de Quaresma demonstra que há jogadores que estão destinados a apenas jogar bem no Porto. Não quero insinuar que Quaresma jogou mal nos outros mas, para mim, é na cidade do Porto que Quaresma dá seu melhor.
Quaresma tem sido o timoneiro do ataque do Porto Fonte: Mais Futebol
Embora tenha começado na formação do Sporting, onde deu os primeiros toques numa bola à sério, não foi lá que se tornou num bom jogador. Mesmo assim, recebeu um contrato do colosso Barcelona para jogar na Liga Espanhola. Um ano depois fez as malas e rumou àquela que seria a sua casa: o Estádio do Dragão. Após quatro anos de glória com o dragão ao peito saiu pela porta da frente para mais uma aventura por terras estrangeiras. Passou por Inter de Milão, com um empréstimo ao Chelsea pelo meio, foi recebido em êxtase pelos turcos do Besiktas e a última paragem antes de regressar a casa foi o Al-Ahli, onde, para muitos, iria morrer o talento inato de Ricardo Quaresma.
O Mustang está de volta na máxima força. Infelizmente este ano é capaz de não ser feliz. Mas Quaresma tem contrato até 2016. De certeza que, até lá, vai provar novamente o doce néctar que é vencer com o dragão ao peito.
Não podemos esquecer-nos de que o Mundial do Brasil está à porta. Portugal possui um grande leque de opções no que toca a extremos. Entre Ronaldo, Nani e Varela – o núcleo duro de extremos da era Paulo Bento – há espaço para, talvez, mais dois. Paulo Bento é um homem ponderado e inteligente. De certeza que até ao início do Brasil’2014 vai ver e rever a sua convocatória real e final. Talvez, e sublinho o talvez, visto que depende de muitos factores e da manutenção da excelente forma de Quaresma, o nome de Ricardo Quaresma possa estar na convocatória.
Até lá, Ricardo Quaresma está em grande forma e, se não houvesse Quaresma, a série de maus resultados do Porto podia até ser bem pior. E reparem numa coisa : quando o melhor jogador é aquele que entrou há menos de um ano, após uma lesão no joelho e que esteve sem jogar durante seis meses, é porque o caso está realmente mal parado…
Somos a melhor equipa em Portugal. Já o ano passado o éramos. E no ano anterior também. Vítor Pereira não era nem treinador, nem adversário para este Benfica. Nem para este, nem para o de então. E os jogadores do Porto não tinham o poderio necessário para sair por cima no final do Campeonato. Mas saíram. Por duas vezes. Seguidas. Sem espinhas. A não ser aquelas que entaladas ficaram na garganta de todos nós, benfiquistas, quando vimos o hoje-em-dia-muito-triste-e-calimero Kelvin facturar o golo mais desnorteante na história do Benfica.
Bom, e se o passado se converter em futuro? É que há um motivo para o melhor treinador em Portugal não ser campeão em catadupa: o inconseguimento – como diria Assunção Esteves. Ponha-se os olhos no Benfica dos últimos quase cinco anos: uma equipa concretizadora. Com atitude. Inteligente. Forte na defesa. Malandra no ataque. Capaz de dar cartas aqui e lá fora. Mas a quem falta sempre qualquer coisa. E o problema é que não falamos de um bom central, ou de um fantástico ponta-de-lança, ou mesmo de um rigoroso esquema táctico. Não. É mais complexo do que isso. E simultaneamente mais simples. Falta atitude! Força de vontade! Benfica à Benfica! Ah! E um treinador com mais cabeça…já para não falar numa direcção com cojones, claro.
Mais disto em campo, no banco e nos escritórios e temos Benfica campeão Fonte: ontemvi-tenoestadiodaluz.blogspot.com
Acreditar, portanto, que o Benfica é campeão só porque leva nove pontos de avanço para o Porto a nove jornadas do final é ser – à falta de melhor expressão – “fofinho”. Triste, mas verdade. Este é o melhor período das últimas duas ou três décadas e não há títulos. Nada. Zero! Não é por acaso. Aliás, nada no futebol é por acaso. A não ser, claro, os golos anulados ao sportinguistas que, lá está, por simples acaso os vão afastando dos títulos.
Excepto talvez este ano. Pessoalmente não acredito em milagres. Futebolisticamente acredito em tudo. E dou mérito – muito, muito mérito – a um treinador que tem feito o melhor trabalho que o futebol português viu esta época: Leonardo Jardim. O madeirense é bom que se farta, mas não tem ainda a maturidade para levar de vencido este conjunto encarnado. Não vira, no entanto, a cara à luta e, passo a passo, lá vai conquistando os muito preciosos pontos de que o Sporting precisa. E o clube de Alvalade vai-se aguentando. Acredito que tal estado de felicidade seja precário, mas esta é uma resiliência que assusta e não saber admiti-lo é não saber ver futebol. Esse foi, na minha humilde opinião, um dos grandes problemas do ano passado (e do anterior a esse)…não tínhamos competição. Era “peaners”. Qual campeonato a feijões. Tanto que, no final, acabámos a fazer as contas aos feijões a que o segundo lugar tinha direito em três diferentes competições.
Mostra quem manda, Messias. Prova que o motivo pelo qual estás no Benfica mais um ano não é pelo medo de te ver sair para o Porto. Estás numa equipa de deuses, Jesus. E ao teu nome é hora de fazer jus. Precisamos de mais. Queremos mais. Merecemos mais! Não o conseguir é mergulhar num profundo mar de desilusão do qual ninguém será capaz de nos salvar. A responsabilidade, hoje mais do que nunca, é tua. E como dizia Lincoln, numa nação de Homens inspiradores só há duas opções: “viver para sempre ou morrer por suicídio”.
Pois vamos para o Olimpo juntos. Sem medos. O futuro é nosso. Mas há que lutar por isso. Mete-los a correr. A suar a camisola. A sofrer traumaticamente como nós nas bancadas sofremos. A chorar. A rir. A morrer de amores. A precisar disto como nós. Só assim não haverá desculpas. Porque, venha de lá o que vier, veio depois de meses e meses de paixão deixada em campo. Já vos vimos assim. E não pode ter sido fogo de vista.
A vida nem sempre nos dá destas oportunidades. Regozijemos. Este ano fomos ao Inferno e voltámos. Com o mesmo coração com que o fizemos respondamos, no final, à pergunta: “o que nos falta?”. Nada.
Nos últimos anos, nos desportos que mais adoro, tenho sentido que dois atletas estão constantemente no topo da lista para melhores jogadores do mundo. No futebol temos Lionel Messi e Cristiano Ronaldo, no basquetebol temos LeBron James e Kevin Durant. Ano após ano vemos estes atletas a dominarem por completo o seu desporto. O que é que isto leva? A que outros jogadores, por serem contemporâneos a estes “extraterrestres”, não estejam integrados na categoria de melhor jogador do mundo.
Agora, direccionando-me só para a NBA – nos últimos 6 anos, apenas três jogadores receberam tal honra, Kobe Bryant, em 2008, Derrick Rose, em 2011 e Lebron James, em 2009, 2010, 2012 e 2013.
Para variar, os atletas que lideram a corrida nesta época foram James e Durant. E pode-se dizer que, se nenhum se lesionar, ambos vão estar na corrida até ao fim e muito afastados de todos os outros concorrentes. Neste caso, devo referir o quão injusto é para outros jogadores que têm feito uma época quase paranormal.
Há um jogador que merecia estar pelo menos mais acima nesta lista, que é composta pelos 10 jogadores que, segundo os redactores da NBA, são os melhores; liderada actualmente por LeBron James e Kevin Durant, os outros concorrentes são, por ordem: Blake Griffin, Paul George, Stephen Curry, James Harden, Goran Dragić, DeMar DeRozan, Kevin Love e, por fim, Joakim Noah.
James passou para a frente de Durant logo após o confronto em que os Miami Heat, equipa de LeBron, levaram a melhor sobre os Oklahoma City Thunder. Depois de um mês em que o número 6 da equipa da Flórida jogou num nível típico de um super-herói. A estrela de Oklahoma, contudo, tem feito isso a época toda; depois da lesão de Westbrook, Durant tem vindo a carregar os Thunder às suas costas.
Bem, será necessário, antes de mais, traduzir a sigla “MVP” – Most Valuable Player. Este título é dado para o jogador que foi considerado o jogador mais “valioso” durante a época regular. Não basta jogar o basquetebol mais atractivo, nem marcar o maior número de pontos, ou defender melhor. Pode-se dizer então que para receber este título é fundamental que durante os jogos o atleta tenha de ser não só um elemento diferenciador. Tem de ser aquele em que todos os holofotes estão apontados, aquele que não treme quando o seu talento é chamado.
Kevin Love já recebeu uma medalha de ouro olímpica. Fonte: Pictures.zimbio.com
As estatísticas são, por vezes, o que ajuda na diferenciação e, sendo assim, há um atleta que este ano tem preenchido grande parte dos requisitos anteriormente referidos. Kevin Love tem uma grande desvantagem perante todas as estrelas que estão à sua frente. Esse “problema” chama-se Minnesota Timberwolves. Se com alguma sorte os “Wolves” forem aos playoffs, será sem dúvida graças à maior estrela da equipa. No entanto, essa incapacidade de amealhar vitórias por parte da equipa de Minnesota é a principal razão para esta estrela não ser considerada como um dos melhores jogadores da liga.
Neste último mês que passou, Kevin Love marcou mais pontos que Kevin Durant, teve mais ressaltos que Dwight Howard e lançou melhor de três pontos que Kyle Korver. Para os mais distraídos, Korver está numa sequência de mais de 120 jogos consecutivos a marcar pelo menos um triplo (recorde da liga). Estas estatísticas são impressionantes. Desde o jogo dos All-Stars, Love tem números assombrosos: 35,8 pontos, 12,8 ressaltos e 5 assistências por jogo. Nesta sequência conseguiu fazer o seu primeiro triplo-duplo da carreira e recentemente ia conseguindo fazer o seu segundo. Durante esta época, Kevin já teve quase meia centena de duplos-duplos e cerca de 20 jogos em que marcou mais de 30 pontos. Estamos a falar de um jogador que lidera a sua equipa em pontos e ressaltos.
Este duo dinâmico já garantiu algumas vitórias. Porém, para Love vingar terá de se despedir dos seus colegas de equipa Fonte: Thesportsquotient.com
Se virmos as estatísticas acima referidas, apercebemo-nos que esta estrela mais que assumida passa despercebida por causa da sua equipa. Visto que a equipa dos “Wolves” não joga completamente direccionada para Kevin Love, podemos prever que se estivesse num grupo com mais talento ofensivo e que jogasse mais para ele e, principalmente, que vencesse mais jogos e tivesse na corrida aos playoffs, o número 42 seria um concorrente a sério para LeBron James e Kevin Durant.
É imprescindível para a sua carreira que Kevin Love mude de equipa o mais depressa possível. Isto se quiser vingar a sério na NBA.
A luta pelo 5º lugar está ao rubro! O Fundão venceu fora a equipa do Boavista e está a apenas um ponto da equipa axadrezada. Vitória sofrida, mas muito importante para o Fundão. Caso o Boavista vencesse, ficaria com quatro pontos de avanço, tornando o 5º posto quase garantido. Considero que foi bom isso não ter acontecido, porque assim a luta será muito mais renhida, enriquecendo o futsal.
Os pupilos de Belém alcançaram uma grande e importante vitória por 5-2, frente ao Póvoa Futsal, ficando a um ponto do 6º lugar, Fundão, e a dois pontos do 5º, Boavista.
A equipa dos Leões de Porto Salvo carimbou mais uma vitória, demonstrando a fantástica época que está a realizar. Venceram a lanterna vermelha Académica por uns consideráveis 6-0. De realçar o facto de os Leões de Porto Salvo estarem com o 4º lugar asseguradíssimo, serem uma equipa amadora e estarem a apenas quatro pontos do Braga. Tenho a certeza de que irão lutar afincadamente por um lugar no pódio e tornar a vida do 3º lugar mais difícil.
Empate a três bolas entre o Cascais e o Olivais. A equipa da casa manteve o 10º posto, mas o Olivais subiu para 12º, afastando-se das lanternas vermelhas Académica e Vila Verde, podendo respirar um bocadinho (por enquanto).
Mais uma tentativa de marcar, desta vez por intermédio de Alan Brandi Fonte: Record.xl.pt
Na deslocação ao terreno do último classificado, Vila Verde, o Benfica teve inúmeras dificuldades, acabando por vencer no último minuto. A equipa encarnada esteve a vencer por 2-0, mas Tiago Pinto bisou, estabelecendo o resultado em 2-2. Resultado injusto face ao caudal ofensivo encarnado e às poucas oportunidades da equipa da casa. O Benfica arriscou o 5 para 4, e o capitão Gonçalo Alves marcou no último minuto da partida, finalizando o resultado em 2-3. Vitória muito sofrida, contudo justa, para a equipa do Benfica, que sobe ao 2º lugar.
A equipa de Vila do Conde venceu o Modicus por 4-0. Com esta vitória, a equipa do Rio Ave tem cinco pontos de avanço face ao 9º lugar e está a apenas três do 7º, Belenenses.
Em Braga, disputava-se o 1º lugar da Liga SportZone. Antevia-se um jogo difícil, que poderia cair para qualquer lado, mas não foi isso que se sucedeu. Podemos afirmar que o Braga entrou muito mal no jogo ou que o Sporting entrou de forma espetacular. Aos 90 segundos, a equipa leonina já vencia por 2-0, mostrando toda a sua qualidade. O Sporting teve apenas de gerir o jogo e foi para o intervalo a vencer por 3-0. O Braga entrou mal na partida, falhou defensivamente, cometeu muitos erros e não conseguiu aproveitar as oportunidades de que dispôs para fazer golo.
Para a segunda metade, adivinhava-se uma significativa mudança de qualidade de jogo e de atitude por parte dos bracarenses. O Braga melhorou face à 1ª parte; todavia, a inspiração e qualidade leoninas estiveram ao seu mais alto nível, dilatando o marcador para uns impressionantes 6-0. A partir daí, o Braga arriscou tudo, conseguindo ainda marcar três golos que lhe darão ânimo para a sua deslocação ao Pavilhão da Luz. Esta vitória da equipa verde e branca é claríssima, mas não é uma má prestação do Braga que apaga a belíssima época até então realizada. Queria realçar o magnífico golo de João Benedito, demonstrando toda a sua técnica.
Caio Japa, uma das figuras do Sporting, ao bisar na partida Fonte: Abola.pt
A jornada 20 está terminada e, mais uma vez, assistiram-se a grandes jogos de futsal e a apenas duas mudanças na classificação. O Benfica subiu ao 2º posto e o Olivais saiu da zona de descida.
Já são poucas as palavras que posso usar para, a cada domingo, escrever aquilo que é o FC Porto. Semana após semana, os 120 anos de história são manchados. Semana após semana, apenas as camisolas vão subindo aos relvados para mais uma jornada.
Caro leitor, não me esqueci do que aconteceu em Frankfurt. Sim, lembro-me perfeitamente da atitude que a equipa teve na segunda parte, mas também me lembro de mais três golos sofridos e de muitos mais erros defensivos, que se acumulam jogo após jogo. O apuramento para os oitavos-de-final da Liga Europa fazia finalmente parecer que a equipa ia dar o salto, mas, como em tantas outras ocasiões esta época, isso não aconteceu.
Sem Varela, Jackson e Mangala no onze, os portistas entraram bem no terreno, e aos 17 minutos, após grande penalidade assinalada pelo árbitro Marco Ferreira por falta sobre Carlos Eduardo, Ricardo Quaresma fez o primeiro dos portistas. O FC Porto começou a jogar com outra segurança e tranquilidade, e podia ter ampliado a vantagem pouco depois, com Ghilas a enviar uma bola à trave da baliza do Vitória.
Os minutos iam passando e, após mais uma oportunidade de Ghilas para fazer o golo, o Vitória de Guimarães começou a responder por intermédio de Maazou, que em duas ocasiões de cabeça podia ter dado outro destino à bola. Contudo, e apesar da reação vitoriana, foi o FC Porto a chegar ao 0-2 aos 41 minutos, num lance protagonizado por Ghilas, que, com um remate forte, fez Douglas aliviar a bola para o local onde Licá, com a baliza aberta, não teve dificuldade em faturar.
Quaresma e Licá foram os autores dos golos azuis e brancos Fonte: Zero Zero
A vantagem parecia segura, e o jogo parecia controlado. Sim… apenas parecia, porque no último lance da primeira parte, Maazou, que foi o jogador mais perigoso dos minhotos ao longo dos primeiros 45 minutos, finalizou com sucesso uma jogada de insistência dentro da área dos dragões, aproveitando um atraso posicional de Abdoulaye para ficar em situação regular na hora do desvio para a baliza de Helton.
O golo motivou o Vitória, que ganhou uma nova esperança de chegar ao empate, o que acabou por conseguir logo no reinício da partida. Em mais um erro defensivo, Maazou não teve dificuldades em isolar Marco Matias, que, perante Helton, fez o 2-2 para a equipa da casa. O FC Porto via-se mais uma vez envolvido num emaranhado de erros e mais erros, deixando fugir mais uma vez uma vantagem no marcador. Apesar de estarem obrigados a ganhar para impedir os dois primeiros classificados do campeonato de aumentarem a distância, os dragões não conseguiam criar oportunidades, nem sequer incomodavam a defesa do Vitória de Guimarães. A exceção foi um remate de trivela com pouca força de Ricardo Quaresma.
No banco, Paulo Fonseca, que parece não ter aproveitado o Carnaval para se disfarçar de treinador, colocou Varela, Jackson e Quintero para procurar a vitória mas, como em tantas outras ocasiões, não conseguiu. Com mais coração do que imaginação e cabeça, a equipa parecia novamente assombrada pelos medos que a tem perseguido ao longo de toda a época. No banco de suplentes, Paulo Fonseca, de mãos cruzadas e olhar impotente, ia vendo uma equipa sem imaginação e ideias para contrariar aquilo que estava a acontecer. E pior não foi o resultado porque, aos 86′, Nii Plange enviou uma bola ao poste e Danilo acabou por tirar o terceiro ao Vitória na linha de golo.
Licá e Ghilas, hoje titulares, foram dos que mais lutaram Fonte: Mais Futebol
O resultado aceita-se e mais uma vez a desilusão esteve no rosto portista. No final do jogo, só Helton foi dar a cara perante os adeptos. Fonseca, que na antevisão ao jogo havia dito que não conseguia explicar os erros defensivos, afirmou na flash interview que foi inadmissível o que aconteceu e que não consegue explicar mais um mau resultado. Olhando para tudo o que tem sido este FC Porto, acho que não é preciso dizer mais nada. Não há explicações nem razões que expliquem uma equipa como estas manchar aquilo que é ser FC Porto. Não há explicações nem significados que expliquem como Paulo Fonseca foi contratado para ser treinador de uma equipa tri-campeã nacional. Não há razão que me faça compreender como é que a dois meses de acabar a época ainda tudo parece na mesma. São 9 pontos para o primeiro lugar, 4 para o segundo e 4 para o quarto classificado. Confesso-lhe que já pouco me importa, porque nem para isso tenho, como diz o treinador do meu clube, explicação. A mim, só me resta perguntar: quando é que isto finalmente acaba?
Figura: Crivellaro O médio vitoriano conseguiu pautar os ritmos do jogo e levar a equipa do Vitória para um empate que parecia impossível depois da desvantagem por 2 golos.
Fora-de-jogo: Abdoulaye O central senegalês cumpriu o desejo de Rui Vitória… e deu mesmo barraca. Erro atrás de erro, foi apenas mais um entre a desorganização geral do setor defensivo e da equipa depois do 0-2.
Zlatan Ibrahimovic nasceu a 3 de Outubro de 1981, em Malmö, na Suécia, filho de pai bósnio e mãe croata. Assinou o seu primeiro contrato profissional com o Malmö em 1996, chegando à equipa principal em 1999. Em 2001, depois de já ter descido de divisão com a referida equipa em 1999 e de ter voltado a subir em 2000, transferiu-se para o Ajax por 8,7 milhões de euros. Foi na Eredivisie que Zlatan começou verdadeiramente a mostrar-se ao mundo do futebol; foi no Ajax e sob a orientação do nosso bem conhecido Ronald Koeman que ele conquistou os seus primeiros títulos: foi bicampeão holandês, ganhando também uma taça e uma supertaça nos quatro anos que passou na Holanda.
Zlatan jogou pela primeira vez na Liga dos Campeões na época de 2002/2003, pelo Ajax, tendo-se estreado memoravelmente com um bis que ajudou a sua equipa a bater o Lyon por 2-1. De todos os grandes momentos de Zlatan no Ajax, houve um que se elevou mais alto: falo, claro, do golo fenomenal marcado ao NAC Breda, em que ele fez “gato-sapato” de metade da equipa adversária, simulando e fintando aproximadamente seis jogadores antes de introduzir a bola na baliza, uma verdadeira obra de arte que foi posteriormente eleita “Goal of the Year” pelos espectadores da Eurosport.
Foi no Ajax que Zlatan arrancou para uma carreira brilhante Fonte: iworldcup.org
Infelizmente o tempo de Zlatan no Ajax chegou ao fim quando, em 2004, e durante um jogo entre as selecções da Holanda e da Suécia, ele acabou por lesionar o seu colega de equipa Van der Vaart, que até hoje insiste que o que aconteceu foi intencional. Para evitar problemas e divisões no balneário, o Ajax vendeu Zlatan à Juventus, por 16 milhões de euros. Foi um mal que veio por bem, pois a qualidade de Zlatan já o tinha elevado muito acima do futebol praticado na Eredivisie e, mais tarde ou mais cedo, seria tempo para uma mudança. A Serie A e a Juventus vieram proporcionar isso mesmo.
Na Juventus, sob o comando do grande Fabio Capello, Zlatan não demorou a impor-se na equipa da vecchia signora, conquistando dois campeonatos nos dois anos passados em Turim e continuando a desenvolver o seu futebol, tendo a Juventus chegado a rejeitar uma proposta astronómica de 70 milhões de euros do Real Madrid pelo passe do jogador. Infelizmente mas merecidamente, a Juventus foi implicada no escândalo que abalou o futebol italiano em 2006, o Calciopoli scandal, também conhecido por Calcio Caos, sendo um dos clubes condenados por combinar resultados e escolher árbitros. Isto resultou numa relegação forçada para a Serie B e na perda dos dois campeonatos conquistados nos dois anos que Zlatan passou no clube. Sem qualquer culpa, Zlatan recusou-se a seguir o clube para uma divisão inferior, tendo mesmo chegado a forçar a sua saída, que acabou eventualmente por acontecer, em Agosto de 2006, por 24,8 milhões de euros, para um dos rivais da Juventus, o Inter de Milão. Manteve-se, assim, na Serie A.
No Inter, Zlatan reforçou o seu estatuto, não só como um dos melhores avançados do mundo, mas também como um dos melhores jogadores da actualidade. Com a Juventus e o Milan a saírem bastante prejudicados com o Calcio Caos, o Inter, orientado por Roberto Mancini e liderado por Zlatan na frente de ataque, conquistou dois campeonatos e uma supertaça. A direcção do Inter, desapontada com a falta de sucesso do clube na prova máxima de clubes a nível europeu, decidiu terminar o contrato com Mancini e contratar José Mourinho, em 2008.
Com José Mourinho ao leme da equipa, Zlatan tornou-se, pela primeira vez na sua carreira, o melhor marcador da Serie A, com 25 tentos apontados. Sagrou-se mais uma vez campeão italiano e conquistou também mais uma supertaça, tendo praticado o melhor futebol da sua carreira até à data. Mais uma vez, o clube falhou na Liga dos Campeões, caindo diante do Manchester United de Cristiano Ronaldo nos oitavos-de-final, o que levou Zlatan a procurar uma mudança na sua carreira. Já tendo aumentado consideravelmente o seu palmarés em Itália e procurando glória europeia, foi vendido ao Barcelona de Guardiola, por 46 milhões de euros mais o passe de Samuel Eto’o, avaliado em 20 milhões pelo clube, perfazendo então um total de 66 milhões de euros.
A relação conturbada de Zlatan com Pep manchou a sua passagem pelos blaugrana Fonte: foxsportsasia.com
A passagem de Zlatan pelo clube catalão foi extremamente atribulada, já que não se entendeu com o seu treinador por diversos motivos – discordava da sua posição na equipa, recusando desempenhar um papel secundário no ataque para Messi, tendo mesmo afirmado que ele era um Ferrari a ser usado como se fosse um Fiat.
No Barcelona, conquistou um campeonato, a Taça do Rey, o Mundial de clubes e duas supertaças de Espanha, mas falhou mais uma vez a conquista da Liga dos Campeões, ao cair nas meias -finais perante a sua antiga equipa, o excelente e memorável Inter do triplete de José Mourinho. Estava mais uma vez na altura de mudar; o Barcelona não era o que Zlatan esperava e a sua relação com Guardiola tinha atingido níveis absurdos.
Zlatan voltou, então, a um campeonato que conhecia bem, sendo emprestado ao AC Milan durante a época de 2010/2011. O clube ficou com uma opção de compra no valor de 24 milhões de euros de um jogador que, há um ano, tinha custado 66 milhões. Uma “pechincha”.
No Milan, e sem nenhum Messi com o qual tinha de dividir o ataque, Zlatan voltou a ser a estrela maior de uma equipa e ajudou o clube a conquistar o seu primeiro Scudetto desde 2004, desta vez sob a orientação de Massimiliano Allegri. Como era de esperar, o Milan fez uso da sua opção de compra e resgatou Zlatan a título definitivo, por 24 milhões de euros.
O AC Milan representou a última etapa de uma profícua carreira de ‘Ibra’ no Calcio Fonte: scaryfootball.com
A época de 2011/2012 representou o adeus de Zlatan a Itália e ao Milan. Essa temporada correu pior ao clube em termos colectivos, falhando a renovação do título e tendo apenas conquistado a supertaça de Itália. Contudo, Zlatan sagrou-se, pela segunda vez na sua carreira, o melhor marcador da Serie A, desta vez com uns fantásticos 28 golos.
O PSG, recentemente comprado, decidiu investir 20 milhões de euros em Zlatan, em 2012/2013, tornando-o na cara do clube e no jogador mais bem pago do campeonato francês, recebendo algo como 15 milhões de euros anuais.
Tal como seria de esperar, o impacto de Zlatan na Ligue 1 foi imediato, ajudando o PSG a sagrar-se campeão pela primeira vez desde 1993/1994, ou seja, desde os tempos de George Weah. Foi ainda coroado o melhor jogador e marcador do campeonato, com 30 golos apontados. Nesta época que decorre ainda, o PSG está confortavelmente no topo da tabela rumo ao seu segundo título consecutivo, sendo mais uma vez liderado por Zlatan. O jogador leva 22 golos na liga e 37 no total, não tendo as defesas em França encontrado ainda solução para lidar com este fantástico jogador, que se encontra sem dúvida uns furinhos acima da referida competição.
A equipa está também muito bem colocada para se qualificar para os quartos de final da Liga dos Campeões, depois de uma vitória por 4-0 no terreno do Leverkusen. No ano transacto, foi nesta fase da competição que o PSG caiu, depois de dois empates com o Barcelona, sendo eliminado pela diferença de golos marcados fora (um 2-2 em Paris e um 1-1 em Barcelona). Será este o ano em que Ibrahimovic finalmente ganhará a tão cobiçada Liga dos Campeões, que lhe foge há anos? Por que não?
Já na casa dos trinta, é o líder de um Super-PSG cheio de dinheiro e ambição Fonte: ibtimes.com
Ao serviço da sua Suécia, Zlatan leva 96 jogos e 48 golos, tendo participado nos Mundiais de 2002 e 2006 e nos Europeus de 2004, 2008 e 2012. Os seus momentos mais memoráveis são o golo apontado à Ucrânia no Euro 2008, um espectacular volley que lhe valeu o prémio de golo do torneio, e a maravilha de pontapé de bicicleta marcada num amigável contra a Inglaterra, em 2013, que lhe valeu o prémio Puskás para melhor golo do ano.
Zlatan Ibrahimovic é o avançado mais completo do futebol actual. É discutivelmente o melhor avançado do mundo, mas sem sombra de dúvidas que é um dos melhores jogadores da actualidade e um dos maiores que já tive o prazer de ver jogar. Tem sido comparado por diversas vezes ao fenomenal Marco Van Basten. Aproveitando os seus 1,95m para ser um exímio jogador de cabeça, junta a isso uma habilidade com os pés muito fora do comum, que lhe permite desenvencilhar-se de qualquer adversário e meter a bola como quer e onde quer. Ele marca de todas as formas e feitios: com ambos os pés, de bola parada ou corrida. Se a bola chega a Zlatan, há uma grande probabilidade de acabar na baliza adversária. Com Zlatan em campo, o jogo nunca é desinteressante; ficamos sempre agarrados ao ecrã à espera de ver o que este génio do futebol poderá inventar de seguida. A cadeia televisiva ESPN descreveu Zlatan como “bom pelo ar, forte e ágil, joga bem de costas voltadas para a baliza e possui uma finalização, visão de jogo, qualidade de passe e controlo de bola fora do comum”.
Um dos momentos mais marcantes do capitão da Suécia Fonte: hdpaperwall.com
Zlatan é o único jogador na história a ter facturado na Liga dos Campeões por seis clubes diferentes: Ajax, Juventus, Inter, Barcelona, Milan e PSG. Além disso, é o jogador mais caro da história, dando a soma das suas transferências o impressionante valor de 160 milhões de euros. É um jogador com um feitio muito próprio, demonstrado pelo que faz dentro de campo e pelo que diz fora dele. Mas o que mais me impressiona neste jogador é o facto de ele não parar de evoluir. A cada ano que passa, ele fica melhor. O seu melhor ano é sempre o seguinte. Agora, com 32 anos, parece que o melhor ainda está para vir.
Foi um Benfica pressionado pela vitória do Sporting ontem e a querer pressionar o FC Porto que entrou hoje no Restelo. De regresso ao onze base utilizado no campeonato (voltaram Oblak, Siqueira, Fejsa, Enzo Pérez, Markovic, Rodrigo e Lima), não se adivinhava tarefa fácil para a equipa de Jorge Jesus: relvado alagado e a dificultar a circulação de bola e um Belenenses a precisar de pontos como de pão para a boca.
Verdadeira onda vermelha no Restelo e cedo se percebeu que estaríamos perante um jogo de sentido quase único. A entrada a alta rotação do Benfica, possibilitada pela inteligente gestão do plantel feita entre Campeonato e Liga Europa, encostou desde cedo o Belenenses lá atrás. Aos 7 minutos, Gaitán ofereceu mais um momento para mais tarde recordar, ao fugir do bloco defensivo azul para fazer um chapéu de classe a Matt Jones. Mais um golo de antologia do argentino, que rubricou nova admirável exibição depois da obra-prima frente ao PAOK, na quinta-feira. O mais difícil estava feito e a responsabilidade de resposta entregue ao Belenenses. E a resposta surgiu, mas muito tímida e sem velocidade, nunca incomodando Oblak. O Benfica geria a vantagem, acelerando aqui e ali pelas setas Markovic e Gaitán. Justa vantagem encarnada ao intervalo, assente no génio do argentino.
Ao intervalo, Marco Paulo colocou o irreverente Fredy para o lugar do médio Danielsson, duro de rins e pouco dinâmico. E o camisola 11 do Belenenses trouxe alguma vivacidade ao até aí paupérrimo futebol da equipa da casa. O Benfica mantinha a toada e desperdiçava golos lá à frente, algo que no futuro poderá ser verdadeiramente comprometedor. Uma equipa que cria tão vasto caudal ofensivo, tem de o materializar em golos. O Benfica não o fez e, por mais superior que seja, deixou o Belenenses acreditar. E aos 71 minutos, golo possivelmente mal anulado à equipa da casa: Tiago Caeiro rematou para o fundo das redes, mas fica a dúvida sobre a interferência de Fredy na jogada. Daí para a frente, o jogo tornou-se muito faltoso e com pouco futebol. O mesmo Fredy que mexera com a partida, deixou a sua equipa reduzida a dez elementos, sendo expulso por protestos.
Vitória segura do Benfica que, a espaços, conseguiu colocar velocidade e dinâmica no pesado relvado do Restelo. Resultado que peca por escasso, tal foi a superioridade benfiquista no encontro. Vem aí o Estoril e, com ele, possivelmente os fantasmas do passado. O Estoril é muito melhor equipa do que este Belenenses e, aí, o um zero poderá não ser goleada.
O primeiro golo (legal) da noite Fonte: Maisfutebol
A Figura
Nico Gaitán – A atravessar a melhor temporada da sua carreira, o argentino leva o Benfica às costas. Finalmente consegue colocar em campo o talento que este mundo e os outros lhe reconheciam. Golos sublimes, passes de trivela, toques de calcanhar? É Gaitán.
O Fora-de-Jogo
Belenenses – O desnível entre as duas equipas é claro, mas este Belenenses pratica um futebol de baixíssima qualidade. Se continuar mais preocupado em protestar e menos em jogar, dificilmente permanecerá na primeira divisão.
Reflectir sobre a situação actual do Rugby feminino implica tentar compreender o que tem funcionado e o que ainda está errado. No entanto, quando este assunto é discutido surgem, geralmente, apenas duas conclusões básicas e opostas: para uns, o Rugby feminino está em grande evolução. Para outros, o lugar que ocupa é ainda insignificante.
E não poderemos retirar alguma verdade nas duas conclusões opostas? O Rugby feminino está em grande evolução, sim. No entanto, se me disserem que este ocupa já o lugar merecido no panorama do Rugby nacional, não poderei concordar.
Após anos de esforço, dedicação e empenho das atletas e equipas técnicas que fazem parte do rugby feminino federado, esta vertente conseguiu finalmente obter mais respeito e valorização.
No entanto, após vários anos a disputar o Campeonato Nacional, a Taça de Portugal, a Super Taça e o campeonato nacional de Sevens, sabe-se que tem sido difícil manter estas competições. E esta dificuldade em competir nesta vertente tem levado à desistência de várias atletas para outros desportos.
No entanto, tem sido também discutido o projecto da Academia de Sevens, que tem como objectivo preparar uma equipa para um possível apuramento para os Jogos Olímpicos de 2016. Não será isto uma prova de que se continua a lutar e a acreditar no Rugby feminino?
Fotografia tirada no estágio da Selecção de Sevens Fonte: Facebook.com/fpr.pt
A questão é que quem acredita nesta vertente são as pessoas que a praticam ou que estão já envolvidas na modalidade. Se depender apenas dessas pessoas, o Rugby estará realmente em grande evolução. Porque têm sido essas pessoas a lutar por ele e a não desistir, mesmo sem recursos.
No entanto, se o Rugby feminino não tem ainda o valor merecido não será por culpa de quem o pratica, dos clubes ou das suas equipas técnicas. Será apenas porque um desporto realmente já não depende apenas de quem o pratica. Depende também de apoios e investimentos. E depende também de se acabar com o preconceito que ainda existe que faz com que as empresas ainda não queiram apoiar a vertente feminina da modalidade.
No rescaldo do jogo entre Leões e Minhotos, a contar para a 21ª jornada, fica para a história de mais uma vitória suada mas saborosa por parte do Sporting.
Sem Adrien nem Montero, peças vitais no xadrez do Sporting de Leonardo Jardim, muito se falou durante a semana sobre quem seria o elemento a ocupar a chamada posição 8, tão importante na estratégia ofensiva da equipa. O escolhido foi Gerson Margrão.
Perante 30 mil fiéis, a equipa da casa começou forte, ameaçando marcar cedo, tal como no jogo da primeira volta. Carillo e Mané entraram endiabrados e de olhos postos no gigante Slimani, desejoso de mostrar que pode ser titular mais vezes. Com o Braga a sair bem no contra-ataque, o jogo serenou e as equipas encaixaram no relvado. Numa dessas saídas, os arsenalistas chegaram ao golo num lance palerma, azarado, daqueles que parece que só acontecem ao Sporting – a bola rematada por Rafa bate em Cédric, depois bate no poste, depois bate em Rui Patrício e acaba por entrar… Enfim… Restavam 10 minutos à primeira-parte e o Sporting reagiu bem, ficando mesmo muito perto de marcar perto do apito para o intervalo.
No descanso, a esperança misturava-se com o nervoso miudinho de que o Sporting ia precisar de ser enorme na segunda-parte para arrecadar os 3 pontos. Pedia-se mudança, pedia-se mais meio-campo, que estava a acusar muito a falta do seu almirante.
Magrão não se conseguiu impor no miolo Fonte: Sporting.pt
Leonardo não mexeu ao intervalo e deu mais 10 minutos ao triângulo Carvalho-Magrão-Martins até fazer a primeira alteração. Adivinhava-se a saída de Magrão mas foi Martins que deu lugar a Heldon. Mané passou para as costas de Slim e Heldon ocupou o corredor. E de repente, o Sporting apareceu. William pegou no meio-campo e meteu-o num bolso (a sério, rapaziada, que monstro este miúdo se está a tornar). Mané, com mais liberdade para jogar, conquista uma grande penalidade após passe a rasgar de Slimani. Jefferson bateu bem e sacudiu o bruxedo.
Jefferson marcou o primeiro. Um golo tão importante para si como para a equipa Fonte: Maisfutebol
20 minutos para o fim, «’Bora Sporting!», gritava-se nas bancadas, em casa, nas tascas, um pouco por todo o mundo. Felizmente, não tivemos de esperar muito. 5 minutos depois, Slim, Slim, Slimani mete justiça no marcador e consuma a reviravolta do Sporting. O Argelino pode não ser um artesão ou um velocista, mas quando chega a hora de empurrar a redondinha lá para dentro, Slimani não desaponta.
A partir daí e até ao apito final, a equipa recuou e juntou as linhas, sempre muito segura a defender. Houve ainda tempo para uma excelente defesa de Rui Patrício.
Mais 3 pontos, mais um objectivo alcançado. Faltam 9. E sabem que mais, meus caros? Não me importo de perder uns aninhos de vida todas as semanas a ver o Sporting ganhar.
Figura: Leonardo Jardim
Perante a ausência de Adrien, o treinador apostou de início em Magrão. Não o fez à toa, lançou-o na equipa B na semana passada para o Brasileiro aguentar os 90′ esta noite. Correu lindamente? Não. Mas agora, depois do jogo, é fácil de analisar e criticar. Leonardo Jardim tinha um plano, foi tudo menos teimoso e adaptou-se ao que viu dentro das 4 linhas. Leu o jogo, percebeu o que estava a acontecer ao intervalo e mexeu na equipa com precisão de cirurgião. Mais uma vez, decisivo.
Fora-de-jogo: O instinto goleador
Curiosamente, pelo segundo jogo consecutivo, o Sporting faz a remontada no marcador após marcar um auto-golo. Na semana passada foi Maurício, hoje foi a vez de Patrício. Será azar ou teimosia que os nossos jogadores não querem mesmo deixar adversários marcar?
Este título lacónico serve, ao mesmo tempo, como homenagem por um ser humano que faleceu de uma forma brutal, mas também como sinal de respeito por todos os que partiram das mais cruéis maneiras.
Paulistão. O Estadual mais famoso do Brasil. Jogaço. São Paulo versus Santos. Tem (ou tinha) tudo para ser uma festa. O encontro acaba empatado 0-0. Placard final. Foi um bom jogo, com oportunidades, mas a bola acabou por não seguir o rumo do golo. Mas o pior foi o que aconteceu a seguir. Adeptos do tricolor espancaram um adepto do Santos até à morte.
Depois do encontro, como é óbvio, os fãs de ambas as equipas seguiram, não errantes, o caminho até casa. Numa paragem de autocarro, Márcio Barreto de Toledo esperava pacientemente pelo gigante de oito rodas que nunca mais vinha. E, para ele, acabaria por nem sequer chegar. Márcio foi espancado, ao ponto de ficar estropiado e morrer num hospital da capital paulista. O santista tinha 34. Provavelmente ainda teria alguns sonhos. Uma família que beijar quando chegasse a casa. Mas o que interessa se ele era santista, ou paulistano ou outra coisa qualquer?
O futebol deveria ser isto… Fonte: Correio da Manhã
Noutro incidente, um jovem, também do Santos (isso não interessa, é meramente uma informação) também foi brutalmente esmurrado, pontapeado e outros particípios passados nada agradáveis. Desta vez foi no subsolo; no Metro. Está em estado grave.
Sabemos que gente boa e gente má há em todo o lado. Piedade já é pedir muito. Compreensão? Talvez seja suficiente. E como não me quero alongar mais, peço a quem comanda esta vida, lá de cima, sobrenatural ou não, que tenha piedade de nós aqui em baixo. Que até já nos matamos por um simples espetáculo desportivo. A todos aqueles que faleceram em vão deixo estas palavras. Depois? Nada mais. Apenas silêncio.