SL Benfica | Um 11 feito de novelas de mercado

    PONTA DE LANÇA

    John Dahl Tomasson – Nome de respeito no futebol europeu, campeão da Taça UEFA pelo Feyenoord em 2001-02 e recrutado pelo AC Milan logo a seguir, Jon Dahl Tomasson passaria em San Siro três intermitentes épocas: na última, cumpriria os 90 minutos apenas cinco vezes em 30 participações, derivado da competição apertada com Shevchenko ou Pippo Inzaghi.

    O SL Benfica, recém-campeão português, iniciava 2005-06 com aspirações europeias. Trapattoni tinha saído e para o seu lugar tinha sido recrutado Ronald Koeman. A pré-época encheu-se de grandes jogos, como aquele contra a Juventus FC ou o de apresentação, frente ao Chelsea FC de José Mourinho. Luís Filipe Vieira, com intenções de tornar a festa ainda mais grandiosa, prometia apresentar dois craques mundiais. Um deles era Léo, lateral do Santos FC, e o outro seria Jon Dahl Tommasson. Faltava confirmar o segundo.

    Foi uma semana muito atarefada para José Veiga, a que principiou a 11 de julho, sábado. O jogo com o Chelsea FC era a 17, domingo, portanto a contratação do avançado dinamarquês era uma corrida contra o tempo: Galliani, chefe-executivo do AC Milan, pedia 5 milhões de euros pelo passe do jogador, valor incomportável para o SL Benfica, que pensava noutro tipo de manobras financeiras que se tinham de moldar também ao salário principesco – 3,5 milhões por época.

    A operação foi avançando a bom ritmo, chegou-se a acordo total com o clube italiano a 14, terça feira, por valores a rondar os 3 milhões de euros. Faltava acordo com o jogador e Galliani determinou sábado como prazo final para os benfiquistas: depois disso, seriam ouvidas outras propostas.

    Paralelamente, Trappatoni, agora treinador do Estugarda, não se tinha esquecido de Liedson e procurava substituto para Kevin Kuranyi, de malas feitas para Gelsenkirchen (Schalke 04). O avançado leonino tinha sido o melhor marcador do campeonato ganho pelo técnico, com 25 golos, tendo ajudado o Sporting CP a alcançar a final da UEFA – era, portanto, peça invejada por toda a Europa.

    O técnico tentou usar a sua influência para convencer os antigos rivais, mandou o Estugarda oferecer 8 milhões pelo ‘Levezinho’ – mas o Sporting foi intransigente no seu “não”.

    É aqui que se dá o golpe de teatro. O SL Benfica continuava sem conseguir convencer Tomasson, que hesitava, matreiro, esperando outras propostas de campeonatos mais vistosos (era ano de Mundial e não convinha perder o comboio da seleção). Juntou-se a fome à vontade de comer: no sábado, 16, rebenta a bomba – Trapattoni, resignado com a nega de Liedson, roubava Jon Dahl ao SL Benfica pelos mesmos 8 milhões oferecidos ao Sporting CP.

    Todos os envolvidos satisfeitos menos o SL Benfica que, no jogo com o Chelsea FC, apresentou Léo e… mais ninguém. O avançado de classe internacional pretendido chegaria em cima do fecho de mercado, um gigante de 1,68m de altura emprestado pela Juventus FC. Chamava-se Fabrizio Miccoli.

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    Pedro Cantoneiro
    Pedro Cantoneirohttp://www.bolanarede.pt
    Adepto da discussão futebolística pós-refeição e da cultura de esplanada, o Benfica como pano de fundo e a opinião de que o futebol é a arte suprema.