Argentina – Ainda não foi desta que a selecção das pampas quebrou o jejum de títulos que dura desde 1993. Depois de ter perdido a final do Mundial de 2014, a alviceleste foi derrotada na decisão da Copa América pelo Chile. Messi continua em branco com a camisola argentina.
Barcelona – Desde os tempos de Guardiola que não havia um Barça tão dominador. Apesar de ter um estilo de futebol bastante diferente, Luis Enrique montou uma equipa fantástica e tirou o melhor rendimento de craques como Neymar, Messi e Suárez. O resultado foram cinco títulos conquistados e um ano para a História, com os catalães a baterem o recorde de golos de uma equipa num ano civil (180).
Chile – De tempos a tempos, o futebol mostra-nos que a competência é sempre recompensada e que um colectivo forte é sempre o caminho mais próximo para o sucesso. Sem qualquer título na sua História, o Chile de Sampaoli tem todo o mérito na forma como conquistou a Copa América perante os seus adeptos. Um exemplo de qualidade e superação.
Douglas Costa – Talvez a melhor contratação do ano. Apesar do talento que foi mostrando no Shakhtar Donetsk, ninguém esperava que o extremo brasileiro pudesse acrescentar tanta qualidade a uma das melhores equipas do mundo. É um desequilibrador nato e um daqueles por quem vale a pena pagar bilhete.
Enrique – Há quem diga que o Barça funciona quase em piloto automático, mas não é bem assim. Se fosse, Tata Martino tinha sido campeão europeu. Luis Enrique é um dos grandes responsáveis pelo sucesso catalão e o facto de a sua equipa merecer comparações com a de Guardiola é assinalável. Destaca-se também a capacidade que teve de pôr tantos craques a colocar sempre o colectivo acima do rendimento individual.
FIFA – O lado podre do futebol. O escândalo rebentou e a organização que tutela o futebol mundial viu altos dirigentes envoltos em processos judiciais de lavagem de dinheiro. Um pedido aos senhores engravatados: deixem o futebol para os artistas.
Gerrard – As mudanças são difíceis de interiorizar, sobretudo quando falamos de uma realidade que durou 17 temporadas. O capitão dos reds, sabendo que as suas capacidades futebolísticas já não beneficiavam a equipa, tomou a decisão de abandonar Anfield Road. Na hora em que despiu a camisola do Liverpool, Gerrard manteve a dignidade com que sempre a vestiu.
Hakan – Çalhanoglu é um dos maiores talentos sub-21 do futebol europeu. Coloca a bola onde coloca o olhar e faz livres parecerem penalties. Teve mais um ano de afirmação em Leverkusen, mas 2016 promete levá-lo para os grandes palcos.
Iniesta – Não há palavras para descrever o talento do médio do Barça. Os golos e assistências são meros adereços quando se vê um jogador destes passear classe em campo. A exibição que fez no Bernabéu, num jogo em que os catalães golearam por 4-0, foi simplesmente monumental. Uma das melhores do ano.
José Mourinho – Como as coisas mudam rápido no futebol. Não cabia na cabeça de ninguém a ideia de que, alguns meses depois de ter sido campeão inglês, o Special One seria despedido. Mas a paciência acabou. A de Abramovich, não a dos adeptos, que cantaram pelo português até ao fim.
Klopp – A tragédia que foi a última época ao serviço do Dortmund não apaga o que fez pelo clube alemão. A qualidade que demonstrou deu-lhe pretendentes um pouco por toda a Europa, mas escolheu outro gigante adormecido. A humildade e o carisma ficaram patentes logo na primeira entrevista em Liverpool. “The Normal One”, disse. Um projecto à sua medida.
Leicester – Impensável. Há um ano, nesta data, os Foxes estavam no último lugar da Premier League. Agora, são líderes a par do Arsenal. Ninguém diria que uma equipa com um orçamento tão inferior aos colossos ingleses seria capaz de tal proeza, especialmente com Ranieri no comando técnico. O 4-4-2 tipicamente britânico, com a dupla composta por Mahrez e Vardy a destruir defesas, tem sido muito eficaz e o Leicester é a sensação do futebol europeu.
MSN – Ora marcas tu, ora marco eu. Já não há dúvidas em considerar Messi, Suárez e Neymar como um dos trios mais mortíferos da História do futebol. Juntos, somam 137 golos dos 180 que o Barça marcou. “Valem por meia equipa”, a célebre frase futebolística, ganha mais sentido do que nunca quando o trio MSN apenas tem menos golos do que PSG, Real Madrid e Bayern.
Neymar – Se ainda havia dúvidas, o brasileiro tratou de as fazer desaparecer. Que ano soberbo do craque, com títulos, exibições espectaculares e números a acompanhar. Foi o melhor jogador do mundo na segunda metade do ano e intrometeu-se definitivamente entre Ronaldo e Messi.
Ozil – O recorde de assistências de uma edição da Premier League é de 20 e pertence a Thierry Henry. O mago alemão, com apenas uma volta decorrida, já leva 16. Com a facilidade com que encontra companheiros em boa posição para marcarem golo, não deve ter problemas em superar o francês. Pelo menos o recorde fica em casa.
Paris – O terrorismo era um problema do mundo. No dia 13 de Novembro, o futebol foi a arma utilizada para ferir o coração da Europa. Com todas as atenções centradas no França-Alemanha, um grupo de terroristas espalhou o pânico na capital gaulesa. A resposta a dar-lhes é aquela que vimos em Wembley, poucos dias depois. A arma virou-se contra eles.
Quarenta – Il Capitano não está com vontade de dizer adeus. O corpo já não acompanha a cabeça, mas a sua presença no balneário será sempre indispensável. Totti está desejoso de chegar aos 40 com a camisola da “sua” Roma e deve renovar por mais um ano. Uma lenda.
Ronaldo – O “SIII” da Bola de Ouro foi o ponto mais alto do ano do português. Os 57 golos e a conquista de mais uma Bota de Ouro não mascaram algumas exibições francamente más. Sem títulos e com críticas ao seu rendimento individual, CR7 terá de fazer em 2016 melhor do que aquilo que fez em 2015. A exigência que se tem para com o craque é incrível, mas justificada pelo nível que o próprio alcançou.
O Chile fez História na competição que organizou Fonte: Facebook de Alexis Sánchez
Sampaoli – O romantismo no futebol é, na maior parte das vezes, superado pelo pragmatismo. Não é por acaso que se chama louco a Bielsa. Tão louco como Bielsa, de onde herdou muitas ideias, Sampaoli deu sequência ao que o compatriota tinha feito ao serviço do Chile e conquistou, de forma inédita, a Copa América. Uma ode ao futebol ofensivo.
Tévez – O amor ao dinheiro supera muitas vezes o amor à camisola, mas ainda há El Apache. Tendo feito uma temporada de sonho ao serviço da Juve e estando no auge da carreira, decide voltar à mítica Bombonera enquanto pode ser realmente útil ao Boca. Que grande atitude do argentino.
UEFA – A credibilidade da organização já teve melhores dias, muito por culpa da imagem passada pelo seu presidente. A recente notícia de que Platini terá recebido dinheiro ilegítimo de Blatter prova que, acima do desenvolvimento e da boa imagem do futebol, está o enriquecimento pessoal.
Vardy – O futebol pode ser um conto de fadas. Há três temporadas, o avançado do sensacional Leicester jogava na quinta divisão e era um autêntico desconhecido. Agora está no topo do mundo, depois de ter quebrado o recorde de mais partidas consecutivas a marcar na Premier League, que pertencia a Van Nistelrooy. “He scores when we wants”. E quis fazê-lo em 11 jogos seguidos.
Xavi – Destes não aparecem todos os dias. No futuro, quando se recordar o “tiki-taka” e todos os títulos do Barcelona e de Espanha, é dele que se vai falar. O expoente máximo de um futebol apoiado, com a constante procura de espaços e jogado primeiro com a cabeça e só depois com os pés.
Wolfsburgo – A vítima de um papa-recordes. Robert Lewandowski conseguiu a proeza de marcar 5 golos em 9 minutos perante uns Lobos impotentes. Ninguém chegou à manita tão rápido, nem ao poker, nem ao hat-trick. Nenhum suplente tinha alcançado tal proeza. Nos recordes do Guiness, é o nome do polaco que vão encontrar.
Yokohama – O palco em que o Barcelona celebrou um ano de sonho. Frente a um River Plate que, apesar do ressurgimento a nível continental, nunca mostrou capacidade para ombrear com os catalães, a equipa de Luis Enrique não deu hipóteses e conquistou o Mundial de Clubes. Foi demasiado fácil.
Zero – Depois da Décima, um ano em branco para o Real. Com o rival Barcelona em grande forma, os merengues foram incapazes de repetir o sucesso de 2014. Florentino continua a dar tiros nos pés e a escolha de Benítez não augura nada de bom para o clube – a derrota por 4-0, no Bernabéu, com os catalães é apenas o início do pesadelo.
CF ‘Os Belenenses’ apura-se para a Liga Europa – Foi o momento alto para os azuis do Restelo e para o futebol português. Com um plantel só com portugueses e com a maioria dos jogadores sem experiência europeia, o Belenenses fez 4 jogos até à fase de grupos da Liga Europa sofrendo apenas um golo e sem derrotas. Na fase de grupos, lutou até ao fim pelo apuramento quando poucos esperavam. (André Conde)
Futebol Nacional – A Desilusão:
Vitória SC/Armando Evangelista – Depois da saída de Rui Vitória, a aposta foi num homem da casa, conhecedor dos jovens valores da equipa vimaranense. Mas não podia ter sido pior. Eliminação e humilhação frente a um conjunto desconhecido da Áustria e más exibições no campeonato levaram ao seu despedimento. Percebe-se que o Vitória quisesse continuar a aposta na formação, mas havia muito treinador competente capaz de fazer isso. (André Conde)
Futebol Nacional – A Surpresa:
CD Tondela – O conjunto nortenho venceu a Segunda Liga pela primeira vez na sua história e alcançou assim a subida ao campeonato principal. Apesar de a estreia não estar a correr da melhor maneira, é de louvar a prestação na Segunda Liga, uma competição longa e dura, onde até ao último minuto tudo pode acontecer. (André Conde)
O CD Tondela foi a grande surpresa do ano Fonte: CD Tondela
Futebol Nacional – O Jogador do Ano:
Rafa (SC Braga) – O jovem do Sporting de Braga já tinha evidenciado a sua qualidade na época de estreia ao serviço dos minhotos e este ano confirmou isso. Foi o destaque quando Sérgio Conceição era treinador, tem sido o motor do conjunto de Paulo Fonseca e, para terminar o ano, está na equipa da fase de grupos da Liga Europa. (André Conde)
Seleção Nacional:
Podemos dizer que o ano de 2015 foi um ano de confirmação para a Selecção Nacional. Confirmação de que o futuro é risonho. As nossas camadas jovens mostraram a Portugal e ao mundo que há valor na nossa formação. Tanto nos sub-20 como nos sub-21, a conquista do Mundial e Europeu, respectivamente, não foram alcançados, mas Portugal ganhou uma equipa para o futuro, com os jovens portugueses a mostrarem que merecem ser cada vez mais aposta. Já na selecção principal, a tranquilidade (palavra tão usada por Paulo Bento) reina desde que Fernando Santos chegou. Em jogos oficiais, Portugal só sabe vencer e o novo selecionador devolveu a esperança aos portugueses. (André Conde)
Futebol Feminino:
O destaque de 2015 vai, sem dúvida, para o Clube Futebol Benfica. Um ano de sonho para a equipa da capital portuguesa no qual se registam as conquistas do seu primeiro campeonato nacional e da taça de Portugal, para além de uma prestação muito positiva na Liga dos Campeões. A nível internacional, o abandono da modalidade por parte de Abby Wambach marca o final do ano. (Rita Latas)
Futebol de Formação:
O Futebol de Formação também passa por uma boa fase. A academia do Seixal foi premiada e alguns dos seus jovens valores vão se impondo na equipa principal do Benfica. As prestações europeias nos escalões jovens continuam a orgulhar os clubes e o país e nos campeonatos nacionais, cada grande ganhou num escalão (Juniores- Porto; Juvenis-Benfica; Iniciados- Sporting). Também é de saudar o crescimento de clubes como Sporting de Braga ou Rio Ave no futebol de formação. (André Conde)
O FC Porto continua a dominar a seu belo prazer a competição em Portugal. São sete títulos consecutivos e a caminho do oitavo, não tendo ainda perdido para o campeonato na temporada de 2015/2016. Na Europa os Dragões também fizeram boa figura e estiveram quase a conseguir passar a fase de grupos da Liga dos Campeões. Estão fortes e no futuro próximo não será fácil o panorama mudar em Portugal. Totalmente arrasadores.
Por outro lado vemos um Sporting que não consegue dar o passo que falta para atingir o nível do Porto, um Benfica muito gastador mas pouco eficaz – mesmo que melhor que nos últimos anos – e um ABC que luta com o que tem mas que não dá para atingir o topo. Destaque ainda assim para o facto dos bracarenses terem conseguido vencer a Taça de Portugal. (Rodrigo Fernandes)
Atletismo:
Após uma luta contra as lesões, 2015 foi o ano em que Nélson Évora provou que a sua carreira está longe de ter entrado em declínio. Em Março, o atleta do Benfica sagrou-se campeão europeu de triplo salto em pista coberta, na República Checa (a sua primeira medalha em Europeus) e, em Agosto, alcançou o bronze nos Mundiais de Pequim. A somar ao título nacional conquistado ao serviço do Benfica, é impossível destacar outro atleta que não seja Nélson Évora, que provou que ainda pode discutir as medalhas nos próximos Jogos Olímpicos. A nível nacional, o Benfica revalidou o título em masculinos ao ar livre e o Sporting fez o mesmo em femininos. (João V. Sousa)
Basquetebol Nacional:
O ano 2015 fica claramente marcado pela positiva no basquetebol pelo brilhante resultado conquistado em Matosinhos pela seleção nacional Sub 16 : Vice Campeãs da Europa, o que lhes garantiu o apuramento para o Campeonato do Mundo de Sub 17 a realizar em 2016 na Espanha. Se lhe juntarmos o 6.º lugar das Sub 20 e mesmo o 15º das Sub 18, fácil é concluir que a evolução neste sector tem sido uma constante e que, para surpresa de muitos, jogamos agora de igual para igual contra todos. O Ranking da FIBA das seleções jovens femininas não engana : ocupamos o 12 lugar na Europa e somos o 23 a nível Mundial. No entanto, perderam e ficaram pelo caminho. Em contraste evidente o sector Masculino seleções jovens não consta do ranking FIBA e não consegue sair da mediocridade da Divisão B.
No campeonato da LPB, prova masculina, domina o SL Benfica : ganhou todos os 12 jogos que efectuou e parece novamente imparável: Venceu também a Taça António Pratas e a Super Taça. No campeonato da Liga Feminina em particular destaque está o GDESSA do Barreiro que ainda não perdeu (11 jogos). Comanda uma prova competitiva onde CAB Madeira e União Sportiva (ganhou a taça Vítor Hugo e Super Taça) têm uma palavra a dizer. A nível individual Nuno Marcal (Maia Basket) e Aleighsa Welch do CAB Madeira são os MVPs das respectivas Ligas. Na Europa o destaque vai para o Clube União Sportiva, que na EuroCup apurou-se para a fase seguinte da prova. Nos masculinos o SL Benfica e o FC Porto ficaram-se pela fase de grupos. (Mário Silva)
Ciclismo:
Alejandro Valverde foi uma das grandes figuras do ano do Ciclismo Fonte: Facebook Oficial de Alejandro Valverde
Estive em dúvida entre dois nomes, Chris Froome e Alejandro Valverde. Mas, apesar de Froome ser o meu ciclista preferido, terei de ser justo e atribuir a “vitória” ao espanhol da Movistar. Venceu duas das clássicas mais importantes do ano (Liége-Bastogne-Liége e Fléche Wallone), foi campeão nacional de estrada, fez o seu primeiro pódio no Tour – quando nada o fazia prever – e ainda conseguiu arrebatar a camisola dos pontos na Vuelta (ganha por um sensacional Fábio Aru), acumulando estes excelentes resultados a uma época extremamente regular e feita ao mais alto nível. Foi, igualmente, considerado o ciclista do ano pela UCI.
Chris Froome, pela vitória no Tour (essencialmente, por isto, porque quem vence a prova mais importante de ciclismo – e no caso de Froome, pela segunda vez na carreira – merece realmente ser, pelo menos, destacado) e por mais alguns bons resultados ao longo do ano, como a vitória no Critérium du Dauphiné, também merece figurar aqui como destaque. Por fim, se quiser completar uma espécie de pódio, terei de juntar na mesma posição dois homens bem rápidos…
Kristoff e Sagan, dois dos melhores ciclistas da atualidade, tiveram mesmo um ano muito bom. O primeiro foi um dos grandes protagonistas desta temporada e conquistou, a título pessoal, 20 das 40 vitórias da equipa da Katusha (que tem o português José Azevedo como diretor desportivo), entre elas, está a vitória na Volta à Flandres, tornando-se no primeiro norueguês da história a vencer a clássica belga. Não fosse um Tour abaixo do normal e talvez tivesse sido considerado o ciclista do ano. Peter Sagan, o “ex-eterno segundo”, finalmente chegou ao tão ambicionado título de campeão do mundo. Aliado a isso, ainda conseguiu outros grandes resultados, como vencer a camisola dos pontos no Tour pela quarta vez consecutiva ou vencer camisolas verdes de provas importantes como o Tirreno-Adriático ou a Volta à Suíça (sendo, igualmente, campeão nacional de contrarrelógio e de estrada).
Por fim, uma nota para alguns dos portugueses “lá fora”. Sérgio Paulinho continuou a ser o fiel “gregário” de Alberto Contador (que “provou” que é extremamente difícil lutar para vencer o Giro e o Tour no mesmo ano) e foi uma ajuda preciosa para a vitória do espanhol no Giro d’Itália. André Cardoso voltou a pautar as suas exibições na estrada com muita regularidade e imenso trabalho. O mesmo ou parecido poder-se-á dizer de José Mendes e Tiago Machado. José Gonçalves teve uma época de afirmação e foi um dos maiores destaques, quer da Volta a Portugal, quer, surpreendentemente, da Volta a Espanha (um dos ciclistas mais combativos da principal corrida de “nuestros hermanos”) – um pouco mais discreto, mas também com um papel importante nalgumas corridas, esteve o seu companheiro de equipa Ricardo Vilela. Nélson Oliveira, campeão nacional de contrarrelógio, mostrou que não é só um ciclista talhado para os contrarrelógios, mas que também consegue vencer etapas “normais” numa prova como a Vuelta e a sua boa época encaminhou-o diretamente para uma das melhores equipas do pelotão internacional, a Movistar. Por fim, Rui Costa, campeão nacional de estrada, esteve muito bem nas clássicas, não foi tentar revalidar o título à Volta à Suiça para se preparar de maneira diferente para o Tour, mas mais uma queda infeliz tirou-lhe as hipóteses de conseguir um bom resultado na prova francesa. Terminou o ano no pódio do Grand Prix Cycliste de Montréal e fez um excelente top’10 na prova de estrada do campeonato do mundo. (Nuno Raimundo)
Desportos de Combate:
Este ano foi, sem dúvida, histórico para a UFC. Desde os tempos de Brock Lesnar que não tinha tantos holofotes virados para si, graças a megaestrelas como Ronda Rousey e Conor McGregor. O irlandês é, sem dúvida, o Lutador do Ano: implacável dentro e fora do octógono, Mystic Mac tornou-se a personificação da expressão “Talk the talk, walk the walk”. Começou o ano a derrotar Dennis Siver, terminou-o a deixar José Aldo K.O, no UFC 194. Pelo meio derrotou Chad Mendes, no UFC 189, o qual foi, na minha opinião, o Evento do Ano. Após a lesão de Aldo, duas semanas antes do evento, a UFC decidiu arriscar e colocar Mendes no caminho de McGregor. O “hype train” poderia, assim, descarrilar diante do wrestler americano, mas Conor mostrou-se superior e acabou por silenciar as bocas daqueles que dele duvidavam. No entanto, este combate não foi o mais memorável desse evento. Robbie Lawler e Rory MacDonald deixaram o mundo em êxtase com a guerra que protagonizaram dentro do octógono. Este é o Combate do Ano, cuja descrição nunca será digna do combate em si. É algo para ser visto e revisto, vezes e vezes sem conta.
Jon Jones e Anderson Silva são ambos a Desilusão do Ano. Jones pelo escândalo da cocaína e do acidente rodoviário do qual fugiu, Silva pelo escândalo dos esteroides, estas lendas vivas do desporto deixaram o mundo do MMA de pernas para o ar e serviram como um exemplo de que qualquer lutador, por mais imbatível que seja dentro do octógono, é tão humano e propício a erros como qualquer um de nós.
Para terminar esta revista do ano, eis as melhores finalizações deste ano na UFC: a variação de chave de braço de Ronda Rousey, contra Cat Zingano, é uma obra de arte e vale-lhe a distinção de Submissão do Ano. A complexidade com que Ronda consegue a posição para apanhar o braço é imensa. Para além disso, a forma como fecha a submissão é pouco ortodoxa e, por isso, qualquer coisa de espetacular. Ronda, no entanto, também esteve no outro polo no que toca a finalizações. Holly Holm destronou a rainha com uma precisão clínica, deixando-a frustrada à medida que acertava cada jab e que se esquivava das investidas de Ronda. Após um soco de Holm, “Rowdy”desequilibra-se e cai. Quando se levanta, visivelmente desnorteada, Holm capitalizou com um fantástico pontapé à cabeça que deixou Rousey K.O, sem aura de invencibilidade e sem título. Foi aquilo a que se pode chamar um “beautiful disaster” e é, indiscutivelmente, o K.O do Ano. (Gonçalo Caseiro)
Desportos Motorizados – Moto GP:
Ao longo de 2015, ouviu-se “A Portuguesa” por cinco vezes, na categoria de Moto3 do Mundial de Motociclismo pelas rodas de Miguel Oliveira, que na última parte da temporada conseguiu lutar pelo título mundial de moto3 e fez sonhar os adeptos portugueses das duas rodas. A afirmação de Portugal no motociclismo começa agora, e por isso, é um dos pontos a recordar deste ano de 2015. Mas a temporada de 2015 ficou também marcada por uma luta que em nada dignificou o motociclismo, numa acesa troca de acusações entre pilotos, e onde Valentino Rossi foi o maior protagonista. Se tinha alguma razão quanto ao plano de Marquez, acabou por perdê-la quando atirou o espanhol ao chão e quando decidiu não comparecer na gala de entrega dos prémios FIM. 2015 Foi cheio de emoções e polémicas. (Carolina Neto)
Desportos Motorizados – Fórmula 1:
Lewis Hamilton e a Mercedes bateram toda a concorrência Fonte: Mercedes AMG Petronas
Em 2015, ninguém foi melhor que a Mercedes. A equipa das flechas de prata soube garantir o Campeonato do Mundo a Lewis Hamilton e a sua vice-conquista por parte de Nico Rosberg. O ímpeto de Rosberg na recta final da temporada prova, indubitavelmente, que a Mercedes é a scuderia com a melhor estratégia a longo prazo. A manter os dois pilotos e com poucas alterações nas equipas concorrentes, é de prever um 2016 sorridente para a Mercedes.Pelo lado negativo fica, surpreendentemente, a própria Fórmula 1. Num ano com múltiplos mal-entendidos e conflitos quase irreparáveis, o projecto de Bernie Ecclestone acabou por ser o grande culpado. Numa modalidade crescentemente dominada pelo dinheiro e os interesses, os veículos e a satisfação dos entusiastas estão mesmo a deixar de ser o mais importante. Algo corre mal quando o próprio Ecclestone diz que “a Fórmula 1 é uma m…”. (Mariana Fernandes)
Desportos Motorizados – Outros
Nasser Al-Attyah tem de ser um dos nomes em destaque no ano de 2015! Vencedor do Dakar em Carros e do WRC2 o piloto do Qatar teve um ano de 2015 em cheio a que ainda se pode juntar o título do Médio Oriente também em ralis. Um desportista nato o membro da família real do seu país não vai tentar chegar ao tri no WRC2 em 2016 para preparar a sua participação no Rio 16. Al-Attyah vai para os seus sextos Jogos Olímpicos seguidos e vai tentar melhorar o bronze conseguido em Londres em Skeet, uma vertente do Tiro.
Queria ainda destacar João Barbosa. O piloto do Porto foi campeão dos Estados Unidos, venceu a Taça de Endurance, as 12h de Sebring e ficou em segundo nas 24h de Daytona. Mais um grande desportista luso ignorado por nós. (Rodrigo Fernandes)
Futebol de Praia:
Melhor era (quase) impossível. 2015 foi um ano de glória para o futebol de praia português. A conquista do título europeu e do campeonato do Mundo foram as cerejas no topo do bolo.
O destaque vai para o Mundial realizado em Espinho. Durante 10 dias, a Praia da Baía foi palco de um evento perfeito para as cores nacionais. Milhares de adeptos viram a seleção portuguesa fazer um percurso praticamente incólume. Depois da ausência no Mundial 2013, Portugal chegava a esta competição com o dever de chegar longe. Rússia e Brasil eram os teóricos candidatos a vencer a prova, mas Alan, Madjer, Belchior e companhia prometiam um regresso aos títulos.
Ainda assim, na fase de grupos, Portugal passou por um susto quando perdeu com Senegal, mas, a partir desse momento, mais ninguém conseguiu suster a seleção. Nos quartos e nas meias finais, duas exibições de luxo perante Suíça e Rússia puseram Portugal no jogo decisivo. Do outro lado, estava uma surpreendente seleção do Taiti que foi primeira no grupo da Rússia e que, nas meias finais, havia eliminado a Itália.
Perante 3500 adeptos, Portugal não se deixou surpreender e acabou por vencer os asiáticos por 4-2. A Praia da Baía encheu-se de alegria com a merecida festa lusitana. Isto numa prova que ficou na história dentro e fora do areal. Na Gala das Estrelas, realizada no final deste ano, em Baku, o Mundial realizado em Espinho foi considerado o melhor evento desportivo de 2015.
Portugal fez história ao vencer o campeonato do mundo Fonte: FIFA Beach Soccer World Cup
A conquista do Mundial não foi, todavia, o único momento dourado do futebol de praia nacional em 2015. Depois de conquistado o campeonato do Mundo, Portugal juntou ao seu palmarés a Liga Europeia. Na Estónia, a vitória por 6-5, na fase de grupos, frente aos russos, foi determinante para levar Portugal à final. Do outro lado, a surpreendente Ucrânia, que havia deixado para trás Itália e Espanha. Numa final memorável, José Maria, no último segundo do terceiro período, deu a vitória por 5-4 a Portugal. O golo no último momento foi o coroar de um título que a seleção das quinas fez por merecer.
A nível de seleções, destaque ainda para outras duas competições em que Portugal esteve presente. Junho trouxe os primeiros Jogos Europeus, nos quais a seleção nacional se ficou pelo terceiro lugar. A (injusta) derrota por 1-2 frente à Rússia na meia final impediu muito provavelmente que Portugal fizesse o triplete no ano que agora finda. Os Russos, liderados por Likachev, acabaram por vencer a prova, derrotando na final a Itália, por 3-2.
A nível nacional, o Sp. Braga esteve em destaque. Os bracarenses, que na fase regular ficaram atrás do Sporting, derrotaram os leões na final da competição (4-3) e sagraram-se tri-campeões. Bê Martins esteve em destaque, ao marcar o quarto golo do Braga no último segundo do prolongamento. O Braga soma o terceiro triunfo consecutivo no Nacional de Futebol de Praia, enquanto o Sporting continua com um jejum que dura desde 2010.
Em suma, é caso para dizer que foi um ano em cheio para o futebol de praia nacional. Os títulos europeu e mundial serviram para colocar Portugal no topo da modalidade e, sobretudo, para cativar mais espetadores para um desporto apaixonante e emocionante! (Pedro Maia)
Futsal:
No que diz respeito ao Futsal em 2015, há que destacar pela positiva a boa fase inicial de apuramento para o mundial 2016, em que a nossa equipa se desembaraçou com aparente facilidade da Polónia, Roménia e Noruega, garantindo o pleno e o consequente apuramento para o play-off na condição de cabeça-de-série, sendo acompanhado pela formação polaca. Por isso, destaco aqui a simplicidade e a qualidade de jogo da nossa seleção e não somente o apuramento, que já era mais ou menos esperado.A nível nacional, o SL Benfica voltou a recuperar a hegemonia, ganhando a Taça de Portugal, a Liga e por fim a Supertaça. Podemos por isso afirmar que 2015 foi um ano em cheio para as águias.
Pela negativa, opto por destacar a presença da seleção feminina no mundial da Guatemala. Parecia, após a passagem às meias-finais(incluindo um empate consentido perto do fim ante a grande potência da modalidade e vencedora de todas as edições até hoje realizadas, o Brasil), ter tudo para ser uma prestação histórica, mas as derrotas claras perante a Rússia (7-2) e Espanha (9-1) significaram a pior prestação de sempre igualada em termos de torneios mundiais femininos e a presença no pódio falhada. (Eduardo Nunes)
Hóquei em Patins:
O Benfica é o atual campeão nacional e parece caminhar para um novo título. Com uma equipa que se não é a melhor do Mundo está muito perto os encarnados vão dando cartas em Portugal e na Europa. Apesar disto um surpreendente Sporting conseguiu vencer o Benfica na Supertaça e deu luta ao Barcelona na Supertaça Europeia depois de ter ganho a CERS. O Porto depois de um longo domínio tem estado mais afastado dos títulos, mas descansem os portistas esta equipa num futuro não muito longínquo vai dar muitas alegrias. Destacar ainda a grande competitividade do campeonato português com várias equipas com muita qualidade.
Em femininos o Benfica também domina como quer a modalidade em Portugal e consegue também juntar o título de campeão europeu, título que para já está a defender com sucesso. Apesar disto a Académica de Coimbra pode conseguir surpreender as encarnadas.
A nível de seleções Portugal ficou em terceiro no Mundial disputado em França sendo afastado mais uma vez nas meias finais pela Argentina que se sagraria campeã mundial. No Europeu feminino a seleção portuguesa ficou em segundo depois de uma derrota por 2-1 frente às espanholas. Em sub20 Portugal revalidou o seu título de Campeão do Mundo ao ir a Espanha derrotar a equipa da casa na final. O futuro parece que vai voltar a ser português. (Rodrigo Fernandes)
NBA:
Stephen Curry e os Golden State Warriors brilharam em 2015 Fonte: Golden State Warriors
Pela positiva, claramente os Golden State Warriors. Ganharam o título a época passada com relativa facilidade, liderados pelo excelente Steph Curry, e quando toda a gente pensava que a carreira positiva da equipa tinha sido um acaso eles tiveram um inicio de temporada arrasador, demonstrando que são a melhor equipa da NBA, virtualmente imparáveis (Spurs talvez?). Já pela negativa, há os Philadelphia 76ers, que insistem em não competir e em desperdiçar épocas atrás de épocas. Já chega de tanking, pelo bem do jogo e da liga as regras do draft precisam de ser mudadas para desencorajar este tipo de comportamentos deploráveis, em que quem continua a querer não competir é premiado com uma pick alta. (João Folgado)
NFL:
No positivo, destaque para oos Patriots e Tom Brady. Mais um título (o ano passado), este ano estão em vias de garantir a number 1 seed na AFC e o Brady a fazer uma época de MVP depois de ter vencido a NFL em tribunal no deflategate. Pela negativa, os Browns, que vão de mal a pior e continuam a rodar/queimar QB’s a um nível impressionante. (João Folgado)
Rugby:
Em ano de Campeonato do Mundo a selecção da Nova Zelândia veio até à Inglaterra demonstrar como vencer de forma categórica. Com a vitória na competição os All Blacks tornaram-se na primeira selecção a conquistar dois troféus consecutivamente e isolaram-se no topo das selecções com mais títulos mundiais: já contam com três troféus no seu palmarés. Por cá, a Selecção Feminina de Sevens fez História ao garantir um lugar no torneio europeu de repescagem para os Jogos Olímpicos. Em 2016 as Lobas irão lutar por uma vaga no Rio de Janeiro, tarefa que não se afigura fácil, mas a verdade é que poucos acreditavam que a selecção ainda estivesse em competição nesta altura…
Em sentido negativo, destaque para a morte de Jonah Lomu, aos 40 anos, vítima de doença prolongada. O nova-zelandês, super-estrela do rugby mundial é considerado por muitos o melhor jogador de rugby de todos os tempos. Nota também para a pobre prestação da nossa selecção de sevens masculinos na caminhada rumo aos Jogos Olímpicos: os Lobos cometeram erros clamorosos e falharam em toda a linha, sendo eliminados precocemente da luta por um lugar no Rio de Janeiro. (Ana Cristina Silvério)
Ténis:
A nível nacional, João Sousa voltou a brilhar. O vimaranense conquistou o segundo título ATP de carreira e rubricou um excelente temporada terminando no 34º posto da hierarquia do ranking. O português foi consistente durante toda a temporada – além do título em Valência alcançou mais de 3 finais (Open de Genebra, Open da Croácia e Open de S. Petersburgo) – e abriu assim as portas a uma quase certa qualificação olímpica. Mais uma grande temporada para, e como já aqui tive oportunidade de referir, o melhor português de sempre.
João Sousa escreveu uma nova página na história do Ténis em Portugal Fonte: Facebook Oficial de João Sousa
A nível internacional, Novak Djokovic fez uma temporada absolutamente incrível. O sérvio venceu 3 grand slams, – ficando apenas a faltar o malfadado torneio de Roland Garros – 6 torneios de categoria masters 1000, 1 torneio de categoria ATP 500 e ainda o masters de final de temporada. O sérvio dominou por absoluto o panorama internacional e prepara agora o ataque à temporada de 2016 onde os grandes objetivos serão certamente a conquista de Roland Garros e da medalha de ouro nos jogos olímpicos do Rio de Janeiro. (Duarte Pereira da Silva)
Ténis de Mesa:
Portugal continua a afirmar-se como potência europeia de ténis de mesa. Depois de, no ano passado, Portugal ter conquistado o Europeu em Lisboa, este ano a modalidade continuou em alta. Os mesmos intervenientes de 2014 voltaram a brilhar: João Pedro Monteiro foi campeão europeu de pares, juntamente com o austríaco Stefan Fegerl, Marcos Freitas foi vice-campeão europeu de singulares, perdendo na final com o alemão Dimitrij Ovtcharov, e Tiago Apolónia foi 3º na mesma prova. Nos femininos, Fu Yu foi também medalha de bronze da mesma competição. Freitas termina o ano como número 8 mundial.
Nos Jogos Europeus, Tiago Apolónia, Marcos Freitas e João Geraldo, jovem promessa de 19 anos, conquistaram a medalha de ouro. A nível nacional, o Toledos revalidou o título, de novo frente ao Sporting, e reafirma a sua condição de maior potência portuguesa do ténis de mesa actual. (João V. Sousa)
Voleibol:
O Benfica tem dominado o voleibol nacional nos últimos anos e 2015 não foi diferente. Com uma Fonte do Bastardo a dar luta mas inferior e um Sporting de Espinho a renascer aos poucos os encarnados parecem ir a caminho de mais uma época gloriosa. Para 2016 ser perfeito para os encarnados só falta conseguirem vencer a Taça Challenge que fugiu na final durante a temporada passada. (Rodrigo Fernandes)
Por esta altura, com mais ou menos razão, os adeptos do Sporting, do Benfica e do Porto discutem ferozmente qual dos três acordos é o melhor, ou, apenas para disfarçar, que, no final do dia, quem fica melhor é o futebol português. Pois bem, tudo isto é apenas e só mentira.
Recordo, talvez seja importante que alguém o faça, que Pedro Proença foi eleito segundo algumas promessas, entre as quais vigorava a centralização dos direitos de transmissão dos jogos da liga portuguesa. Até ao momento em que escrevo este artigo não consegui descobrir qualquer declaração, seja de Pedro Proença ou de qualquer outro elemento da liga, que explicasse toda esta situação. Do meu ponto de vista, fica claro que o atual presidente da liga tem apenas e só uma solução: deixar-se de faits divers e pedir a demissão. Todavia, não é sobre Pedro Proença de que vos quero falar.
Para se ter noção da dimensão irrisória dos negócios agora anunciados pelos três grandes, façamos uma comparação com os valores anunciados pela liga inglesa.
No último leilão dos direitos televisivos da liga inglesa, ganho pela Sky e pela BT Sport, o aumento relativamente ao período de 2013 a 2016 foi de 71% – 4 mil milhões de euros pelo período de 2013 a 2016 para mais de 7 mil milhões para o período de 2016 a 2019.
O crescimento dos direitos televisivos da liga inglesa tem sido exponencial. Fonte: BBC SPORT
Mas, e com toda a razão, dir-me-ão os acérrimos defensores dos negócios que Benfica, Porto e Sporting acabam de fazer, que a dimensão da liga inglesa é incomparável com a da liga portuguesa. Pois bem, isso é um facto incontestável. Contudo, uma análise séria passa por analisarmos o crescimento percentual dos montantes que cada clube português recebe pelos direitos televisivos e compará-los com os valores que cada clube inglês aufere por esses mesmos. Neste ponto, e como demonstra o quadro acima, a liga inglesa tem crescido sustentada e exponencialmente. Por sua vez, e apesar do crescimento dos montantes recebidos pelos clubes portugueses – a falta de clareza na publicação dos valores recebidos impossibilita uma análise 100 % correta – , o aumento é incomparavelmente mais curto.
O que com isto quero dizer é que, independentemente dos aumentos que vão acontecer para todos os clubes, porque é certo que tal vai acontecer, o fosso entre os clubes grandes e os clubes pequenos vai continuar a aumentar. Desta forma, e contrariamente ao que acontece em Inglaterra, a possibilidade dos valores auferidos pelos clubes portugueses aumentarem num futuro próximo é menor, ou pelo menos o aumento será mais pequeno quando comparado com outras ligas.
Porque é que tudo isto acontece? A explicação não poderia ser mais simples: se o fosso entre “ricos” e “pobres” diminuir, a tendência será para que a competitividade aumente e, naturalmente, o espetáculo seja de melhor qualidade. Logo, e peço desculpa se a explicação parece para crianças de primeira classe, se o espetáculo é de melhor qualidade, a audiência será maior e, consequentemente, os valores pagos pelos direitos televisivos serão também eles maiores. É precisamente isto que se está a passar em Inglaterra.
A justa e equilibrada divisão dos direitos televisivos da liga inglesa referente a 2014/2015 Fonte: Premier League
Como o quadro acima demonstra – nota para os valores que estão em libras – o fosso entre os clubes mais ricos e mais pobres é muito menor do que aquilo que acontece em Portugal. Por exemplo, o Chelsea, clube que mais recebe, aufere mais de 134 milhões de euros, enquanto o Burnley, clube que menos recebe, ganha um total de mais de 88 milhões de euros. Se fizermos as contas, percebemos que o Burnley recebe aproximadamente menos 35% do valor do que a equipa de Londres recebe. Ora, se fizéssemos a comparação, por exemplo, entre o Benfica e o União da Madeira – volto a referir que tal análise não é 100% possível porque os valores não são claros – o fosso seria bem superior a 35%.
Espero ter ficado bem claro que todos os clubes beneficiariam com a centralização dos direitos televisivos e que quem perde com os mais recentes negócios não são apenas os clubes mais pequenos, mas também, e sobretudo, o futebol português. Assim vai o futebol português.
O Dunga está para o futebol como a Dilma está para a política: a afundar o Brasil.
Consegue imaginar uma Fase Final do Mundo sem o Brasil? Parece improvável, não?! Mas conseguia imaginar a Islândia, a Albânia ou a Irlanda do Norte apuradas diretamente para um Europeu? Também parecia improvável. Só que a verdade é que a improbabilidade faz parte do Futebol. Um Campeonato do Mundo sem o Brasil? Seria a primeira vez na história do Futebol Mundial. Mas já houve primeiras vezes para tantas outras coisas no Mundo!
O Mundial de 2018 ainda está longe, mas na América do Sul a fase de qualificação já se começou a jogar. E com Dunga ao comando. Penso que o Brasil se apurará com muita dificuldade. É certo que há quatro vagas diretas e mais uma de playoff que é praticamente uma porta de acesso garantido ao Mundial. Porém, para esses lugares há mais seis pretendentes além do Brasil: Chile, Argentina, Colômbia, Uruguai, Paraguai. e o surpreendente 1.º classificado, com quatro vitórias em quatro jogos – Equador.
O Brasil com Dunga torna a minha previsão não tão surpreendente. Todos os brasileiro dizem que o Brasil está ‘ruim’, mas quase toda a gente não entende porquê. O que está mal quando o jogador brasileiro continua a jogar nos melhores campeonatos do Mundo?
O Brasil de hoje está ‘AFUNDADO’ na sua identidade, nas suas ideias. É uma nau com um destino, mas sem rumo. O Brasil com Dunga quer chegar à Russia em 2018, como Portugal quis chegar novamente à Índia em 1500, só que afinal Alvares Cabral descobria o Brasil, e pode ser que Dunga descubra… O fundo do poço! Talvez ele precise de pedir emprestada a poção mágica a Panoramix ou a Nossa Sr.ª do Caravaggio a Scolari. Pelas suas decisões e escolhas não parece que irá chegar à Russia, certamente.
Há escolhas de Dunga que no mínimo são… Engraçadas. No máximo, diria… Ridículas!
Um selecionador se não sabe jogar bem terá de saber escolher melhor. Se um selecionador não sabe escolher bem, então terá de saber jogar melhor. Dunga: nem a versão 1, nem a versão 2!
Não entende nada de Futebol? Acha que o Futebol é dar pontapés até colocar a bola na rede? Pare para pensar. O Brasil de antes colocava menos questões para um leigo do futebol do que hoje para um expert analista. O que terá mudado assim tanto? Onde estão os Ronaldinhos, Rivaldos, Kakas, Ronaldos, Romários, Bebetos, Sócrates, Garrinchas e Péles? O Futebol evoluiu, e muito, só que no Brasil continua a acreditar-se que o “camisa 10” leva uma nação às costas. São 200 milhões de habitantes, e viver de uma só vedeta como Neymar é frustrante.
No Brasil atual falta claramente uma filosofia de jogo, padrões de comportamento, um perfil de jogador e acima de tudo a tão aclamada constância nas escolhas, que numa seleção faz ainda mais sentido. O tempo para transmitir ideias, para as treinar e para as consolidar já é pouco. Se, ainda assim, Dunga faz questão de demonstrar imensas dúvidas numa equipa tipo, tudo se torna bem mais complicado.
Vamos debruçar-nos sobre as duas últimas competições realizadas pelo Brasil – Copa América, Junho de 2015, e Qualificação Mundial, Outubro e Novembro de 2015 – até ao momento. São oito jogos em que o Brasil conseguiu quatro vitórias (Peru e Venezuela, ambas duas vezes), dois empates (Paraguai e Argentina) e duas derrotas (Colômbia e Chile). O Brasil só conseguiu vencer 50% dos jogos e frente a adversários acessíveis. São 12 GolMar e oito GolSof (médias de 1,5GM e 1,0GS por jogo). Aquém das expectativas!
Destas competições, mostraremos – na ilustração abaixo – apenas os jogadores que sempre foram titulares nos oito jogos. São eles Daniel Alves (Barcelona), Miranda (Inter Milão), Elias (Corinthias) e Willian (Chelsea). Neste lote poderíamos incluir Filipe Luiz (Atl. Madrid), que fez sete jogos a titular, e, claro, Neymar (Barcelona), que fez apenas quatro jogos por causa da suspensão da FIFA, mas teria feito mais.
O Brasil de Dunga é uma equipa de muitas dúvidas, de muitas indefinições, o que gera muitas incertezas na qualidade de jogo e nos resultados. Qualidade a mais, pressões exteriores, influências de empresários, comissões em transferências, falta de liderança, indefinição de ideias, falta de critério nas escolhas e colocação de interesses pessoais acima dos interesses da seleção leva a este tipo de situações.
Sem muita exaustão, lançaremos apenas algumas das interrogações às escolhas de Dunga.
Ponta de Lança: Quem imaginaria o Brasil com falta de referências no “homem-golo”?
As escolhas de Dunga são em tudo questionáveis. Oportunidades dadas a uns e falta de oportunidades dadas a outros. Dunga chamou Fred (32 anos), Diego Tardelli (30 anos), Ricardo Oliveira (35 anos) e Firmino (24 anos). Em toda a sua carreira, juntos têm 79 internacionalizações e 29 golos.
Comparação entre os avançados brasileiros Fonte: Dados do zerozero
Excluindo Firmino, que era médio centro no Hoffenheim, os outros três têm em comum ter mais de 30 anos e terem jogado ou jogarem no Brasil. Os avançados que atualmente estão em afirmação no melhor futebol Mundial, que é na Europa, são: Fernandão (28 anos), Jonas (31 anos), Luiz Adriano (28 anos) e Alex Teixeira (25 anos). Em toda a sua carreira têm juntos 12 internacionalizações e dois golos. Dá para entender? Os quatro avançados escolhidos por Dunga têm uma média de 0,4 golos/jogo em campeonatos de menor expressão. Os quatro avançados nunca escolhidos têm uma média de 0,7 golos/jogo no exigente Futebol Europeu. É certo que no Brasil há quem não os conheça. Informem-se. Futebol são números!
As chamadas de Roberto Firmino são tão gritantes como a convocação. que nunca existiu, à seleção de Alex Teixeira. Se Dunga adapta um médio ofensivo ex-Hoffenheim que hoje tem um golo marcado em 21 jogos no Liverpool como avançado-centro, como é que não chama Alex Teixera? Médio ofensivo do Shaktar com 26 golos marcados em 26 jogos!!! Porque não dá a mesma oportunidade dada a Firmino?
Os avançados que têm sido chamados e os que têm ficado de fora Fonte: Imagens recolhidas da Getty Images
Guarda-redes da Série B a titular da Seleção do Brasil!
Pouco há a dizer acerca deste assunto porque alguém acordou o Dunga deste pesadelo. Ainda assim, com todo o respeito pelo Jefferson (Botafogo, 32 anos), se ele nunca saiu do Botafogo é por alguma razão. Dunga abriu os olhos e hoje tem ao seu dispor uma promessa brasileira: Alison Becker (Internacional, 24 anos) é uma escolha de futuro (vejam as suas defesas no Youtube e estaremos de acordo). Neto (Juventus, 26 anos, ex-Fiorentina), com o fim de carreira de Buffon, voltará de novo à seleção.
Lançar farpas a partir de algumas generalidades das escolhas e não escolhas de Dunga!
Dunga está bem servido na lateral esquerda com um dos melhores laterais esquerdos do Mundo, Marcelo, mas ainda assim decide apostar num também bom lateral esquerdo: Filipe Luiz. Contudo, já chamou Douglas Santos (Atl. Mineiro) e Geferson (Internacional) e não manteve chamada no experiente Maxwell (PSG), ou no promissor Alex Sandro (Juventus), ou no lateral esquerdo titular de uma das melhores equipas do mundo – Rafinha (Bayern). Este nunca foi chamado à seleção brasileira! Só que Douglas Santos e Geferson ainda estão no Brasil à espera da transferência.
Dunga está queimando Thiago Silva (PSG); enquanto isso chama Gil (Corinthias) e o que não joga, Gabriel Paulista (Arsenal). Maicon (Porto), Jardel (Benfica), Rhodolfo (Besiktas) e Danilo Silva (D. Kiev) nunca mereceram uma oportunidade de chamada. Só que o Gil ainda está no Brasil à espera da transferência.
Philippe Coutinho (Liverpool, ex-Vasco) saiu do Brasil com 18 anos em 2010, Lucas Leiva (Liverpool, ex-Grémio) saiu com 20 anos em 2007, Ramires (Chelsea, ex-Cruzeiro) saiu com 22 anos em 2009, Diego (Fenerbahçe, ex-Santos) saiu com 19 anos em 2004, Fred (Shaktar, ex-Internacional) saiu com 20 anos em 2013. Estes são nomes que caíram no esquecimento depois de saírem muito novos e terem as suas transferências milionárias para a Europa. Dá para juntar Wendell (Leverkusen, 22 anos), Alan Loureiro (Nápoles, 24 anos), Felipe Anderson (Lazio, 22 anos) e Lucas Silva (Marselha, 22 anos), que nunca jogaram na seleção, mas que já saíram do Brasil. Parece que só o treinador Europeu, na hora da compra, tem de ver o futebol Brasileiro; o selecionador Brasileiro, na hora da escolha, esquece-se de ver o Futebol Europeu!
Everton Ribeiro (Al Ahli, ex-cruzeiro) foi chamado este ano à seleção! Conselho de amigo, Dunga: se queres ganhar dinheiro chama o Gabriel Barbosa (Santos, 19 anos), com 21 golos marcados este ano e que nunca jogou pela seleção. É só fechar o valor com o empresário! Chamar Lucas Lima e Renato Augusto, craques do Brasileirão, vai ajudar, mas estes jogadores já o mundo do futebol conhece!
O futebol do Brasil continua profundamente afundado no passado e nas feridas abertas pelas goleadas sofridas no Mundial. Continua a refletir sobre o sofrimento por algo que deveria ter servido de estímulo para novos paradigmas e metodologias. Quase toda a gente já teve um momento mau na vida. Este é o momento atual do Brasil. Às vezes é preciso bater no fundo do poço para se perceber o tamanho do buraco. Só que o 7-1 da Alemanha, os 3-0 da Holanda e a eliminação prematura na Copa América não pareceram ser o fundo do poço. Até onde este timoneiro naufragará a nau brasileira?!
O novo ano está quase a começar, e como é hábito a prova a que chamam Dakar vai para a estrada logo no seu início (dia 2) com os portugueses mais uma vez a sonharem com uma possível vitória nas motos e com bons resultados dos sete (mais dois navegadores nos carros) pilotos lusos.
Nas motos é onde temos mais pilotos – cinco -, e três deles com aspirações à vitória à geral. Paulo Gonçalves continua com a Honda e parte para a estrada com o número 2; apesar disto será o número mais baixo em prova, uma vez que este ano não vai haver número 1. Marc Coma, que o deveria ter na sua mota por ter vencido o ano passado, reformou-se, o que só pode ser uma boa notícia para a armada lusa. Gostava ainda de relembrar que o “Speedy” o ano passado esteve sempre no pódio à geral e venceu uma etapa.
Com o número 7 temos Hélder Rodrigues, terceiro em 2011 e 2012. Regressou à Yamaha, depois da passagem pela Honda, após um decepcionante 12.º lugar à geral do ano passado devido a problemas numa etapa, mesmo assim conseguiu vencer duas etapas. Já Ruben Faria, segundo classificado de 2013, trocou a KTM pela Husqvarna. O número 8 quer melhorar o seu sexto lugar de 2015 numa luta que se espera muito animada e onde se terá de juntar mais alguns nomes como Toby Price, Joan Barreda ou Pablo Quintanilla.
Fora este trio luso temos ainda Mário Patrão (número 44) em KTM e Pedro Bianchi Prata (número 70) em Honda. Patrão quer tentar melhorar o 30.º lugar obtido em 2013, depois de ter desistido em 2015, e Bianchi Prata quer tentar melhorar o 29.º lugar de 2014, depois de não ter participado o ano passado.
Paulo Gonçalves quer melhorar o seu segundo lugar de 2015 Fonte: Facebook Paulo Gonçalves
Nos carros Carlos Sousa (número 309) é o único nome português como piloto, ele que é navegado por Paulo Fiuza. O piloto de Lisboa continua com a Mitshubishi depois de ter conseguido o oitavo lugar o ano passado e tenta manter-se no top10 este ano. Carlos Sousa é um dos pilotos mais consagrados da prova: mesmo nunca tendo conseguido ir ao pódio, a sua consistência torna-o num dos mais respeitados entre os pilotos. Com o número 313 na porta vai Filipe Palmeiro, continuando ao lado de Boris Garafulic. Palmeiro continua assim aos serviços da X-Raid, que faz correr os Mini.
Nesta vertente da prova sul americana os nomes de Sébastien Loeb e de Mikko Hirvonen saltam à vista de uma lista muito bem composta e que tal como nas motos promete muita emoção. A Peugeot depois de um ano de estreia muito negativo quer dar uma outra imagem e intensificar a luta com os Mini e a Toyota.
O último português em prova é José Martins, nos camiões. O piloto da Covilhã vai ter na porta do seu Renault o número 551 e vai tentar chegar ao fim depois de no ano anterior não ter conseguido tal feito.
A prova começa então dia 2, e vai decorrer até dia 16 na Argentina e na Bolívia. A Eurosport terá resumos diários da prova, mas a melhor forma de acompanhar a prova ao minuto é através do site da competição.
Estando nós na reta final de 2015 e prestes a dar entrada num novo ano, vou ao longo deste texto antecipar aquilo que teremos pela frente no ano de 2016, com especial incidência para os compromissos da nossa Seleção Nacional, mas não esquecendo as competições nacionais e, por fim, a participação do SL Benfica na final four da UEFA Futsal Cup.
Para começar, a Liga Sport Zone, onde o SL Benfica tentará revalidar o troféu conquistado na época anterior. Para já, está bem encaminhado, ocupando o primeiro lugar isolado na fase regular ao cabo de 14 jornadas, com mais três pontos que o segundo classificado, o Sporting CP, sendo seguidos pelo sensacional Burinhosa, a realizar um campeonato autenticamente fabuloso, e também pelo Sporting de Braga. É certo que o posicionamento no fim desta fase regular não decide nada, mas dá a vantagem que pode ser decisiva: o facto de poder, numa equilibrada final, jogar o quinto, e porventura decisivo, jogo no seu próprio pavilhão. Parece-me mais ou menos óbvio que, salvo alguma surpresa de última hora, iremos ter uma final entre Sporting CP e SL Benfica, que promete uma série de grandes jogos, decididos por pequenos detalhes que podem fazer toda a diferença.
A Taça de Portugal só conta com a presença de equipas da primeira divisão em meados de janeiro, logo, ainda é um pouco cedo para falar sobre eventuais candidatos a suceder ao Benfica na lista de vencedores da prova. A Taça da Liga já foi também alvo de análise da minha parte num artigo anterior, não havendo novidades desde então. Na UEFA Futsal Cup, o Benfica tem três adversários de grande qualidade pela frente na final four, entre os quais o Inter Movistar, de Ricardinho e Cardinal, que é quase unanimemente apontado como o grande favorito a vencer a competição, embora as águias possam ter uma palavra a dizer; basta um pouco de sorte no sorteio para evitar o tubarão espanhol logo nas meias-finais, e depois logo se verá.
A grande figura do Inter Movistar e da seleção nacional Fonte: Facebook Ricardinho
Em termos da Seleção Nacional, 2016 é ano de campeonato da Europa, logo em fevereiro, na Sérvia, e de Campeonato do Mundo, que irá ter lugar entre 10 de setembro e 1 de outubro do próximo ano, na Colômbia. Se já temos lugar assegurado no Europeu, que reúne as 12 melhores seleções do Velho Continente, para chegar ao Mundial é necessário ultrapassar o play-off, onde Portugal é cabeça-de-série, como tal, evitando as melhores equipas europeias, acalentando assim boas esperanças de poder repetir a já habitual presença portuguesa em grandes competições.
Como puderam perceber, 2016 será um ano decisivo para a afirmação de Portugal como potência no Futsal, pois nos Balcãs tem uma boa oportunidade para poder finalmente ser campeão e aproveitar esta geração de ouro repleta de qualidade, que já merece um título. Se 2014 e 2015 foram anos de ouro para o Ténis de Mesa português e 2015 para o Futebol de Praia, porque não pode 2016 ser o ano do Futsal?
O Sporting CP defrontava pela segunda vez nesta temporada a equipa do F.C. Paços de Ferreira; em Agosto, e num jogo referente à segunda jornada da liga NOS, a turma de Jorge Simão tinha conseguido levar um ponto de alvalade. Entre algumas poupanças e a aposta em alguns titulares, Jorge Jesus voltou a mostrar que a taça da liga é uma competição para ganhar. O Sporting entrou com mais dinâmica, com o destaque individual a ir para André Martins. O português, e mesmo tendo em conta que não tem praticamente tido ritmo de jogo, apresentou-se em muito bom nível – rápido na reação à perca de bola e a decidir sempre bem no momento do passe. Desta forma, e num excelente momento de futebol, Montero cruzou, Gelson parou e Aquilani finalizou; estava feito o primeiro em alvalade.
A equipa de Jorge Simão – uma das boas surpresas da Liga NOS – parecia ainda não ter entrado em jogo. Todavia, e quando estavam já decorridos 20 minutos, deu o primeiro sinal de perigo através de Barnes, que pouco depois viria a sair lesionado. Quando já todos esperavam pelo intervalo, e após falta de Adrien Silva – viu amarelo e, consequentemente, foi substituído por João Mário – o F.C. Paços de Ferreira viria mesmo a chegar ao golo: livre batido em força por Christian e eis que Marcelo Boeck dá um enorme frango. O resultado era, ao intervalo, mentiroso: a equipa de Jorge Jesus fez mais do que o suficiente para estar em vantagem.
Bryan Ruíz apontou o terceiro golo da vitória leonina; Fonte: Facebook do Sporting Clube de Portugal
Talvez devido a esse sentimento de injustiça, o Sporting entrou na segunda parte com enorme vontade de se voltar a colocar na frente do marcador. Naturalmente, e após um excelente cruzamento de Jefferson, Gelson, que se apresentou num ótimo nível durante todo o encontro, disparou para o fundo das redes.Para o fim estava reservado o melhor. Jefferson viu a desmarcação de Bryan Ruiz, que havia sido lançado para o lugar de André Martins, e este, num momento de pura magia, picou a bola por cima da Rafael Defendi. O internacional pelo Costa Rica continua a dar outro perfume à equipa do Sporting.
Apenas o destaque pela negativa para o antigo jogador do Inter de Milão, Ezequiel Schelotto, que, e mesmo tendo em conta a falta de ritmo de jogo, realizou uma péssima exibição (com algumas melhorias na segunda parte). O argentino terá que melhorar bastante se quiser ter alguma hipótese de disputar o lugar com João Pereira e Ricardo Esgaio. “Eu sei o que fizeste no verão passado” dá nome a um filme, mas bem que podia ser aplicado nesta ocasião. O Sporting estava mais do que avisado para os desafios que a equipa de Jorge Simão podia colocar e, consequentemente, teve que se exibir ao seu melhor nível. Uma vitória moralizadora antes do clássico frente ao FC Porto.
A Figura: André Martins – O português foi preponderante na manobra ofensiva do Sporting. Apesar de não ter ainda renovado contrato, deixou excelentes indicações. De pouco ou nada utilizado, acabou, até ser substituído, com a braçadeira de capitão do Sporting Clube de Portugal.
O Fora-de-jogo: Ezequiel Schelotto – O argentino mostrou pouco, muito pouco… Desde passes falhados na primeira zona de construção até ao quase nulo envolvimento no processo ofensivo, Schelotto teve uma noite para esquecer. Terá que melhorar bastante para disputar um lugar no 11 titular da equipa de Jorge Jesus.
Já vi jogos de casados contra solteiros mais interessantes do que este SL Benfica – Nacional da Madeira. Foi um jogo muito morno que acabou por ser decidido por Jimenez. Deu para ver caras novas e dar oportunidades a caras antigas. No final de contas, deu para ver que esta é uma Taça que serve apenas para isso mesmo: rodar a equipa. Esta competição não é uma prioridade, nem para os insulares nem para os encarnados.
Um estádio a muito meio gás recebeu um Benfica diferente. Ederson na baliza, Lindëlof no centro da defesa, Cristante no meio-campo, Carcela na ala e Talisca no apoio ao ponta-de-lança, Mitroglou, foram as novidades do onze do Benfica. Sílvio foi o escolhido para receber a braçadeira de capitão e comandar as tropas. A tropa desfilou e fez uma parada fraca na primeira parte. Carcela arrancava e tentava chegar à baliza, mas parecia ser o único. Talisca teve mais uma oportunidade e justificou o porquê de ter passado os últimos jogos no banco.
Pouco ou nada se passou. O zero a zero era o resultado mais justo. O Nacional saía com maior mérito porque, afinal de contas, estavam a jogar fora contra o Benfica, e os insulares não estavam com a equipa titular. Depois do intervalo saiu Cristante; a meu ver, não foi uma decisão que tenha alterado o rumo do jogo. Gostava de ter visto mais do italiano. A segunda parte começou, e o Benfica foi encostado às cordas. Lisandro acabou por ser a estrela da equipa, cortou tudo como pôde e como conseguiu. Está um central feito e, para mim, representa o futuro do Benfica, quer pela qualidade, quer pela raça. Para mim acabou por ser a figura central e decisiva do jogo. Teve, aliás, uma intervenção decisiva depois de um jogador do Nacional ter ultrapassado Ederson – o brasileiro fez uma exibição segura. Apesar disso, há um lance a meio da segunda parte que poderia ter resultado na expulsão do central argentino.
Jimenéz entrou e decidiu Fonte: SL Benfica
Só nos últimos dez minutos, já depois de terem entrado Jonas e Jimenez, é que o Benfica se lembrou de que queria ganhar o jogo. Subiu as linhas, e o Carcela da primeira parte também acordou. Com Renato e Samaris a ir atrás buscar as bolas recuperadas por Lisandro, o Benfica conseguiu subir as suas linhas. Num jogo mais vertical e encostado às linhas foi cruzando e tentando acreditar num ressalto que por ali ficasse. Tanto se tentou que conseguiu. Pizzi recebeu uma bola recuperada por Lisandro e cruzou para o centro da área. Jimenez apareceu e concretizou. O mexicano tem melhorado o rendimento e começa a reclamar mais minutos.
No fim de contas foi um jogo mau. Pelo que aconteceu dentro de campo, o resultado justo era o empate. Não se admite que o Nacional venha à Luz encostar o Benfica à baliza; seja em que competição for. A ideia de jogo do Benfica ainda não está presente em todos os jogadores, isso ficou nítido. Veremos como correm os próximos jogos nesta Taça da Liga, uma competição que cai cada vez mais na reputação, apesar de isso não ser desculpa para os jogadores dos encarnados não terem corrido, pelo menos, o triplo.
A Figura:
Lisandro Lopéz – recuperou, recuperou e não se cansou de recuperar bolas. Esteve incansável o defesa-central argentino. Impecável e eficaz.
O Fora-de-Jogo:
Talisca – está farto de ter oportunidades e está farto de as falhar. O brasileiro perdeu a confiança e não faz mais nada que não jogar e atrapalhar os restantes.
Jogo da fase de grupos da Taça da Liga, F. C. Porto e Marítimo defrontaram-se no Dragão no que é o primeiro jogo do Porto e segundo do Marítimo nesta competição.
O que se passou em campo foi um pouco surrealista, exagerado e a roçar o catastrófico. A equipa insular aplicou um KO táctico aos portistas quando nada o fazia prever; por muitos golpes de direita e esquerda que os Dragões tentassem acabou por ser no contra-ataque que os visitantes aplicaram 3 socos a um Porto fraco defensivamente e apanhado desprevenido.
Os portuenses alinharam com uma equipa pouco habitual: Helton, Víctor Garcia (equipa B), Maicon, Marcano, José Ángel, Sérgio Oliveira, André, Evandro, Tello, Varela e André Silva (equipa B). Lopetegui colocava em campo dois jogadores da equipa B e os restantes menos utilizados, excepção feita aos centrais que já levam muitos jogos nas pernas com a equipa principal. A surpresa seria o médio defensivo – Sérgio Oliveira – posicionando-se mais à esquerda André André e à direita Evandro. Para quem achava que Evandro jogaria mais recuado o treinador basco trocou as voltas optou por um médio com mais capacidade de criação voltando à filosofia inicial de médios que favoreçam a construção em vez da destruição.
Lopetegui ouviu assobios e viu lenços brancos Fonte: FC Porto
A primeira parte só teve Porto, a equipa portista teve mais posse de bola e a iniciativa de jogo. Embora nunca tivesse criado grande perigo a ideia de Lopetegui não deu mau resultado com S. Oliveira a criar jogo e a conseguir lançar bem os ataques no entanto houve falta de entreajuda dos seus colegas médios já que algumas vezes não deram linha de passe. Nos extremos Tello era o mais mexido procurando a combinação com Ángel e o pivot André Silva. O jovem atacante português procurou sempre distribuir a bola da melhor maneira e foi sempre mexido no ataque tendo bons pormenores, faltou mesmo o golo e não foi por escassez de oportunidades. Os primeiros 30 minutos foram disputados com intensidade e com vários cruzamentos para a área maritimista que ia resolvendo bem e nunca se desposicionando mas o verdadeiro perigo surgiu já numa fase mais calma dos portistas. Aos 41’ e 45’ André Silva podia ter marcado mas a bola encontrou Salin e um defesa insular. Acabava assim o primeiro tempo com o Porto por cima mas sem criar grande perigo até porque no último terço (onde geralmente se nota quem está habituado a jogar junto e quem não está) a vontade superava a cabeça na hora de decidir.
A segunda parte trouxe uma surpresa amarga para os nortenhos, nem nos nossos pesadelos se poderia vislumbrar um resultado assim. Quem olha para os números fica abismado e poderá perguntar-se o que andou o Porto a fazer. Mais uma vez mostramos que somos uma equipa que raramente vira um resultado e que facilmente perdemos a cabeça.
Entrou Imbula para o lugar de um desinspirado André e logo aos 47’ e sem nada fazer para o merecer o Marítimo marcou na cobrança de um livre directo. O Porto entrava então a perder no segundo tempo mas havia muito jogo pela frente. Os azuis e brancos não baixaram os braços, tentaram de várias formas chegar com perigo à baliza de Salin com os laterais a darem muita profundidade ao jogo (principalmente Ángel que cruza bem a bola) mas assim como atacavam com o coração defendiam sem cabeça. Por várias vezes já referi que a distância entre linhas no Porto é abismal hoje foi vítima desse problema, se o meio-campo e o ataque trabalhavam em entreajuda no ataque a defender não havia ajuda para ninguém. Sempre que o Porto perdia a bola os jogadores do Marítimo partiam para o ataque com espaço e só encontravam os defesas portistas quando os visitantes já iam lançados em velocidade e com bastante largura.
Resumindo, o Porto foi vítima de não jogar em bloco! Os contra-ataques foram sempre venenosos como ao minuto 58’ e 59’ do outro lado o Porto continuava a embater na muralha maritimista. Maicon, André Silva, Tello… o Porto tentou no ataque e descuidou a defesa. Aos 69’ depois de uma falha de Marcano Alex Soares aumentou a vantagem e complicava muito a vida aos portistas. Aos 66’ já tinha saído Sérgio Oliveira e entrado Corona por isso o treinador espanhol só poderia fazer mais uma substituição e aos 75’ entrou Aboubakar para o lugar de Varela. O Porto podia ter marcado pelo camaronês e por André Silva mas há dias que a bola não entra e do outro lado os contra-ataques perigosos sucediam-se. O ambiente no Dragão era pesadissímo e aos 90’ o terceiro do Marítimo (depois de mais uma falha da defesa em especial Maicon) tornou o resultado ainda mais embaraçante que só não tomou contornos de goleada porque Aboubakar reduziu aos 91’.
Resultado que envergonha os portistas que fez subir o coro de protestos a Lopetegui e que mostra que a tal espinha dorsal de que falei num texto anterior não é da mesma firmeza de outrora. O Marítimo foi eficaz, não fez nada para justificar tal volume mas a falta de acerto portista na finalização (e foram muitas!) e, principalmente, na defesa veio colocar a nú as fragilidades da equipa. Algumas dessas fragilidades têm culpa de Lopetegui (a tal distância entre linhas, a intermitência no 11 titular que tira confiança aos jogadores) outras são próprias de quem é feito de material que aparenta ser mais duro do que é.
O Porto está praticamente eliminado da Taça da Liga mas se calhar o pior deste jogo é o efeito que terá na cabeça dos jogadores – há um jogo importantíssimo dia 2 de Janeiro. E esse aspecto não me deixa descansado, continuo a achar que por mais culpas que o treinador tenha há algo nestes jogadores que não me dá total confiança. Nem só de talento vive um futebolista.
A Figura:
Sérgio Oliveira – Construiu bem o jogo e nem sempre teve apoio eficaz dos tentantes médios.
O Fora-de-jogo:
Marcano – A defesa esteve toda péssima mas o erro no 2-0 foi fatal. Anda desconcentrado.