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Top 10: Os Melhores Treinadores que já vi

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[tps_title]10.º Carlo Ancellotti[/tps_title]

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Fonte: Real Madrid CF

Foi o único treinador que conseguiu conquistar três Ligas dos Campeões! É, já por si, uma façanha enorme.
Mas o seu trabalho no AC Milan é de destacar. As três finais europeias e a vitória em duas delas realçam a sua apetência para as competições europeias, e conquistou também o Scudetto, que fugia há cinco anos.
No Chelsea FC, conquistou três títulos nacionais (incluindo a liga) numa época e mesmo assim foi despedido no final da época seguinte, sem que lhe fosse dada outra hipótese. Mais uma das brilhantes decisões de Abramovich.
Depois da passagem pelo PSG, chegou ao Real e foi o maestro da La Décima, conquistou também a supertaça europeia, o mundial de clubes e uma Taça do Rei. No entanto, as performances menos conseguidas no campeonato levaram Florentino Pérez a substituí-lo por… Rafael Benítez (os resultados desta escolha estão à vista).

Linces desaparecidos em Cape Town

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cab Rugby

Com apenas uma alteração em relação à convocatória do Dubai – saiu Tiago Fernandes, entrou Bernardo Canas – os Linces partiram para a África do Sul com dois objectivos no horizonte: progredir no crescimento da equipa e conquistar as primeiras vitórias da época no circuito mundial.

Os Linces figuravam no mesmo grupo de Austrália, Estados Unidos e País de Gales, um grupo, à figura da etapa do Dubai, complicado.

No primeiro jogo, frente à selecção da Austrália, os portugueses entraram com garra e deram boa conta de si, mas os vários erros individuais deitaram tudo a perder, resultando numa derrota por 45-0. Depois do primeiro jogo os Linces já não se encontraram e no segundo jogo, frente aos Estados Unidos, ao intervalo já perdiam por 31-0. Pedro Leal ainda marcou – e converteu um ensaio – mas o resultado, uma vez mais, não foi simpático: 52-7 a favor dos norte-americanos. No terceiro e último jogo da fase-de-grupos, frente à segunda selecção europeia do grupo, apenas um ensaio de Vasco Baptista foi insuficiente para assustar os galeses, que antes do ensaio luso já tinham marcado quarenta pontos.

À imagem do que tinha acontecido no Dubai, Portugal sairia da fase-de-grupos do torneio com três derrotas em três jogos e muitos erros individuais cometidos, para além da falta de sentido colectivo, das inúmeras placagens falhadas e do apoio atrasado ou insuficiente…

O capitão português foi, uma vez mais, um dos melhores jogadores lusos em competição Fonte: World Rugby Sevens Series
O capitão português foi, uma vez mais, um dos melhores jogadores lusos em competição
Fonte: World Rugby Sevens Series

Na fase seguinte, já a eliminar, Portugal debatia-se com a Inglaterra nos quartos-de-final da Bowl. Os ingleses entraram melhor, mas os Linces não se ficaram atrás, ao primeiro ensaio inglês respondeu na mesma moeda João Vaz Antunes, com conversão de Pedro Leal. Ao intervalo a Selecção da Rosa liderava por 14-7 mas o pior viria depois… A Inglaterra voltou à partida cheia de vontade de resolver o jogo, os portugueses já não se viriam mais em campo e a cada aceleração mais um ensaio seria marcado. No final, mais uma derrota pesada, com os ingleses a vencer por 49-7.

Relegados para as meias-finais da Shield, o mais preocupante dos resultados da etapa: Portugal perderia por 38-5 com a Rússia, conquistando apenas um ensaio, marcado por João Vaz Antunes. Um resultado preocupante na medida em que a Rússia é um concorrente directo de Portugal na luta por uma vaga no circuito mundial, e se os russos não tiveram quaisquer dificuldades em arrebatar a selecção portuguesa por um resultado, no mínimo, esclarecedor… Os Linces, ainda que com uma selecção pouco experiente, terão que fazer muito mais nas próximas etapas, se quiserem continuar entre a elite mundial do rugby de sevens na próxima época.

Os sul-africanos, organizadores da etapa, foram os grandes vencedores, conquistando a mais importante das taças: a Cup. Na final, frente à (sensacional!) selecção da Argentina, os Springboks até entraram pior, com os Pumas a inaugurar o marcador, mas a partir do sétimo minuto tudo mudou: os sul-africanos empataram primeiro, destacaram-se depois, e o troféu ficou em casa.

 Foto de capa: Facebook Oficial de Pedro Leal

O ano de 2016 promete entrar em grande

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cab futsal

Agora que estamos em período natalício, a coisa mais desejada por todos os adeptos de verdadeiro espetáculo e da modalidade que consecutivamente adota essa característica (futebol de salão, vulgo Futsal) é que chegue o início do próximo ano. De dia 7 a 10 de Janeiro disputa-se a já referenciada por mim em artigos anteriores Taça da Liga, que irá ter lugar em Oliveira de Azeméis.

Esta nova competição reúne a nata do futsal português, e decidi voltar a falar sobre este troféu pois já é conhecido o alinhamento dos quartos-de-final e meias-finais, revelado no início deste mês. Como tal, a ordem que resultou do sorteio foi a seguinte: SL Benfica x Fundão (1), Sporting CP x Burinhosa (2), SL Olivais x Belenenses/ Express Glass (3) e SC Braga x Modicus Sandim (4).

O emparelhamento das meias-finais ditou que o vencedor do jogo 1 joga com o vencedor do jogo 3 e o vencedor do 2 joga com o 4, evitando um jogo entre Sporting CP e SL Benfica antes da grande final. Eu penso que a introdução da Taça no calendário competitivo português irá com certeza ser um sucesso imediato e que, ao contrário do que acontece no futebol, será tida em conta por todos os clubes participantes, pois poder ter a oportunidade de ser o primeiro campeão de sempre desta competição estreante terá de ser motivo mais do que suficiente para motivar os jogadores das 8 equipas em cena.

Não havendo grande escolha nos possíveis adversários, tanto o Benfica como o Sporting têm adversários de grande valia no jogo inicial, uma vez que a Burinhosa apresenta um Futsal de grande qualidade, que lhe vale neste momento um simultaneamente impensável e merecido 3.º lugar ao fim de quinze jornadas, à frente do Sporting de Braga e apenas atrás dos dois grandes dominadores da modalidade nos últimos anos. Já o Fundão foi uma equipa que esta época criou grandes dificuldades aos encarnados no encontro da supertaça, em que o campeão em título se viu forçado a operar uma reviravolta épica no marcador para levar o “caneco” para casa.

Quanto ao campeão final, é óbvio que posso não acertar, mas julgo que, apesar do potencial interesse dos tubarões em ganhar a prova, esta é uma ótima oportunidade para uma equipa como o Sporting de Braga poder finalmente conquistar um troféu, algo há muito procurado.

Um dos grandes candidatos a vencer a Taça da Liga Fonte: SC Braga
Um dos grandes candidatos a vencer a Taça da Liga
Fonte: SC Braga

Mas isto tudo são meras suposições e teremos de esperar até ao início de Janeiro para confirmar as hipóteses reais de cada equipa. Aproveito para desejar a todos os leitores do “Bola na Rede” um santo e feliz Natal, com muita paz e saúde, e passado na companhia de quem mais amam, pois é esse mesmo o espírito desta quadra.

Foto de Capa: Futsal Global

Chegar, ver e dominar

cab desportos motorizados

A temporada do WTCC (Mundial de carros de turismo) já acabou faz um mês, mas ainda vamos a tempo de fazer um apanhado da época e começar já a lançar a de 2016. Em 2015 Tiago Monteiro voltou a ser o único piloto português presente sendo que o Circuito de Vila Real foi o representante nacional para as corridas, depois de um 2014 em branco.

Se em 2014 a Citroen dominou como quis o WTCC, 2015 em nada foi diferente. Os quatro primeiros classificados da competição foram os quatro pilotos da marca francesa e como é lógico o título por marcas também foi para a formação gaulesa. O domínio, de resto, foi total. Das 14 corridas, duas por cada fim de semana de prova, os pilotos da Citroen apenas perderam três corridas, todas para homens da Honda sendo que duas para o “nosso” Tiago Monteiro.

O piloto do Porto venceu as segundas corridas da Rússia e do Japão, tendo ganho ainda a segunda corrida da Tailândia mas acabou desclassificado por o carro não ter a altura máxima regulamentar. Monteiro acabou a temporada no sétimo posto e apenas como o terceiro homem da Honda quando em 2014 tinha sido o melhor não Citroen, mesmo assim foi o piloto com mais vitórias que não conduz um dos carros gauleses.

Tiago Monteiro tem estado em grande forma Fonte: Facebook Oficial de Tiago Monteiro
Tiago Monteiro tem estado em grande forma
Fonte: Facebook Oficial de Tiago Monteiro

O ano de 2016 vai marcar a última temporada da Citroen na competição para se voltar a focar no WRC, numa autentica jornada de “Cheguei, Vi e Venci”. Foram dois anos de total domínio e que se presume que venha a ser uma terceira, apesar de a entrada da Volvo poder fazer as contas alterarem-se. Este último ano da equipa gaulesa marca a redução para apenas dois pilotos, José Maria Lopez, atual bicampeão, e Yvan Muller. Dois dos melhores pilotos senão os melhores pilotos da atualidade que parece que vão dominar mais uma temporada.

Na Honda ainda existe alguma indefinição, mas é certo que Tarquini vai sair e quase certo que Monteiro vai continuar. De resto pouco se sabe, a não ser que a equipa japonesa vai voltar a tentar ser a formação mais forte do WTCC, algo que não se afigura nada fácil, para não dizer impossível.

Certo é que Vila Real vai continuar a receber a maior competição de carros de turismo. A etapa portuguesa vai ser a sétima ronda e será no dia 12 de junho. A não perder!

Nem fantásticos dantes, nem terríveis agora

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sexto violino

Se, nas vitórias, já havia (tímidas) vozes de descontentamento relativamente ao trabalho de Jorge Jesus – porque o Sporting ganhava mas não triturava – imagino que, durante esta semana, elas vão aparecer mais vezes. Pela minha parte, defendo que Jesus nem era o melhor treinador do mundo antes dos desaires em Braga e na Madeira, nem agora é o pior, e o mesmo se pode dizer da equipa do Sporting. Sendo verdade que, depois de uma derrota, todos sabem dar a táctica, o que aqui pretendo fazer é não só analisar o que correu mal na Madeira mas, também, quais serão as maiores dificuldades que Jesus terá de superar. Nada disto é completamente novo, embora teime em subsistir.

A derrota na Madeira não é mais do que um desfecho de algum modo anunciado – concretizado por fim em dia de azar leonino, mas que já havia sido visível em várias jornadas anteriores. As culpas deste desaire não devem ser apontadas ao treinador ou aos jogadores X e Y, uma vez que os motivos são mais profundos do que uma má prestação deste ou daquele interveniente. Não é por o Sporting ter perdido o jogo que Jesus deixou de estar bem em alguns aspectos:

 

Pontos em que Jesus esteve bem no último jogo:

– deixar William no banco: para além de o médio estar a atravessar uma fase discreta, pese o grande golo em Braga, este jogo pedia uma abordagem mais afoita. Jesus percebeu-o e usou dois médios teoricamente mais móveis, com a vantagem adicional de puxar João Mário de novo para a zona onde ele mais se destaca.

– colocar um extremo de início: a perspectiva de que o União fosse fechar os espaços praticamente obrigava a isso. A opção de colocar João Mário no flanco, apesar de permitir um maior equilíbrio da equipa frente a adversários de qualidade, peca por transformar o Sporting num conjunto mais previsível. As primeiras partes desperdiçadas quando se opta por jogar sem um extremo puro têm sido frequentes.

– apostar em Montero: o colombiano tem sido insconsistente nas suas exibições, mas foi sobretudo através dele que o Sporting criou perigo. Apesar de El Avioncito ter feito alguns jogos mais apagados, Jesus mostrou que conta com ele. Juntamente com Ruiz e as suas incursões pelo centro do terreno, foi Montero quem mais se destacou pela positiva.

– colocar Aquilani cedo em jogo: era o que a partida pedia: um jogador criativo, com qualidade de passe, que soubesse descobrir espaços e que, ao mesmo tempo, não desequilibrasse a equipa. O italiano é mestre em tudo isso, e tinha dado boa resposta recente. Como tal, a sua ida a jogo fez todo o sentido, apesar de não ter gerado grandes proveitos. Contudo, Aquilani tem tudo para se tornar fulcral ao longo da época. É um luxo o Sporting ter um suplente como ele.

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Pontos em que Jesus esteve mal no último jogo:

– retirar João Mário e não Adrien: é certo que o primeiro não estava a fazer um grande jogo, que o segundo tem estado bem e que falar a posteriori é fácil. Contudo, não é novidade que Adrien rebenta fisicamente por volta dos 60′ (no domingo, quando a equipa mais precisava de dois médios construtores, já ele complicava e se arrastava em campo – situação agravada pelo facto de ter somado 120′ em Braga), além de que não oferece, de todo, a mesma qualidade de condução e distribuição do nº 17 leonino.

Ora, numa partida em que o adversário não quis atacar, a raça e as compensações defensivas de Adrien eram mais prescindíveis do que a qualidade com bola de João Mário e Aquilani, particularmente porque o sentido táctico do italiano – e a sua maior frescura, uma vez que veio do banco – lhe permitiria estar atento aos pífios ataques dos madeirenses. O timing da alteração – aos 56′ – e a aposta em Aquilani foram correctos, mas a escolha do jogador que saiu não.

– tardar em retirar Gelson: a meu ver, a titularidade de Matheus Pereira teria sido preferível. Apesar de ser mais novo, o brasileiro tem mais maturidade (isto é, melhor noção de quando deve soltar a bola ou mantê-la, fixar o adversário ou partir para o drible), mais técnica e mais cultura táctica, perdendo apenas na explosão. Desta forma, em virtude de Matheus ser, quanto a mim, superior a Gelson, aliado ao facto de este último ter características que o tornam mais útil a mexer com o jogo nas segundas partes, penso que a equipa terá a ganhar se Jesus começar a apostar mais em Matheus e a lançar Gelson a partir do banco.

– Matheus com pouco tempo para fazer a diferença: este ponto é consequência do anterior. Gelson nunca esteve muito em jogo, pelo que a troca com Matheus devia ter sido feita. Por muito bom que possa ser um futebolista, se jogar 7 ou 8 minutos de cada vez dificilmente acrescentará algo. Fica a nota.

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Sem Carrillo, continua a faltar um “abre-latas”. Poderá Bruno César ajudar a colmatar essa lacuna?
Fonte: site do Sporting CP

 Por que é que o Sporting perdeu na Madeira? E quais são os maiores entraves ao sucesso?

1) Azar: Apesar de terem um peso menos importante no futebol do que aquele que os treinadores menos competentes querem muitas vezes fazer crer, a sorte e o azar existem. E o que dizer de uma equipa que faz quatro “remates”, tem 26% de posse de bola, falha constantemente passes de 2 e 3 metros, quase não sai do seu meio-campo e acaba por ganhar o jogo?

É verdade que o Sporting já conquistou algumas vitórias inesperadas mas, no domingo, a sorte sorriu a quem nada fez por isso. Sem ter realizado uma grande exibição, os leões mereciam claramente ganhar. Duas ou três grandes intervenções de André Moreira, aliadas ao baixo ritmo inicial leonino, ao desacerto dos avançados e ao golo sofrido contra a corrente, fizeram do União-Sporting um dos jogos mais injustos dos últimos anos. No entanto, a escassez de golos não só não é novidade como põe a nu as fragilidades leoninas. Há vários aspectos que os leões terão de melhorar para recuperarem a liderança.

2) Desgaste aliado a algum excesso de confiança: Uma viagem a Braga e outra à Madeira em tão pouco tempo deixam marcas, e ainda mais tendo sido os últimos jogos de um ciclo diabólico. Depois de os leões terem precisado de ser empurrados para cair no Minho, pensava-se que a equipa de Jesus retomasse o caminho das vitórias frente a um adversário do fundo da tabela… mas os leões perderam onde menos esperariam.

3) Poucas soluções ofensivas: Raro era o jogo em que o Benfica de Jesus não ia para o intervalo a ganhar, mas o Sporting entra dormente e dá muito tempo de avanço aos adversários. Há, porém, um mito que deve ser desmontado: este ano, é comum os benfiquistas lamentarem-se de que têm um mau plantel, quando, na verdade, Salvio está lesionado e, do 11 habitual, apenas saíram Maxi e Lima – na frente de ataque até há mais soluções do que dantes. Ao contrário, os adeptos do Sporting pouco se queixam disto, mas a verdade é que viram a sua equipa ser mais fustigada por perdas importantes: as saídas de Cédric, Nani e Carrillo tornaram a equipa mais débil e, falando apenas dos dois últimos, com muito menos recursos ofensivos. Nem vale a pena mencionar Nani; com Carrillo, o Sporting de Jesus dificilmente não estaria melhor.

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William e João Mário têm estado discretos, Adrien voltou às exibições desinspiradas. A equipa ressente-se
Fonte: site do Sporting CP

4) Pouca qualidade/exibições medíocres dos laterais: Não é segredo que, no modelo de JJ, os laterais têm um papel ofensivo importantíssimo. Porém, na melhor das hipóteses, Esgaio fará exibições “certinhas”. Dele não se poderá esperar que seja um lateral “todo-o-terreno”, qual segundo extremo que faça a diferença com arrancadas, cruzamentos de qualidade e constantes diagonais para o meio a dar linha de passe, recuperando com rapidez quando a equipa perde a bola. O actual João Pereira também não é esse jogador, pelo que uma das maiores pechas da equipa desde o Verão continua a saltar à vista. Veremos o que vale Schelotto.

Se Jefferson é suficiente para a maioria dos jogos da liga, João Pereira e Esgaio não. Não sei até que ponto a adaptação de Mané a lateral não poderia fazer sentido, numa altura em que a equipa precisa de um lateral-direito fiável e o seu espaço como extremo parece encurtar (recordo que o jovem realizou uma excelente exibição como defesa-direito improvisado na última final da Taça). Ainda assim, com o União foi notório que Jefferson, o melhor lateral do Sporting e muitas vezes o jogador que oferece maior capacidade de explosão à equipa (e por aqui também se percebem as limitações do plantel…) jogou preso e em terrenos demasiado interiores, fazendo com que o Sporting carecesse de largura e profundidade. Se Bryan deriva muito para o centro, Jefferson tem de abrir e afundar. Não é, pois, de estranhar que os desequilíbrios tenham acontecido sobretudo no outro flanco, por Montero, Esgaio e Gelson, ou pelo meio, por intermédio do colombiano e de Bryan.

5) Sub-rendimento de peças fulcrais: os médios William (não jogou) e João Mário têm tudo para ser a alma deste Sporting, mas atravessam uma fase discreta. Como tal, é impossível a equipa não se ressentir. Não coloco Adrien ao mesmo nível em termos de importância, mas a sua exibição apagada também não ajudou.

6) O Sporting de Jesus começa a ser conhecido: os adversários já sabem como os leões jogam e fecham muito o corredor central. Aí, a equipa ressente-se de não ter um desequilibrador maturado como Carrillo – os Sportinguistas que lerem isto podem torcer o nariz, mas não é por acaso que JJ tentou até ao fim resgatar o peruano – porque Gelson e Matheus estão apenas a começar. Acresce a isto que, curiosamente, duas das três equipas contra quem o Sporting até agora perdeu pontos – Boavista e União –, por serem das mais fracas do campeonato, assumiram claramente que iriam colocar sempre 10 ou mesmo os 11 jogadores atrás da linha da bola. Mais uma vez, salta à vista a necessidade de um “abre-latas”.

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Jogada do golo do União. O tento milimetricamente irregular não desculpa a derrota

Nota final para o árbitro e para as arbitragens em geral:

Vasco Santos tem um processo em tribunal contra adeptos do Sporting mas voltou, ainda assim, a apitar jogos do clube. Tirando o facto de ter posto fim ao primeiro tempo antes de um canto na fase de maior domínio leonino, de se terem jogado, no máximo, 3 dos 5 minutos de compensação na segunda parte, e de ter havido um ou outro lance mal ajuizado, não se pode dizer que tenha estado mal. Jesus fez bem em reconhecê-lo, ao contrário de um pseudo-magnânimo Rui Vitória que, quando vê a sua situação pessoal mal parada, deixa cair a máscara de sportsman e desata a disparar em todas as direcções, ou de um Lopetegui lunático que se queixa da mínima coisa quando não ganha, mas que, acompanhado por um Manuel Machado estranhamente manso, tem lata suficiente para passar por cima dos dois penáltis claros negados ao Nacional há uma semana.

No entanto, o Sporting volta a sofrer um golo irregular: a jogada pela direita é precedida de fora-de-jogo. É milimétrico, sim, mas, com o devido uso das tecnologias, como o Sporting propõe, o resultado teria sido diferente. Se se recusa o vídeo-árbitro, é porque se tem a certeza de que se consegue fazer um trabalho de tal forma infalível que dispense o recurso às imagens. Não admito outra explicação, porque sei que o futebol em geral, e o português em particular, é absolutamente cristalino e não dá margem para quaisquer outras leituras. Ora, assim sendo, os Sportinguistas não devem admitir o mínimo erro, por mais pequeno e involuntário que seja. Talvez seja por isto que os rivais não subscrevem a proposta sportinguista do vídeo-árbitro, embora depois se queixem quando lhes interessa.

 

P.S.: o tribunal decidiu contra o Sporting no processo com a Doyen. Não dedico um texto a isso porque, não conhecendo o processo a fundo, pouco posso acrescentar. Mas uma coisa me parece evidente: os fundos como a Doyen são opacos, especuladores e fazem mal ao futebol – pelo menos ao futebol com que me identifico, e que ainda tenho esperança de não ver totalmente entregue às garras da finança. É bom lembrar que, na Holanda, as ligações à Doyen já provocaram a demissão do presidente do Twente e a suspensão do clube das provas europeias por parte da federação do país.

Os adeptos de todos os clubes que se assumem contra o futebol-negócio e o enriquecimento de intermediários parasitas – ainda para mais feito de forma nada transparente, uma vez que se desconhece tudo, desde contornos a “investidores” – têm aqui uma excelente oportunidade para esquecerem diferenças e exigirem investigação e controlo apertado a esta e outras agências, de modo a saber se está em causa enriquecimento ilícito, fuga a impostos e/ou lavagem de dinheiro. É, por isso, com tristeza que vejo gente esquecer tudo isto e deleitar-se com a sentença desfavorável ao clube que pôs tudo isto na agenda mediática, pelo simples facto de ser um emblema rival. É caso para dizer que, para quem o faz, vale tudo – até prescindir de valores.

 

Foto de capa: Facebook Oficial do Sporting CP

E se a virtude estiver no banco?

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cabeçalho benfica

E se a virtude do Benfica não forem os nomes fortes? Os nomes que o treinador tem medo de sentar, os nomes que eram de Jesus? Nomes parecem ter de existir, numa necessidade de perpetuar no onze do Benfica, porque só assim é que poderemos manter ideias e qualidade para atingir o tricampeonato? E se a virtude vestir um colete e um fato de treino e estiver mais de metade do jogo no banco de suplentes?

A época ainda não vai a meio e já não são raras as vezes em que o banco do Benfica foi chamado a resolver a situação. Carcela agora, no início da época foi Victor Andrade. Estes foram os exemplos que as capas dos jornais à altura deram destaque, mas são muitos os outros exemplos de jogadores que entraram para solidificar um estilo de jogo, melhorar as transições ou alterar a filosofia dentro de campo. O onze do Benfica, o que se tem apresentado com maior regularidade, não tem mantido uma coerência exibicional. Ora marcam muitos golos e sentenciam o jogo na hora, ora sofrem até ao fim para ganhar, ora perdem sem parecer que estão onze homens de encarnado dentro do campo. Talvez seja altura de outros poderem entrar, de mostrar outro rumo e capazes de responder com exibições mais regulares e mais bem conseguidas. Vamos ver algumas possibilidades caso a caso:

Talisca: Não começou bem a época. Na pré-época falava-se no encanto de Rui Vitória com o médio brasileiro, mas pouco ou nada se viu. Este jogador sofre de um problema grande: ninguém sabe qual é a sua posição. Será que ele sabe? No Bahia era médio defensivo. Cá já jogou a extremo-esquerdo, médio centro avançado e a avançado recuado. Apesar disso pode ser um jogador para um jogo em que seja importante fazer circular a bola com velocidade, com transições rápidas para o ataque e em que qualquer bola à entrada da área seja passível de ser metida lá dentro. Renato Sanches agora parece ser intocável, mas não tem sido regular. A raça impressiona, mas há jogos que não são para ele.

Mehdi Carcela: Pizzi está a impressionar na linha, mas Gonçalo Guedes tem decrescido de rendimento. Já o marroquino, sempre que tem sido chamado a intervir, deixou a sua marca no jogo. Ainda ontem foi ele quem mudou o rumo da partida que parecia condenada ao empate. Já leva três golos marcados em todas as competições. Talvez comece a merecer uma oportunidade a titular junto do onze mais forte.

Djuricic: Do médio sérvio é difícil falar porque não o vemos jogar. Pessoalmente, este é um jogador de quem gosto muito, sobretudo pelo que vi anteriormente dele. Fez 45 minutos muito bons na pré-época e fez os seus primeiros minutos oficiais da época no último jogo no Bonfim. Entrou nos últimos minutos, mas ainda foi a tempo de participar e construir o último golo. É um jogador rápido, com muita técnica e com boa leitura de jogo. Numa altura em que Rui Vitória parece não ter esquecido o 4-2-3-1 e que ainda não se decidiu uma dupla fixa no ataque, este poderia ser um número 10 imponente. Precisa, claramente, de jogar com mais regularidade, mas isso não impossibilita que possa jogar atrás de Jonas, Mitroglou ou de Jiménez.

Raúl Jiménez: É um jogador explosivo. O Benfica é nitidamente o clube de que ele precisava para poder melhorar. Por vezes passa despercebido e os adeptos manifestam-se contra ele pela falta de golos, mas o seu trabalho não se resume a isso. O avançado mexicano faz muito bem a transição do ataque para a defesa, e vice-versa. Com mais trabalho poderá fazer render Lima. É um trabalhador incansável e pode mesmo vir a ocupar o lugar de Mitrglou, que tem sido muito irregular. 

Raúl Jiménez tem crescido à medida que a época avança; Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica
Raúl Jiménez tem crescido à medida que a época avança;
Fonte: Facebook do Sport Lisboa e Benfica

Cristante: Para mim seria a primeira solução, depois de Samaris. Em comparação com Fejsa, oferece um estilo de jogo muito mais fluído. Tem uma qualidade de passe digna de um verdadeiro craque. Assim como a Djuricic, falta-lhe ritmo competitivo. O médio italiano já merecia uma oportunidade.

Estes são alguns exemplos que podem alterar o rumo do estilo de jogo do Benfica. Obviamente, e Rui Vitória já o disse, que cada jogo é um jogo. Tem de se olhar para o adversário e escolher os jogadores com determinadas características. Neste lote não incluo Taraabt porque acho que este é um jogador irresponsável e ingrato para com as oportunidades que já lhe foram dadas. O marroquino não tem noção do emblema que traz ao peito, e para mim nem faz parte deste plantel.

O estilo de jogo do Benfica tem de ser mais coerente e mais adaptado. Os adeptos pedem mais à equipa e é obrigação do clube dar tudo o que pode para corresponder às expectativas. Eu sempre fui um apoiante fervoroso da aposta na formação, mas não sou cego ao ponto de achar que apenas com a formação se ganham jogos. Gostava de ver o treinador do Benfica a recorrer mais ao banco de suplentes e à equipa A do que à equipa B, assim que tem problemas. 

CF “Os Belenenses” 1-0 Boavista FC: Natal com toque Castelhano

futebol nacional cabeçalho

A terminar mais uma jornada, Belenenses e Boavista encontravam-se no Restelo de cara lavada. Os azuis do Restelo estreavam o novo  treinador Julio Velázquez no banco, após a saída de Sá Pinto. Já os axadrezados ainda davam o primeiros passos com Erwin Sanchez no comando. Um duelo entre dois dos três treinadores estrangeiros na nossa liga.

Primeira parte: André Conde

A querer mostrar serviço perante o novo treinador, os jogadores do Belenenses entraram melhor. Um remate à figura logo nos primeiros minutos foi o mote para o grande golo que viria a seguir por Filipe Ferreira. Julio Velazquez não podia pedir melhor inicio no  seu  primeiro jogo de Cruz de Cristo ao peito. A partida continuou animada com o Belenenses a ter sempre mais iniciativa, mas a falhar no toque final. O Boavista apenas tinhas fugazes lances em que procurava a baliza de Ventura mas que acabam por não dar em nada(remates muito ao lado ou cruzamentos que não chegavam a ninguém). Apenas por uma vez vimos o conjunto boavisteiro a atacar com verdadeiro  perigo, num cabeceamento ao lado. Talvez pela fraca oposição do Boavista, o Belenenses sentiu-se confortável no encontro e a qualidade do jogo caiu até ao intervalo. Ambas as equipas pouco arriscavam, sendo que a agressividade de lado a lado foi a nota dominante. Se no campo o jogo estava frio, nas bancadas o ambiente estava quente. Com a chegada da claque do Boavista, os cânticos de parte a parte começaram.

Ao intervalo, a vitória do Belenenses era justa, pela boa entrada na partida. Num entanto, pedia-se mais qualidade a ambas as equipas.

O número vinte da equipa do Restelo marcou o (grande) golo da vitória Fonte: Facebook de Filipe Ferreira
O número vinte da equipa do Restelo marcou o (grande) golo da vitória
Fonte: Facebook de Filipe Ferreira

Segunda parte: Duarte Pereira da Silva

No recomeço da partida, o Boavista apareceu mais esclarecido e podia, logo nos minutos após o intervalo, ter empatado a partida. No entanto, foi sol de pouca dura. O jogo voltou a arrefecer e pouco mais há a dizer sobre este encontro.

A verdade é que havia muita vontade, todavia, a qualidade escasseou. O frio fazia-se sentir no Restelo, mas os jogadores poderiam, e deveriam, ter produzido um futebol, no mínimo, ligeiramente melhor. O resultado acaba por ser justo porque o Belenenses demonstrou, pelo menos numa fase inicial, ser superior ao Boavista.

A Figura:

Filipe Ferreira – Logo aos três minutos, Filipe Ferreira proporcionou o melhor momento do encontro. O português assinou um excelente golo através de um remate de belo efeito fora da grande área.

O Fora-de-Jogo:

Pouca qualidade do Futebol  – Mais uma vez, a qualidade do futebol praticado hoje no Estádio do Restelo peca pela escassez. Qualquer uma das duas equipas tem a obrigação de fazer mais.

Reportagem e Texto de André Conde e Duarte Pereira da Silva
Foto de Capa: CF “Os Belenenses”

Arrumar, cumprir e liderar

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Semana de loucos para o Futebol Clube do Porto! Um misto de emoções tremendamente fortes pairou no seio do universo portista, onde quase tudo aconteceu. Viram-se vitórias inglórias, tangenciais e justas, também casos de arbitragem para todos os gostos (tanto em benefício como em prejuízo), erros individuais ridículos e golos fantásticos. No fundo acaba por ser uma semana recheada por um misto de sentimentos ambíguos, em que tudo se pôs em causa, mas o que a realidade espelha neste momento é que o FC Porto é a única equipa invicta na Liga Nos e consequente líder do campeonato, assim como a única equipa dos “três grandes” que ainda está dentro de todas as competições.

Com um nevoeiro serrado e incómodo inicia-se a semana. Jogo muito bem disputado na primeira metade, que prometia um embate de grande nível. Tal não foi possível graças às condições climatéricas adversas, o que dividiu o encontro em dois dias. Um jogo ingrato para os visitados que lhes viram não ser assinaladas duas grandes penalidades. Dias de alguma sorte e sofrimento para os comandados de Lopetegui, que sabiam que a meio da semana tinham uma eliminatória da Taça de Portugal bastante complicada em Santa Maria da Feira.

O dever foi cumprido com distinção num jogo aborrecido, sem muitos motivos de interesse, que foi resolvido logo desde bem cedo. Nota positiva para o comeback de Vincent Aboubakar aos golos e à excelente exibição a todos os níveis de Danilo Pereira, que tinha saído um pouco maltratado do jogo na Choupana. Os dragões seguem para os quartos-de-final da prova e assumem o papel de principais favoritos à conquista da mesma, uma vez que tanto Sporting como Benfica já estão de fora.

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Danilo Pereira foi um dos elementos em maior destaque na equipa do FC Porto
Fonte: Facebook Oficial do FC Porto

Mesmo com um calendário extremamente apertado em termos de jogos, o FC Porto começa a arrumar a casa para o ano de 2016. Aly Cissokho deixará o clube em janeiro e deverá regressar ao aflito Aston Villa,, Dani Osvaldo estará também de partida do dragão para voltar ao campeão argentino Boca Juniors (confirmação de Pinto da Costa), Sérgio Oliveira é também um dos nomes que estarão na porta de saída, este para o campeonato espanhol a título de empréstimo. Destaque para o provável regresso de Hernâni, e para a promoção do jovem ponta-de-lança André Silva ao plantel principal, jogador que já tem vindo a integrar as convocatórias dos azuis e brancos.

Na chegada para a última jornada do ano civil de 2015, o FC Porto depara-se com uma surpresa inacreditável: o Sporting tem a sua primeira derrota no campeonato frente ao modesto União da Madeira, e fica assim com uma oportunidade incrível de chegar finalmente à liderança isolada da Liga NOS. Com uma exibição de gala, os portistas vencem sem contestação uma Académica sem argumentos. Uma prenda de Natal autêntica, que faz do FC Porto o denominado “Campeão de Inverno”.

O que parecia não ter remédio agora faz todo o sentido. Os adeptos portistas irão passar a época natalícia com menos pressão do que se previa, mas é sempre bom lembrar que um dos jogos mais importantes da época está próximo, e apesar de Lopetegui ter habituado os portistas a sofrer (demais) a oportunidade de fugir aos adversários diretos vai residir no Estádio José de Alvalade no dia 2 de Janeiro.

Apesar da grande contestação que se vive a Norte acerca das competências de Lopetegui como treinador principal do FC Porto, a verdade é que os azuis e brancos chegam ao fim do ano na liderança isolada que já não sentiam há bastante tempo. Os adeptos essencialmente merecem este feito uma vez que nos últimos 2/3 anos as coisas não têm corrido da melhor maneira. O FC Porto parte para a próxima jornada com uma confiança acrescida e solta a pressão para os leões. Com tantas situações diversas que se viveram nesta semana de loucos, estou em condições de afirmar que estes dias podem ter modelado contornos importantíssimos para as futuras contas finais do campeonato. Foi arrumar, cumprir e liderar.

A moral mais importante a ser retirada destes dias difíceis de sufoco é que mesmo quando não se ganha uma vez as coisas podem não estar todas completamente mal. É preciso saber sofrer, dar o corpo à luta e manter o sangue frio e o cérebro no lugar certo. O jogo de domingo no Dragão provou que quando a massa portista rema toda para o mesmo lado e não se inventa os resultados aparecem naturalmente e, claro, as melhores equipas erguem-se no topo.

Foto de Capa: FC Porto

Uma semana de erros

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O Sporting foi eliminado da Taça de Portugal em Braga e perdeu a liderança do campeonato, após ter perdido no terreno do União da Madeira. Foi uma semana horrível para os sportinguistas, que acabam por “descer à Terra” de uma maneira cruel.

Em Braga, houve erros defensivos graves nos quatro golos sofridos. No primeiro e no quarto golos, acho que os centrais podiam ter feito muito melhor, porque Wilson Eduardo e Rui Fonte tiveram tempo e espaço para tudo. O eixo defensivo tem estado bem esta temporada, mas o jogo de Braga não comprovou isso. Nos outros dois golos, é inadmissível a forma como Alan e Marcelo Goiano apareceram sozinhos em posição favorável para alvejar a baliza de Rui Patrício. Os laterais também não estiveram em bom nível, com este último fator a repetir-se ontem na Choupana. Ricardo Esgaio estava a marcar um homem invisível, enquanto Danilo Dias surgiu, uma vez mais, sozinho na área.

Estes erros defensivos saíram-nos bem caros, mas não é caso para dizer que o Sporting está em crise. A apenas um ponto da liderança, e com quatro de vantagem sobre o Benfica, os “leões” têm agora é de colocar o foco exclusivamente na receção de dia 2 de janeiro frente ao FC Porto. É neste encontro que os “verde e brancos” podem regressar à liderança, frente a um adversário que também não está 100% confiante, devido às escolhas do seu treinador. O Sporting tem de recuperar a liderança nesse jogo, que será o mais importante da época até agora.

Wilson Eduardo voltou a marcar ao Sporting, após ter fugido aos centrais. Fonte: SC Braga
Wilson Eduardo voltou a marcar ao Sporting, após ter fugido aos centrais
Fonte: SC Braga

Contudo, não foram só os erros defensivos que possibilitaram estas alterações. Aconteceram dois jogos onde existiram equívocos gravíssimos com influência direta nos resultados. Aqueles que chamam “calimeros” a Bruno de Carvalho e aos sportinguistas por quererem a introdução do vídeo-árbitro só podem ser uma de duas coisas: ou estúpidos ou coniventes com o sistema. Na Choupana, jogou-se, a dois tempos, um Nacional-FC Porto, que teve em Marcano o principal protagonista. No domingo, o espanhol marcou um golo e fez um corte com a mão dentro da área. Na segunda-feira, deve ter tido dificuldade em manter os olhos abertos e deu um chuto na perna de João Aurélio: se tivesse sido numa bola, tê-la-ia atirado para fora do estádio. Jorge Sousa, melhor árbitro português da atualidade, não assinalou. Não acredito que não tenha visto esses lances. Logo, também não é de admirar a ausência de árbitros portugueses no próximo Europeu.

Dois dias depois, na quarta-feira, assistimos ao melhor jogo da época em Braga. Os bracarenses venceram após prolongamento e não ouso dizer que a vitória tenha sido totalmente injusta. Os comandados de Paulo Fonseca apresentaram-se em muito bom nível, com bastante personalidade. Considero até que foi a equipa que jogou melhor frente ao Sporting esta época, incluindo os adversários europeus. No entanto, mais uma vez, o resultado foi adulterado. No primeiro golo do Braga, William Carvalho sofreu falta no meio campo adversário. Depois, veio o 4-3 de Slimani, que não o foi porque o árbitro auxiliar não quis. Nos últimos cinco anos, já foi a segunda vez que o Sporting foi eliminado da Taça de Portugal com uma derrota por 4-3, após prolongamento, em jogos considerados como “épicos” e “hinos ao futebol”, apesar de terem resultados mentirosos. O futebol português continua igual a si próprio.

Uma palavra final para Bruno de Carvalho. O nosso presidente tem disparado para muitos lados (e ainda tem muito que disparar), sendo o último dos alvos Pedro Proença. O presidente da Liga só trabalha no dia 4 de janeiro, por isso Zeegelaar e Bruno César serão baixas na equipa leonina para o jogo frente ao FC Porto. Esta é só a jogada mais recente do presidente da Liga, depois de todas as polémicas às quais tem fechado os olhos no nosso futebol. Espero que o presidente do Sporting se mantenha na mesma linha de comportamento, porque só assim consegue lutar pelo sucesso do clube.

Foto de capa: Sporting CP

Constantin Galca: O Regresso à Catalunha

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cab la liga espanha

A 26 de Outubro de 1997, o RCD Espanyol puxava dos galões em pleno Estádio Vicente Calderón e levava de vencida o Atlético de Madrid de Radomir Antic por duas bolas a zero. Um golo na própria baliza do ex-internacional espanhol Kiko, nos momentos iniciais da partida, e um golaço de livre directo de Constantin Galca no minuto 93 garantiram ao RCD Espanyol de José Antonio Camacho três preciosos pontos numa época em que terminariam no décimo lugar da tabela classificativa.

Dezoito anos depois de ter batido Molina (guarda-redes do Atlético Madrid entre 1995 e 2000) sem apelo nem agrado, o antigo internacional romeno Constantin Galca está de volta ao futebol espanhol e a um clube que bem conhece e que representou durante quatro temporadas. Após uma derrota por uma bola a zero nos Balaídos contra o Celta de Vigo, a direcção do RCD Espanyol decidiu terminar o vínculo contratual com o treinador Sergio González e abriu uma nova página na história do clube, fazendo regressar um homem que conhece bem os cantos à casa e que tem já provas dadas como treinador.

Na temporada passada, enquanto treinador do FC Steaua Bucuresti, Galca conseguiu o triplete ao vencer a Liga I (Liga Romena), a Cupa României (Taça da Roménia) e Cupa Ligii (Taça da Liga). Foi uma época de ouro para o gigante do futebol romeno, durante a quall não só venceu as três competições nacionais nas quais esteve inserido, como também demonstrou um estilo de jogo de ataque bastante sólido e extremamente atractivo. O FC Steaua Bucuresti venceu e convenceu tudo e todos, com excepção do presidente do clube, o sempre imprevisível Gigi Becali, que optou por prescindir dos serviços de Constantin Galca no passado mês de Junho.

A antiga lenda do RCD Espanyol Paco Flores, que orientava a equipa aquando da conquista da Copa del Rey na temporada 1999-00, aprova a chegada de Constantin Galca e recordou à revista Panenka as qualidades do seu antigo pupilo e amigo: “Era un catalizador puro del juego, un futbolista en el que podía confiar a ciegas para que me ayudara a ponerlo todo en orden desde el centro del campo. Y, además de esa condición futbolística natural, también destaco que era una persona muy seria y correcta, tanto en lo profesional como en lo personal”.

O novo homem forte do futebol do RCD Espanyol  Fonte: Eurosport
O novo homem forte do futebol do RCD Espanyol
Fonte: Eurosport

Galca foi talvez um dos melhores futebolistas estrangeiros a terem passado pela liga espanhola nos últimos 30 anos e a sua qualidade não deixou ninguém indiferente. Para além de Paco Flores, alguns antigos companheiros do técnico romeno no RCD Espanyol, como Joan Capdevila e o argentino Martín Posse, recordam também as qualidades de Galca. O antigo lateral do SL Benfica descreve Galca como: “una persona muy profesional (…) No era mucho de hacer bromas, era callado, tímido, pero siempre daba su opinión.”, enquanto Posse lembra que, como futebolista, Galca “le gustaba analizar los partidos” e que isso, refere também o antigo avançado argentino, é a chave do sucesso para qualquer jogador que mais tarde se venha a tornar treinador.

Em semana de estreia ao leme do RCD Espanyol e de reavivar velhas experiências vividas no emblema catalão, Galca não escondeu ao que vem e deixou bem claro nas suas primeiras conversas com a comunicação social aquilo que pretende dos seus jogadores e mesmo até onde quer levar os Periquitos: “Gracias al club por darme la oportunidad de volver a mi casa. Soy un perico más” (…) “Me gusta que mi equipo le dé un buen trato al balón, que lo tenga, que desgaste al contrario”.

O antigo internacional romeno é um apaixonado pelo futebol de ataque apoiado, de passe curto, com as linhas bastante juntas e privilegia a posse de bola, de qualidade, exercendo ao mesmo tempo uma pressão alta sobre o adversário de forma a obrigá-lo a cometer erros durante a primeira fase de construção. Galca, que se mostrou bastante agradado com a qualidade do plantel que tem actualmente à sua disposição no emblema catalão, conseguiu em poucos dias passar para os seus jogadores um pouco da sua forma de pensar e da sua forma de estar no futebol.

A meio da semana, o RCD Espanyol eliminou o  Levante UD da Copa del Rey após vencer o jogo da segunda-mão disputado em solo catalão, no Estadi Cornellà El-Prat. Os Periquitos haviam conseguido um empate aquando da sua deslocação à Comunidade Valenciana e uma vitória no jogo da segunda-mão era quase imperiosa, não só para o sucesso desportivo do clube, mas também para o técnico romeno, que começava esta nova aventura em terras catalãs com um jogo de vida ou morte. O RCD Espanyol transfigurou-se num curto espaço de tempo e, com mais coração do que destreza, respondeu ao golo de Verza nos instantes iniciais da partida. Um tento do jovem Burgui e outro do suspeito do costume Felipe Caicedo garantiram ao novo RCD Espanyol de Galca o passaporte para a próxima fase da competição.

Boa disposição reinante no primeiro treino de Constantin Galca com o RCD Espanyol Fonte: El Periodico
Boa disposição reinante no primeiro treino de Constantin Galca com o RCD Espanyol
Fonte: El Periodico

Após o momento de bravura na Copa del Rey, o conjunto catalão tinha um importante teste para a Liga BBVA perante um adversário sempre incómodo como o UD Las Palmas, que, desde que Quique Sétien chegou ao comando, tem dado muito boa conta de si, apesar de se encontrar numa posição periclitante na tabela classificativa. Mais uma vez, Galca pôs as suas tropas em ordem e conseguiu uma vitória, diga-se inteiramente merecida, especialmente por aquilo que os Periquitos fizeram no segundo tempo.

Fiel mais uma vez ao seu 4-2-3-1, que se parece articular num 4-1-4-1 aquando dos processos defensivos, Galca incentiva constantemente os seus jogadores a efectuarem trocas rápidas de bola e a tentarem bloquear as acções de construção do adversário quando a bola ainda se encontra no seu sector defensivo. A estratégia do técnico, ainda que bastante verde fruto de apenas uma semana de trabalho, funcionou na perfeição perante a UD Las Palmas, que tem uns processos de jogo em tudo semelhantes, e tem, na verdade, tudo para ser bem sucedida numa liga tão exigente como a espanhola.

Constantin Galca, um homem de poucas falas mas com ideias bastante claras, parece ser o homem certo no momento certo para voltar a dar aos adeptos do RCD Espanyol novas alegrias, após um período algo inconstante do emblema catalão.

Foto de Capa: ara.cat.