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Confiança míope

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dosaliadosaodragao

O FC Porto chega ao final da 1ª volta e à viragem do campeonato no 3º lugar com 3 e 1 pontos de desvantagem face a Benfica e Sporting, respectivamente. Porém, para Paulo Fonseca nenhum destes factos abala a sua imensa confiança na revalidação do título. Estou certo de que em qualquer actividade a que nos dediquemos devemos ser dedicados, empenhados e confiantes. Mas devemos ser também racionais.

E, olhando para este FC Porto, racionalidade é palavra que não consigo empregar. A confiança do treinador do tri-campeão nacional choca estrondosamente com a desconfiança (precisamente) que as gentes portistas sentem em relação ao mesmo. E basta recuar ao último Benfica-Porto para o perceber: quando nada o fazia prever e depois de exibições bem conseguidas por parte de Maicon, Fonseca fez Otamendi regressar ao onze portista. Longe de mim encarar o jogo como uma soma de individualidades mas é indesmentível que o argentino voltou a estar mal e a ser muito mais um problema do que (um)a solução (vide a origem do primeiro golo do Benfica). Aliás, Otamendi é o paradigma deste actual FC Porto: uma equipa outrora segura de si, focada, autoritária, concentrada, ‘mandona’; hoje vemos um Dragão sem chama, apático, desconcentrado e com processos confusos (ou mesmo indecifráveis). Ora, o Clássico foi a prova evidente disto mesmo – o Benfica, muito longe de fazer um grande jogo, conseguiu ser superior a um FC Porto amorfo, sem ideias, sem rasgo e que deu a sensação de ter desistido ainda antes de ter lutado. E que irónico que chega a ser: um FC Porto a léguas de distância daquele que Vítor Pereira havia montado (com os defeitos que também tinha) e que soube silenciar a Luz em outras ocasiões.

“Tenho uma confiança cega de que vamos ser campeões”, Paulo Fonseca / Fonte: Impala
“Tenho uma confiança cega de que vamos ser campeões”, Paulo Fonseca / Fonte: Impala

A par deste diagnóstico simplista do último Benfica-FC Porto, Paulo Fonseca acumula handicaps: da teimosa implementação do seu modelo de jogo, caracterizado por um pensamento redutor e receoso (mas que nem sequer tem resultados práticos, já que o conjunto azul e branco defende mal) que não serve a uma equipa como o FC Porto, que deixa a equipa estendida e desprotegida, com os sectores afastados entre si e com jogadores a funcionar como verdadeiras ilhas (Jackson, Lucho e, mais recentemente, Carlos Eduardo são as vitimas neste ponto), à impunidade que cultivou aquando da premiação de inúmeros erros individuais com a permanência no onze (Otamendi agora e antes, Mangala, Josué, etc) até – e sobretudo – à falta de empatia que gerou nos associados com um discurso descolado da realidade (esta semana atingiu-se o expoente máximo no que toca a esse ponto) e que faz os portistas olhar para Fonseca sem se identificarem com aquele que, em última instância, deveria ser o símbolo-mor da equipa.

Todavia, e apesar de todas estas circunstâncias que conduziram o FC Porto até este lugar menos habitual, não encaro a saída de Fonseca como a solução ideal. Ou mesmo desejável. Desde logo, por um mero facto estatístico: nunca o FC Porto se sagrou campeão numa época em que, no seu decurso, tenha trocado de treinador. Por outro lado, porque acredito genuinamente que Paulo Fonseca tem valor – aliás, só assim se explica o verdadeiro milagre que operou em Paços de Ferreira.

Agora, óbvio é que a minha confiança, ao contrário da do treinador do FC Porto, está muito longe de ser inequívoca. Acredito que, como nos filmes, tudo acabará bem… Mas mais porque, olhando para esta equipa, só a vejo com capacidade de crescer. Possibilitando (eventualmente) a saída de alguns descontentes durante este mês de Janeiro, resolvendo os equívocos tácticos (para além da óbvia discussão do modelo de meio-campo, o que importa verdadeiramente é que este seja mais dinâmico e intenso, em 1-2 ou 2-1 ou 0-3!) e entregando o lugar a quem verdadeiramente o merece (Maicon tem de ser titular, Quaresma será importante, Quintero, Kelvin e Ghilas terão de ser considerados e aproveitados de melhor forma), o FC Porto assumir-se-á – até porque a História recente assim o exige – como o mais forte candidato. Talvez daqui a uns meses, quando a equipa já tiver encarrilado (assim o desejo!), a minha confiança esteja no mesmo estádio que a que o treinador do FC Porto fez questão de manifestar e qualificar: cega. Mas, por ora, é míope.

Jackson Martinez. Um espelho do que foi o FC Porto no Clássico da Luz / Fonte: MaisFutebol
Jackson Martinez. Um espelho do que foi o FC Porto no Clássico da Luz / Fonte: MaisFutebol

Mais Miopia
Ainda sobre o Clássico, e mesmo não sendo partidário da crítica (constante e desproporcional) que é feita ao sector da arbitragem tão-só de forma a camuflar insucessos desportivos, não poderia deixar de dar uma nota sobre esse tema.

Na realidade, se a arbitragem é uma arte, Artur Soares Dias revelou-se um artista. Não vi nenhum portista a justificar a má exibição e o resultado da Luz com a prestação do árbitro; porém, é indesmentível que o FC Porto acabou por ser prejudicado no Clássico do último Domingo. Enumerando: para além do incontestável penalty cometido por Mangala (e não assinalado), Soares Dias e a sua equipa erraram ao não assinalar uma falta clara de Garay sobre Quaresma dentro da área (penalty, obviamente), erraram igualmente ao interromper o jogo quando Jackson seguia isolado para a baliza encarnada com claras hipóteses de fazer golo (num lance em que Danilo viu o seu primeiro cartão amarelo) e voltaram a errar no momento em que expulsaram o lateral direito do FC Porto quando este foi tocado por Garay dentro da área – certo que não seria grande penalidade mas jamais poderia ser considerado simulação (e se fosse essa a interpretação, Siqueira, na jogada seguinte, acabaria por mergulhar sem merecer qualquer advertência!). Talvez aqui a miopia se tenha mesclado com pitadas de astigmatismo … De qualquer forma, bem se sabe que, posteriormente, quando Pinto da Costa espirra, o país (futebolísticos) constipa-se.

Arouca 1-2 Sporting: Não se jogou futebol mas o Sporting ganhou

Escolhi díficil. O fácil é de todos

Dizia Luís Freitas Lobo, e muito bem, que durante um campeonato existem diversos tipos de jogos. Na teoria, os jogos com o Arouca seriam dos mais fáceis que os grandes encontrariam. Na prática não foi bem assim. As condições climatéricas e o estado do relvado podem equilibrar – e hoje equilibraram – as balanças e, assim sendo, um jogo que se expectava mais fácil deixou de o ser. Seja em que circunstâncias for, os jogos valem todos três pontos e, por isso, não há uns mais importantes que outros. O Sporting superou um super desafio, ao vencer por 1-2 a equipa de Pedro Emanuel.

O início do encontro foi complicado. O Sporting demorou a entender que estava obrigado a adaptar as linhas por que costuma reger o seu futebol, e até alterar o chip já se encontrava em desvantagem. O Arouca entrou muito forte – tal como já havia feito em Alvalade, na 1ª jornada – e chegou à vantagem por Bruno Amaro, que também tinha marcado na 1ª volta. Leonardo Jardim entendeu que não podia continuar a insistir no passe curto e transmitiu essa evidência aos jogadores, que, optando pelo futebol mais directo, foram ganhando algum espaço. Wilson Eduardo, que se encontrava no flanco direito, como é usual, foi colocado mais ao centro para perto de Montero, de forma a ter possibilidades de ganhar a 2ª bola nos confrontos directos, o que seria impossível se Montero permanecesse sozinho no meio dos centrais adversários.

Mas nem assim o rumo do jogo se inverteu. Marcos Rojo empatou o encontro na sequência de um canto e com um excelente cabeceamento (2ª jogo consecutivo a marcar, depois de o ter feito frente ao Marítimo para a Taça da Liga), contudo o Arouca não baixou os braços e permaneceu com uma atitude guerreira que ia gerando muitos problemas ao conjunto de Alvalade. Só a partir dos 35 minutos da primeira parte é que o Sporting conseguiu, de forma continua, ganhar algum terreno de jogo, mais por desgaste físico do adversário do que por mérito próprio.

Na segunda parte a história foi algo diferente. O Arouca continuou bem mas, aí sim, o Sporting ajustou alguns erros que vinha cometendo no primeiro tempo. William Carvalho subiu no terreno e tornou-se preponderante no meio-campo, Slimani, entrado aos 53 minutos por troca com Capel, também deu uma maior capacidade aérea ao jogo directo que se praticava de ambas as partes. Aos 62 minutos de jogo Luís Tinoco foi (mal) expulso por falta sobre Slimani, mas Cosme Machado corrigiu um erro com outro erro, ao expulsar Rojo aos 66. Por quatro minutos o Sporting parecia vir a ser beneficiado, mas depressa se percebeu que não. Ambos os casos por acumulação de amarelos, e ambos forçados. O jogo seguia com 10 para cada lado, Leonardo Jardim resolve inexplicavelmente tirar William Carvalho que minutos antes até tinha estado pertíssimo de um golaço, e o Sporting mostrava-se mais perigoso e perto do golo.

E foi exactamente isso que acabou por acontecer. Jefferson centrou muito bem para o coração da área, Slimani recebeu no peito e, com um forte remate, colocou os leões em vantagem pela primeira vez no jogo. A partir daí foi um jogo de sofrimento para o Sporting. Jefferson e Maurício em dificuldades físicas, o Arouca a apostar cada vez mais no futebol directo e só por poucos centímetros não empatou através de um remate de cabeça. Essa foi, contudo, a única ocasião de golo que criou depois de em desvantagem.

No geral, uma vitória importantíssima e muito complicada para o Sporting que, mais do que qualidade, hoje mostrou união, querer e garra necessárias para justificar, pelo menos até amanhã, o 1º lugar da tabela classificativa. Slimani voltou a ser essencial.

O Passado Também Chuta: A aranha negra, Lev Yashin

o passado tambem chuta

Era enorme e vestia de preto. Passou à História do futebol sem se despentear. Era a colocação e a inovação. As bolas não lhe fugiam das mãos. Lançava automaticamente a sua equipa lançando a bola com uma só mão. A área era sua; jogar com o pé, também. Tiveram de passar muitos anos até que os guarda-redes começassem a jogar adiantados; a tocar a bola com o pé além das esperadas e habituais mãos. Mas, tal como o Costa Pereira, era um desportista integral. Não só foi exímio nos campos de futebol; o Hóquei sobre gelo foi o seu primeiro desporto. Hoje, vivemos tempos nos quais só consideramos grandes os goleadores. Os restantes parece que não existem quando chega a hora dos reconhecimentos oficiais. No entanto, este homem da velha União Soviética que cresceu durante a época do conhecido Zé dos Bigodes ou José Estaline – ditador de triste memória – irrompeu na época dos Alfredo di Estéfano, Kopa, Luís Suares, Eusébio, Garrincha, Didi, Rivera e tantos outros como um jogador ímpar e todos souberam reconhecer a sua singularidade e a sua genialidade. Ganhou – até hoje o único guarda-redes que o conseguiu – a Bola de Ouro.

Yashin e Eusébio
Dois génios e dois amigos
Fonte: gloriososlb.tumblr.com

A vida fechada da velha União Soviética não permitiu que Europa e o Mundo se deleitassem em muitas ocasiões com o homem que vestia de preto, com a Aranha Negra. No entanto, a aparição das competições continentais a nível de seleções na década dos 1960 permitiu que este gigante se apoderasse da admiração de todos. Ganhou com a sua seleção o primeiro Campeonato Europeu e chegou à final do Campeonato que ganhou a Espanha de Luís Suares. Marcelino, avançado-centro galego que jogava no Saragoça, desempatou o jogo com um famoso golo marcado com a nuca. Jogou uma eternidade. Ultrapassou os 40 anos e no jogo da sua despedida o estádio fez-se pequeno para acolher tanta multidão.

Disputou quatro mundiais e num deles – o Campeonato de Inglaterra – disputou terceiro e quarto lugar com Portugal. Eusébio ganhou-lhe a final da consolação. Como é natural, na velha União Soviética ganhou tudo. Finalizou o espantoso número de cento e cinquenta penaltis. Manteve a sua baliza a zero em mais de duzentos e cinquentas jogos. Deixou registos que paralisam o estômago. O seu clube, Dínamo de Moscovo, não resistiu ao seu adeus. Passou de ser a equipa que ganhava tudo a ser a equipa que via ganhar. Lev Yashin era professor de educação física; portanto, tinha conhecimentos no campo do cuidado físico e pelos anos que durou é evidente que os tinha – mas se dizemos que o Aranha Negra, antes de cada jogo, fumava um cigarro para relaxar e bebia uma vodka para tonificar os músculos, a nossa “sabedoria” atual entra em estado de choque.

Lev Yashin
O voo da Aranha
Fonte: aldeiaolmpica.blogspot.com

Infelizmente, a vida, muitas vezes, veste-se da cabra. Este guarda-redes que ultrapassou limites e que foi reconhecido mundialmente viu como um problema de circulação provocou a amputação de uma perna. Anos mais tarde, outros problemas se somaram e acabou por falecer, perto do ano em que o mundo soviético se derrubou, sendo ainda bastante novo para desaparecer do mundo dos vivos. Foi um génio a defender e em como deve jogar um guarda-redes. Tal como ninguém discutia ou discute a genialidade do Garrincha, ninguém discutia ou discute a imensidão deste gigante que vestia de preto.

O “efeito” Oblak

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Topo Sul

Ainda o clássico do passado fim de semana. Engana-se quem pensa que voltei a falar nesse jogo por vaidade ou algo do género. Simplesmente me pareceu relevante, para enquadrar este texto, referir-me ao que se passou, no domingo último, no Estádio da Luz.

Final do jogo; 2-0 para o Benfica. Fala-se de penaltys, de expulsões e de o Benfica ser, afinal, o campeão de inverno. O Porto, que começou tão forte, e o Sporting, que parecia capaz de ganhar a tudo e a todos, afinal, estão atrás do Benfica, que não joga tão bem nem está tão forte como nos últimos anos.

Voltemos à Luz. Vitória tranquila do Benfica. Holofotes no árbitro. E, no meio de tudo isto, há um miúdo com 21 anos que passou incólume, despercebido até, ao grande teste da sua vida profissional. Entrou, jogou e saiu, calmo e tranquilo.

Olhemos para alguns exemplos para percebermos o efeito que Oblak poderá ter no Benfica. Olhemos para Kelvin… a carreira deste rapaz resume-se, até agora, em três golos (dois ao Braga, um ao Benfica), que resultaram em seis pontos e no título para o Porto. E que dizer de Weldon e do efeito que teve no Benfica campeão? E de Mantorras, no tempo de Trapattoni? Contudo, o melhor exemplo que vos posso dar é mesmo, nessa época de Trapattoni, a mudança que foi feita na baliza. A meio do campeonato. Depois de uma derrota em Belém, na qual Moreira até foi o melhor do SLB. Na jornada seguinte, assumiu Quim. E o Benfica foi campeão.

Acontece só no Benfica? Que dizer de Vítor Baía e Hélton? Que dizer de Stojkovic e Rui Patrício? Que dizer, então, de Casillas e Diego López? Podemos continuar, a lista é infindável.

Contudo, mais do que razões a dar para o sentimental ou para o abstrato, vou procurar centrar-me em questões mais práticas e em dados mais palpáveis:

– Estatística. Vamos começar por aqueles dados de que gosto menos. A estatística vale o que vale e tem o peso que tem. E Oblak tem zero golos sofridos pelo Benfica. Ok, isto inclui jogos nas taças e tudo o mais. Mas também inclui a manutenção do 3-2 com o Olhanense, uma ida a Setúbal e outra à Madeira e um clássico com o Porto. Não se trata de uma simples sorte de principiante nem de três ou quatro acasos seguidos. A sustentar tudo isto está a época passada, ao serviço do Rio Ave. Faltava saber se acusaria a pressão de defender a baliza do Benfica. Se a sente, não a acusa.

– Pequenas coisas. Oblak não tem falhado nas pequenas coisas. E esta tem sido a sua grande mais-valia para o Benfica. Digam-me que é trabalho fácil sair aos cruzamentos e isto e aquilo. Então vamos ver o golo de Maicon na Luz e o de Jefferson, curiosamente, também na Luz. Ou, ainda na Luz, o golo de Luisão ao Braga. E, para não destoar, novamente na Luz, o golo de Luisão ao Sporting de Peseiro. E deixa de ser assim tão linear as saídas aos cruzamentos e os livres enrolados e essas tais “pequenas coisas”. Porque, se formos bem a ver, os guarda-redes, principalmente os do Benfica, têm falhado exatamente nisto. Dentro da baliza são fenomenais. Falta o resto. E esse resto tem custado pontos. Oblak tem acertado e, acima de tudo, tem mostrado segurança neste resto.

– Segurança e tranquilidade. Este ponto está intimamente ligado ao anterior. Oblak não tremeu até agora. Em momento nenhum o sentimos nervoso. Nem naqueles momentos em que se espera que esses nervos surjam. Não demonstra hesitações sobre quando e como sair aos cruzamentos. Não o vemos recuado e a jogar só em cima da linha de golo. E não o vemos, como foi exemplo ontem, a tremer por a bola lhe ser atrasada, num campo molhado. Tem jogado bem com os pés e com as mãos. Tem feito parecer que é fácil ser guarda-redes no Benfica. E isso faz uma diferença tremenda. Depois, a defesa confia em Oblak. Atrasa-lhe a bola. Com os pés e com a cabeça (ainda ontem, Siqueira deu-lhe uma bola dentro da área para ele agarrar, quando muitos provavelmente metiam para canto).

– Potencial. Em termos de potencial, Oblak está definitivamente à frente de Artur e de todos os outros GR da liga portuguesa. Patrício há muito que ultrapassou a idade de se falar de potencial. Já provou o que tinha de provar. Apesar de ter pelo menos (sem lesões) mais 10 anos de carreira pela frente, cada vez fica mais difícil de o ver a defender a baliza de um “colosso” europeu. Porque essa tal fase do potencial já passou. Oblak tem 21 anos, é internacional. Tem aquilo a que toda a gente chama “mercado”. E tem tudo isso porque tem, também, o mais importante: qualidade. Talvez, neste momento, ainda não seja exemplo de regularidade (afinal ainda nem fez dois meses como titular na baliza de um grande). Mas também, com 21 anos, quem o seria? Quem não teria as falhas próprias da idade e da falta de experiência? Essas falhas ver-se-iam onde? Nas pequenas coisas. As tais em que Oblak tem acertado sempre.

Oblak
Oblak, um talento na baliza
Fonte: Rio Ave

A tudo isto temos de acrescentar mais dois pontos: Artur faz 33 anos dia 25 deste mês e parece ter perdido o capital de confiança que tinha junto de todos. Tem transparecido cada vez menos à vontade na baliza do Benfica. Mais ano, menos ano, Artur deixa de ter condições (atendendo ao rendimento que tem tido e à “curva descendente” desde que chegou à Luz) para jogar 40 jogos por época. Porque não antecipar a entrada de um GR “a tempo inteiro” no Benfica e manter Artur? Porque ficaria não só um suplente de luxo, como um GR com provas dadas para o caso de Oblak dar barraca. E depois, a vertente financeira. O Benfica precisa, cada vez mais, de ser parcimonioso nas compras. Para quê investir noutro GR se temos um jovem que vem dando provas inegáveis de qualidade? Mesmo numa perspetiva de clube vendedor, Oblak é a melhor aposta. Valoriza-se. Foi para isto que o foram buscar em 2010, com 17 anos. Para ser o futuro titular do Benfica.

Está tudo bem feito e Oblak é o Guarda-Redes perfeito? Não. Ainda tem muito a provar? Tem. É a melhor aposta para a baliza do Benfica? Não tenho a menor dúvida de que sim.

Para terminar, sinto-me na obrigação de agradecer ao meu amigo e guarda-redes de futebol Marcos Borges pelos conselhos e palavras sábias que me transmite quando falamos de guardiões no futebol.  O seu conhecimento é grande parte deste texto.

“Tongue-in-cheek”

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relacionamentodistancia

Após um jogo e vitória muito interessantes para a Taça da Liga, que marcou a estreia de Carlos Mané a titular, parece-me a mim que o Sporting, Bruno de Carvalho, Jardim e Inácio têm muito para discutir e reflectir.

Apesar da opinião válida (embora palerma) de Jorge Jesus de que o Benfica é o clube que melhor alia “formação” a “prospecção” (partilhada pela declaração mais ridícula e insultuosa para a formação do clube aquando da saída de Matic), o desempenho do extremo luso-guineense de 19 anos abre todo um debate em relação às opções para as alas da equipa da segunda volta do campeonato.
Contextualizando, o Sporting 2013-2014 desenvolveu, pela mão de Leonardo Jardim, um estilo muito próprio de futebol. Aquilo que no papel se parece muito com um 4-4-3 clássico desdobra-se no centro do campo com um triângulo escaleno entre Carvalho, Adrien e Martins, em que cada um deles faz muito mais (ofensivamente e defensivamente) do que típicos “6” “8” e “10”. Estes três elementos são responsáveis por fornecer constantemente as alas, tipicamente bem preenchidas pelos extremos e apoios constantes dos defesas laterais desinibidos a atacar.

Até aqui tudo bem. O meio-campo tem funcionado bem. Os laterais têm tido excelentes prestações sem comprometer as suas obrigações defensivas. A frente de ataque funciona, ora com Montero, ora com Slim, ora com ambos.

Passemos às alas.

André Carillo continua à procura da motivação (que se vai escondendo) para se juntar ao potencial que ele tem para se tornar o melhor extremo do país. Quando joga de início, o seu jogo equipara-se ao do mestre Kutuzov; quando entra do banco de suplentes (e lhe apetece), tem capacidade para surpreender e fazer a diferença.

Wilson Eduardo parecia a aposta certa, pragmática. Sem ser um enorme fora de série, tem capacidade para se superiorizar a 85% dos laterais adversários, assistir Montero com regularidade e contribuir com alguns golos. Ultimamente tem descido de forma – ainda estou a tentar perceber se é só uma má fase ou se esgotou o que tinha para mostrar este ano.

Capel continua a ser um favorito das bancadas de Alvalade. A sua entrega ao jogo e à equipa são inquestionáveis, mas alguma irregularidade e, por vezes, a sua ânsia em ajudar a equipa e fazer a diferença toldam a sua objectividade, prejudicando o seu contributo. (Quantas vezes já não gritámos todos “Solta a bola, Capel, solta a bola, Capel! Fod***, Capel… Soltavas logo, pá!”?)
Carlos Mané estreou-se a titular no último jogo. Marcou um gol… perdão… uma obra de arte, divertiu-se e deixou-nos a todos a sonhar com o próximo diamante à espera de ser polido pelo mestre Jardim. Aprendemos todos com a história do Armindo Tué, portanto, agora, vamos “fazer” este miúdo como deve ser.

Salomão parece-me menos pronto agora do que quando saiu para o Corunha. Se, na altura, não percebi o porquê do seu empréstimo, agora não percebo o porquê do seu regresso… Com 25 anos, parece-me que mais uns tempos em Espanha a jogar regularmente o poderiam colocar no patamar certo para ser uma opção séria para o onze inicial daqui a um ano ou dois.

Olhando para fora do balneário, há um nome que não deixa ninguém indiferente. Quando ouvi, pensei que fosse mais um rumor típico da nata jornalística nacional, mas depois de ler no Daily Mirror e no Telegraph que há intenção, quer do Manchester United, quer do Sporting, de concretizar o empréstimo até final da época, confesso que fiquei tipo miúdo na semana antes do Natal à procura dos presentes escondidos pela casa.

Nani, Luís Carlos Cunha de baptismo, tem perdido espaço no Man U pela subida de forma de Valência e aparecimento do miúdo prodígio Januzaj. O Mundial do Brasil está à porta e Paulo Bento está atento. Quaresma vai fazer tudo por honrar a família e roubar o lugar na extrema direita da Selecção. Nani precisa de jogar. O Sporting “precisa” de Nani. O seu talento é inquestionável e uma ligação sentimental à casa e ao país que o viram crescer pode falar mais alto que propostas estrangeiras financeiramente mais aliciantes para o jogador. Perante tudo isto, como reza a música de Hannah Montana, “what’s not to like?”

Nani
Nani – O regresso?
Fonte: SportingFans

Não me parece, porém, que haja caso para alarme. O Sporting está em segundo lugar do campeonato. Temos o melhor ataque, a melhor defesa, o melhor marcador e o melhor futebol da competição. Mas não acredito em que nenhum Sportinguista se importaria de ver a equipa com mais (e, sobretudo, melhor) talento dentro de campo. A ver se daqui a uns meses, com o desenrolar da época, podemos oficialmente redefinir objectivos para algo mais sério e aliciante.

SL

Será que é desta?

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Os Gunners, de Arsène Wenger, têm vindo a fazer manchete nos jornais desportivos ingleses; estão em primeiro, praticam um futebol atraente e, finalmente, eficaz. Digo finalmente porque, desde que me conheço, simpatizo com o clube e há muito tempo que não via o Arsenal a jogar bem… e a ganhar.

Por norma, a equipa de Wenger joga bem mas chega ao final do ano e não vence nada. Não vencem nada desde 2005, e para uma equipa que chegou a ter nos seus quadros jogadores como Ljungberg, Henry, Pires, ou mesmo Fabregas, não pode ficar tanto tempo sem vencer um troféu que seja. Há anos que defendo que o tempo de Wenger no Arsenal já devia ter chegado a um fim; para mim, e penso que para qualquer adepto de futebol (de uma equipa de topo), um ano sem ganhar é muito. Nove anos sem ganhar, então, nem há palavras que consigam descrever a frustração.

No entanto, este ano, parece que até os próprios adeptos da equipa londrina acreditam que este poderá ser “O Ano” (um pouco à semelhança dos nossos amigos sportinguistas). A chegada de Özil veio revolucionar o meio campo e desbloquear o futebol ao primeiro toque que Wenger tanto queria introduzir; as vitórias seguiram-se e, até ao momento, só perderam contra o Aston Villa e contra as duas equipas de Manchester.

A questão que paira no ar é se este todo poderoso Arsenal consegue ou não aguentar a parada até ao final do ano. Se recordarmos a última década de futebol do clube, a tendência é morrer na praia, chegar a finais e perdê-las, e em março andar a fazer contas de matemática para ver se consegue atingir a Champions na época seguinte. Pode ser que não, que este ano seja diferente. Contudo, se não for caso disso, o francês deveria ser posto fora mais depressa do que conseguisse dizer “Croissant”, porque se não ganham nada este ano, além de aumentarem para 10 os anos consecutivos sem vencer, fazem-no após alterarem a política de contratações da equipa (esbanjaram balúrdios no verão passado). Infelizmente, os títulos não se ganham sem ter de equacionar as outras equipas da prova, e a prova rainha do futebol inglês não é nada fácil de conquistar. Com pelo menos seis candidatos ao título, os Gunners têm de fazer uma segunda metade de época tão ou mais brilhante do que a primeira para conseguirem atingir o tão esperado campeonato.

Vasco Ribeiro brilha no Hawaii

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cab Surf

Numa semana marcada pela reconstrução da costa portuguesa devido à tempestade “Hercules”, o jovem prodígio português de 19 anos Vasco Ribeiro viajou rumo ao Hawai. O surfista da Praia da Poça estreou-se da melhor maneira ao passar em primeiro lugar o seu primeiro heat frente a Kael Walsh (AUS), Hunter Johnson (HAW) e Reef Tsutsui (HAW). Na bateria seguinte, o Vasquinho voltou a estar super bem ao acabar mais uma vez em primeiro lugar, desta vez frente a Tommy Boucaut (FRA) em, Jake Halstead (USA) em e Cole Yamakawa (USA).

Devido às enormes ondas que entraram no North Shore, a competição foi adiada para dia 18 de Janeiro, dia em que se vão realizar os 64 avos de final.

Apesar de o evento estar a ser realizado no Hawai, os havaianos não se estão a adaptar bem à excelente forma dos outros surfistas. Tal como Vasco Ribeiro, também os pequenotes australianos Jack Robinson e Kael Walsh brilharam ao já estarem presentes nos 64 avos de final.

Como já muitos sabiam, as mudanças vão chegar ao WCT. Sendo assim, o ranking do ASP World Championship Tour vai ser separado do Qualification Series (QS). Isto é, os resultados do WCT contam apenas para o seu ranking e os resultados dos eventos ASP Prime e Star contam exclusivamente para os rankings QS. Deste modo, o sistema de rankings combinados já nao é válido para o ano de 2015. No ano de 2013, este sistema foi válido, o que fez com que entrassem novos surfistas e saíssem outros.
Ainda assim, o top 34 para o ano de 2015 vai manter-se igual, ou seja:
– Top 22 de 2014 ASP WCT rankings (com os melhores nove resultados dos 11 eventos WCT)
– Top 10 de 2014 ASP QS rankings (com os melhores cinco resultados de todos os resultados QS)
– Dois Wildcards ASP

Será desta, nuestros hermanos?

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cab andebol

Para um ex-jogador de andebol é sempre com muito agrado que vejo chegar mais uma edição do Europeu. Esta edição de 2014 realiza-se na Dinamarca, campeã em título e grande favorita à revalidação do troféu. Mas já lá vamos.
Até agora tem sido de uma espectacularidade impressionante. Como noutras modalidades, o Europeu é sempre melhor que o Mundial pois exclui equipas de nível inferior de outros continentes. O equilíbrio tem sido o prato forte desta ementa, com quase todos os resultados a terem poucos golos de diferença entre as duas equipas que se defrontam. Como em qualquer competição deste género, vou fazer as minhas apostas.

O Europeu'2014 promete muita emoção Fonte: ehf-euro.com
O Europeu’2014 promete muita emoção
Fonte: ehf-euro.com

A França é eterna candidata por ter um núcleo de jogadores de grande nível: destaque para Karabatic, um dos melhores executantes há já muitos anos, assim como Luc Abalo, o canhoto mais brilhante do andebol moderno. Além disso, a liderança de Claude Onesta assegura quase sempre prestações estáveis e onde reina a experiência. Veja-se o exemplo do jogo com a Polónia (27-26), em que ganharam nos últimos momentos do jogo com uma passe certo para o pivot Anic não desperdiçar. Parece fácil.

Depois, claro, a Dinamarca com o fantástico Mikkel Hansen e um golo que já correu o mundo. Mas vale muito mais do que isso, vale pelo colectivo, pelo contra-ataque letal e pela organização ofensiva, por jogar pela certa sem grandes precipitações. A Dinamarca é a grande potência, capaz de arrumar qualquer uma. Recorde-se a edição de 2012, em que venceram a Sérvia na final (21-19) com uma calma impressionante e um sangue intenso, pouco próprio de gente do Norte da Europa.

Por último, falemos de nuestros hermanos. A Espanha tem sido consecutivamente a eterna derrotada. Nas mais diversas competições todos os analistas a apontam como uma possível candidata, como a equipa mais completa, isto tudo na fase de grupos. A verdade é que nos momentos decisivos parecem claudicar. Tive a oportunidade de ver um pedaço do jogo da Espanha contra a Islândia (33-28) e impressiona o 6-0 defensivo da equipa comandada por Valero Rivera. O duo central dessa defesa é composto por Vira Morros de Argila e Gedeon Guardiola, dois bichos-do-mato, se assim se pode dizer. Esta formação espanhola, de facto, impressiona por toda a capacidade e número de opções vindas do banco. Resta saber se é desta que conseguem levar a taça para casa.

Um artigo sobretudo informativo, não muito específico porque sei bem que muita gente não está muito dentro da modalidade. Sou suspeito, bem sei, mas aconselho apenas que vejam um jogo deste Europeu, um qualquer. Depois digam-me se conseguiram parar a meio.

A vida de Ghilas

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portosentido

“A Vida de Pi” foi o grande filme que valeu o segundo Óscar para Ang Lee na categoria de melhor realizador. O filme retrata a viagem de Pi, um jovem indiano que, após o naufrágio do navio em que viajava, se encontra preso num bote salva-vidas com um tigre de Bengala no meio do oceano. Para sobreviver, Pi aprende a partilhar o seu espaço e a conviver com o tigre. Nabil Ghilas é o Pi do Porto. Após o naufrágio do Moreirense, chega ao bote salva-vidas do Porto. Pode até não haver nenhum tigre, mas há Jackson.

Quando a contratação de Nabil Ghilas foi oficializada pelo Porto pensei que fosse para ser uma opção para concorrer com Jackson Martinez. Por muito bom que fosse o argelino, nunca teria hipóteses de jogar constantemente neste Porto. Até porque o ADN azul e branco impõe que se jogue exclusivamente em 4-3-3.

Os jogos de pré-época nunca são um indicador muito viável da qualidade e competência de um jogador. Os treinos são mais intensos, há processos novos para assimilar e, logo depois das férias, há alguma ferrugem que precisa de ser tirada. No entanto, são jogos que são vistos por muitos adeptos, nem que seja para ver as novas caras com a camisola do clube.

Ghilas chegou ao Porto como alternativa a Jackson / Fonte: Vavel
Ghilas chegou ao Porto como alternativa a Jackson / Fonte: Vavel

Já na pré-época Ghilas mostrou pouco. Jogos apagados e apenas dois golos, contra Maastricht e Nápoles. Podemos sempre dizer que se está a ambientar ao Dragão, que eram apenas os primeiros jogos e que estava a integrar-se no plantel. Na altura, com Jackson em forma imperial, passou por debaixo do radar.

Com o começo da Liga, as minhas presunções tornaram-se certas. Sem hipóteses perante o colombiano Jackson Martinez, Ghilas foi renegado para o fundo do banco e esquecido. Em 14 jogos oficiais, Nabil Ghilas, grande estrela do Moreirense na época 2012/13, não fez um único golo. Sejamos, porém, justos. Na Liga, são poucos os minutos que soma. Foi em jogos da Taça de Portugal e Taça da Liga, clássicos métodos de rotação de plantel, que teve as suas grandes oportunidades, sem grandes resultados pessoais.

O jogo de quarta-feira, perante o Penafiel, apoia a minha teoria de que Ghilas não se está a apresentar como uma solução. Espero que esta situação se possa alterar. Não é possível criar bons jogadores de um dia para o outro mas é possível direccionar jogadores para esse caminho. Este não é, nem será, o ano de Ghilas. O argelino ainda tem de escalar muito para chegar ao topo da montanha.

Perante a falta de opções a solução pode estar na equipa B / Fonte: A Bola
Perante a falta de opções a solução pode estar na equipa B / Fonte: A Bola

Não há certezas sobre se Jackson Martinez estará cá para o ano. O apetite de grandes clubes europeus para avançados da classe de Jackson é ávido. A qualquer momento pode surgir uma proposta. Tenho muito receio de que, caso perca Jackson, o Porto perca todo o poder ofensivo. Até porque as opções estão escassas. Há Ghilas e pouco mais. Da equipa B podem surgir Thibault Vion, Mauro Caballero ou André Silva mas, nesta altura, nunca serão os jogadores certas.

Falta metade da época. É a partir de Fevereiro que o campeonato começa realmente a carburar no que toca à forma física. Ghilas vai, certamente, ter mais oportunidades. Espero que as aproveite e mostre não só a mim como a todos os apoiantes do Porto que pode ser solução.

O fenómeno Berardi

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O embate entre o Sassuolo e o Milan, realizado no passado Domingo, em Modena, foi um dos mais emocionantes encontros desta temporada na Serie A. Um jogo com sete golos, em que o Milan desperdiçou uma vantagem de 0-2, acabando por perder por 4-3. A derrota constituiu o fim da linha para Massimiliano Allegri e a promoção de Seedorf a treinador dos rossoneri, algo de que eu, aqui no Bola na Rede, já tinha dado conta como forte hipótese.

Mas o grande responsável pelo epílogo de Allegri e, consequentemente, a grande figura da partida foi um jovem de 19 anos chamado Domenico Berardi. Ao apontar os quatro golos do Sassuolo, este teenager, que já pertence aos quadros da Juventus, fixou-se como o segundo melhor marcador do campeonato, com onze tentos. Só Giuseppe Rossi, avançado da Fiornetina, marcou mais no principal campeonato italiano.

Berardi nasceu no Sul de Itália, na cidade de Cosenza, apenas quinze dias após a derrota da Selecção italiana na final do Mundial de 1994, frente ao Brasil de Romário, Bebeto e Dunga. Foi na sua cidade natal que começou a dar os primeiros toques na bola, revelando, desde cedo, um talento fora de série. Formado nas escolas do Nuovo Cosenza, deu o salto, há apenas três anos, para o Sassuolo, onde se mantém.

A ida para o Sassuolo acabou por ser muito curiosa. De visita ao irmão que estudava em Modena, Berardi conversou com um olheiro do clube, que o convenceu a ficar na cidade para prestar testes na equipa local.

Berardi festeja um dos golos marcados ao Milan / Fonte: theguardian.com
Berardi festeja um dos golos marcados ao Milan / Fonte: theguardian.com

Em 2012, com apenas 18 anos, fez a sua estreia no clube, num embate da Serie B, tendo marcado o seu primeiro golo, logo na partida seguinte, frente ao Crotone. A impressionante facilidade em transformar oportunidades de perigo em golo foi decisiva para a subida de divisão do Sassuolo.

Aliando os golos à capacidade de se movimentar constantemente no sector mais atacante, com diagonais capazes de iludir os mais fortes defesas, Berardi chamou a atenção da Juventus, que não desperdiçou a oportunidade de o contratar.

Em Setembro passado, a Juve pagou 4,5 Milhões de Euros pelo passe de Berardi e decidiu manter o jovem jogador no Sassuolo, para que este pudesse ter mais espaço para jogar e mostrar as suas capacidades goleadoras.

Se é verdade que Antonio Conte, treinador da Juventus, preferiu optar pelo empréstimo esta temporada, a verdade é que, a jogar assim, Berardi tem tudo para integrar o plantel da formação bianconera já na próxima temporada.

Para já, Berardi vai destruindo os seus adversários a cada jogo que faz no Sassuolo, como foi exemplo o embate do Milan. Alto (mede 1.85 m), forte, rápido e eficaz, Domenico Berardi será o grande trunfo do Sassuolo para evitar a despromoção e uma das grandes apostas de futuro para a Juventus e também para a Selecção italiana.