Agora é oficial: Portugal está fora do Euro’2016, com uma derrota por 6-2 frente à hexacampeã europeia e bicampeã mundial Espanha. Apesar de o parcial indiciar que foi um jogo de sentido único, este, face ao jogo a que tive a oportunidade de assistir, é claramente enganoso e não espelha, de todo, as enormes dificuldades sentidas pela turma espanhola, que a obrigaram a trocar a bola na sua defesa, sobretudo na segunda metade, com o intuito único de queimar tempo, algo que levou os adeptos sérvios a cantar bem alto o nome de Portugal e a assobiar este estilo de jogo que Nuestros Hermanos adotaram. A história do jogo divide-se claramente em duas, referentes a cada uma das partes de 20 minutos.
Na primeira parte, o jogo começou com um ascendente claro da Espanha, perante um Portugal algo adormecido, onde não se notou a presença decisiva de Fernando Cardinal, regressado após estar suspenso nos jogos referentes à fase de grupos. Ao intervalo, o resultado de 3-0 encaixava que nem uma luva face à enorme supremacia espanhola e à incapacidade portuguesa de reagir ao sucedido.
Paco Sedano, junto dos seus colegas, a celebrar a vitória Fonte: UEFA Futsal
Na necessidade urgente de inverter o rumo dos acontecimentos, para tentar ainda discutir o jogo, o parcial final iniciou-se da melhor maneira, com um golo de Ricardinho aos dois minutos, anulado quase de imediato numa jogada em que a cobertura do poste por parte do guarda-redes Bebé não foi a melhor, vendo o jogador espanhol marcar de ângulo quase impossível. Pouco depois, eis que surge o momento alto do jogo: o comandante Ricardinho marca um golo de outro mundo, um remate indefensável após uma maldade ao defesa contrário, um “cabrito” que deixou o adversário completamente destroçado. Posto este lance, e galvanizados pela maravilha que acabavam de presenciar, os portugueses ainda apostaram no 5×4 e criaram assim variadíssimas situações de golo iminente, mas sempre travadas pelo guarda-redes Paco Sedano, a grande figura do encontro na minha perspetiva. Como jogar com o guarda-redes avançado envolve sempre o risco total, desguarnecendo por completo a baliza, a vantagem da Espanha avolumou-se naturalmente até aos 6-2 finais.
Em suma, Portugal mostrou a espaços ter equipa para ombrear com a congénere espanhola, mas cometeu erros graves que neste nível se pagam bastante caro. Uma equipa deste nível não deve estar refém da magia de Ricardinho, pois é demasiado evidente quando ele não está em campo, não querendo com isto deitar abaixo qualquer outro elemento da equipa das quinas; e, apesar de o mágico livrar a seleção de apuros em muitas ocasiões, contra equipas desta craveira é manifestamente insuficiente.
Sporting e Rio Ave proporcionaram uma grande primeira parte hoje, do melhor futebol que já passou por Alvalade nesta temporada. O 0-0 ao intervalo não representava o que aconteceu no relvado. O empate aceitava-se, mas os golos deveriam estar no marcador; 1-1 seria um resultado mais justo. Bryan Ruiz foi o primeiro a ter oportunidade de marcar, logo aos 11 minutos, após um mau alívio de um defesa do Rio Ave, mas Cássio respondeu da melhor maneira. Pouco depois, Slimani, em esforço, remata para defesa fácil.
De seguida foi o Rio Ave a ameaçar por duas vezes, primeiro por Wakaso, depois por Tarantini, e o caso mais perigoso foi o de Kayembe, com o extremo a não conseguir marcar isolado após erro de Adrien. Adrien, aos 26′, remata para defesa de Cássio e, no canto, este afastou o perigo novamente. Aos 31′, Adrien volta a rematar e, aos 37′, João Mário tem o lance mais bonito da primeira parte, fazendo lembrar o lance do golo de Adrien no jogo com a Académica. No entanto, desta vez, Cássio estava na baliza para uma excelente defesa. Na compensação foi a vez de Tarantini não conseguir abrir o marcador após boa defesa de Rui Patrício. A segunda parte começou com Kayembe a cabecear com muito perigo mas por cima da baliza de Rui Patrício. Depois deste lance, só deu Sporting até ao final do jogo.
A disposição tática de ambas as equipas
O lance desta segunda parte vai para o golo anulado ao Sporting aos 60 minutos, por falta de Coates. Via TV, e aproveitando o facto de estar ao lado do observador de jogo do Rio Ave, aceita-se que o lance tenha sido anulado. Até ao final do jogo o Sporting criou muitos lances ofensivos, apesar de nenhum de perigo eminente. Cássio conseguiu sempre afastar os momentos mais perigosos da sua baliza, com mais uma exibição muito boa do brasileiro.
Não se pode dizer que o resultado seja totalmente injusto, pelo que se viu em campo, mas devia ter pendido para o Sporting por aquilo que esta equipa fez na segunda parte. No entanto, destaco que a equipa de Vila do Conde veio disputar o jogo a Alvalade e não meteu nenhum autocarro; fossem todos assim quando jogam contra os chamados “grandes” e muitas mais pessoas estariam nos estádios semana após semana. Numa altura em que tanto se fala de arbitragens Carlos Xistra esteve muito bem em Alvalade, não tendo tido qualquer influência no resultado.
A Figura:
Cássio – O guarda-redes do Rio Ave foi decisivo no empate da sua equipa com várias defesas de bom nível.
OFora-de-Jogo:
Ataque do Sporting – Tiveram a bola e foram dominantes na segunda parte mas nunca tiveram a clareza de pensamento necessária para poder marcar.
O Futebol é um desporto espetacular. No início desta época lembro-me de olhar para o SL Benfica com pouca confiança. Lembro-me inclusive de ter dito e escrito que esta seria uma época de transição, que teríamos de utilizar para crescermos como coletivo. Também me lembro de ver a minha equipa constantemente desvalorizada por tudo e todos. Recordo-me de ver o meu treinador ridicularizado constantemente. Mas, como disse anteriormente, o Futebol é um desporto espetacular porque é imprevisível.
Hoje, o Benfica que ganhava jogos “à rasca” passa os testes a que é sujeito de forma categórica, como diz Rui Vitória. Podemos ver um Benfica a “passear” pelos estádios nacionais a golear e a praticar bom futebol. Hoje em dia, as mesmas pessoas que descredibilizavam o Benfica já elogiam Rui Vitória e a estrutura encarnada. Como as coisas mudaram.
Os “adivinhos” que tentaram lançar as suas sentenças sobre a turma encarnada falharam redondamente. Agora podemos ver um Benfica forte, um Benfica goleador e com uma fome de golos e de vitórias incessante. Neste momento consigo olhar para o Benfica e ver uma equipa unida, uma equipa com uma entrega enorme e um respeito tremendo pelo escudo que carrega ao peito.
Muitos fatores contribuíram para esta mudança de paradigma, mas os mais importantes foram a atitude e o compromisso que os jogadores mostraram. Agora vejo uma equipa que confia no seu treinador, vejo uma equipa que acredita no trabalho que Rui Vitória está a desenvolver e, acima de tudo, acredita que pode ser campeã.
Rui Vitória conseguiu reerguer o SL Benfica Fonte: SL Benfica
Sempre defendi o treinador encarnado, e admirei a forma como suportou todas as investidas de que foi alvo. Mostrou um grande carácter enquanto pessoa e também como profissional. Mesmo com todas as adversidades a que foi sujeito, nunca baixou a cabeça e conseguiu mostrar que está no Benfica porque merece. Mesmo com um plantel com algumas lacunas, montou uma equipa com uma grande identidade, conseguiu fazer “das tripas coração” e pôs os jogadores a renderem mais do que rendiam. Um desses exemplos é Pizzi, que está a fazer uma época tremenda.
Com a escorregadela do FC Porto frente ao FC Arouca, a turma orientada por Rui Vitória conseguiu assim aumentar a sua vantagem pontual em relação à turma azul e branca. Com isto, o Porto joga na Luz uma cartada decisiva no Campeonato. A vitória do Benfica, na minha opinião, dita o final da esperança dos azuis e brancos.
Por tudo o que este jogo significa e pelo momento que passamos, espero um Benfica a entrar sem medo, um Benfica com fome de golo e com vontade de matar o jogo o mais rapidamente possível. Num ambiente infernal e com uma pressão imensa, o Porto será uma equipa insegura e pouco confiante, o que poderá ser um fator muito importante para o resultado final. É imperioso que o apoio dos nossos adeptos seja incessante. O estádio tem de se transformar num inferno, num sítio onde o Porto vai sofrer cada segundo de jogo. Que a vitória nos sorria, e que joguem à Benfica!
Os Denver Broncos começaram melhor o jogo e sem arriscar muito lá chegaram ao meio campo defensivo dos Panthers, conseguindo logo três pontos na primeira “drive”, através de um field goal do kicker Brandon McManus. O ataque dos Panthers demorou a aquecer. Depois de não terem conseguido converter na primeira posse, a offensive line deixou que Cam Newton fosse derrubado por Von Miller, o que acabou por resultar num fumble do quarterback de Carolina, com a bola a ser recuperada pela defesa de Denver dentro da endzone de Carolina. Touchdown e dez a zero para os Broncos, com a melhor defesa da liga a superiorizar-se largamente ao melhor ataque no início da partida. Como curiosidade, sempre que a defesa de Denver marcou um touchdown nesta época, a equipa ganhou.
A defesa de Carolina manteve a equipa no jogo e evitou que o resultado se avolumasse, com Luke Kuechly a conseguir derrubar Peyton Manning no final do primeiro quarto. O ataque dos Panthers, apoiado nas corridas do QB Cam Newton, foi desequilibrando a defesa dos Broncos e avançando no terreno, acabando por beneficiar de uma falta do cornerback Aqib Talib para marcar da linha de uma jarda, através de uma corrida/um salto do running back Jonathan Stewart. Carolina entrou finalmente no jogo e registou os seus primeiros pontos no início do segundo quarto: dez a sete para Denver.
Peyton Manning (e o ataque de Denver) continuou a jogar pelo seguro, procurando evitar os “turnovers” e optando por passes curtos e corridas em situações de “3rd down”, acabando por chutar a bola para o adversário, que continuava sem aproveitar as oportunidades que lhe foram concedidas. Jordan Norwood aproveitou um “punt” de Carolina para fazer um “return” de 61 jardas (recorde do Super Bowl), que deixou a equipa de Denver às portas da endzone de Carolina, mas, mais uma vez, Manning e o ataque não conseguiram os sete pontos, esbarrando na defesa de Carolina, contentando-se a equipa com mais um field goal de McManus. 13 a sete para os Broncos.
Depois do fumble de Cam Newton que resultou no primeiro touchdown de Denver, desta vez foi o fullback Mike Tolbert que perdeu a bola depois de uma corrida em que tentou ganhar jardas extra depois de já ter conquistado o “1st down”. Mais uma vez a melhor defesa da liga a superiorizar-se ao melhor ataque. Na jogada a seguir ao fumble de Tolbert surge o primeiro “turnover” de Manning, um passe que acabou por ser interceptado pelo defesa Kony Ealy. DeMarcus Ware acabou por derrubar Newton quando os Panthers tentavam reduzir a desvantagem, terminando a primeira parte 13-7 para os Broncos. Só deu defesa.
O início do segundo tempo prometeu, com Cam Newton e Peyton Manning a conseguirem converter uma série de passes para Ted Ginn, Jr. e Emmanuel Sanders, respectivamente, mas, enquanto os Broncos conseguiram retirar mais três pontos dessa jogada com mais um field goal de McManus, o kicker dos Panthers, Graham Gano, acertou em cheio no poste. 16 a sete para os Broncos. Aos poucos, a vantagem continuava a aumentar.
Peyton Manning e Cam Newton protagonizaram um dos momentos mais marcantes do SB50 Fonte: NFL
Carolina continuava sem encontrar solução para lidar com o front seven da defesa dos Broncos, o que levou a mais um turnover de Cam Newton, desta vez uma interception de T. J. Ward, depois de Ted Ginn, Jr. não ter conseguido controlar um passe. A defesa dos Panthers fez os possíveis (e os impossíveis) para manter a equipa no jogo; Kony Ealy derrubou Manning, forçando a que o QB dos Broncos largasse a bola, que veio a ser recuperada pela defesa. Com mais uma oportunidade de reduzir a desvantagem, os Panthers conseguiram três pontos, com Gano a converter o field goal desta vez. 16 a dez para os Broncos.
Os Broncos a jogar com a vantagem continuavam sem arriscar no ataque, apostando em corridas e passes curtos, evitando desta forma turnovers e gastando tempo de jogo. Os Panthers, por sua vez, a correr atrás do resultado precisavam de arriscar, mas continuavam a barrar na defesa de Denver, que mais uma vez viu Von Miller a derrubar e “roubar” a bola a Newton, que acabou por ser recuperada pela defesa e levou ao touchdown que acabou com o jogo. C. J. Anderson marcou da linha de uma jarda depois de uma falta de Josh Norman e Peyton Manning converteu um passe para Fowler na jogada de conversão de dois pontos, fixando o resultado final de 24-10.
No confronto entre a melhor defesa e o melhor ataque, a defesa ganhou, e não foi minimamente renhido. Cam Newton e os seus Carolina Panthers não conseguiram encontrar soluções para ultrapassar a muralha erguida pela defesa dos Broncos, e os três turnovers de Newton, dois fumbles e uma interception acabaram por resolver o jogo, numa partida em que o ataque de Denver só lançou pólvora seca. Von Miller foi o MVP, tendo forçado os dois fumbles que deram origem aos dois touchdowns dos Broncos. Peyton Manning geriu o jogo, tentou evitar turnovers ao máximo, jogando de uma forma bastante conservadora, e pode agora retirar-se, aos 39 anos, como campeão do Super Bowl (pela segunda vez).
Apesar de o Corfebol Português ter vivido na sua história recente alguns dos melhores anos da sua história a nível internacional, muitos se têm queixado da falta de competitividade do principal campeonato português, o que acaba por o tornar desinteressante.
Analisando os resultados dos últimos anos, é impossível não deixar de concordar:
À constante das 5 vitórias do Núcleo Corfebol Benfica ( NCB ) nos últimos 5 campeonatos, junta-se a constante de em 4 desses campeonatos o Clube Carnaxide Cultura e Desporto ( CCCD ) ter sido o 2º classificado, existindo apenas alguma variância no ocupante do 3º lugar ( em 2010/2011 não houve disputa de 3º Lugar ).
Para além deste facto, nos últimos 3 campeonatos o NCB não registou uma única derrota em qualquer jogo a contar para o Campeonato, o que ainda diminui mais a imprevisibilidade do resultado, fator decisivo para a competitividade do mesmo.
Este ano porém, a história tem sido completamente diferente. Os penta-campeões NCB averbaram a primeira derrota dos últimos 3 anos frentes aos arqui-rivais de Carnaxide logo a abrir o Campeonato. Duas jornadas depois o CCCD, líder invicto à altura, defrontou a Quinta dos Lombos tendo perdido num jogo apertadíssimo por apenas um ponto. A mesma Quinta dos Lombos que, mais uma vez num jogo muito equilibrado, perdeu contra o Grupo Desportivo os Bons Dias ( GDBD ) também por apenas um ponto.
Entretanto o NCB recuperou do desaire sofrido e venceu todos os restantes jogos, incluindo contra a equipa de Carcavelos, encontrando-se a mais de meio da fase regular empatado no primeiro lugar do campeonato com o CCCD (com desvantagem no confronto direto).
Benfica e Carnaxide estão este ano mais próximos
Ao mesmo tempo na metade de baixo da classificação, o KorfLxProject (regresso à CorfLiga 2 anos depois), o Agrupamento de Escolas Pedro Alexandrino (estreia na competição) e o Clube Internacional de Futebol já disputaram 3 jogos entre si, tendo 2 deles acabado com uma diferença de apenas 1 ponto.
A verdade é que este ano não há como negar: a CorfLiga este ano está interessante, competitiva e imprevisível. Que assim continue!
Nota: Por estar diretamente ligado a esta competição, e correr o risco de não ser totalmente rigoroso, apenas voltarei a escrever sobre ela na aproximação da sua fase final.
Quem esperava um jogo fácil no Dragão enganou-se. Redondamente. O FC Porto era, à partida, o grande favorito à conquista dos três pontos na receção ao Arouca, ora por jogar em casa, ora por ser teoricamente superior ao adversário. Mas o futebol, como é sabido, não é uma ciência exata e a teoria nem sempre anda de mãos dadas com a prática. Nesse campo, o da prática, o Arouca foi melhor e com muito mérito do seu treinador, Lito Vidigal.
A estratégia montada pelo técnico, que passava pela constante exploração do lado esquerdo da defesa do FC Porto e por saídas rápidas de contra-ataque, deu frutos. A falta de apoio frequente de Brahimi a Angel, a transição defensiva lenta dos dragões e os erros infantis dos centrais portistas foram falhas aproveitadas pelos comandados de Lito. No fundo, o Arouca dotou o seu futebol de muito pragmatismo, algo que falhou do lado do FC Porto.
Ainda que alguns processos de José Peseiro pareçam já assimilados pelos jogadores azuis e brancos, nomeadamente a colocação de mais homens na zona de finalização e uma posse de bola mais acutilante, é inegável que existem ainda muitos aspetos a trabalhar e a corrigir. E com a máxima urgência, se a prioridade for manter o sonho do título vivo.
Isto porque esta derrota complica as contas do FC Porto e acontece no momento menos oportuno da temporada – se é que existe um. Não só porque a equipa azul e branca dava mostras de melhoria de rendimento, mas também porque é nas vésperas da visita à Luz. Os Dragões irão defrontar o rival Benfica com seis pontos de atraso e, em caso de derrota, podem mesmo dizer adeus ao título. Não matematicamente, como é óbvio, mas realisticamente.
Walter foi o herói da noite Fonte: FC Arouca
E a partida de hoje não augura nada de bom para o embate da Luz, não só pelo resultado. Acima de tudo, pela postura dos jogadores do FC Porto, que parecem estar a jogar sobre brasas. É certo que o golo sofrido aos nove segundos, da autoria de Walter González, não estava nos planos dos Dragões, mas a ansiedade demonstrada mesmo depois do empate – Aboubakar, aos 14 minutos – traz à memória a era Lopetegui, em que as reviravoltas eram um mito e a ansiedade palavra de ordem.
Depois do golo de Aboubakar, o Porto criou algumas oportunidades e acabou por ir para o intervalo por cima da partida. Posto isto, era expectável que regressasse do balneário a todo o gás, de maneira a consumar a reviravolta, mas isso não se verificou. Alguma atrapalhação, fruto da pressa e da ânsia de chegar ao segundo golo, foi tornando o jogo fácil para o Arouca, que apenas teve de se fechar na retaguarda, na expectativa e à procura do erro, que acabou por aparecer.
Maicon, numa noite para esquecer, perdeu a bola à entrada da área portista, e Walter González aproveitou para bisar e fechar as contas aos 67 minutos. Os dragões ainda tentaram o empate, mas sem sucesso. Quando faltou a cabeça para fazer melhor, também não se viu coração. Viu-se, sim, alguma apatia. E, numa fase tão preponderante da temporada, é preciso mudar ou o sonho do título vai por água abaixo já para a semana.
A Figura:
Layun – Não teve culpa em nenhum dos lances de golo adversários e fez a assistência – mais uma – para o golo de Aboubakar. Voltou a demonstrar uma grande disponibilidade física e foi um dos motores ofensivos do FC Porto.
O Fora-de-Jogo:
Maicon – É o fora de jogo e foi, ao mesmo tempo, figura do jogo por estar ligado aos dois golos do Arouca, principalmente o segundo. A sua exibição deixou patente que não merece ser titular e muito menos ser capitão. Aliás, foi protagonista de um dos momentos mais caricatos enquanto portador da braçadeira. Depois de errar no segundo golo, lesionou-se e virou as costas ao jogo, deixando a equipa com menos um.
União da Madeira, 12.º classificado, a receber o Moreirense, que se encontrava três lugares abaixo. Novidades do lado do União da Madeira: Rafael Alves substituiu forçosamente André Moreira, que se lesionou e só volta a estar disponível na próxima temporada. Ênfase no regresso de Soares, depois de ter cumprido um jogo de castigo na cidade berço, e para a ausência de Joãozinho, a cumprir um jogo de castigo.
Do lado da equipa que viajou de Moreira de Cónegos, e que nos últimos jogos tem sofrido muitos golos – recordem-se os cinco, por exemplo, no Estádio do Marítimo –, destaque para o regresso de Rafael Martins e Filipe Gonçalves.
Foi um início de jogo confuso, com as equipas do União e do Moreirense a tentarem tomar as rédeas da partida. Aos três minutos, depois de muita confusão do lado direito do ataque do União, Toni Silva ganhou a bola, tentou colocar em Danilo Dias, com a bola a ressaltar na defesa do Moreirense; na sobra, com toda a equipa visitante à espera do fora-de-jogo, Toni Silva cruza para Danilo Dias, que insere a bola na baliza de Stefanovic, com Manuel Mota a invalidar o golo. Na resposta, o Moreirense, pelo regressado Rafael Martins, na pequena área, carrega Paulinho pelas costas. Sem perigo.
Continuava a resposta de um lado e de outro, e Danilo Dias, uma vez mais, criava perigo para a baliza da equipa adversária, com um excelente trabalho de Toni Silva pela direita, a entregar para o camisola 20, que com a baliza escancarada atirava por cima. Na resposta, e jogava-se o minuto 11, rasgo pela direita de Vitor Gomes, que, depois de chamar a si dois defesas do União, entrega em Rafael Martins, que vê o posicionamento de Rafael Alves e envia a bola para o fundo da baliza do União da Madeira. Adiantava-se o Moreirense, com Norton de Matos, treinador do União da Madeira, a pedir para que a sua equipa tomasse as rédeas do jogo.
Com o onze visitante na frente da partida, as peças de ambos os lados ficaram baralhadas e voltou a confusão à partida. Jogo muito confuso, com lances sem nexo, excetuando o minuto 19, quando os de Moreira de Cónegos podiam ter ampliado a vantagem, depois de um canto na direita de Iuri Medeiros que quase enganava o guardião do União.
Continuava a enorme posse de bola do União, que controlava o jogo, mas que quase não criava lances de perigo, e, numa contraofensiva por parte da equipa visitante, novamente os suspeitos do costume: Iuri Medeiros servia Rafael Martins, que, cara-a-cara com Rafael Alves, rematava, e o guardião do União, com a ponta dos dedos, defendia e fazia a bola ainda esbarrar no poste. Estava carimbada a primeira meia hora. Continuavam a controlar os azuis e amarelos, e aos 34 minutos Amilton cruza para a área adversária com Cádiz a cabecear sem perigo para a baliza de Stefanovic. Por esta altura, estava mais interessante olhar para a queda de água de cerca de 70 metros do que para o que se jogava no interior das quatro linhas. Consultavam-se os resultados de Inglaterra, Itália e Espanha, ligava-se o streaming da rádio pública, fazia-se um refresh no Facebook, faziam-se previsões e antevisões para o Super Bowl. Bocejava-se. Estava frio, o chá das quatro da tarde. Nem mesmo as mesquinhices dentro de campo, sempre resolvidas por Manuel Mota, animavam os que estavam nas bancadas. Mesquinhices que resultaram num cartão amarelo – “alaranjado”, diga-se – para Toni Silva, que, num anto de impaciência, leva os pitões direitos à perna de Palhinha. Para pôr cobro a esta situação, Manuel Mota mandava toda a gente para os balneários, e os adeptos do União pediam explicações a Toni Silva. No mesmo instante em que aplaudiam Rafael Alves, apupavam o quarteto de arbitragem.
Na segunda metade, o União entrava decidido a resolver a partida. Dois lances finalizados por Danilo Dias, primeiro sem grande perigo para a baliza adversária, e depois, aos 11 minutos, num belo rasgo da direita para o centro do terreno, Amilton tirava quatro adversários do caminho e servia o brasileiro, que rematava para excelente defesa de Stefanovic.
A carimbar a meia hora, Boateng, que vinha a ameaçar a defesa insular, cruza e Nildo remata com perigo para a baliza de Rafael Alves. Um minuto depois, Norton de Matos percebia que tinha de “colocar a carne toda no assador”, e substituía o capitão Soares para a entrada do extremo Breitner. Pelo início da segunda parte, a partida parecia prometer um jogo mais emotivo para quem está a ver de fora. Mas como diz o ditado: “de promessas está o inferno cheio”. Confirmo! Prometia. Mas conseguiu ser pior do que a primeira parte, com um Moreirense tranquilo com a vantagem que queria levar na bagagem e com um União a procurar, no mínimo, o golo da igualdade. Poucos foram os lances de perigo, apesar de uns quinze minutos iniciais com toada ofensiva; a verdade é que depois o Moreirense voltou a tomar as rédeas da partida e, tal como um cozinheiro que controla a temperatura do forno, os onze de Miguel Leal controlavam a partida. Por mais que o União tentasse, por mais que Norton de Matos trocasse defesas por avançados, por mais remates que se fizessem à baliza de Stefanovic, a verdade é que os três pontos estavam já bem confortáveis no autocarro do Moreirense, à espera do resto da equipa rumo a Moreira de Cónegos.
Miguel Leal era um treinador feliz
No final, resta reconfortar o estômago e a alma com uma típica malassada com mel de cana. Afinal é Carnaval, mas vir ao Futebol para jogos deste calibre é de levar a mal.
A Figura:
Rafael Martins – Fez falta ao Moreirense nos dois últimos jogos com o Benfica e foi a figura em destaque na tarde de hoje. Foram dele os maiores lances de perigo. Foi dele o golo que faz os três pontos viajarem para Moreira de Cónegos. É de referir também o bom trabalho efetuado pela equipa comandada por Manuel Mota. Com pequenos erros, não teve qualquer influência no resultado final. Por muito que tenha havido assobios, já se sabe que ninguém gosta de perder.
O Fora-de-Jogo
Num jogo frio e com poucos lances de perigo, como o que esta tarde se jogou no Vale da Serra D’Água, não há um fora de jogo. Foi um jogo em que ambas as equipas procuraram levar o adversário de vencido, mas foi mais inteligente e organizado o Moreirense.
Sala de Imprensa:
Miguel Leal
Miguel Leal estava ciente de que a equipa do Moreirense havia sido superior na partida desta tarde. O treinador dos verde e brancos de Moreira de Cónegos referiu que “esta segunda volta tem sido muito melhor” para a equipa do Moreirense, fazendo um paralelismo com a primeira volta, quando por esta altura o Moreirense só tinha um ponto, curiosamente ganho com o adversário desta tarde.
“Fomos sabendo sofrer, mas acima de tudo era importante não perder este jogo”, disse ainda o treinador do Moreirense. Quanto ao facto de o Moreirense não ter sofrido, desde há algum tempo, tantos golos como os que sofreu diante do Marítimo ou do Benfica, e questionado pelo BnR, Miguel Leal referiu que “o Moreirense soube ser uma equipa superior e corrigir os erros do passado”. Por esse facto, Miguel Leal destaca esta vitória também pela motivação que passa para a equipa do Moreirense.
Norton de Matos
“É futebol”. Foi desta forma que Norton de Matos respondeu à nossa pergunta com a derrota no jogo diante do Moreirense. O treinador do União aproveitou ainda para lançar uma farpa à equipa de arbitragem, que logo aos três minutos de jogo anulou um golo ao União da Madeira, dizendo que “se não foi bem anulado penaliza-nos, e muito, nas aspirações que tínhamos para o jogo de hoje”.
Norton de Matos não culpa a equipa do União pela derrota de hoje, realçando que com o golo do Moreirense, e com um segundo lance de perigo por parte dos visitantes, a equipa sentiu a pressão e não teve inteligência para dar a volta ao resultado.
Académica e Nacional empataram a duas bolas, num encontro repleto de emoção e que manteve a equipa de Manuel Machado perigosamente perto dos lugares de descida, onde habita, agora sem a companhia do Boavista, o conjunto orientado por Filipe Gouveia.
A Académica entrou por cima no jogo. Beneficiou do desentendimento do trio do meio-campo do Nacional (Aly Ghazal, Washington e Bonilha), sabendo explorá-lo com mestria, através de Leandro ou Pedro Nuno. O primeiro, através dos buracos que encontrava, aproveitava para lançar o jogo nos flancos, onde Ivanildo e Nii Plange conseguiram desequilibrar com a conivência da defesa nacionalista (Sequeira e João Aurélio estiveram particularmente permissivos); o segundo associava-se à construção ofensiva da equipa, recuando no terreno para aproveitar da melhor maneira o desentendimento entre Aly Ghazal e Washington (chegaram mesmo a discutir), do qual tirou o proveito de criar perigo e/ou lançar Gonçalo Paciência ou os parceiros das alas. Desta conjuntura saíram vários lances de perigo. O primeiro aviso surgiu de Leandro, que do meio da rua atirou para defesa apertada de Gottardi; a seguir foi Pedro Nuno, a fletir da esquerda para o meio para rematar às malhas laterais da baliza guardada pelo brasileiro; e ainda houve tempo, antes do quarto de hora inicial, para João Real corresponder a uma iniciativa de Rafa Soares com um cabeceamento que passou perto da trave da baliza contrária. Um sufoco para o Nacional, que, aos poucos, foi conseguindo travar este caudal ofensivo, acertando posicionamentos, chegando mesmo a criar perigo, ainda que apenas o conseguisse de bola parada – Salvador Agra cobrou uma falta por si conseguida ao segundo poste, onde apareceu Rui Correia a cabecear, em zona privilegiada, perto do poste da baliza dos estudantes. O jogo ganhou equilíbrio, perdeu alguma cor com a diluição de oportunidades de perigo e toda a gente esperava que a primeira parte terminasse encerrada, mas Pedro Nuno tirou da cartola um passe fantástico, directamente do lado esquerdo do meio-campo nacionalista para o flanco contrário, onde apareceu Nii Plange, em velocidade, recebendo a bola com qualidade, disparando, fortemente e sem piedade, para o fundo das redes de Gottardi. Estava inaugurado o marcador a favor dos estudantes. A bola ainda foi ao centro, mas pouco depois Luís Ferreira mandou toda a gente para o descanso. A Académica marcava, segundo dizem, na melhor altura possível…
… o pior é que não sabia que, ao fazê-lo, acordaria o Nacional. Manuel Machado lançou Román em campo, e a equipa partiu para cima da Académica com vontade e querer. Salvador Agra lançou o mote, arrancou pelo flanco direito, ultrapassou Rafa Soares e cruzou tenso para o desvio involuntário de Oualembo, que só terminou nas redes da baliza da Briosa. Estavam decorridos 30 segundos da segunda parte. A Briosa acusou o golpe e revelou-se bastante permissiva, conforme ilustrado no lance em que viria a sofrer o segundo golo, da autoria de Román, que fez o que quis entre a defesa academista (tirou meia dúzia de adversários do caminho), antes de se isolar e atirar, com a colaboração de Ricardo Nascimento, para a consumação da reviravolta. Em apenas cinco minutos, mudava tudo. O Nacional podia ter ampliado, por intermédio de Ricardo Gomes, que rematou perto da barra da baliza de Trigueira, solto de marcação, ilustrando o desnorte dos estudantes. Gouveia teve de mexer na equipa e tirou Oualembo para fazer estrear Gui, fazendo recuar Nii Plange para a lateral direita defensiva, algo que trouxe dividendos, com o entendimento desta dupla a revelar-se frutífero, proporcionando uma situação de perigo a Gonçalo Paciência, que rematou perto da barra da baliza do Nacional. Porém, isso seria só fogo de vista, pois seria o Nacional a voltar a criar perigo, primeiro através de Willyan, que furou por entre a defesa da Briosa antes de falhar um chapéu a Trigueira, e depois por intermédio de Rodrigo Pinho, que se isolou, após boa combinação ofensiva do ataque madeirense, obrigando Trigueira a esticar-se para evitar males maiores. Gouveia arriscou tudo e tirou Pedro Nuno e Ivanildo para colocar Rafa Lopes e Marinho. Uma opção que também trouxe benefícios à Briosa, pois constitui uma injecção de crença quando a equipa mais precisava. Susteve-se o perigo madeirense, porém, isso não foi suficiente para criar situações de perigo, com a equipa a apresentar um futebol algo desprovido de lógica. Foi, assim, quase caído do céu que surgiu o golo do empate, apontado por João Real, que rematou para o fundo das redes após confusão na área nacionalista, beneficiando da maior presença na área, garantida com a entrada de Rafa Lopes. A Académica galvanizou-se, mas o facto de atacar mais com o coração do que com a cabeça quase trouxe dissabores aos estudantes, que viram uma bola rematada por Bonilha, após contra-ataque perigoso, passar miraculosamente ao lado da sua baliza.
Dois pontos perdidos “devido à maneira relaxada como a Académica entrou na segunda parte”
Não houve tempo para mais. Ambas as equipas queriam sair do Cidade de Coimbra com os três pontos e a verdade é que fizeram por isso, proporcionando um bom espectáculo aos quase três mil espectadores, que não ficaram desiludidos com o dinheiro empregue no seu ingresso.
A Figura:
Nii Plange – O burquinês foi extremamente voluntarioso ao longo de todo o encontro, um autêntico “pau para toda a obra”, responsável pelos principais desequilíbrios da Académica quando a equipa estava na mó de cima, envolvendo-se na perfeição com Pedro Nuno e Rafa Soares, sendo um elemento igualmente importante na altura de defender, tanto na primeira parte, quando ainda actuara a extremo, como na segunda, terminada a lateral direito. Aos 90 minutos, ainda conseguia correr como se estivesse no primeiro, e foi pelo seu lado que surgiu o cruzamento para o golo que estabeleceu o resultado final.
O Fora-de-jogo:
Washington – Foi o responsável pela permissividade madeirense na primeira metade do encontro e que poderia ter tido piores contornos caso a Académica tivesse aproveitado todas as oportunidades de que dispôs na primeira parte.
Sala de Imprensa
Manuel Machado:
“Um golo aos 45, outro aos 90, numa bola de “pingue-pongue” que denuncia a quem sorriu a sorte neste jogo”
“No primeiro tempo demos iniciativa à Académica, o que fazia parte da nossa estratégia (…) depois entrámos bem no segundo, aproveitámos o desnorte da Académica para nos colocarmos em vantagem, e podíamos ter ampliado mas faltou sangue frio”
“Román empurrou a equipa para um desempenho diferente, e teve a capacidade para fazer o segundo golo”
“Não conseguimos conter as bolas longas, nomeadamente as bolas paradas que a Académica nos enviou”
Filipe Gouveia:
“Foi um jogo ingrato. Uma primeira parte muito boa da Académica, na qual o Nacional quase nem sequer passou do meio-campo. Na segunda parte pedi uma entrada forte, mas infelizmente os meus jogadores entraram algo relaxados, sem qualquer explicação, algo que não pode acontecer numa equipa na posição em que está a Académica.”
“Acabámos por ter uma pontinha de sorte no final. Acho que o empate se aceita”
“O Boavista, em quatro jogos, fez nove pontos. Não é normal. Ainda falta muito jogo, o próximo é com o Boavista e é para encarar olhos nos olhos”
“É nestas alturas que se vêem os homens, o grupo de trabalho tem dado boas respostas, e é mais um teste para eles. ”
O Chelsea e o Manchester United encontraram-se hoje em Londres para o que podia muito bem ser um jogo para a Liga dos Desiludidos. As duas equipas deixaram os lugares de topo e as conquistas para se acostumarem a ter empates e derrotas como resultados; muito mais vezes do que é normal. As previsões para o jogo de hoje dividiam-se: uns achavam que duas equipas que tanto têm desiludido nunca poderiam apresentar um bom espectáculo; outros falavam na emoção de um jogo grande, na vontade de dar a volta, no orgulho.
O jogo de hoje podia ter sido muito bom, mas não foi. O Manchester United entrou com tudo, a procurar explorar os flancos em velocidade e a dar especial destaque a Martial, que hoje jogava deslocado e junto à linha. O Chelsea parecia que não tinha frente de ataque. Willian foi o único que procurou romper com a defesa dos blues, Oscar passou ao lado do jogo e Diego Costa bem que tentou, mas perdeu por completo o duelo com Smalling, que foi implacável nas acções defensivas. Por outro lado, apresentou uma defesa muito coesa e que, até à saída de Zouma, por lesão, conseguiu sempre travar os avanços do United.
As duas partes acabaram por ser bastante idênticas. Os primeiros 30/35 minutos foram completamente dominados pelos pupilos de Van Gaal e os últimos minutos de cada parte foram dominados por uma cavalgada do Chelsea a tentar contrariar o sentido do jogo, algo que só acontecia quando Matic conseguia meter-se ao lado de Fabregas e subir no terreno para apoiar Diego Costa.
A figura do United acabou por ser Lingaard, que aos 61 minutos inaugurou o marcador com um remate acrobático. O golo resultou de uma falha de marcação de Cahill, recém-entrado, que parecia ainda adormecido no jogo. O jovem extremo não perdoou e fez as vezes de Rooney, que esteve desaparecido durante todo o jogo – só acordou já em tempo de compensação para tentar marcar um golo enorme.
Diego Costa tanto insistiu que conseguiu o empate para os blues Fonte: Chelsea FC
O problema foi o golo. Até ao golo o United dominava e fazia por merecer estar na frente do marcador. Assim que conseguiu colocar a bola no fundo das redes os red devils estacionaram no meio-campo do Chelsea e deixaram-se ficar, muito parados, muito apáticos, com a certeza de que o resultado estava feito. Ora, como eu já havia dito, o final da segunda parte haveria de ser muito idêntico ao da primeira: com o Chelsea a ir atrás do prejuízo exibicional na primeira meia hora desse período de jogo. Só que desta vez o Chelsea foi com tudo. Pedro entrou para dar garra e velocidade e mesmo tendo entrado Hazard para atrapalhar a lateral – até o jogador a correr transparece tristeza- impediu Diego Costa, na primeira vez que se viu livre de Smalling, de rematar para o fundo das redes e igualar a partida, vencendo também o duelo com David de Gea.
O jogo foi assim: morninho. Esperava-se mais golos e mais acção, se bem que Courtois e De Gea tenham feito muito boas exibições com várias defesas importantes. Ainda assim pedia-se mais ao actual campeão inglês e a um clube que tenta fazer tudo para regressar à glória de um período cronológico denominado “Ferguson”, que parece já ter sido há muito tempo, mas que foi apenas há dois anos atrás. Estes clubes não podem ser grandes quando não dignificam o seu estatuto, a sua história, mas, pior que tudo, não dignificam os seus adeptos. Parece que chove todos os dias em Stamford Bridge, e não é do céu.
A Figura:
Smalling – conseguiu travar Diego Costa em quase todas as suas investidas.
O Fora-de-Jogo:
Hazard – entrou mais para atrapalhar do que para ajudar.
Ora aqui estou eu de regresso à secção do maior clube português, depois do festival ofensivo com que o Benfica banqueteou os seus adeptos na noite de ontem, no Restelo. Foi mais uma excelente demonstração de força em vésperas de se iniciar um ciclo terrível, mas a jogar assim… Só podemos estar confiantes.
E como o momento vivido por um dos amores da minha vida é bom, e como há muito que não escrevia sobre esta entidade inigualável, sinto-me quase na obrigação de pedir desculpas publicamente, sob a forma deste texto, ao Sport Lisboa e Benfica. Não porque tenha deixado de sofrer ou de vibrar com o clube (isso nunca acontecerá; tão certo como as greves dos transportes públicos), mas porque me senti totalmente descrente em variados momentos, porque achincalhei a equipa em frente à TV, porque ofendi mentalmente Rui Vitória até não poder mais.
Futebol é o momento (soa a cliché, mas é a mais pura das verdades), e por isso mesmo, daqui a algum tempo, as coisas podem piorar (peço por tudo que isso não aconteça). Porém, é da mais elementar justiça retratar-me face ao pessimismo revelado ainda no pouco distante mês de Dezembro. A massa adepta de qualquer clube grande, particularmente a do Benfica, consegue ser cruel. A exigência é imensa, não há o mínimo tempo para condescendência, esperam-se resultados imediatos. Como tal, houve reduzida paciência para absorver uma teoria que é real: Rui Vitória viu-se a braços com uma tarefa complicadíssima – substituir Jorge Jesus, homem que “só” tinha recolocado o Benfica no patamar de mais bem-sucedido clube português. Aliado a esse árduo desafio somou-se um discurso confuso e sem aparente ambição por parte do nosso técnico, durante os primeiros meses da temporada, o que despoletou em mim e em grande parte dos adeptos uma efervescência difícil de conter.
As derrotas frente ao Sporting, o futebol pobre e as lesões em catadupa fizeram com que quase receasse cada jogo do Benfica, colocando-me a ver e rever vídeos sem fim do meu glorioso clube, relativos a épocas bem recentes. Vociferava, protestava, desabafa com o meu círculo próximo de amigos benfiquistas sobre o cataclismo que havia caído sobre o maior de Portugal. Parecia já estar resignado com o sentimento “para o ano há mais”.
Podia ser na Nova Zelândia… Que lá haveria enchente benfiquista Fonte: SL Benfica
Mas eu sou benfiquista, sou precipitado, sou um adepto com o coração na boca, faltam-me doses de racionalidade. A qualidade sempre esteve presente no plantel, Rui Vitória pode não ser um Guardiola mas tem provado que percebe da coisa, a estrutura continua a ser muito forte, a obsessão pelo golo continua a ser, e ainda bem, uma realidade.
Peço desculpa por ter duvidado de ti, Sport Lisboa e Benfica. Pelo terceiro ano consecutivo passei o Outono a carpir mágoas sem necessidade, fosse pelos resultados ou pelas exibições. Este é um pedido de clemência que não requer promessa de mudança, visto que serei sempre assim, mas só te posso agradecer por ter recuperado todos os índices motivacionais. Até porque se a tal história que se repete há três anos voltar a ter um final comum… Isso será muito bom sinal, pois todos sabemos como o Benfica chega a Maio desde 2014.
Vem aí um período louco de jogos, impróprio para cardíacos. A conquista do 35 só depende de nós, nada há a temer. E, como se viu, pela 458.ª vez, estando o Benfica bem… Não há bancadas deste Planeta Terra que não encham com a presença dos representantes do manto sagrado.
Está tudo nas tuas mãos, Benfica! Está tudo nas nossas mãos!